Capítulo 125 - Explorando a cidade do Mundo Mágico
Dentro da cápsula de transporte, Harley e Aurora encontravam-se em um ambiente surpreendentemente minimalista.
A cápsula era compacta com dois únicos assentos e uma grande tela transparente que oferecia uma vista panorâmica da paisagem externa, que se estendia por quilômetros além do horizonte. A tela, porém, não exibia apenas a visão do exterior.
Aurora, com movimentos rápidos, girou algumas pequenas estrelas de metal, semelhantes a alavancas, e a tela ganhou vida, revelando um mapa detalhado que sobrepunha as imagens da paisagem.
Harley observava tudo com fascínio. As informações projetadas na tela eram precisas, com gráficos tridimensionais que exibiam uma série de trajetos. Uma pequena esfera piscante indicava sua posição no extremo norte, enquanto outros pontos de interesse brilhavam ao longo do mapa.
Ao sul, notou um ponto denominado “Escola de Exploradores Interdimensionais”, evocando em sua mente imagens de lugares e pessoas capazes de atravessar as fronteiras da realidade.
Para o leste, havia a misteriosa “Escola de Magia dos Ossos de Dragão”, enquanto, ao oeste, destacava-se a imponente “Academia de Batalha Tradicional”, um nome que imediatamente capturou sua atenção.
Aurora percebeu o interesse de Harley ao observar a Academia e, com um simples toque, destacou a parte central do mapa, revelando uma linha que conectava a “Escola de Ciência e Tecnologia”, onde estavam, diretamente à cidade que era seu destino. Ele ficou impressionado com a fluidez da navegação, com a clareza dos detalhes.
Enquanto a cápsula deslizava em alta velocidade, Harley não sentia qualquer desconforto. A viagem era tão suave que a velocidade vertiginosa era quase imperceptível.
A tecnologia, ao que parecia, havia sido projetada para eliminar qualquer turbulência, proporcionando uma experiência de deslocamento sem solavancos.
— Chegamos — disse Aurora, com um sorriso caloroso, ao ver as portas da cápsula se abrirem lentamente.
O jovem Ginsu pisou no chão da cidade com curiosidade. O ambiente que o cercava parecia tanto familiar, já que parecia estar em uma versão ampliada do depósito de onde haviam saído, mas em uma escala muito maior.
Ele observou enquanto as esteiras mecânicas retiravam e transportavam caixas geométricas que eles trouxeram no invólucro de transporte. Cada uma sendo manipulada com uma precisão por braços robóticos.
— Seja bem-vindo à Cidade Mágica — disse Aurora, sua voz leve, mas cheia de significado — A única cidade deste mundo.
Aquelas palavras ecoaram na mente de Harley enquanto ele observava a vastidão ao seu redor. Não havia sinais de vida, além dos dois, e a cidade, apesar de monumental, parecia desprovida de pessoas.
A atividade incessante das máquinas era quase hipnótica, parecendo que o próprio espaço estivesse vivo, movido pelas engrenagens invisíveis.
— A cidade é dividida em territórios, como você viu no mapa — explicou Aurora, interrompendo os pensamentos do jovem — Estamos no norte, perto da Escola de Ciência e Tecnologia.
Harley assentiu, absorvendo a informação, enquanto observava uma torre no horizonte que pulsava com uma luz azul fraca. Então, sua mente voltou à realidade do momento, e ele perguntou diante do final do processo de entrega das mercadorias:
— E agora? Voltamos?
Aurora hesitou por um instante, seu rosto traindo uma expressão de desejo contido. Ela parecia relutar em acabar com o passeio tão rapidamente. Então, com um brilho de esperança nos olhos, perguntou:
— Se estiver interessado, posso te mostrar mais da cidade.
A sugestão era clara: a garota queria passar mais tempo ao lado de Harley. O jovem pôde ver isso em sua expressão, e, para sua própria surpresa, ele não hesitou em aceitar. Ele sabia que explorar mais aquele lugar lhe daria vantagem em entender o novo mundo ao qual tinha sido lançado.
— Claro — disse ele, com um aceno de cabeça firme.
Os olhos dela brilharam com entusiasmo, e ela segurou novamente a mão de Harley, conduzindo-o com confiança. Dessa vez, ele não ficou tão surpreso com o toque. Era um gesto natural agora, e ele até se permitiu sentir uma certa gratidão pela familiaridade daquela conexão.
Enquanto caminhavam juntos, Aurora virou-se para ele, seus olhos fixos nos dele, e perguntou:
— Para onde você gostaria de ir primeiro?
A pergunta foi direta, mas cheia de implicações. Aurora estava oferecendo a ele uma escolha, uma oportunidade de traçar o próximo passo da jornada. Harley não precisou pensar muito. Sua mente ainda estava presa à imagem de uma referência que tinha visto na tela da cápsula de transporte.
— Gostaria de visitar a Academia de Batalha Tradicional — respondeu firmemente.
Ela sorriu, claramente satisfeita com a escolha. A Academia representava força, destreza e disciplina, qualidades que Harley, com sua formação e passado, valorizava profundamente.
A ideia de um lugar onde poderia aprimorar suas habilidades de combate, especialmente após tantas mudanças em sua vida, o motivava a conhecer.
— Então vamos! — disse ela, cheia de energia, enquanto o conduzia de volta ao veículo.
Dentro do invólucro de transporte, o mapa foi reconfigurado, e a rota para a Academia de Batalha foi traçada instantaneamente. As coordenadas mudaram rapidamente, e, com um leve zumbido, o transporte foi lançado novamente, movendo-se com precisão pelas paisagens desertas da cidade.
Enquanto viajavam, o jovem Ginsu observava a jovem com mais atenção. Ela exalava entusiasmo juvenil, algo que o deixava intrigado.
Havia uma dualidade em Aurora: sua facilidade com a ciência e a tecnologia era impressionante, mas ao mesmo tempo, havia uma leveza em sua presença, uma espontaneidade que contrastava com a eficiência metódica das máquinas ao seu redor.
— Por que você faz o que faz? — perguntou Harley, sem esconder a surpresa com a profundidade da própria questão.
Aurora o olhou com curiosidade, parecendo tentar decifrar a razão por trás da pergunta. Depois de um momento de reflexão, ela respondeu, sua voz calma, mas carregada de significado:
— Descobrir — ela fez uma pausa, organizando os pensamentos e continuou — O que me inspira é entender o que não conhecemos. Há um universo inteiro esperando para ser descoberto.
Harley ficou em silêncio, processando aquelas palavras. Ele também estava em busca de algo, embora sua jornada fosse mais pessoal, mais enraizada em sua própria sobrevivência e na busca por uma nova realidade. Ele se perguntou:
“Nossos objetivos podem acabar se encontrando no futuro?”
A cápsula desacelerou, e a cidade abaixo deles revelou a imponente Academia de Batalha Tradicional. O edifício era uma estrutura monumental, construída com um design que evocava austeridade.
Harley finalmente estava prestes a conhecer um lugar onde poderia começar a entender as habilidades, poderes e limites dos guerreiros desse novo mundo.
A porta da cápsula se abriu, e Aurora, ainda sorrindo, estendeu a mão para ele.
— Vamos? — disse ela, convidativa.
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