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    Quando parecia que a adaga seria arrancada de suas mãos pela força de sucção, uma energia negra começou a pulsar com intensidade dentro de Harley, fluindo inesperadamente para seu braço substituto, feito de pura Energia.

    Essa carga Sombria, antes discreta, agora se infiltrava lentamente na adaga que Harley segurava com todas as suas forças, diminuindo gradualmente o poder de absorção que ameaçava arrancá-la de suas mãos.

    O jovem lutava para manter a adaga sob controle, seu braço inteiro vibrando pela força da atração que emanava das criaturas sintéticas. Mas algo mudou. A energia negra e a adaga prateada começaram a se fundir, criando um equilíbrio inesperado. 

    As duas energias, se entrelaçaram até que a adaga ganhou uma nova forma: metade prata e metade preta, uma mistura perfeita de poder.

    Com essa transformação, a força de atração foi completamente eliminada. Harley observava a nova adaga em suas mãos, agora um artefato híbrido, e sentia um poder diferente correr por seu corpo. 

    Sua mente estava alerta, mas por um momento, ele refletiu sobre a natureza daquela Energia Sombria que agora fazia parte de quem ele era.

    “A Energia Sombria…” — ele pensou, lembrando-se de quando a primeira vez ela se manifestou para substituir seu braço perdido. 

    Essa energia não só preenchia lacunas deixadas por perdas físicas, mas parecia adaptar-se, integrar-se ao ambiente e aos objetos que entravam em contato com ela. Agora, ela havia mesclado-se à sua adaga, criando algo novo e mais poderoso.

    Harley percebeu que o seu poder Sombrio não era apenas uma defesa, algo que o protegia ao criar uma aura invisível ao redor de seu corpo. Ela tinha uma natureza transformadora, uma capacidade de completar o que estava destruído ou em falta. 

    Isso o fez pensar nas potencialidades ainda inexploradas desse poder. No Mundo Sombrio, essa energia ele presenciou ser usada para teletransportes rápidos e movimentos ágeis, mas aqui, em meio a essa batalha, ela parecia ir além, revelando novas possibilidades.

    Ele sabia que havia muito a descobrir. Cada nova situação o trazia mais perto de compreender o verdadeiro potencial dessa força que o habitava. Mas a batalha ainda estava em curso, e Harley não podia se perder em suas reflexões. 

    As armas e equipamentos ao redor eram puxados violentamente pelas luzes das quatro criaturas sintéticas, cujos corpos metálicos pareciam absorver tudo em seu caminho. 

    O campo magnético, agora no auge de sua força, atraía espadas, escudos, rifles e drones, fixando-os nas partes metálicas das criaturas com uma precisão aterradora.

    As luzes foram gradualmente perdendo intensidade, apagando-se até desaparecerem por completo. 

    Nesse instante, as armas e equipamentos que antes se fundiam às criaturas sintéticas, em uma conexão quase natural, despencaram no chão com um som seco, sinalizando o colapso da força que os mantinha suspensos. O campo magnético dissipou-se em um último e quase imperceptível suspiro.

    No entanto, isso não foi o fim. As quatro criaturas sintéticas começaram a se mover, seus corpos deformando-se e encaixando-se uns nos outros. Harley observava com olhos arregalados enquanto as partes das criaturas se fundiam, seus corpos girando em um movimento fluido, mas também mecanicamente preciso.

    Logo, o que antes eram quatro seres distintos se transformou em uma única entidade gigante. A fusão criou uma criatura que parecia uma aranha mecânica, com múltiplas patas afiadas como lâminas e um centro monstruoso, onde um destroçador girava ferozmente, pronto para triturar qualquer coisa que se aproximasse.

    — Isso é… inacreditável! — murmurou Marcus ao lado de Harley, também perplexo com a transformação. 

    Aurora permaneceu em silêncio, seus olhos fixos na criatura, analisando cada movimento.

    A nova entidade avançou, implacável, em direção aos oito inimigos que perseguiam Harley. Suas patas afiadas se moveram com uma precisão mortal. O primeiro a cair foi um guerreiro, com sua armadura sendo perfurada pela lâmina de uma das patas da aranha.

    A aranha gigante era devastadora. Com todas as armas e equipamentos sugados pelas criaturas sintéticas, os inimigos estavam desarmados, incapazes de resistir às investidas brutais da nova entidade. As tentativas de defesa eram inúteis contra a força implacável da aranha mecânica.

    Um mago, sem seu cajado, tentou conjurar feitiços usando as mãos, mas foi interrompido violentamente quando uma pata afiada o cortou ao meio. Suas proteções mágicas, sem seus artefatos, eram insuficientes diante da brutalidade da criatura.

    Os Exploradores Interdimensionais tentaram recuar, buscando uma saída, mas a aranha os alcançou rapidamente. Seus dispositivos de camuflagem eram inúteis contra o alcance da criatura, e sem seus rifles, estavam indefesos.

    — Isso está indo longe demais — sussurrou Harley, tentando entender a transformação repentina de algo que antes parecia um companheiro passivo em um assassino implacável. 

    Ele olhou para sua aliada, que permanecia alerta, mas não fazia nada para impedir a matança. Marcus estava paralisado, incerto sobre qual atitude tomar.

    O massacre continuou. Um dos Exploradores foi erguido no ar por uma das patas da aranha e jogado no moedor central, triturado em uma chuva de sangue e detritos. Os outros foram desmembrados, sem chance de fuga. A eficiência aterradora da criatura era inquestionável.

    O último explorador interdimensional, incapaz de usar sua camuflagem, foi localizado facilmente pela aranha e desintegrado sem misericórdia.

    A luta não durou mais do que alguns minutos. Os dois últimos guerreiros recuaram, tentando se reposicionar, mas foram rapidamente dominados. Um deles ainda tentou atacar a aranha com os punhos, mas foi decapitado com um golpe preciso. 

    Outro guerreiro foi despedaçado, sua forma sem vida colidindo com o chão, tal qual uma marionete cujos fios haviam sido cortados.

    Quando tudo finalmente terminou, a aranha gigante ficou parada, exalando a calma predatória de quem acaba de triunfar. Em seguida, suas partes começaram a se desmontar, e as quatro criaturas sintéticas retornaram à sua forma original, suas peles coloridas agora cobertas pelo sangue e restos dos inimigos mortos.

    Os três observavam em choque. O silêncio que se seguiu ao massacre era quase surreal. As criaturas, antes passivas, agora se mostravam letais. 

    “Será que Doravan colocou algo ainda mais sombrio nelas?” — o pensamento ecoava na mente de Harley enquanto ele buscava manter a calma diante do caos. Seus olhos ainda fixos nos companheiros sintéticos, agora irreconhecíveis. A transformação os colocava em outro nível, e isso o apavorava.

    O que antes era uma aliança parecia agora uma armadilha cuidadosamente planejada. E ele sabia que havia perguntas urgentes a responder:

    “Se ele já fez isso, o que virá agora? Existe alguém em quem confiar depois disso?”

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