Capítulo 43.2 — Reunidos
“Por Asgard e os nove reinos!”
“Por Asgard e os nove reinos!”
“Wahaha!”
Os guerreiros que estavam reunidos em um só lugar riram e levantaram suas bebidas. Houve muitos que não desfrutaram de um momento como este desde que a invasão dos gigantes sobre Asgard começou.
O lugar onde os guerreiros de Valhalla estavam se banqueteando era uma das bases escondidas de Asgard. Elas foram feitas no caso de Asgard ser tomada e também serviu como abrigo, pois estava localizada no subsolo.
“Guerreiros, abaixem um pouco a voz. Será um grande problema se formos ouvidos pelos gigantes.”
Reginleif ficou em cima da mesa e falou com uma voz exagerada. Era uma espécie de piada, mas parecia que funcionava bem ou os guerreiros estavam agindo formalmente, enquanto agarravam seus estômagos e riam.
“Kukuku.”
Reginleif também riu, porque estava de bom humor, pois sua piada havia funcionado. Ela se virou para olhar para os guerreiros e ergueu a caneca de chifre.
“Ei, vamos fazer mais um brinde. O que devemos brindar desta vez?”
Uma resposta voltou assim que ela perguntou. Os guerreiros gritaram em uma só voz, como se tivessem concordado com isso de antemão.
“Por Idun.”
“Pelo guerreiro de Idun!”
Os guerreiros levantaram suas canecas mais uma vez e as Valquírias fizeram o mesmo. Todos naquele lugar se tornaram um e chamaram o nome de Idun.
Foi porque eles não teriam sido capazes de organizar este banquete se não fosse pelo guerreiro de Idun. Eles não teriam sido capazes de se reunir mais uma vez assim.
Adenmaha tremeu levemente com as vozes sinceras dos guerreiros. Ela continuou sorrindo, porque se sentia muito bem.
Era porque ela se sentia feliz que Tae Ho havia sido reconhecido por todos, mas havia mais um motivo. Adenmaha olhou para as duas pessoas à sua frente, e seus olhos se encheram de lágrimas.
“Estou feliz. Vocês ficaram seguras.”
“Você também, Sênior.”
Sigrun e Gudrun, especialmente Gudrun, responderam com os olhos vermelhos como os dela. Sigrun gaguejava, seu rosto vermelho por causa do álcool.
“As almas dos guerreiros que morreram no primeiro dia foram para Valhalla, mas, quanto aos que morreram depois disso, suas almas… a razão para isso foi que Valhalla foi selada.”
Sigrun e Gudrun estavam seguras, mas nem todos os guerreiros da legião de Idun tiveram a mesma sorte.
Cinco de doze.
Esse foi o número de guerreiros que perderam suas vidas sob a liderança das duas Valquírias.
Sigrun fechou os olhos com força. O momento em que os guerreiros enfrentaram sua segunda morte ainda pairava diante de seus olhos.
Não foi uma morte gloriosa e heroica no campo de batalha. A maioria dos guerreiros morreu devido aos desastres naturais gerados pelo Rei Mágico.
É claro, ninguém pensava em desmerecer suas mortes, mas não podiam evitar o sentimento de tristeza. Sigrun sentia medo. O que aconteceria a partir de agora? A felicidade que sentiam naquele dia continuaria?
Adenmaha segurou sua mão e então sorriu, meio boba, quando Sigrun levantou a cabeça reflexivamente.
“Vai dar tudo certo, então não se preocupe. Certo?”
Adenmaha também se sentia insegura, mas ainda assim bateu no peito, e Sigrun acabou rindo disso. Ela assentiu e respondeu que faria isso.
“Mas Sênior, pode apresentá-la novamente?”
Gudrun mudou o assunto com uma voz alegre. Seus olhos estavam direcionados para a bela jovem de cabelos negros que se mantinha colada a Adenmaha desde o fim da batalha.
“Oh, olhe para mim.”
