Capítulo 89 - A batalha do labirinto
“Tudo o que existe precisa de energia. E o verdadeiro enigma reside em saber até onde é possível sustentar uma defesa sem que o custo se torne destrutivo para o próprio defensor.”
— O Código do Guerreiro Solitário, Verso 35.
Harley decidiu adotar uma estratégia ousada. Em meio ao caos crescente do campo de batalha, ele canalizou sua energia em um movimento grandioso, explodindo com poder mágico que reverberou pelo terreno.
Com foco, ele ergueu construtos de pura energia branca, construindo muralhas vivas que pulsavam como se fossem uma extensão de sua própria vontade.
O campo de batalha começou a se transformar diante de seus olhos: um labirinto compacto surgia ao seu comando, adaptando-se ao relevo, explorando cada vantagem natural e artificial para se tornar uma defesa impenetrável.
A Guardiã Sombria, percebendo a mudança, lançou suas hordas contra as paredes mágicas. Harley, porém, mantinha um sorriso confiante, como se estivesse esperando exatamente por essa reação.
Cada ataque das criaturas era uma oportunidade para ele reconfigurar seu constructo, guiando e separando os inimigos em pequenos grupos, desviando suas investidas para becos sem saída.
As sombras se moviam cegamente, confusas pela súbita transformação do campo, enquanto o jovem Ginsu se mantinha alterando as paredes com rapidez.
Mesmo com o campo abarrotado de inimigos, Harley não hesitou, continuou esculpindo o terreno, erguendo novas barreiras e formando uma teia intrincada que apenas ele compreendia.
As muralhas erguiam-se cada vez mais altas, atingindo alturas impressionantes, dificultando qualquer tentativa da Guardiã de obter uma visão clara do campo. Mesmo quando alçava voo, a líder das trevas não conseguia localizar seus subordinados ou coordenar suas ações.
A visão do campo de batalha se tornava fragmentada. Cada grupo de inimigos era isolado, incapaz de receber ordens ou cooperar com os demais, tornando seus movimentos desordenados.
Os guerreiros, animais e as várias criaturas desconhecidas feitas de pura sombra, viram-se obrigados a agir por instinto, atacando com violência cega.
Harley estava onde queria: ele havia quebrado a cadeia de comando, despedaçado a influência da líder sombria sobre seu próprio exército. E, enquanto ela lutava para recuperar algum controle, o jovem tinha uma visão completa do campo de batalha e de todas as construções que ergueu.
Com agilidade, Harley investia contra os inimigos que se separavam do grupo, abatendo-os com sua adaga. A cada golpe, a lâmina branca absorvia a energia mágica das sombras, e o brilho na adaga aumentava, iluminando ainda mais intensamente seu caminho.
Algumas criaturas colidiam contra as barreiras, desorientadas, enquanto outras eram arremessadas para trás pelos muros que surgiam de repente, cortando suas rotas de ataque. As sombras restantes tentavam atacar, mas cada uma delas se tornava presa fácil para o jovem guerreiro, que as eliminava com precisão cirúrgica.
O caos era absoluto: sombras erráticas se moviam por corredores que não levavam a lugar algum, presos em becos sem saída que os tornavam vulneráveis.
Com cada grupo isolado, ele se movia rápido, drenando a energia sombria para alimentar sua adaga, como um ceifador colhendo sua recompensa. Era uma colheita abundante, e a lâmina brilhava cada vez mais intensamente a cada ser abatido.
Mas a Guardiã Sombria não estava disposta a aceitar as condições desfavoráveis atuais. Sem conseguir localizar Harley, ela decidiu apostar tudo:
— Dragão, queime-os até as cinzas! — vociferou, sua voz carregada de poder, buscando desesperadamente ser ouvida pelo seu monstro alado que se movia longe de sua vista.
— Brrrrrrr! — O fogo negro que expeliu se espalhou pelo labirinto, quebrando cinco ou seis muros em uma sequência devastadora.
As chamas se espalhavam como uma onda de destruição, e uma larga avenida surgiu entre os escombros. Sem perder tempo, a Guardiã lançou um ataque de energia sombria, ampliando ainda mais a destruição, criando uma passagem clara e finalmente expondo a posição de Harley.
O ritmo da destruição superou a capacidade do jovem de reagir reconstruindo suas defesas. As paredes caíam uma a uma, e ele viu que a batalha estava se tornando cada vez mais desafiadora. Agora, com sua posição revelada, ele se encontrava vulnerável, cercado por uma maré crescente de inimigos.
O dragão avançava, sua fúria aumentando a cada instante, enquanto as sombras fluíam pelas brechas recém-abertas, uma onda de pura escuridão pronta para esmagar o que restava das defesas.
A mulher de pele escura, com uma visão ampla do campo, convocava ainda mais sombras, a quantidade parecia sem fim, e o jovem Ginsu se perguntava se o poder dela tinha realmente algum limite.
Em meio a isso, Harley continuou a lutar, abatendo as sombras que avançavam, cada golpe da adaga cortando o ar e absorvendo a energia dos inimigos. A lâmina brilhava intensamente, mas o número de oponentes era esmagador.
Ele se movia rápido, desviando de ataques que vinham de todos os lados, saltando, girando e se abaixando, aproveitando cada pequena falha dos oponentes para respondê-los com golpes fatais.
Mesmo sob intensa pressão, Harley não estava sozinho. Ivana, aproveitando o isolamento das criaturas, movia-se entre as sombras, atacando com precisão. Ela se esgueirava pelos corredores, suas ondas sonoras derrubavam os inimigos.
Eles trabalhavam em perfeita sincronia e cada grupo abatido por Ivana trazia alívio, tornando o desafio mais manejável e dando-lhe uma pequena, mas crucial, vantagem.
Com os inimigos se aproximando de forma incessante, Harley sabia que precisava retomar o controle do terreno. A presença de Ivana era crucial. Cada sombra que ela eliminava aliviava a pressão sobre ele, permitindo que se concentrasse em outras áreas e que restabelecesse suas defesas.
Cada momento que ela ganhava era uma oportunidade para reconstruir as muralhas derrubadas, restaurando partes do labirinto e criando novos obstáculos que os inimigos teriam que enfrentar.
Harley se movia como se previsse os ataques, seus olhos atentos captando cada detalhe do movimento do dragão e das hordas de sombras.
Ele ergueu novas paredes ao redor de si, criando barreiras que dividiam e isolavam os grupos inimigos. Mesmo sem o domínio total do campo como no início, ele ainda conseguia retardar o avanço.
O dragão e a Guardiã, no entanto, não davam trégua. A fera continuava lançando seu fogo negro, enquanto a mulher de pele negra atacava com sua energia sombria, derrubando cada parede nova quase tão rápido quanto elas eram construidas.
A batalha se intensificava a cada momento. As paredes erguiam-se e caíam, o fogo negro do dragão queimava tudo em seu caminho, mas Harley se movia, sempre buscando novas formas de usar o caos ao seu favor. Ele sabia que a chave estava em dividir os inimigos, isolá-los em pequenos grupos e abatê-los sistematicamente.
Ivana também continuava sua investida, movendo-se com agilidade, derrubando sombras e reduzindo o número total de inimigos. Nenhum dos dois guerreiros recuava, e o desafio que enfrentavam só os tornava mais determinados.
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