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    Lucian observou a grande figura da infame Coruja se afastando em alta velocidade, os investigadores confusos e ouviu os sons da batalha cessarem lenta, mas constante.

    ‘Hoje foi um dia produtivo hehehe.’ Ele ajudou o Kaneki? Nenhum pouco. Ajudou alguém da Anteiku? Também não. Mas se divertiu muito assistindo às coisas acontecerem.

    E o Kaneki foi “resgatado”, então tá tudo certo. Escorrendo suavemente, não demorou muito para que Lucian chegasse ao chão e com uma corrida, chegou na floresta que rodeava o complexo de prédios.

    Ou sendo mais específico, no ponto de encontro que havia marcado com alguns seus subordinados e esposas. Ele não poderia desperdiçar uma oportunidade tão boa – muitos ghouls juntos em um lugar só e já havia alguém fazendo o trabalho de matá-los.

    Então ele, possuindo um coração tão gentil, se prontificou para recolher os restos mortais e dar utilidade para eles.

    “Pois todo ghoul é uma fonte de RC.” A sabedoria dessas palavras quase transbordava. Quem deu azar foi a CCG, porque embora não tenha sido perceber o sumiço dos cadáveres no meio da luta de alta intensidade, quando fossem recolher “materiais” descobririam que não sobrou nada.

    Só de pensar na expressão que fariam, um sentimento de alegria brotava no coração de Lucian.

    “Como foi a colheita?”, ele perguntou ao se aproximar.

    “Foi grande, embora a cautela para que processo passasse despercebido tenha diminuído muito a eficácia”, Shinobu respondeu enquanto olhava para os prédios, “A batalha já acabou?”

    “Sim, ambos os lados já tiveram pesadas baixas, ambos conseguiram cumprir o seu objetivo, então já é hora de se retirarem.” Lucian apontou para os prédios e o pequeno fluxo de pessoas que saia discretamente. Um conseguiu exterminar ghouls, o outro conseguiu fazer uma distração para que invadissem a Cochlea. Todos saíram felizes.

    “Ainda não entendo o motivo para não interferir.” Kokushibo apertava o cabo de sua katana, seu coração de guerreiro ansiava para lutar contra os oponentes poderosos que ele sabia existir neste, portanto a proibição que Lucian impôs estava sendo torturante.

    E não poder participar logo de um evento tão emocionante… era decepcionante.

    “Só por enquanto… você precisa deixar o pão fermentar para que ele fique delicioso. Muitas dessas pessoas valem mais a pena vivas”, respondeu Lucian, lembrando-se de seu tão cobiçado DRAGON, talvez não pareça, mas a cadeia de eventos que levou ao surgimento/criação dele é grande e complexa, envolvendo tantas coisas que ele teme bagunçar tudo.

    “Não é só não matar ninguém?” Mesmo após ouvir as palavras de seu rei, a mão de Kokushibo coçava para agarrar sua katana.

    “Você consegue sacar sua espada, lutar e não matar alguém muito mais fraco?” Lucian levantou uma de suas sobrancelhas.

    “… Não.” Desde sempre, ele lutou tendo apenas um objetivo – matar o mais rápido possível. Era impossível um humano derrotar um demônio se não tivesse táticas de decapitação rápida e depois de virar humano a necessidade de segurar sua mão assassina apenas diminuiu.

    Afinal, demônios nunca foram de poupar ninguém. Humanos? Matar devorar. Demônios? Matar também, talvez o único impedimento sendo a imortalidade dos mesmos.

    “Agora você entendeu meu ponto. Acho que a única realmente capaz de se segurar é a Shinobu.” Lucian passou a mão pelos cabelos dela com carinho. Comparado a todos os outros que possuem grande força e são cheios de imprudência, ela seguiu um caminho mais estratégico e tem maior controle sobre isso.

    Comparado com a Mitsuri, que também era uma caçadora de demônios e mal controla sua força durante o combate, Shinobu desenvolve toxinas e medicamentos com a potência adequada para cada situação com precisão.

    ‘Só ter pessoas que lutam para matar pode virar um problema no futuro…’

    Bem, Lucian pensou por apenas um segundo antes de deixar essa questão de lado – ele e as pessoas que o acompanham são poderosas e isso não é motivo para reclamar.

    “Você diz isso porque eu era fraca demais para decapitar um demônio, não é?” O sorriso de Shinobu esfriou um pouco ao relembrar da dificuldade que teve com este pequeno entrava.