Ela havia esquecido as apresentações, pois a felicidade do reencontro era grande demais. Claro, ela havia dito o nome, mas não precisava parar por aí.
“Esta é Nidhogg, como eu disse antes. Ela é uma Valquíria da nossa legião, então é sua júnior. Deveria dizer que ela é a caçula1?”
Nidhogg piscou enquanto Adenmaha colocava a mão em seu ombro e, então, sorriu feliz.
“Eu gosto de ser júnior.”
Ser uma júnior significava que ela tinha sêniors. Significava que ela não estava sozinha. Por isso, ela gostava muito do som disso.
“Eu sou Nidhogg. O primeiro drag… o segundo dragão do Mestre Tae Ho.”
Nidhogg estava prestes a dizer que ela era o primeiro dragão, mas mudou apressadamente suas palavras quando sentiu Adenmaha olhando para ela.
Adenmaha abraçou Nidhogg mais uma vez porque ela era muito fofa e Nidhogg a abraçou de volta.
Foi uma cena bastante emocionante, mas Sigrun e Gudrun se viraram para olhar um para o outro em vez de sorrir calorosamente. Gudrun franziu a testa e perguntou em voz baixa: “Hum… sênior. Nidhogg é aquele Nidhogg?”
Ela estava se referindo ao dragão negro, Nidhogg.
Adenmaha assentiu.
“Ela é aquela Nidhogg. Ela é muito legal e grande. Mas eu acho que ela é um pouco gorda demais.”
Uma reação voltou instantaneamente quando Adenmaha adicionou algumas palavras estranhas no final.
“Não gorda, nem um pouco gorda. Adenmaha está mentindo. Eu realmente gosto de Adenmaha, mas agora não gosto um pouco dela.”
Nidhogg fez beicinho e começou a resmungar, mas Adenmaha a abraçou um pouco mais forte e sussurrou.
“Mas eu gosto de Nidhogg?”
“Ehehe. Na verdade, eu também gosto de você.”
Nidhogg enterrou o rosto no peito de Adenmaha. Sua postura tornou-se bastante estranha por causa da diferença de altura, mas Nidhogg ainda gostava de ser abraçada assim.
Sigrun e Gudrun piscaram. Adenmaha, que induziu essa situação de propósito, sorriu brilhantemente e deu um tapinha nas costas de Nidhogg.
“Assim como você vê, ela é inofensiva. Não, ela é prejudicial porque ela faz meu coração bater grosseiramente por causa de sua fofura?”
“Sênior, você ainda é a mesma.”
“Verdade.”
Os olhos de Adenmaha se aguçaram quando Sigrun e Gudrun falaram exasperadas.
“Espere, o que isso significa?”
O que isso poderia significar?
Então, quando as duas se entreolharam e estavam prestes a dar uma desculpa…
“Ela é como uma linda flor solitária que floresceu no campo de batalha! Por Siri!”
“Ei! Bracky!”
Bracky ergueu a caneca com um rosto brilhante e Siri gritou com um rosto vermelho.
Os guerreiros de Valhalla riram disso e se divertiram.
“Que barulhento.”
“Realmente. É bom ver isso.”
Tae Ho respondeu às palavras de Rasgrid. Ele estava um pouco preocupado com o futuro de Bracky, pois estava sendo arrastado para um canto pela orelha pela Siri, mas algo realmente aconteceria?
‘Pobre Rolph. Meus olhos são realmente precisos.’
Ele notou isso quando ela soube que ele se parecia com seu irmão mais novo.
Cu Chulainn simpatizou com Rolph e estalou a língua e, enquanto isso, Rasgrid e Tae Ho usavam expressões estranhas enquanto olhavam para Siri chutando a canela de Bracky para fazê-lo desmaiar.
“Eles … são uma boa combinação, né? Esse é o caso, né?”
“Provavelmente.”
Siri arrastou Bracky mais uma vez e foi para algum lugar fora de vista.
‘Ei, persiga-os rapidamente. Ou pelo menos jogue Gae Bolg perto deles. Deixe-me ver algo legal.’
