Capítulo 43.1 — Reunidos

O Rei Mágico Utgard Loki duvidou de seus ouvidos.

O Rei das Feras Tiachi havia morrido e seu exército que protegia o caminho que levava ao Templo havia sido rompido.

Foi algo que ocorreu nos arredores de Asgard e essa informação foi trazida pelos remanescentes do exército do rei das feras que mal conseguiu sobreviver.

Eles não sabiam quem foi aquele que matou Tiachi.

E esse fato trouxe um caos maior para o Rei Mágico.

Tiachi foi um dos reis gigantes. Ele não era o mais forte, mas ainda assim, ele também não era fraco. Ele era pelo menos forte o suficiente para entrar nos ranks intermediários ou superiores.

Havia poucas pessoas que poderiam suprimir aquele Tiachi no campo de batalha e matá-lo.

‘Não é o exército de Thor.’

Nem os deuses da batalha como Thor, Uller e Tir. Além disso, também não os guerreiros de rank máximos que foram chamados de os mais fortes de Valhalla como Sigurd e tal.

Alguém.

Mas quem? Havia alguém tão forte entre os guerreiros de rank superior que não havia retornado a Valhalla?

O Rei Mágico fechou os olhos por um momento e organizou seus pensamentos e o gigante da noite Avalt perguntou em seu lugar.

“Fale em detalhes o processo de como o exército do Rei das Feras foi destruído.”

Tiachi tinha saído para caçar uma Valquíria e morreu em vez disso, mas isso não era o mesmo para seu exército. Olhar que um exército de mais de dez mil espíritos malignos foi quebrado significava que eles foram atacados por um exército adequado.

O pequeno gigante Turump, que trouxera a informação de sua derrota, engoliu saliva seca. Foi porque a aura que foi liberada por Avalt o fez sentir falta de ar, mas também porque havia outro problema no que ele iria relatar.

“Aquilo….. rolou.”

“O quê?”

Avalt perguntou de volta inconscientemente. E o Rei Mágico, que estava organizando seus pensamentos, também abriu os olhos por reflexo.

“Você acabou de dizer que rolou?”

O gigante do mar Grund, que era outro dos Cinco Dedos, e estava ao lado do Rei Mágico falou como se rosnando. Turump começou a falar apressadamente com sua atitude que não o perdoaria se ele estivesse falando bobagem.

“É a verdade. Dizem que um enorme dragão negro apareceu e começou a rolar no campo de batalha.”

Um dragão que tinha cem metros de comprimento.

Era um absurdo completo, mas Avalt decidiu ouvir Turump por enquanto. Era porque, fosse difícil ou fácil de imaginar, se um dragão daquele tamanho realmente rolasse no campo de batalha, teria sido como uma verdadeira catástrofe.

“E o exército deles? O dragão negro estava sozinho?”

Grund franziu a testa quando Avalt perguntou. Seus olhos estavam implicando que ele acreditava naquele absurdo. Mas Avalt apenas olhou para Turump. Ele disse com uma voz que conseguiu espremer.

“Eles dizem que não havia nenhum. Valquírias e guerreiros de Valhalla apareceram e resgataram as Valquírias que o Rei das Feras havia capturado….. mas acho que mal chegavam a vinte, não eram muitos.”

Turump era apenas um enviado e não uma testemunha.

O Rei Mágico fechou os olhos novamente. Ele perguntou algo mais importante do que imaginar o dragão negro rolando no campo de batalha.

“Para onde foi o dragão negro?”

Se fosse um dragão tão grande, seria fácil chamar sua atenção, mesmo que não quisesse. Você seria capaz de saber facilmente, pelo menos, em que direção ele se dirigiu.

Mas Turump deu uma resposta inesperada.

“Não se sabe. Eles dizem que desapareceu quando a batalha terminou, assim como quando apareceu.”

Aparecendo como um fantasma.

“Um dragão negro.”

O Rei Mágico falou em voz baixa. Ele conhecia todos os dragões que viviam em Jotunheim, mas não conseguia entender facilmente qual dragão era o que destruiu o exército de Tiachi.

“Como era o dragão negro?”

Avalt perguntou na hora e Turump respondeu apressadamente.

“Eles dizem que tinha quatro chifres e quatro pares de asas. Estava coberto com um veneno forte e também cuspiu um veneno forte enquanto rolava.”

O Rei Mágico franziu a testa. Nenhum dragão com a descrição que Turump havia dado existia em Jotunheim.