    “Eh… infelizmente, isso faz parte do motivo.” O que ele poderia fazer? Negar a verdade? “Mas também é devido à precisão de seus métodos.”

    “Humpf, tudo bem então.” Shinobu encarou Lucian mais um pouco antes de assentir. Ela poderia aceitar muitas coisas, mas ser chamada de fraca por esse homem que literalmente a levou para outro mundo seria inaceitável.

    “Vamos, de volta para casa.” Lucian acenou uma mão no ar, abrindo uma porta de madeira no nada – uma entrada para o castelo infinito.

    Lucian, Shinobu, Kokushibo e uma porção de familiares passaram pela porta, entrando no castelo infinito e encerrando a noite.

    —————

    Touka segurando um Ayato ferido, Kaneki, Tsukiyama, Yomo, Yuta, Nishiki, Banjou e seus subordinados, se juntaram em outro ponto da floresta, observando ao longe os prédios de onde haviam fugido.

    “Dias assim fazem você apreciar mais a vida normal…” Um suspiro cansado soou entre o grupo, um conflito em escala grande tão fazia as pessoas pararem para pensar no valor da vida e da paz.

    Somente quem viu a escuridão valoriza a luz.

    “Sim.” Touka olhou para Ayato em seus braços, ela o feriu um pouco, mas conseguiu reunir a família que antes estava separada.

    Embora os ferimentos de Ayato não fossem fatais e ele seja um ghoul, ser perfurado múltiplas vezes ainda era algo que levaria um certo tempo para ser regenerado, então ele estava temporariamente incapacitado.

    Ela então olhou para Kaneki: “Seria bom você mudar a cor de seu cabelo antes de voltar para a Anteiku, senão causaria uma comoção.”

    “Ah… eu não planejo voltar para a Anteiku.” Kaneki olhou para o longe, seus olhos preenchidos com sentimentos complexos. “Eu preciso me fortalecer e tem várias coisas que eu quero investigar.”

    Touka parou, surpresa com as palavras dele. Banjou, se aproximou com uma expressão meio nervosa: “Isso tudo foi graças a sua ajuda… então quero retribuir. Eu quero te ajudar. Me permita te acompanha, e me use como escudo ou coisa assim se quiser.”

    “Obrigado, Banjou-san.” Kaneki ergueu a mão para que seu mais novo companheiro apertasse.

    “Que belo!” Tsukiyama começou a bater palmas com o drama digno de um ator se apresentando, antes de ser ajoelhar com uma mão no peito. “Se ele será seu escudo, permita-me ser sua espada. Um cavalheiro que rompe os espinhos em seu caminho.”

    “Então você ainda está vivo…” Contrariando sua natureza gentil, repulsa surgia na voz de Kaneki, algo de considerável raridade.

    “Eu não poderia morrer ainda tendo coisas inacabadas.” Apesar das palavras educadas, malícia brilhava nos olhos escondidos pelo cabelo roxo.

    “Seria uma vantagem ter você conosco.” Kaneki se aproximou antes de completar suas palavras, sua expressão se tornando fria “Contudo, se você cometer um único erro, eu te mato.”

    ‘Kaneki… estilo malvadinho?’ Percebendo uma coisa, Tsukiyama se afundou em um de seus muitos delírios gourmet, sua mente distorcida criando ilusões sobre como seria o sabor da carne que estava endurecendo diante tantas provações.

    “Tudo bem. Desejo que tenha boa sorte com isso.” Touka sorriu enquanto incentivava Kaneki. “Ah, alguém viu o Lucian?”

    “Lucian saiu por outro caminho”, Yomo falou de forma simplista enquanto apontava para uma direção.

    “Entendo…” Touka assentiu.

    ————-

    Yoshimura andou um pouco cambaleante pela floresta, perdido em pensamentos. ‘Por que ele estava lá observando? O que ele pretende?’

    Embora Lucian tenha sido furtivo, ele havia percebido. E desde então vem se perguntando o motivo deste ter se escondido lá.

    Yoshimura sentia que Lucian estava se envolvendo em muitas coisas, pode não parecer muito, mas o ato ser furtivo dizia muito sobre as intenções dele… o que o deixava preocupado. ‘O que ele planeja?’

    “Você está ferido, vá com calma.” Irimi advertiu ao lado.

    “Está tudo bem.”

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