Capítulo 201 – O último suspiro da esperança
Sergio jogou a cabeça para trás e riu, uma risada cortante, cruel, que ecoou pela caverna em colapso. Era uma risada carregada de triunfo, de pura satisfação. Ele olhou para Harley com olhos ardentes de loucura, um brilho maníaco dançando em suas pupilas.
— Ah, irmão… — começou ele, sua voz venenosa, enquanto o riso cessava e seu rosto se contorcia em um sorriso distorcido — Desta vez, a vitória é realmente minha. Finalmente, após tantas batalhas, vou conseguir o que sempre desejei: te derrotar.
Ele deu um passo à frente, sua figura impiedosa, quase irradiando a energia sombria ao seu redor enquanto dizia:
— E não será uma vitória qualquer. Não. Será uma vitória definitiva.
Sergio ergueu o braço, o bracelete em seu pulso piscando enquanto ele controlava as forças ao seu redor. O sorriso em seus lábios se alargou, carregado de uma malícia que fazia o sangue de Harley gelar.
— Hoje, pela primeira vez na vida, eu vou vencer você. — o filho do líder do Clã dos Dragões de Sangue cuspiu as palavras, seu tom carregado de ódio e satisfação — A vida inteira você se safou, sobreviveu, resistiu. Mas agora… agora, não há escapatória. Eu não apenas vou te derrotar. Vou te destruir.
Ele olhou para Aurora, seu corpo inerte, a casca vazia que um dia fora a mulher que Harley mais amava. Sergio se aproximou dela, acariciando seu rosto pálido e sem vida com uma suavidade perversa, os dedos deslizando pela pele morta como se saboreasse o controle absoluto que tinha sobre ela.
— E vou começar tirando tudo que você mais ama. — ele deu uma risadinha, observando cada pedaço de desespero que se formava no rosto de seu irmão. — Aurora… sua preciosa Aurora. Olhe para ela! — Ele gritou, puxando Aurora para mais perto, forçando-o a encarar o que restava.
— Veja como eu a transformei. — continuou seu inimigo — Veja no que ela se tornou! Ela é minha agora. Totalmente minha. Você falhou com ela. Não conseguiu salvá-la. E agora, tudo o que ela era, todos os seus sonhos… pertencem a mim.
Harley sentiu um nó apertar em sua garganta, seus punhos tremiam, sua respiração pesada. Cada palavra de Sergio era um golpe em sua alma, rasgando-o de dentro para fora.
O ódio rugia em seu peito, mas ao mesmo tempo, ele se sentia paralisado pela dor insuportável. A mulher que ele amava, aquela por quem ele lutara e arriscara tudo, agora estava completamente nas mãos de seu pior inimigo.
— Não é só Aurora… — continuou, sua voz ganhando uma camada ainda mais sombria — Eu vou tirar tudo de você. Milenium… o Cônsul… tudo o que você tentou proteger. Vou despedaçar cada pedaço de sua vida. E vou fazer isso na sua frente, para que você assista enquanto seu mundo se desfaz, sabendo que é impotente para impedir.
Ele riu, uma risada maníaca que ecoou pelas paredes da caverna, como se o próprio ambiente estivesse zombando da dor dele.
— E quando tudo o que você ama estiver destruído… quando todos os seus esforços tiverem sido em vão… só então vou acabar com você. — Sergio aproximou-se ainda mais de Harley, seus olhos fixos nos do irmão, com uma intensidade que fazia o ódio se enraizar ainda mais profundamente
— Mas, desta vez, não será rápido. — continuou — Mas, dessa vez, não irei só matar ou destruir as pessoas que você ama como no passado. Não, irmão… será lento. Doloroso. Você vai sentir cada segundo. Porque essa é minha vitória definitiva. Minha vingança. O momento pelo qual eu esperei a vida inteira.
Harley sentiu o peso esmagador das palavras, como lâminas que penetravam fundo em sua mente. A raiva e o desespero se entrelaçavam em seu peito, mas ele sabia que seu inimigo estava certo em uma coisa: desta vez, era diferente. O filho do líder do Clã dos Dragões de Sangue tinha tudo o que precisava para vencer. Tudo o que mais amava estava à beira da destruição.
O jovem Ginsu olhou para Aurora mais uma vez. Ela estava tão perto, mas ao mesmo tempo, tão inatingível. Ele queria correr até ela, tocá-la, acreditar que ainda havia algo ali. Mas o vazio em seus olhos, a rigidez de seus movimentos… ela não era mais Aurora.
Sergio viu a dor no rosto dele e se deliciou com isso.
— Vê, irmão? Sente o gosto da derrota? — ele disse, sua voz um sussurro afiado — É doce, não é? Você lutou tanto, resistiu até o fim… mas no final, sempre fui eu. Eu sou quem vai vencer. E agora… agora você sabe o que é perder.
Harley sentiu suas pernas vacilarem, sua mente lutando para encontrar uma saída, uma maneira de salvar não só Aurora, mas tudo o que ainda restava. Mas, naquele momento, tudo parecia escapar de suas mãos, como areia escoando pelos dedos.
Ele sabia que estava à beira de perder tudo. E pela primeira vez em muito tempo, ele não sabia como impedir.
Sem dar tempo a qualquer nova reação, Sergio Romanov sorriu e apertou mais um botão em seu bracelete. Os seus próprios aliados se tornaram bombas vivas.
Armas explodiram em uma sequência devastadora, obliterando soldados, ampliando ainda mais a destruição. Riu, seus olhos brilhando enquanto o mundo ao seu redor implodia em um espetáculo de loucura e luz.
Harley sentiu o ar mudar, não apenas carregado de energia, mas afiado como lâminas invisíveis que cortavam sua pele.
Então, o caos absoluto se instaurou. Redemoinhos de destruição se espalharam sem aviso, clarões violentos cegando e consumindo tudo que tocavam.
Aliados e inimigos foram sugados, arrastados pelo epicentro da devastação, seus corpos se desfazendo em pura energia.
No alto, invisíveis, o Mestre Arcano e a mulher continuavam impassíveis e observando tudo sem interferir nos acontecimentos. A energia ao redor deles oscilava, refletindo o estado volátil da caverna.
— Este mundo chegou ao limite! — murmurou o mestre Arcano, o peso do fim refletido em seus olhos profundos — As adagas mudarão de mão novamente. Todos morrerão aqui. Desta vez… Não haverá sucessor ou profecia cumprida. Não restará legado. Apenas cinzas e esquecimento.
A mulher, com sua adaga brilhando em laranja, permaneceu calada. Seus olhos estavam fixos na cena, mas a lâmina em sua mão tremulava como se estivesse reagindo ao caos ao redor.
Harley estava de joelhos, mas não vencido. Seu braço esquerdo pulsava de dor, e a adaga prateada escorregava entre seus dedos ensanguentados.
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