Tae Ho ignorou as bobagens de Cu Chulainn como sempre e se concentrou em Rasgrid. Ela continuou olhando para sua caneca e depois falou enquanto olhava para Tae Ho.
“O próximo despacho é amanhã?”
Eles não tiveram tempo para ficar em um lugar por muito tempo. Tae Ho assentiu uma vez e depois respondeu enquanto pensava no mapa de Asgard.
“Eles também fortalecerão suas rotas de abastecimento, então desta vez estou pensando em encontrar um lugar um pouco mais longe. Também podemos provocar Tauchi um pouco mais. Seria bom se mais caçadores ficassem conosco.”
Havia várias razões pelas quais Tae Ho estava vagando pelos arredores e executando uma tática de guerrilha.
Eles enfraqueceriam o exército do Rei Mágico em torno de Valhalla pelo menos um pouco. Ele faria o exército principal sair e diminuir seus números.
Além disso, ao mesmo tempo, chamaria a atenção para eles. Seria impossível fazê-los se concentrar completamente em seu grupo, mas eles ainda perderiam um pouco o foco.
Tinha sido um sucesso até agora.
Tae Ho diminuiu os suprimentos queimando várias rotas de abastecimento e também fez o rei gigante Tauchi sair. Além disso, os sobreviventes de Valhalla foram adicionados.
Mas isso não foi suficiente.
Os gigantes certamente simplificariam a rota de abastecimento e fortaleceriam seus exércitos a qualquer momento.
Havia também um limite para o número de sobreviventes que eles poderiam reunir de fora.
O efeito colateral do Grande Desastre que o Rei Mágico gerou foi muito maior do que eles imaginavam. Todas as fortalezas nos arredores desmoronaram e muitos guerreiros e Valquírias perderam a vida durante a invasão seguinte dos gigantes.
A razão pela qual Freya selou Valhalla foi porque era a única coisa que ela podia fazer. Ela não tinha outras opções.
Era o sexto dia desde que ele havia retornado a Asgard.
Tae Ho estava esperando o momento certo.
Valhalla ainda precisava de mais tempo…
… Tempo até que Odin terminasse o que estava fazendo fora de Asgard.
… Tempo até que Kaldea, que tinha ido ao Templo, retornasse com reforços.
Tae Ho sabia disso, ao contrário dos outros guerreiros.
Ele sabia que Valhalla não seria capaz de suportar por muito mais tempo. Seria capaz de durar mais alguns dias, no máximo.
“Odin em breve transmitirá boas notícias.”
Rasgrid falou enquanto sorria. Parecia que seu sorriso era falso, mas ela estava se esforçando para fazer Tae Ho se sentir confortável, mesmo que um pouco.
Tae Ho também sorriu, porque Rasgrid também estaria se sentindo desconfortável. Foi bom rir, pelo menos para o outro.
“É claro. Kaldea já teria chegado ao Templo agora, certo?”
“Provavelmente. Honestamente falando, não posso dizer com certeza, pois não sei muito sobre o Templo. Mas acredito que Kaldea estará bem.”
Mudar para outro mundo não era comum, mesmo para as Valquírias. Até mesmo Hildegrid, a Valquíria da legião de Freya, que foi quem trouxe Tae Ho a este mundo, disse que só havia experimentado se mover para outro mundo uma vez.
“Não se preocupe muito. O Templo tem uma aliança de sangue com Asgard desde a Grande Guerra, então eles também enviarão reforços desta vez.”
Tae Ho acenou com a cabeça para as palavras de Cu Chulainn.
Rasgrid, que estava ciente de seus arredores, ergueu a caneca levemente e disse: “Deixe a bênção de Idun acompanhá-la.”
“Deixe a bênção de Idun acompanhá-la.”
Tae Ho também ergueu a caneca e disse as mesmas palavras. Ele pensou em Heda e Idun e bebeu de sua caneca.
A noite se aprofundou.
O Rei Mágico, Utgard Loki, olhou para o selo que cobria Valhalla inteiramente.
