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    Dante moveu-se como um raio, tão rápido que a criatura mal teve tempo de reagir. Seu soco atingiu o rosto bicudo da besta com um estalo seco, fazendo-a estremecer. Mas não parou por aí. Dante agarrou as asas da criatura com as pernas, prendendo-a no ar, enquanto seus punhos desciam como martelos, golpeando de um lado para o outro. Cada soco liberava uma explosão de ar, como se o próprio céu estivesse rangendo sob a força de seus golpes.

    A criatura rugiu de dor, tentando se libertar. Batendo as asas com força, conseguiu criar um pequeno espaço entre ela e Dante. Mas foi o suficiente. No primeiro metro que se afastou, Dante acertou um chute no estômago da besta, uma explosão de vento seguindo o impacto. Ele girou no ar, agarrando o pescoço da criatura e pisando em sua espinha com força.

    Chutes atrás de chutes, os ossos da criatura estalavam como galhos secos. Dante fechou o punho com raiva, e com um grito que ecoou como um trovão, desferiu um soco que dilacerou a carne da besta. O rugido da criatura manchada foi diminuindo, até que ela despencou do céu em direção ao Farol, derrotada.

    Dante pairou no ar por um momento, observando. Mais soldados haviam chegado, e agora se viam criaturas no chão, lutando com… armas. Espadas e lanças eram brandidas com precisão, como se fossem guerreiros treinados. Eram monstros, mas agiam como humanos.

    Ele nunca tinha visto algo assim.

    — São monstros? — perguntou Dante, sua voz carregada de incredulidade.

    A voz de Vick ecoou em sua mente, calma e analítica.

    — Pela composição de Energia Cósmica, uma análise mais aprofundada seria necessária. Felroz possuem apenas 2% de semelhança com humanos. Sangue ou pele seriam úteis, mas outros órgãos forneceriam dados mais precisos.

    Dante não esperou. Desceu com as duas pernas, empurrando o corpo da criatura morta em direção aos outros monstros. Ele esticou o braço para a esquerda, expelindo uma rajada de ar que abriu caminho através da horda. Quando seus pés tocaram o chão, uma explosão de Energia Cósmica se espalhou, criando um estrondo ensurdecedor.

    Uma cortina de fumaça e poeira levantou-se, misturando-se ao cheiro de neve e sangue. Humanos e monstros pararam por um instante, como se o mundo tivesse hesitado.

    Os soldados estavam exaustos, seus rostos marcados pelo cansaço e pela dor. Viam seus companheiros caídos, recuando lentamente, enquanto mais criaturas avançavam, implacáveis. Dante fechou o punho, sua Energia Cósmica envolvendo-o como uma armadura, criando uma pressão esmagadora ao seu redor.

    Sem dizer uma palavra, ele saltou para frente, emergindo da fumaça com o punho cerrado. O primeiro golpe atingiu o rosto de uma criatura, estalando seus ossos. Antes que ela pudesse reagir, um gancho de esquerda a lançou para o ar, seu corpo girando sem controle.

    As criaturas responderam com um urro coletivo, um som gutural que ecoou como um desafio. Ergueram suas espadas, suas atenções agora voltadas para o novo inimigo. Dante, carregado de raiva e ódio pela morte dos homens que caíram, respondeu na mesma altura.

    Seu grito de batalha ecoou pelo campo, um rugido que veio do fundo de seu peito.

    — Venham! — gritou Dante, seu rosto distorcido pela fúria. — Venham enfrentar a morte de vocês.

    As criaturas avançaram como uma maré negra, suas garras e espadas brilhando sob a luz pálida do Farol. Dante as recebeu com punhos de aço e uma determinação que parecia brotar das profundezas de sua alma. Ele agarrou o pescoço de uma criatura, girou como um pião e arremessou seu corpo contra outras duas, derrubando-as como se fossem bonecos de palha. A criatura que ele segurava foi lançada contra o Farol, seu corpo batendo na estrutura com um baque surdo.

    Dante abaixou-se no momento exato em que uma espada passou raspando por onde estaria sua garganta. Sua mão fechou-se como uma tenaz no pulso do monstro, e ele ergueu-se com uma joelhada que atingiu o peito da criatura. Usando a própria perna do monstro como alavanca, Dante desferiu três chutes rápidos no pescoço e no rosto, cada impacto ecoando como um trovão. Com um movimento rápido, ele torceu o punho da criatura e a arremessou contra outra, derrubando ambas.

    Ele esquivou-se de uma lança três vezes, rolando para o lado com agilidade felina. Então, com um movimento rápido, abriu a mão e desferiu um tapa na cara do monstro. O impacto foi tão forte que a criatura saiu voando, seu corpo girando no ar antes de cair pesadamente no chão.

    Dante chutou o solo, levantando uma barreira de terra que bloqueou o avanço de dez criaturas. Ele concentrou sua Energia Cósmica nos braços, sentindo a pressão se acumular em suas palmas. A Conversão Energética aumentava a cada segundo, e sua força física crescia em proporção direta.

    — Comandante Dante! — gritou um dos soldados, sua voz cortando o ar como uma faca. — O Abismo vem dessa direção! Eles estão avançando com mais tropas. Precisamos forçar uma descida!

    Dante olhou na direção indicada, seus olhos brilhando com uma luz fria e calculista.

    — Ali é onde eles estão vindo? — perguntou, sua voz calma, quase despreocupada. — Ótimo.

    Ele bateu as palmas das mãos com força, e o estalo que se seguiu foi tão alto quanto o som de um tambor de guerra. Mas não foi apenas o som que impressionou. A pressão gerada pelo movimento fez com que os ventos ao seu redor se organizassem, como se obedecessem a um comando invisível.

    Os ventos moveram-se como um tornado, unindo-se à própria natureza. A terra elevou-se, a fumaça e a neve misturaram-se ao redemoinho, e uma tempestade invernal formou-se em questão de segundos. Tudo culminou em uma única direção: o Abismo.

    O estrondo foi tão alto que ecoou por toda Consyegas.

    Os soldados que cavalgavam em direção ao Farol viram a tempestade ser lançada contra o Abismo. A terra não tremeu como dias antes, mas eles sabiam, sem sombra de dúvida, que alguém lá estava criando aquele caos.

    Montado em um dos cavalos, Sir Secure liderava seu batalhão. Ele já havia sido informado de que Pood abrira um portal para o Comandante Dante. Só não esperava que fosse tão rápido. O rapaz não deveria ceder as ordens de alguém que não era de Consyegas.

    Tinha que tirar essa ideia de sua cabeça, estavam na direção do verdadeiro inferno.

    — Quando chegarmos lá, quero uma contenção direta para nossos homens! — gritou Secure, batendo as rédeas do cavalo. — Nenhum ferido será deixado para trás! E mandem alguém para o Farol. Precisamos gerar a corrente de Energia Cósmica.

    Os soldados concordaram, mas Secure não conseguia tirar os olhos dos ventos que mudavam de direção ao redor do imenso edifício. As criaturas manchadas nunca haviam atacado de forma tão organizada, nem mesmo após os Felroz. Algo as estava guiando, algo as estava empurrando para cima.

    O Abismo era repleto de ninhos, mas descer até lá era suicídio. E, no entanto, a ideia de criar um caminho para baixo era ainda mais aterradora.

    Secure franziu a testa, sua mente trabalhando rapidamente.

    — Preparem-se — ordenou, sua voz firme. — O pior ainda está por vir.

    E, enquanto o batalhão avançava, a tempestade criada por Dante continuava a rugir, uma manifestação de fúria e poder que desafiava até mesmo as forças do Abismo.

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