‘Não é só em Jotunheim.’

Não havia tal dragão nem mesmo em Svartalfheim e Nidavellir. Além disso, houve muitos casos em que a natureza do dragão era má. Por causa disso, era ainda mais estranho para um dragão tão grande e forte ficar do lado de Asgard.

“É um aviso urgente!”

Outro gigante gritou apressadamente e veio correndo. Era um gigante que tinha o mesmo papel de enviado como Turump.

Havia uma grande possibilidade de que a informação que ele trouxe fosse muito importante, visto que o gigante veio correndo mesmo quando o Rei Mágico estava com outro enviado.

“Fale.”

Assim que o Rei Mágico lhe deu permissão, o gigante que estava ofegante e respirando rudemente começou a falar apressadamente.

“O exército que foi despachado em Niflheim foi aniquilado e o Rei Atacante Hrumbak também morreu.”

O Rei Mágico só conseguiu abrir os olhos amplamente neste momento. O chocado Grund gritou e perguntou.

“Você está dizendo que o exército de Hela destruiu o exército do Rei Atacante? Meros espíritos mortos?!”

Era algo difícil de imaginar.

Niflheim era um lugar onde as almas que não podiam ir para Valhalla se reuniam. Isso significava que não era excessivo dizer que não havia um guerreiro adequado naquele lugar.

Claro, a história mudou quando eles se tornaram numerosos. Não havia guerreiros excepcionais que pudessem entrar em Niflheim, mas também não significa que não havia guerreiros de forma alguma.

Mas ainda havia um limite.

O exército que foi despachado para Niflheim não era apenas composto por espíritos malignos. O forte exército de gigantes liderado por Hrumbak estava com eles.

Mas como um mero exército de espíritos mortos poderia destruir o exército de Hrumbak?

Além disso, vendo que os avisos foram transmitidos apenas agora, havia uma grande possibilidade de que seu exército tenha sofrido danos próximos ao extermínio.

O rugido que Grund soltou fez o gigante à sua frente encolher os ombros. Ele abriu apressadamente a boca para direcionar sua raiva para outra direção.

“Di-dizem que tiveram ajuda. Dizem que aquele que destruiu o exército do Rei Atacante não foi o exército dos mortos, mas um dragão negro.”

Um dragão negro.

Turump ficou surpreso e virou-se para olhar o gigante. Grund, que estava rugindo até agora, cerrou os dentes e olhou para Avalt.

Avalt permaneceu calmo. Ele ficou ainda mais frio ao ouvir a palavra “dragão” e ordenou ao pequeno gigante:

“Me conte em detalhes.”

Sua voz baixa e calma também influenciou o pequeno gigante. O gigante que também recuperou a calma começou a descrever a sequência.

“Dizem que antes do exército começar a batalha contra o exército dos mortos, um dragão negro apareceu e atacou o exército do Rei Atacante. Tinha quatro chifres e quatro pares de asas e estava coberto com um veneno forte.”

Foi o mesmo dragão que destruiu o exército de Tiachi.

“Rolou?”

Grund perguntou. O pequeno gigante piscou com a pergunta repentina e essa reação fez Grund explodir mais uma vez.

“Eu perguntei se rolou!”

“S-sim. Dizem que um dos dragões negros rolou no campo de batalha!”

Um dragão negro rolando no campo de batalha.

Certamente era o mesmo dragão. O dragão que destruiu o exército de Hrumbak e o exército de Tiachi eram o mesmo dragão.

Mas isso não foi tudo. Avalt não ficou apenas enfeitiçado com a palavra ‘dragão negro’. Ele pegou outra informação importante que estava escondida no relatório do gigante.

“Um dos dragões negros? Você está dizendo que havia mais?”

Grund também ficou surpreso e se virou para olhar para o gigante. O pequeno gigante respondeu apressadamente.

“Eles dizem que havia cerca de uma dúzia de dragões, mas apenas dois deles lutaram diretamente. Havia mais de dez dragões no céu.”

Dragões negros que somavam uma dúzia.

Se você levasse em conta a força que cada dragão tinha, eles eram um número que poderia ser chamado de exército de dragões.

Mas o Rei Mágico compreendeu uma verdade no momento em que ouviu a história.

Havia uma grande probabilidade de que os dragões no céu fossem ilusões. Apenas os dois que lutaram diretamente eram reais.