Era uma barreira circular que emanava uma luz fraca. Tinha uma estrutura simples que só bloqueava as coisas por fora e por dentro, mas também era bastante resistente. Você poderia dizer que esse era o arquétipo da grande barreira que cercava Midgard.
O Rei Mágico abriu os olhos bruscamente. O selo agora estava enfraquecido na medida em que ele podia vê-lo com os olhos, mesmo quando não usava magia. Provavelmente seria capaz de durar mais quatro dias.
‘Eu não vou ser brincado por você.’
O Rei Mágico ordenou que o rei gigante, Tauchi, perseguisse o guerreiro de Idun, mas ele não pensou mais do que isso.
Foi porque seu objetivo era claro de qualquer maneira. Despejar forças apenas para pegá-lo era uma coisa muito infantil de se fazer.
Uma batalha decisiva em um curto prazo.
Esta batalha não foi de longo prazo. Ele enviaria forças para Valhalla quando seu selo se rompesse e a invadiria. Ele mataria os deuses e guerreiros de Asgard e destruiria completamente as últimas fortalezas.
Depois disso, ele só teve que se reagrupar com Harmarti e enfrentar Thor.
Foi muito doloroso ter as rotas de abastecimento cortadas, mas não se tornou um problema, pois eles ainda tinham suprimentos para mais quinze dias. Além disso, eles seriam capazes de saquear os suprimentos de Valhalla quando a assumissem.
A batalha já havia se inclinado para um lado. O guerreiro de Idun não seria capaz de influenciar muito a batalha apenas executando uma tática de guerrilha.
Mas ainda havia algo incomodando-o.
Uma dúvida permaneceu nele.
‘Como isso aconteceu?’
O guerreiro de Idun não morreu pelo Lobo do Mundo?
Ou talvez, ele tenha confundido o guerreiro de Idun com outro guerreiro.
Era inteiramente possível. Tudo aconteceu em um instante e o Rei Mágico não viu o guerreiro de Idun diretamente. Ele só tinha ouvido o que os outros lhe disseram.
Além disso, também era verdade que ele estava mais focado em Loki e Odin do que no guerreiro de Idun.
“Há uma grande possibilidade de que outro guerreiro tenha morrido em seu lugar naquele dia.”
Era mais natural pensar assim. Foi porque foi ninguém menos que o Lobo do Mundo que o engoliu.
‘Mas…’
Se aquele que havia surgido naquele dia era realmente o guerreiro de Idun…
E se ele ainda estivesse vivo independentemente disso e estivesse executando uma tática de guerrilha…
O Rei Mágico fechou os olhos. Ele só conseguia pensar em um nome.
‘Odin.’
O rei dos Deuses. Ele nasceu com o destino de morrer pelas mãos do Lobo do Mundo, mas, apesar disso, não parou de resistir. Assim, ele era um Deus da Guerra infantil, mas astuto.
Havia também a possibilidade de que ele ainda estivesse vivo.
Mas essa possibilidade era baixa. Isso porque ele já havia sofrido ferimentos graves antes de ser devorado pelo Lobo do Mundo. Talvez, Odin tenha feito com que o guerreiro de Idun escapasse sozinho em sua última luta.
‘Isso é mais provável.’
Era mais provável, pois a aura de Odin havia desaparecido completamente. Até o Lobo do Mundo, que estava ligado a ele pelo destino, tinha certeza de que ele havia desaparecido.
Mas o Rei Mágico não tirava conclusões precipitadas. Ele ainda considerava a possibilidade de que Odin estivesse vivo.
‘Mas isso não mudará muito.’
Mesmo que Odin estivesse vivo e o dragão negro controlado pelo guerreiro de Idun fosse Nidhogg…
Faltavam quatro dias.
Esse era o tempo restante até que o selo sobre Valhalla se quebrasse.
- Em inglês se usa o termo coreano ‘maknae’ que basicamente significa ‘o mais jovem’. Mudei para caçula.[↩]
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