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    — Clara — Dante a chamou no meio do pátio, apontando para Duna. — Ele quer mostrar algo pra gente.

    A líder da Cuba acenou em concordância e se despediu de Raiatan, um dos novos cozinheiros. Os passos dela foram rápidos para alcançar Dante, que ainda era menos veloz que Duna carregando uma caixa que tomou emprestado, jogando tudo que precisava dentro.

    — O que eu perdi?

    — Duna achou uma forma de comunicar sem precisar de eletricidade. As Pedras Lunares fazem o mesmo tipo de conversão, pelo que parece. — Dante levantou o olhar, procurando outra pessoa. — Cadê Juno?

    Clara não sabia.

    — Acho que vi ela mais cedo com Arsena, mas não lembro de agora a tarde de ver nenhuma delas.

    Dante estalou os dedos, ressoando o ar com força ao redor. Jix, Leonardo, Gerhman e Heian avistaram-no de longe. E ele só precisou ordenar:

    — Achem Juno. Todos venham pro lado de fora.

    Eles se retiraram na mesma hora. Dante continuou em frente, mas Clara quem ficou impressionada.

    — Parece que eles te respeitam bem mais agora. Isso é bom.

    — Eu faço de tudo por eles, então, espero que façam o mesmo por mim, não acha? — Dante a encarou, dando uma piscadela. — Falando em fazer, precisamos conversar depois também sobre algumas coisas sobre GreamHachi.

    A resposta veio de Duna, mais a frente, ainda eufórico.

    — GreamHachi que se foda, Dante. Vocês não precisam se preocupar mais com aquele lugar afundado em lama.

    No entanto, o comentário dele não era bem-visto se fosse levar em conta os rostos que se levantaram para ouvi-lo. Essas pessoas perderam casas também, o lugar que viveram metade de suas vidas.

    Sendo Maethe uma tirana que destruiu tudo ou não, alguns poderiam questionar se a Cuba era verdadeiramente um lugar melhor. E rostos irritados não levavam a boas ações.

    — Segure a língua, Duna — interveio Dante na mesma hora. — Não precisamos falar mal deles só porque não estão aqui. Temos que ser respeitosos até mesmo com os que perderam suas casas. Você também perdeu.

    O velho resmungou algumas coisas abaixo, mas sua cabeça balançou em concordância ao pedido.

    Eles passaram para o lado de fora da Cuba. E Duna rapidamente jogou a caixa no chão. Ele puxou um Cubo de Comunicação e inseriu um pouco da Energia Cósmica nele. Pegou outro e jogou para Dante e Clara.

    — O que vamos fazer com isso?

    — Vou criar uma pequena estrutura de comunicação temporária entre as partes, mas preciso que o velhote ai fique com a Pedra Lunar mais afastado. — Duna apontou para um dos prédios distante, quase tapado pela tempestade do lado de fora. — Leva a dona pra lá e use a Pedra Lunar. Se minha pesquisa estiver certa, vou conseguir recriar um sentido para as conversas.

    Pela expressão, Clara ficou confusa. Dante a segurou pela cintura e pegou a Pedra Lunar das mãos de Duna.

    — Segure-se em mim.

    Ela enroscou um dos braços ao redor do ombro dele, e no segundo seguinte, os dois dispararam para frente. Dante rotacionou uma vez para sair de um poste dobrado, e subiu até ficar na altura do prédio. Ele pousou, praticamente trinta metros de altura, praticamente cem metros de Duna.

    Clara continuou abraçada a ele, mas o vento não sacudia mais sua roupa. Dante usava o impulso do ar pelos músculos para expelir a neve e a tempestade. De braços erguidos, sinalizou para Duna.

    No entanto, a chegada de Juno ao lado do velho cientista o fez parar. Não somente Juno, mas praticamente todos ao redor ficaram observando para onde Dante e Clara estavam.

