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    Capítulo 348

    Tradutor: FireFox l Revisor: —

    O corpo celeste descendo do espaço sideral estava causando anormalidades na mana do continente. Como resultado, a gravidade foi perturbada e a força restritiva do mundo se afrouxou. Quanto mais o corpo celeste se aproximava, mais grave se tornava esse fenômeno.

    “…Glitheon.”

    No final do século, Epherene se manifestou. Ela se fixou em um eixo de tempo específico por um curto período de tempo porque agora era o único momento em que ela poderia se libertar das amarras da causalidade.

    “Você pode me ouvir?”

    Epherene olhou para Glitheon exausto e em ruínas.

    “…”

    O olhar de Glitheon era feroz. Seus olhos, tão assustadores e ferozes quanto os de uma fera, eram os mesmos de quando afugentaram a família Luna. Mas agora, Epherene não tinha medo dele. Ela se sentiu um tanto triste.

    “…Sua magia não foi desmantelada, eu adiei por um tempo.”

    Epherene não sabia se serviria de algum consolo, mas mesmo assim, ela explicou. A gigantesca magia que Glitheon incorporou ao custo de sua vida, embora fosse lamentável apenas para Epherene.

    “…”

    Glitheon não disse nada. Suas cordas vocais foram rasgadas? Epherene silenciosamente olhou em volta para as pinturas. As passagens que levam para fora do mundo que Glitheon tentou incendiar. Epherene ainda estava pesquisando como deixar as pessoas escaparem.

    “Mas eu tenho uma pergunta.”

    Sussurrando, Epherene voltou seu olhar para Glitheon.

    “Por que você odiava tanto a mim e a minha família?”

    Pode-se dizer que Yukline e Iliade são rivais, mas Luna não. Para ser franco, era uma relação entre uma fera e sua presa.

    “…eu não odiava- ha.”

    Glitheon sorriu, deixando um rangido.

    “Filho de Luna. Eu não te odiei.”

    Ele olhou para cima inexpressivamente.

    “Então o porque?”

    “…Eu estava com medo.”

    Sua resposta foi honesta demais.

    “Eu pensei que seu talento poderia superar o da minha filha.”

    Epherene esperou que ele continuasse.

    “Eu estava com medo daquilo.”

    Glitheon virou-se para olhar para Epherene com olhos derretidos.

    “Epherene. Você também está sendo usada por Deculein.”

    No entanto, no momento em que ele falou de Deculein, a raiva apareceu em sua voz.

    “Não confie em Deculein, e ele vai arruinar você. Como arruinou minha filha…”

    Arruinar você. O significado do dicionário para arruinar mudou sem o conhecimento dela? Epherene ponderou por um momento, então sussurrou.

    “Qual é o problema? Sylvia fez o que você queria.”

    “…O que eu queria?”

    Epherene sentou ao lado de Glitheon e respondeu.

    “Sim. Sylvia quer ser o sol.”

    O que Glitheon esperava era que ela fosse uma arquimaga que reinasse no céu acima de todos os magos, onde até mesmo a elevada Ilha Flutuante poderia apenas olhar.

    “Ela já se tornou o sol.”

    No entanto, Epherene esticou o dedo e apontou para as pinturas. Ela apontou para as inúmeras pessoas preservadas lá dentro.

    “Assim como a vida não pode sobreviver sem a luz do sol.”

    Havia muita gente que dependia dela para viver. O talento daquela garota era a esperança deste mundo.

    “Sylvia salvará este continente.”

    Disse Epherene. No entanto, Glitheon riu.

    “Você é uma tola. Ambição não é algo assim…”

    -Clique.

    Nesse exato momento, eles ouviram outro descer para se juntar a eles. Epherene assentiu silenciosamente, e Glitheon sabia quem era esse recém-chegado sem olhar.

    Clique, clique.

    Ele poderia dizer de sua abordagem.

    “…Pai.”

    A voz era contundente como sempre, mas era o melhor som do mundo para se ouvir, uma voz pura. Glitheon lentamente fechou os olhos.

    “Muito tempo sem te ver.”

    A expressão de Glitheon afundou novamente. Uma filha que perdeu sua ambição. Um olhar que não combinava com Iliade.

    “Eu não quero isso.”

    Glitheon ficou desapontado com Sylvia, que largou sua família.

