Capítulo 161 - Sergio Romanov, o caçador que não para

“Os sacrifícios necessários são as pedras angulares da vitória. Seja de uma posição, de uma ação ou de uma vida. Sem essa troca, não há progresso, não há vitória, não há futuro.”

— Fragmentos da Libertação, de Nostradamus.

Antes que tudo acontecesse, a perspectiva de Sergio Romanov… 

Sergio Romanov emergiu das penumbras ao lado de Doravan e da Guardiã Sombria, com um sentimento de satisfação. Por muito tempo, ele esperara. Permanecera oculto, à espreita, aguardando o momento certo para se revelar. 

Agora, o palco estava montado, e ele estava finalmente pronto para desfrutar do espetáculo que se desenrolava diante de seus olhos. A vingança estava ao seu alcance.

Enquanto observava a cena caótica ao redor, um sorriso frio se espalhou por seu rosto. Cada detalhe, os corpos destroçados, os exércitos sombrios, e a tensão crescente, contribuía para o êxtase que sentia ao ver o mundo de Harley desmoronar. 

Finalmente, após tanto tempo de preparação, ele estava diante da oportunidade perfeita para derrotar seu inimigo mortal. A batalha final estava iminente.

Sergio, o jovem líder do clã Dragões de Sangue, era uma figura imponente. Com 1,85 metros de altura e com seus cabelos negros sedosos caíam com elegância sobre os ombros. 

Ele estava diferente daquele que Harley conhecera nas batalhas passadas. Não usava mais seu habitual quimono de seda preta com bordados dourados, mas sim uma nova armadura dourada que reluzia à luz do campo de batalha, imponente e ameaçadora.

A armadura dourada, presente de Doravan, parecia transcender o tempo. Com placas intricadamente forjadas que refletiam a luz de forma hipnótica, suas ombreiras se erguiam assemelhando-se a asas dracônicas, enquanto o peitoral ostentava o emblema dos Dragões de Sangue em rubis cintilantes. 

Oferecendo proteção máxima sem comprometer a mobilidade, ela era uma verdadeira fortaleza em movimento.

Junto a Doravan e à Guardiã Sombria, ele integrava uma coalizão devastadora, cujas ambições interligadas se fortaleciam mutuamente.

Sergio sentia o olhar penetrante de Harley, e a confusão no rosto de seu oponente o deliciava. Sentia o impacto de sua presença sobre o jovem Ginsu, que finalmente compreendia o quanto ele havia se transformado. Não era mais o mesmo adversário impulsivo de outrora. 

Agora, lado a lado com o velho cientista e a Guardiã Sombria, o jovem Romanov tinha evoluído, absorvendo os poderes e as ambições de seus aliados. Ele estava mais forte, mais calculista, e pronto para aniquilar seu inimigo de uma vez por todas.

Com Doravan e suas criaturas híbridas de um lado e a Guardiã Sombria comandando um exército de penumbras etéreas do outro, Sergio fazia parte de uma tríade de poder absoluto. 

Cada um carregava ambições que pareciam incompatíveis, mas juntos formavam uma coalizão que não apenas se sustentava, mas se amplificava em ameaça.

No entanto, Sergio compreendia que poder, por si só, não era suficiente. Era a capacidade de se moldar, de abandonar o que é velho e abraçar o novo, que separava os fortes dos fracos. 

Ao lado de Doravan e da Guardiã Sombria, ele não era apenas um aliado. Era uma força em mutação constante, pronta para desafiar qualquer limite.

“A verdadeira morte é a estagnação.” — refletiu, ciente de sua transformação constante.

Ele acreditava profundamente na evolução, na constante transformação que o levava a ser cada vez mais forte. Agora, com sua nova armadura, sua aliança com Doravan e os poderes que havia adquirido, Sergio sentia-se invencível. 

Cada derrota que sofrera no passado, cada fracasso e cada fuga, tudo isso era apenas parte necessária do seu crescimento. E agora, estava pronto para colher os frutos.

O jovem líder dos Dragões de Sangue tinha em mente cada batalha que travara com Harley. Lembrava-se claramente do cerco ao clã da Lâmina Oculta, onde quase conseguira uma vitória definitiva, mas foi forçado a recuar no último momento. 

No deserto, enfrentou o Dragão e os magos de magia temporal, e mais uma vez fora obrigado a se retirar. Cada uma dessas batalhas deixara uma cicatriz em sua alma, alimentando sua raiva, mas também lhe ensinando lições preciosas.

Mas hoje seria diferente. Sergio havia se preparado meticulosamente para este momento, sem repetir os erros do passado. Desta vez, tomara todas as medidas necessárias para assegurar sua vitória. 

Não havia mais espaço para falhas. Viera pessoalmente, decidido a cortar a cabeça de Harley e, a pedido de Abaddon, recuperar a Adaga Negra, o artefato que era a chave para os planos de seu mestre. A destruição do inimigo, no entanto, seria o verdadeiro prêmio, o momento pelo qual ansiara durante todos esses anos.

O ódio que o filho do líder do clã Dragões de Sangue sentia por aquele jovem era intenso, um fogo que nunca se apagava. Ele vivia para essa vingança, e sabia que, em diversas ocasiões, essa paixão o cegara, levando-o a cometer erros que custaram caro. 

Sergio também reconhecia que essa mesma raiva era sua força. Era o combustível que o empurrava a seguir em frente, a alcançar a perfeição, a triunfar sobre tudo.

Queria mais do que apenas vencer Harley. Queria destruir cada parte de seu inimigo, tanto física quanto emocionalmente. Queria ver o seu rosto se contorcer de dor, ouvir seus gritos enquanto quebrava cada osso de seu corpo. 

Ele desejava sentir o doce sabor da vingança, uma vitória que esperara por tanto tempo.

Sergio Romanov fixou o olhar em seu inimigo, sentindo a raiva fervilhar dentro de si, agora domada. Aprendera a canalizar sua fúria, transformando-a em uma arma precisa.

Ele respirou fundo, absorvendo o momento, sentindo a Energia Sombria que pulsava ao seu redor, alimentando sua determinação. 

“Hoje, tudo será diferente!” — pensou Sergio, os olhos cravados no trio de jovens 

A certeza corria por suas veias como fogo. Desta vez, não haveria escapatória. A visão de Harley, cercado por aliados que pareciam tão frágeis, alimentava ainda mais sua certeza. Ao seu lado, Doravan fez um movimento que capturou a atenção de todos. 

Era o sinal que ele aguardava. A aranha gigante sintética se ergueu, seus movimentos seguidos pelos cadáveres autômatos, enquanto a Guardiã Sombria e sua horda de sombras projetavam uma escuridão avassaladora que parecia devorar a luz ao seu redor.

A dimensão parecia pulsar com a energia acumulada. Os reflexos das luzes nas placas de sua armadura criavam um espetáculo quase hipnótico, mas Sergio não estava distraído. Cada movimento, cada som ao redor, era absorvido por sua mente afiada. Ele tinha o domínio da situação.

Seus olhos encontraram os de Harley novamente, e desta vez havia algo mais ali. Talvez fosse a última fagulha de esperança em seu inimigo, ou talvez fosse apenas a percepção da inevitabilidade. O jovem Romanov não se importava. Ele sabia o que estava por vir, e estava ansioso para terminar o que começara há tanto tempo.

Era o início. Sergio se moveu, sua armadura brilhando como um farol de destruição, enquanto os exércitos ao seu redor se lançavam para sufocar o trio de jovens.

O momento que esperara durante anos finalmente havia chegado.