“Hrumbak morreu pelo dragão negro?”

O gigante respondeu imediatamente com a resposta do Rei Mágico.

“É o que dizem. Mas… Eles dizem que quem fez o último ataque foi alguém montado nele.”

Alguém montado no dragão negro.

Alguém que pudesse controlar aquele dragão negro.

Eles não conseguiam encontrar uma resposta facilmente e nem conseguiam adivinhar a identidade do dragão negro.

Mas foi naquele momento. O gigante veio com uma pista que ele nem tinha pensado.

“Dizem que a ilusão de uma enorme macieira dourada apareceu no meio do campo de batalha quando o Rei Atacante Hrumbak morreu.”

Era tão absurdo quanto a história do dragão rolando no campo de batalha.

Para a ilusão de uma macieira dourada aparecer enquanto eles estavam lutando.

Mas esse não foi o caso do Rei Mágico e também de Avalt e Grund.

E havia outra pessoa.

Loki, que estava pendurado nas paredes do castelo, mostrou um sorriso. Ele riu mesmo que estivesse prestes a morrer. Ele soltou uma risada clara que surgiu do fundo de seus pulmões.

Grund olhou para aquele Loki e o Rei Mágico olhou para ele com olhos frios. Loki recebeu esses olhares com alegria.

Aquele que representava a macieira dourada.

Havia realmente poucas pessoas que faziam isso enquanto lutavam, mesmo em Valhalla. Não, não eram poucos, mas havia apenas uma pessoa.

“O guerreiro de Idun.”

Ele não estava morto. Ele sobreviveu. E esse fato fez Loki perceber mais uma verdade.

Odin também estava vivo. Odin estaria vivo com certeza.

O Rei Atacante que atacou Niflheim estava morto.

O Rei das Feras Tiachi, que estava bloqueando o caminho que levava ao Templo, também morreu.

Isso não era algo que terminaria apenas com a morte de dois gigantes.

Niflheim se moveria para ajudar Asgard.

E o Templo despacharia reforços, sejam eles pequenos ou grandes em número.

Mas isso não foi tudo. Havia mais um fato que era uma coisa terrível para os gigantes.

O guerreiro de Idun, que havia destruído o exército do Rei Atacante e do Rei das Feras, estava em excelente condição.

Ele apareceria novamente controlando aquele dragão negro.

E aconteceu como eles esperavam.

As tristes notícias do Rei Atacante e do rei das Feras eram apenas o começo.

Se você olhasse para os gigantes de outra perspectiva, eles também pertenciam à categoria animal. Por isso, era importante comer, dormir e fazer suas necessidades como qualquer outro animal.

Asgard era uma terra bastante problemática para o exército invasor.

E a razão para isso era simples. Foi porque, em comparação com sua vasta terra, havia muito poucas pessoas morando nela.

O número de aldeias e cidades era muito pequeno e isso significava que quase não havia adversários para saquear.

Claro, alguns deles foram capazes de serem auto-suficientes, porque havia grandes florestas perto deles, mas era impossível fornecer suprimentos estáveis para os espíritos malignos que totalizavam cem mil e os gigantes que comiam dez vezes mais do que os humanos.

Por causa disso, os Gigantes montaram uma rota de abastecimento de forma longa e complicada. De Jotunheim às linhas de frente, e as linhas de frente a Valhalla e pontos importantes dela.

E agora, uma das rotas de abastecimento estava queimando. A fumaça preta que surgiu com as chamas vermelhas era uma visão realmente terrível.

Mas ainda havia algo de bonito nisso.

A ilusão de uma macieira dourada.

Os guerreiros de Valhalla, que haviam incendiado o local, aplaudiram enquanto estavam sob a fumaça. Não era exagero dizer que a ilusão da macieira já era um símbolo do contra-ataque.

Rasgrid, que estava de pé na frente depois de derrotar os gigantes e espíritos malignos, largou a espada e olhou para a macieira dourada. Precisamente falando, ela olhou para o guerreiro de Idun que estava parado no centro da ilusão.

Ele era confiável. Ela sentiu uma parte dela relaxar quando olhou para as costas dele.

Desde quando era assim?

No início, ele era apenas um guerreiro de rank mínimo que tinha um lado especial nele.

Rasgrid mostrou um sorriso caloroso que não combinava com seu apelido de princesa do gelo e então uma voz contundente foi ouvida ao seu lado.

“Você não pode. Já existem muitas.”