    Se fosse você eu conseguiria realizar o meu desejo e o sonho da nossa família. Certamente eu o faria, e nunca duvidei disso.

    “…Você está sendo enganada por Deculein.”

    Glitheon disse, vomitando sangue.

    “Pai.”

    Sylvia não o negou nem o afirmou. Ela não queria se forçar contra a vontade de Glitheon.

    “Fiz as pazes comigo mesmo.”

    Ela acabou de dizer isso.

    “Não com Deculein que matou minha mãe, nem com meu pai que comprou sua inimizade…”

    Sylvia parou por um momento. Os olhos fechados de Glitheon se abriram lentamente.

    “No final, eu só tive que me reconciliar comigo mesmo. Não havia necessidade de culpar ninguém.”

    Sylvia aproximou-se de Glitheon e sentou-se ao seu lado. Ela colocou a mão no peito dele.

    “…Então.”

    Sua voz ainda era seca, mas seu coração era suave como o mar. Cintilou como a luz das estrelas.

    “Você não pode se reconciliar assim também?”

    “…”

    Glitheon caiu na gargalhada novamente.

    “Hahaha.”

    No final de sua vida, o pedido sincero de sua filha. Sylvia desejava que ele abandonasse essa ambição.

    “Não.”

    Mas Glitheon balançou a cabeça. Antes de ser o pai de Sylvia, Glitheon era o chefe da Iliade.

    “…Eu não acho que posso fazer isso.”

    Glitheon olhou diretamente nos olhos de Sylvia. Ele olhou com ressentimento para os olhos dourados de uma criança que ele havia confundido com ser mais Iliade do que qualquer outra pessoa.

    “Ainda estou desapontado… muito desapontado, minha querida.”

    O coração de Glitheon ainda tremia em chamas. No entanto, ao ver o pai assim, Sylvia sentiu-se orgulhosa.

    “Sim eu entendo.”

    Ela passou os braços em volta de Glitheon.

    “Porque é você.”

    “…”

    …Eles ficaram em silêncio. Glitheon e Sylvia se entreolharam sem dizer uma palavra.

    — Craque.

    Glitheon lentamente percebeu a razão pela qual Epherene disse que Sylvia já havia se tornado o sol.

    “…Sim.”

    Era muito diferente do que Glitheon esperava, muito estranho para caber em um descendente da Iliade, muito deficiente e infinitamente patético.

    “Você se parece com ela, não comigo.”

    Glitheon admitiu isso. Ela não era da linhagem dele ou de Iliade, mas filha de sua mãe.

    “…Sim.”

    Sylvia também aceitou. Ela não soltou a mão de Glitheon.

    “E… Sylvia.”

    Glitheon fechou os olhos. Aquele corpo quebrado e mente exausta agora estavam atingindo seu limite. Mas antes disso, antes do fim de sua vida…

    “Eu realmente a amava.”

    Para inflamar suas ambições, Glitheon matou sua esposa, mas isso não significava que ele não a amava. No entanto, a ambição prevaleceu sobre o amor.

    “Então, Sylvia…”

    Glitheon sorriu. Ele continuou a falar devagar, mastigando cada palavra.

    “Estou decepcionado com você por sua falta de ambição, mas…”

    De repente, as pupilas de Glitheon escureceram. Seu cabelo loiro se desfez em cinzas. No entanto, ele não soltou a mão de Sylvia.

    “Eu ainda, mesmo neste momento…”

    …Eu te amo.

    Ele deixou esse testamento para trás.

    — Craque…

    Em algum lugar, um fogo queimava no coração de alguém.

    * * *

    Cada vez que Julie brandia sua espada, um vento frio se elevava e passava por ela. A magia do inverno diminuiu lentamente. Os sacerdotes do Altar, Syrio e Jaylon dificilmente poderiam romper os territórios zero absolutos que Julie havia manifestado. Eles não conseguiam nem chegar perto o suficiente.

    Dessa forma, ela protegeu o caminho que leva a Deculein. Mesmo enfrentando centenas, ela não recuou. No entanto, um ataque repentino não poderia ser permitido. Os inimigos estavam tentando provocar Julie e levá-la para fora. Eles deliberadamente mostraram lacunas para atrair um ataque.

