Capítulo 38 - O confronto das forças
“Mesmo nas dimensões ocultas, o espírito do explorador é uma chama que nunca se apaga, iluminando o caminho através das trevas.”
— Discursos do Grande Explorador Zandar, Vol. sobre possíveis dimensões.
Harley flutuava, sua essência azul pulsando levemente enquanto sentia o vazio que o cercava se expandir, como se o espaço ao seu redor estivesse agora maior, mais vasto.
Tudo parecia suspenso no tempo, mas ele sabia que aquela calma era apenas temporária. O mundo ao seu redor, sempre imprevisível, trazia consigo a iminência de novos confrontos.
E como esperado, o ar ao redor começou a vibrar, e o jovem Ginsu soube imediatamente que uma grande massa de energia se aproximava. Ela havia retornado, como um inimigo que não poderia ser evitado para sempre.
Ele sabia que não podia novamente adiar o confronto.
Harley sentiu o peso da realidade se abater sobre ele, lembrando-o de que algumas batalhas eram travadas não no melhor momento, mas no momento em que elas se impunham.
Ele não estava pronto, mas isso não importava. A energia sombria avançava, cada vez mais próxima, e o medo foi substituído por uma aceitação silenciosa. A vida, afinal, nunca esperava pelo ideal.
A energia sombria parecia ainda mais imensa, mais poderosa. A massa de escuridão que avançava em sua direção era colossal, muito maior do que sua própria forma azul projetiva.
Ela se aproximava como uma avalanche incontrolável, e Harley sentiu uma pressão crescente. Ele sabia que não podia fugir novamente. Correr só alimentaria aquela sombra, tornaria o confronto pior no futuro.
Harley se preparou para o impacto, mesmo sabendo que sua força atual estava longe do ideal. O choque entre suas energias foi brutal.
A luz vibrante e a energia azul se encontraram com um impacto devastador. As ondas de força ricochetearam ao redor deles, distorcendo o espaço. A pressão era insuportável, mas a massa projetiva dele resistiu. Seu ser todo vibrava, cada molécula de sua forma energética lutava para manter-se intacta sob o peso daquela força esmagadora.
A luz o empurrou para trás, comprimindo-o, mas Harley, com um esforço monumental, expandiu sua energia em resposta. A escuridão colidiu mais uma vez com sua essência azul, e o impacto foi devastador. O jovem sentiu sua energia tremer, como se estivesse sendo comprimida e esmagada pela massa muito maior que o atacava.
A energia sombria era uma parede impenetrável, cada avanço parecia empurrá-lo de volta, sufocando-o com uma força que ele mal conseguia combater. Estava sendo levado ao limite, sentindo seu corpo energético vacilar. A pressão era imensa, e ele sabia que a derrota estava cada vez mais próxima.
A cada momento que passava, a escuridão parecia crescer ainda mais, alimentada pela resistência. Ele sentia sua própria energia azul se fragmentando, cedendo aos golpes incessantes daquela massa incontrolável. O espaço ao redor tremia, e sua força estava quase esgotada. A vitória da escuridão era certa.
E então, outro inimigo surgiu.
Do horizonte, uma gigantesca luz colorida avançava em direção a ele e à energia sombria. As cores vibrantes daquela nova ameaça preenchiam o espaço ao seu redor, pulsando como uma força caótica.
Harley mal teve tempo de processar o que estava acontecendo. Ele já estava à beira do colapso, sua luta contra a energia sombria já era difícil o suficiente, e agora, essa nova energia colorida se aproximava rapidamente, ampliando o terror.
“É demais para mim” — pensou o jovem, sentindo o peso esmagador da situação tomar conta de sua mente.
Ele estava cercado, esmagado por dois inimigos. A escuridão à sua frente, a luz colorida atrás. Ambas o envolviam, movendo-se como sombras predatórias, preparando-se para o ataque derradeiro. Ele estava sozinho, e não havia mais como escapar. A sensação de desesperança ameaçava dominá-lo, e ele começou a se perguntar se aquele seria seu fim.
Sua essência azul estava à beira do colapso como se a realidade estivesse se desfazendo ao seu redor. A pressão dos dois inimigos juntos era avassaladora.
A escuridão esmagava seu corpo energético, enquanto a luz colorida envolvia sua mente em um turbilhão de emoções intensas e conflitantes. O tempo parecia desacelerar, e ele sentiu que sua consciência estava se fragmentando, diluída no meio daquele caos imenso.
Então, no momento mais sombrio, algo aconteceu.
A adaga, que até então havia permanecido adormecida dentro de sua essência azul, começou a brilhar. Um brilho intenso emanava da adaga, e Harley, quase sem perceber, sentiu uma onda de força renovada tomar conta de seu ser. A arma, uma entidade consciente em si mesma, estava ajudando-o. Ela sabia que aquele era o momento decisivo.
Harley sentiu o calor da adaga se intensificar, e, de repente, tudo ao seu redor começou a fazer sentido. A escuridão que o pressionava, a luz colorida que o cercava — ambas pareciam reagir à presença do artefato mágico. A energia sombria hesitou por um breve momento, como se percebesse o poder crescente que se manifestava.
Com um grito de pura determinação, o jovem Ginsu usou a energia extra, e sua essência azul brilhou com uma intensidade que nunca havia sentido antes.
A nova luz azul perfurou o espaço ao seu redor, como uma onda de energia que desafiava a escuridão e a luz colorida ao mesmo tempo. O brilho se expandiu, envolvendo as duas forças adversárias em uma explosão de poder que reverberou pelo mundo à sua volta.
A escuridão recuou, fragmentando-se em pedaços que começaram a se dissipar, enquanto a luz colorida, antes tão caótica, perdeu sua força, desintegrando-se em milhões de partículas coloridas que desapareceram no ar. Harley permaneceu ali, flutuando, sentindo o peso do conflito finalmente terminar.
O silêncio que se seguiu foi profundo. Ele estava exausto, mas também mais forte do que jamais havia estado.
Mas o mundo ao seu redor tremia. O céu, outrora estável, agora estava coberto de nuvens escuras e ameaçadoras. As águas ao longe estavam agitadas, como se refletissem a turbulência da batalha que acabara de acontecer.
O equilíbrio daquele lugar havia sido perturbado.
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