“Certo, certo. Você não pode. Muitas. Mas quantas?”

Elas eram Adenmaha e Nidhogg, respectivamente.

Comparado a Nidhogg, que estava perguntando puramente enquanto inclinava a cabeça, os olhos de Adenmaha estavam misturados com franqueza, ânsia e carinho de uma mulher que se apaixonou, mas também constrangimento.

Rasgrid acabou rindo inconscientemente.

“Esse não é o caso.”

Portanto, não há necessidade de se preocupar. Ela estava apenas feliz e grata por poder estar junto com o grande guerreiro diante de seus olhos.

Adenmaha soltou um suspiro de alívio em seu constrangimento quando ouviu a resposta de Rasgrid. Ela se sentiu mais envergonhada do que quando disse a Sigrun que não poderia fazer isso.

Mas foi naquele momento.

Um grupo de pessoas corria para os guerreiros que queimavam a rota de abastecimento. Eles se reuniram e chegaram a este lugar depois de verem as chamas, a fumaça negra e a macieira dourada que surgiu no meio de tudo isso.

“Sigrun! Gudrun!”

Adenmaha abriu os olhos amplamente e gritou. Era porque havia pessoas realmente familiares entre o grupo que corria em direção a eles.

“Sênior Adenmaha!”

Sigrun e Gudrun também reconheceram Adenmaha, mas não estavam sozinhas. Os guerreiros de rank mínimo da legião de Idun que haviam saído para defender a retaguarda estavam atrás das duas.

Nidhogg decidiu se sentir feliz sem saber do que se tratava, pois Adenmaha também estava se sentindo feliz.

Esse tipo de reagrupamento não foi o primeiro.

Tae Ho atacou as pequenas bases dos gigantes e as rotas de abastecimento e exibiu a macieira dourada. Não era apenas para afirmar que o guerreiro de Idun tinha vindo para pegar os gigantes.

O sinal enviado para os guerreiros de Valhalla.

Um símbolo apelando para os sobreviventes se reunirem.

Haviam vários sobreviventes reunidos em todos os lugares. Por causa disso, uma ocorrência estranha de que suas forças aumentavam toda vez que lutavam estava acontecendo.

As Valquírias que foram resgatadas de Tiachi anteriormente também levantaram suas armas. Já havia vinte Valquírias no exército de Tae Ho e o número de guerreiros chegava a cem.

Adenmaha, que sentia alegria com o reencontro, virou a cabeça. E Rasgrid, que estava olhando para Adenmaha com olhos quentes, também fez o mesmo.

Foi porque havia alguém voando em direção a eles apressadamente.

Era uma Valquíria que se transformou em um cisne. Tae Ho dissipou a ilusão e pousou no chão quando sentiu sua aproximação. O cisne também pousou quase ao mesmo tempo que Tae Ho e se transformou em uma mulher. Não era outra senão a Valquíria Hrist da legião de Hermod.

“Comandante de Idun, o exército dos gigantes está se aproximando. É a força que o rei gigante Tauchi está liderando pessoalmente.”

Porque os guerreiros de Valhalla não seriam os únicos que viram a rota de suprimentos ser queimada.

Tae Ho assentiu. Ele então olhou para as Valquírias e guerreiros que haviam se reunido e estavam esperando por suas ordens e ordenou com um rosto renovado.

“O inimigo está vindo. Faremos como fizemos até agora. Retirada tática.”

Eles não lutariam e sim recuariam.

Os guerreiros de Valhalla também começaram a sorrir como Tae Ho com sua ordem. As Valquírias também levantaram suas vozes.

“Retirada tática!”

“Retirada tática!” 

Eles não lutariam. Executariam um ataque de guerrilha contra os gigantes que eram mais lentos em comparação com eles.

‘Maldito. Você é como um peixe que entrou em um lago.’

‘É uma tática básica de ataque e fuga.’

Tae Ho respondeu a Cu Chulainn com prazer e recuou primeiro. Ele estava agora escapando do inimigo, mas Adenmaha e as Valquírias exclamaram ao ver sua aparência viril, o que foi o mesmo para os guerreiros de Valhalla.

“Guerreiro de Idun!”

Tauchi soltou um uivo quando chegou um pouco depois. Tae Ho ouviu seu uivo enfurecido de longe e sorriu.

Cinco dias desde que ele derrotou o Rei das Feras Tiachi.

Tae Ho estava esperando pelo momento.