    No entanto, o objetivo de Julie não era atacar. Ela apenas guardava. Até que o cometa caia e seu corpo fique sem tempo. Até que sua alma morra e sua mana se dissipe…

    Julie se sentia feliz a cada segundo que ganhava. Se ao menos ela pudesse ganhar um extra assim. Só com isso, ela estava indescritivelmente feliz.

    Clank-!

    Toda vez que ela empunhava sua espada e liberava mana, seu corpo se despedaçava ainda mais, mas ela não se importava. Era seu desejo morrer assim.

    Claaank-!

    Julie desviou a espada de Jaylon e congelou a lâmina de Syrio. Sua batalha ainda estava acontecendo…

    “Eu não acho que podemos romper.”

    Disse Syrio. Jaylon coçou a nuca com um olhar ligeiramente mal-humorado.

    “Eu sei. É uma parede de ferro.”

    Julie agarrou a espada com as duas mãos. Por mais que lutassem, não conseguiam passar. Nem esgrima nem magia funcionaram. O que quer que eles tentassem, ela congelaria imediatamente.

    “Eles disseram que a imperatriz entrou no farol.”

    Enquanto isso, mais más notícias chegaram dos padres. Syrio exibiu um sorriso suave.

    “Oh meu Deus. Se não conseguirmos passar por isso, seremos mortos pela imperatriz.”

    “Hmm… sim. Essa morte é o caminho da fé?”

    Jaylon deu de ombros e murmurou. Os dois pareciam indiferentes mesmo antes de sua morte.

    “Hmm… mas você sabe, Jaylon.”

    Syrio colocou a espada em seu ombro e olhou para Jaylon.

    “Por que você se voltou ao Altar?”

    Era uma pergunta inocente. Eles sabiam desde o início que o fim, o desejo de Quay, seria destruído.

    “… Por que você está perguntando isso? Existe uma razão para a religião?”

    Jaylon respondeu dessa forma. Syrio franziu a testa e mexeu no queixo, mas sorriu e acenou com a cabeça.

    “De fato.”

    Não havia razão para a fé. Assim como a fé de Julie, protegendo Deculein agora, não havia nenhuma razão especial para a deles em servir Quay. Afinal, acreditar na fé significa acreditar em si mesmo.

    “…Então.”

    Syrio novamente soprou sua mana em sua espada. Jaylon e os outros padres seguiram seu exemplo.

    “Se voltarmos e morrermos, não há nada que possamos fazer sobre isso, certo?”

    Espada Rápida Syrio. Um sorriso frio se espalhou por seu rosto claro.

    “Não temos escolha a não ser romper pela frente.”

    * * *

    Claaaank—!

    Cacos de gelo espirraram e mana e energia escura se misturaram. Por ela, Lia subiu a escada que Sylvia havia desenhado. Ela se escondeu, dando um passo de cada vez até chegar ao topo do farol.

    -Gole.

    No final da escada havia uma pequena porta rústica. Ela fez uma pausa para considerar o que estava além.

    Creak—!

    A porta se abriu enquanto ela pensava. Lia e as crianças tremeram e ouviram uma voz.

    “…Você veio.”

    Era de Deculein. Ele estava sentado, servindo vinho em uma taça antiquada.

    “Yuli.”

    Quando ele a chamou, parecia que ela havia sido esfaqueada no coração, mas Lia se forçou a parecer calma. Ela se aproximou.

    “… Ufa.”

    E ela respirou fundo. Ela ainda tinha algumas suspeitas sobre Deculein. Até mesmo a flor azul em sua mesa agora, o miosótis, amplificava suas dúvidas.

    “O que você vai fazer?”

    Deculein franziu ligeiramente a testa e Lia preparou o ‘método’.

    O método era simples. Se sua hipótese estivesse correta, Deculein ficaria um pouco hesitante ao ouvir esse nome. Ele seria.

    “…Hm.”

    Lia lentamente abriu a boca.

    “Você sabe.”

    Claro, era mais provável que não. Mas… ela queria que fosse verdade.

    “… Woojin.”

    O nome do cara para quem ela chamava dezenas de vezes por dia.

    “Kim Woojin.”

    Lia fingiu estar louca e gritou o nome do cara que ela mais amava. Agora, ela tinha que ver a reação que Deculein mostraria.

    Nota