    — Eles parecem animados — comentou Clara, dando uma risada. — Isso é bom. Mas, por que ele precisa que estejamos aqui em cima?

    — O teste é pra ver se a Pedra Lunar consegue fazer a conversão da frequência baixa para conseguir usar os comunicadores. Se ela conseguir, podemos usar as torres de rádio para expelir por toda a cidade, e colocamos a Pedra Lunar aqui na Cuba.

    — E ai a comunicação ficaria melhor?

    Dante a encarou, sorrindo.

    — Eu conseguiria falar com você de qualquer lugar de Kappz, você só precisaria de um desse. — Ele levantou o Cubo. — Marcus recriou eles e conseguimos um monte. Agora, precisamos de uma carga que possa fazer a Pedra Lunar funcionar.

    Clara entendeu e continuou fitando Duna e os demais presentes. Mesmo sendo difícil de ver, Duna saiu caminhando e jogou a Pedra Lunar no chão, no meio da neve, tirando uma risada de Dante. Em seguida, o brilho dourado emergiu e um pequeno filete de ruído saiu do cubo.

    Nos primeiros segundos, nada aconteceu, apenas um som baixo como se fosse interferência, e então, uma voz.

    — Merda, que merda é essa? — era a voz de Duna soando. — Eu tentei fazer do mesmo jeito que pensei. Era pra essa merda dar certo. Como consegui errar?

    Dante deu uma risada larga e alta, assustando até mesmo Clara.

    — Velho. — Clara viu Duna e os demais se assustarem ao ouvir. — Você acertou em cheio. Mas, que tipo de frequência você está usando? A comunicação ficou boa.

    Duna soltou uma outra risada, batendo a mão de ferro na própria perna.

    — Eu disse, eu não disse? — Os demais ficaram surpresos por estarem ouvindo a risada dos dois velhos, mas nenhum deles entendia previamente o porquê, nem mesmo Clara. — Dante, conseguimos. Temos uma comunicação perfeita.

    Logo em seguida, uma voz soou para os dois.

    — Acham que a frequência que estão usando é baixa? — Veronica respirou pesadamente, como se sentisse o cheiro de merda no ar. — Antes que matem o restante dos humanos que sobram, reajustem a Energia Cósmica para não ser sentida.

    Dante não entendeu na hora, mas Vick soou velozmente para os dois.

    “Níveis de Energia Cósmica elevada. A Pedra Lunar está emitindo uma onda de energia que está sendo convertida em frequência. Calculando: Ferloz e Humanos podem sentir”.

    Dante praguejou na mesma hora.

    — Merda. — Ele rapidamente pegou Clara pela cintura e pulou com a pedra na outra mão. — Duna, mande todos pra dentro.

    — O quê? Por quê?

    Um estrondo ressoou não muito distante dali. E o berro de dezenas de Felroz soaram juntos, como um canto de batalha soado pela cidade inteira. Um tremor começou a ricochetear até lá em cima, balançando bastante os prédios e rodovias.

    Quando Dante chegou ao chão, arrastando na neve, encarou na direção do metrô. A porta que era acorrentada começou a bater fortemente, três vezes, quatro vezes.

    Dante encarou Clara e apontou pra dentro.

    — Entre e mande todos eles ficarem dentro das casas. Não deixe ninguém sair e sem barulho.

    Clara concordou.

    — Degol e Meliah — Clara ergueu a voz. — Comigo.

    Os três passaram correndo. Duna pegou as duas pedras e ergueu a mão.

    — Vou testar mais depois que tudo passar. Te encontro no quarto depois.

    Dante acenou com a cabeça e ele seguiu com Clara para dentro da Cuba.

    Ficando somente eles: Leonardo, Gerhman, Heian, Juno, Jix, Arsena e Magrot – Dante deu uma risada. Esticou a mão para Jix, que subiu para suas costas, e ele perguntou:

    — E ai, quem quer limpar o metrô comigo?

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