Capítulo 22.4 — Saga

Tradutor: Asu | Editor: Asu

Katren, que era o nome do primeiro porto em Kalik, havia sido atacado várias vezes por aqueles que buscavam sua fortuna e seus florescimentos.

Toda vez que era atacado, as defesas de Katren se tornavam mais resistentes, e eles até construíam uma fortaleza em toda a terra.

Blotan, que era filho de Eric, o comandante de defesa de Katren, olhou para a fortaleza com uma expressão dura. Os evacuados que se reuniram lá estavam gritando, dizendo-lhes para abrir os portões.

As muralhas de Katren, que tinham dez metros de altura, eram difíceis para os invasores atravessarem. Os evacuados, que não podiam nem mesmo cuidar de seus próprios corpos, devem ter sentido estarem enfrentando um penhasco.

O número de evacuados era mil. Além disso, havia muitas mulheres, crianças e idosos entre eles.

No entanto, Blotan não ordenou que os portões fossem abertos. Os soldados novatos olharam para os evacuados e Blotan alternadamente enquanto não conseguiam manter a calma e os soldados veteranos apenas fecharam a boca e se forçaram a olhar à distância em vez de abaixo da fortaleza.

Os mortos se aproximavam. Era certo que eles haviam morrido com a “maldição de Hella”, que era a mais aterrorizante entre as epidemias.

Ele não podia abrir os portões facilmente. Os evacuados que não foram controlados foram uma calamidade. Os mortos certamente alcançariam os evacuados, mesmo antes que pudessem acomodá-los e se até mesmo um deles entrasse na fortaleza, o inferno se desencadearia em Katren. E já pode haver algumas pessoas infectadas entre os evacuados.

Os que haviam morrido pelos mortos através da maldição de Hella também cairiam sob a mesma maldição. Como a velocidade em que se espalhou foi realmente como um trovão, se cometessem um erro, estariam acomodando mil pessoas mortas em vez de mil evacuados.

Havia dezenas de milhares vivendo em Katren. Além disso, Blotan era o comandante de defesa de Katren.

“Vá para outro lugar! Não podemos abrir os portões!”

O próprio Blotan sabia que o que ele estava dizendo era um absurdo. Para onde eles iriam quando os mortos estavam logo atrás deles?

Os evacuados que ouviram essas palavras, como se lhes dissessem para morrer, gritaram ainda mais ferozmente. Alguns deles correram em direção ao mar, como se não houvesse resposta. Parecia que eles estavam planejando entrar em Katren, mesmo que tivessem que nadar.

“Isso, assim seria melhor.”

Isso porque os mortos não conseguiam nadar. Eles teriam mais chances de sobreviver então.

Mas não foi fácil. Agora era quando o mar estava mais frio. Além disso, havia muitos que estavam acompanhados por bebês e crianças. Era duvidoso que as crianças pequenas suportassem a natação.

“Prepare-se para lutar.” Blotan ordenou os guerreiros. Eles não estavam atacando os evacuados. Os mortos estavam se reunindo.

Os evacuados atingiram os portões e houve alguns que tentaram subi-lo. Os gritos das crianças atormentavam a cabeça.

Mas foi então que aconteceu.

Uma luz brilhou no céu e todos se viraram para olhá-la reflexivamente. Os evacuados berravam em lágrimas fecharam a boca, como uma ilusão.

Era um belo cisne, coberto de luz azul. O cisne, que parecia mais valente do que gracioso, virou seu corpo para o céu. Então se transformou em uma bela mulher e ficou no céu com dignidade.

“Valquíria!”

“É uma Valquíria!” As pessoas que estavam acima e abaixo da fortaleza gritaram. A Valquíria — Ingrid, que ainda estava coberta de luz azul, olhou para Blotan.

“Eu sou a Valquíria Ingrid. Qual é o seu nome?”

“Eu sou Blotan, filho de Erik.” Blotan olhou para Ingrid e disse com uma expressão endurecida. Blotan encarou o rosto frio e impassível de Ingrid e então ela disse com um tom duro: “Blotan, filho de Erik, Valquíria Ingrid ordena você. Abra os portões e receba os evacuados.”

“Ó!”

“Ó!” Os evacuados aplaudiram. E alguns dos soldados que estavam na fortaleza também levantaram a voz inconscientemente.

“Ma-mas!” Blotan gritou apressadamente. Mesmo que fosse a ordem de uma Valquíria, havia ordens que ele deveria e não deveria seguir. A coisa mais importante para Blotan era a segurança e a vida das pessoas que residiam em Katren.

Alguns soldados expressaram preocupação com a resistência de Blotan e alguns dos evacuados começaram a criticar Blotan.

No entanto, Ingrid era diferente. Ela mostrou um sorriso fraco que não tinha sido visto até então.

