Capítulo 136 - A nova arma de Harley: uma surpresa inesperada
“A verdadeira força de uma arma não está em seu poder destrutivo, mas na surpresa que ela traz. Inovar no campo de batalha é essencial para a sobrevivência. A surpresa é uma tática que pode transformar uma arma comum em um instrumento de mudança.”
— O Código do Guerreiro Solitário, Verso 17.
O laboratório pulsava com luzes de equipamentos avançados que pareciam chamar atenção por sua complexidade. Harley acompanhava Doravan, imaginando que aquelas ferramentas seriam cruciais. Mas, para sua surpresa, o professor nem sequer olhou para elas, avançando direto para o centro da sala.
Doravan inesperadamente começou a manipular um pequeno artefato em suas mãos. O local preencheu-se por projeções luminosas. Enquanto isso, o jovem Ginsu observava em silêncio.
Cada movimento dele era um lembrete de tudo o que Harley havia perdido. Não era apenas a energia mágica branca ou o controle sobre as dimensões, mas a confiança inabalável que antes o definia.
Envolto por tecnologia que parecia mágica, o jovem não conseguia se encaixar, sentindo-se um estranho em uma realidade que lhe fugia.
Lembranças de sua antiga glória inundavam sua mente: o domínio pleno sobre a energia sombria, as vitórias que pareciam sobre-humanas. Tudo aquilo que um dia fora seu, agora se transformava em um vazio cortante, uma sombra do que ele acreditava ser. Harley não sabia quem era sem seu poder perdido que o definia.
Tentando afastar o peso da introspecção, seus olhos focaram nas armas projetadas por Doravan. Elas flutuavam no ar, detalhadas em hologramas que pareciam mais reais que qualquer lâmina que já havia empunhado.
Cada artefato parecia carregar uma história, com símbolos gravados que indicavam referências a múltiplas culturas e mundos.
— Impressionante, não é? — a voz de Doravan quebrou o silêncio, sem desviar o olhar de seus ajustes — Estas armas são o ápice de gerações de esforço incansável.
Harley assentiu, mas sua mente estava inquieta. Realmente essas armas representam o ápice de séculos de esforço dedicado e carregam o peso de eras de conhecimento. No entanto, apesar de demonstrar interesse genuíno, não conseguiu esconder a inquietação que crescia em sua mente.
— É impressionante — disse ele, tentando manter a voz firme.
Doravan inclinou a cabeça com leveza, fitando o jovem com um olhar que parecia desvendar o que se passava em sua mente.
Harley assentiu, mas sua mente estava inquieta. Ele precisava de mais do que palavras ou armas. Precisava de respostas.
— Por que eu? — o jovem perguntou finalmente — Por que eu fui exposto a essa transformação?
Doravan interrompeu os movimentos das armas que pairavam no ar, o brilho das luzes refletindo em seus olhos.
O velho professor mantinha o objeto à sua frente, o brilho das projeções paradas iluminando seu rosto enquanto ele ponderava cuidadosamente no silêncio das formas uma resposta que pudesse saciar a inquietação de Harley.
— Porque você é único — a resposta veio com um peso calculado — A mutabilidade da sua Energia Sombria é algo que nunca vi antes. Você não foi apenas um receptáculo para o poder. Foi moldado por ele. Isso te torna um catalisador para avanços que podem transformar nosso entendimento sobre as Energias das dimensões.
As palavras de Doravan ecoaram, carregadas de um peso que parecia sublinhar a gravidade da situação. Harley sabia, desde o momento em que sua transformação ocorrera, que algo nele havia mudado para sempre.
Ele não pertencia mais ao mundo que conhecia, mas ouvir aquilo dito com tanta certeza trazia uma sensação de isolamento que ele não conseguia ignorar.
Os olhos de Doravan permaneciam presos nas projeções imóveis, enquanto sua mente navegava por um mar de possibilidades, ciente de que a próxima escolha definiria mais do que um simples momento. Após um momento de silêncio, o professor falou, sua voz carregada de preocupação:
— O mundo não é gentil com o que não compreende. Sua Energia Sombria é algo tentadora… E também instável, mutável, e… perigosa.
— Perigoso para quem? — perguntou o jovem.
Doravan suspirou. Ele parecia medir cada palavra antes de pronunciá-la:
— Para você, antes de qualquer um — respondeu, sua voz baixa, mas firme — Mas também para quem tentar controlá-lo. Sua Energia Sombria é um mistério. É um dom e uma arma. E o perigo, Harley, é que o mundo não hesitará em tratá-lo como tal.
O jovem Ginsu sabia que o professor estava certo. Sua singularidade não era apenas fascinante para os estudiosos, mas também atraente para os ambiciosos. Qualquer um que entendesse o poder de sua energia tentaria tomá-la para si.
— Então… — murmurou, iniciando um frase que não se completou e foi logo interrompida por Doravan:
— Você precisará protegê-la, mas, mais do que isso, precisará dominá-la. Se não fizer isso, ela será um fardo.
Com um gesto rápido, Doravan voltou a fazer as projeções flutuantes girarem no ar, rearranjando-se em uma nova configuração.
— Mas, por ora, você vai precisar de uma arma — declarou ele, cortando o assunto anterior com a precisão de quem sabe o que é essencial.
Harley manteve os olhos fixos nas projeções, agora exibindo uma coleção variada de armas: espadas reluzentes e lanças de design clássico dividiam espaço com armas de formas desconhecidas e intrigantes, cada uma irradiando uma aura que sugeria poderes ocultos e propósitos ainda não revelados.
A estranheza de alguns artefatos o fazia questionar se eram criações físicas ou vislumbres de mentes loucas, mas ele sabia que naquele momento a funcionalidade era mais importante que a curiosidade.
Aquele desfile de armas, uma verdadeira galeria de possibilidades, trouxe clareza aos pensamentos de Harley. Cada peça parecia um elo de uma corrente, um recurso temporário para um propósito maior. Ele estreitou os olhos, deixando a realidade se misturar com seus objetivos.
“A arma escolhida pode ser um passo seguro… uma transição até que eu recupere o verdadeiro poder.” — a ideia percorreu sua mente tal qual uma faísca acendendo um novo propósito.
“O poder das dimensões, aquele que já senti antes, ainda está lá. Só preciso encontrá-lo de novo.”
Enquanto ele se perdia nessa contemplação, as armas se posicionaram com precisão diante dele, divididas em cinco colunas impecáveis, cada uma contendo sete equipamentos.
As projeções suspensas no ar, amplificadas, pareciam reais, oferecendo-lhe a chance de analisar cada detalhe minuciosamente: lâminas que pareciam pulsar com energia, hastes que brilhavam com runas vivas, e formas exóticas que desafiavam a lógica do mundo que conhecia.
Doravan observou o jovem por um instante antes de quebrar o silêncio, sua voz carregando uma urgência controlada:
— Infelizmente, não temos tempo agora para testar o equipamento ideal. Você usa uma adaga, não é?
Harley assentiu em silêncio, seu olhar ainda fixo na multiplicidade de escolhas à sua frente.
Doravan sorriu com um leve movimento dos lábios, a expressão de quem já tem a resposta clara em mente:
— Eu tenho a arma ideal.
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