“Blotan, filho de Erik, você é corajoso.”

Os evacuados ficaram perplexos e mostraram um rosto duro.

Ingrid falava com sinceridade. Não era fácil negar as ordens de uma Valquíria neste mundo onde todos sabiam que Deus e Valhalla existiam. No entanto, ele não estava agindo dessa maneira por desejo egoísta.

Foi por isso que Ingrid gostou de Blotan. Ela disse com uma voz suave, como se o confortasse: “Abra os portões. O que te preocupa não acontecerá.”

Ingrid se virou para olhar para os evacuados. Ela mostrou o rosto digno novamente e gritou: “Humanos de Midgard! Não temas! Mantenham-se na fila com calma! Os Guerreiros de Valhalla vieram para protegê-lo!”

Todos viraram os olhos. Então eles viram um grande navio voador atravessando os mortos. Todos eles prenderam a respiração na grande aparição do navio voador.

“Abra os portões Blotan, filho de Erik.” Ingrid disse por último e Blotan não resistiu mais. Ele abriu os portões do próprio Katren.

“Valhalla!”

“Valhalla!”

“Ó Odin!” Os evacuados gritaram e entraram na fortaleza. Parecia ser porque testemunharam o milagre da Valquíria e dos Guerreiros de Valhalla, já que ninguém estava lutando para entrar primeiro. Então, obviamente, não havia ninguém que fosse esmagado até a morte.

Ingrid soltou um suspiro de alívio e depois se virou para olhar para o campo de batalha e acabou sorrindo inconscientemente.

“É realmente atraente.”

Foi porque era a combinação de um grifo friamente armado e uma grande bandeira do exército.

Ingrid confundiu isso como sendo um sacrifício para a Deusa, em vez de ser uma luta para conseguir mais recém-chegados, e sorriu. Olhando para o quanto ele estava trabalhando, ela também teve o coração de ajudar os outros como aquela que servia a um Deus.

“Olha! O que está na frente é o guerreiro de Idun!”

“Idun?”

“A Deusa da Juventude?”

“A Dama Idun também tem guerreiros?”

Os evacuados e os soldados ficaram confusos e olharam para a direção que Ingrid apontava. Aqueles que tinham boa visão podiam reconhecer que a bandeira do exército tinha uma maçã dourada gravada nela.

“Isso deveria ser suficiente.”

Estava forçando um pouco ele?

Ingrid olhou para as costas de Tae Ho junto com os mil evacuados.

Tae Ho não lutou aleatoriamente, mas verificou o terreno. À primeira vista, parecia uma planície ampla, mas esse não era o caso. Havia vários obstáculos, como pequenas florestas, rios, etc., que impediam seu movimento.

O que Tae Ho tinha que fazer agora era proteger. Era para não deixar que os mortos chegassem aos evacuados.

Tae Ho tirou a Presa Rúnica pela primeira vez em muito tempo. Foi porque o fogo era mais eficaz contra monstros mortos.

“Vamos, Rollo!”

Rolo, que foi arrastado enquanto comia, lutou ferozmente, como se quisesse se juntar aos mortos. Embora ele não usasse seu bico; suas garras eram suficientes.

Os mortos não eram guerreiros. Eram pessoas normais que morreram devido a uma doença. Tae Ho se esforçou a se manter mais frio. Quando um garoto que estava meio podre mostrou os dentes e avançou em sua direção, ele ainda balançou sua espada calmamente.

O fogo que surgiu da Presa Rúnica cobriu os mortos. Quando os guerreiros de Valhalla saltaram do navio voador, eles conseguiram parar o avanço dos mortos, mesmo que houvesse apenas oito deles.

Os guerreiros de Valhalla não se agruparam, mas lutaram dispersos. Como havia mais mortos tentando passar pelos portões, eles tiveram que atacar sem descansar.

Tae Ho criou o quinto fogo com a Presa Rúnica e depois olhou para os mortos com os ‘Olhos do Dragão’. Era para entender quantos havia, mas ele viu uma coisa inesperada.

Ele viu letras verdes muito pequenas entre as letras vermelhas, como se estivesse coberto por elas. Após se concentrar mais, ele viu que havia pessoas se defendendo em cima de uma casa quebrada. Eles estavam enfrentando os mortos que estavam se reunindo em sua direção.

“Capitã Siri! Os confiarei a você!”

“O quê?!”

Siri, que estava disparando sua besta e balançando sua espada sem descansar, virou-se para olhar para Tae Ho. Tae Ho apenas olhou para a distância sem explicar e depois partiu com Rollo.

Siri não sabia o que Tae Ho pretendia fazer. Mas ainda escolheu confiar nele. Ela lutou mais ferozmente para defender sua posição, que se tornou duas vezes maior.

Tae Ho contou o número de mortos. Embora Rollo fosse rápido, eles ainda estavam longe. Parecia que os que estavam cercados seriam encurralados pelos mortos a qualquer momento.

Ele teve que aumentar sua velocidade. Como ele já estava usando «Aquele que Controla Dragões» e a «Investida do Guerreiro», ele só tinha mais um método para usar.

“Rollo! Desculpa! Eu ainda não conseguia testar isso em outro ser!”

Rollo vacilou quando Tae Ho gritou. Embora não pudesse entender o que estava dizendo, essas palavras eram realmente sinistras.

“Se não der certo, assumirei a resp… Vamos lá!”

Tae Ho não conseguiu terminar de dizer que assumiria a responsabilidade. Rollo queria gritar com ele para explicar corretamente, mas não conseguia falar em primeiro lugar, e além disso Tae Ho era mais rápido.

Tae Ho ativou sua Saga. Então uma decoração de penas apareceu na cabeça de Rollo, assim como o que havia acontecido com Adenmaha. A bênção de Idun e a força de uma Valquíria foram adicionadas a Rollo.

Rollo estremeceu enquanto aumentava sua velocidade. Tae Ho se virou para olhar para Rollo com ‘Os Olhos do Dragão’.

Ele ficou feliz. Tae Ho riu alegremente e Rollo soltou um rugido que era como uma maldição e voou com mais força.

A distância encurtou em um piscar de olhos. Tae Ho chegou ao pico da casa quebrada e então balançou sua espada para queimar os mortos que estavam escalando-a. Olhando mais de perto, ele podia ver que os que estavam presos eram uma bela mulher e três crianças.

“Você está bem?!”

“E-eu estou bem!” A mulher, parecida com uma donzela de escudo, e que estava lutando ferozmente para proteger as crianças, gritou. Era uma mulher de cabelos negros, o que raramente era visto entre os vikings. Tae Ho podia ver o quanto ela havia sofrido apenas olhando para seu escudo semidestruído e sua armadura suja.

Tae Ho balançou sua espada mais uma vez e pousou Rollo em cima da casa. Ele fez as crianças, que estavam usando roupas de alta qualidade, embora um pouco rasgadas, montarem em Rollo e depois se virou para olhar para a mulher.

“Vá em frente, o grifo vai levá-la para a fortaleza.”

A mulher mostrou uma expressão distraída nas palavras de Tae Ho. No entanto, ela então bateu as bochechas e perguntou apressadamente: “E o s-senhor guerreiro?”

Embora Rollo fosse grande, ele não podia transportar três crianças e dois adultos. Após fazer a mulher montar nele, Tae Ho teve que inevitavelmente ficar para trás na casa.

No entanto, Tae Ho balançou a cabeça como se dissesse a ela para não se preocupar e enfatizou a coisa mais importante.

“Eu sou o guerreiro de Idun.”

“E o s-senhor guerreiro de Idun?!” A mulher disse novamente com um rosto perplexo. Ele gostou do fato de que ela se preocupava com o benfeitor que a salvou em vez de fugir primeiro e também que havia protegido as três crianças quando era até difícil se proteger.

No entanto, não houve tempo para explicar cada detalhe e foi embaraçoso continuar falando nesse tom de atuação. Por causa disso, Tae Ho apenas colocou os lábios na testa da mulher, que ainda tinha traços infantis, em vez de explicar mais.

“Deixe a bênção de Idun acompanhá-la.”

Como havia usado o poder de um Deus, uma luz dourada brilhou na testa da mulher por um momento. Ela olhou para Tae Ho com um rosto realmente surpreso, mas depois corou e assentiu com a cabeça. Ela apressadamente pegou Rollo e pegou as rédeas.

“Vá Rollo!”

“Eu estarei esperando por você na fortaleza! S-senhor guerreiro de Idun!” A mulher gritou com uma expressão emocionada e as crianças atrás dela também gritaram algo. Enquanto apenas Rollo usava uma expressão insatisfeita, Tae Ho acenou com a mão uma vez e se virou para olhar para os mortos.

Na verdade, escapar não foi tão difícil. Ele poderia simplesmente se transformar em um falcão.

Mas ele já havia entrado nas profundezas da floresta. Avançar em direção à fortaleza e se livrar dos mortos ao mesmo tempo também seria de ajuda para os outros guerreiros.

Tae Ho foi acompanhado por relâmpagos e tempestade e pulou pela casa. Ele espalhou fogo com a Presa Rúnica e atacou entre os mortos. Ninguém poderia parar Tae Ho, como se realmente tivesse se tornado a história original da saga.

E havia olhos que estavam olhando para Tae Ho de um lugar distante.

Eram olhos cheios de raiva e ódio, em vez de espanto.