20 Resultados com a tag ‘Período Colonial’
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Capítulo 1 - Vida Miserável
O motorista, um homem negro de cabelo castanho liso, parou o carro junto ao meio-fio e avaliou a cena. Uma mulher sozinha, encostada na parede de uma boate, iluminada pelo néon que piscava irregularmente. Mesmo com a janela fechada, o cheiro adocicado e ácido de álcool chegava até ele, impregnando o ar noturno. — Você é a Jaqueline? — perguntou, mantendo o tom profissional. A mulher ergueu a cabeça com dificuldade, os olhos vidrados. — Aham... — murmurou, a voz pastosa. “Está…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 2 - Chegada no Engenho
A madrugada ainda envolvia o mundo em um manto úmido e frio quando Carlos recuperou a consciência. A primeira sensação foi uma dor latejante na cabeça, seguida pela descoberta de que suas mãos estavam firmemente amarradas por videiras resistentes. Ele estava sendo arrastado pelo cavalo de Joãozinho, seu corpo raspando contra a vegetação rasteira. À frente, Tassi caminhava com os braços presos por um cipó vivo que pareça contrair-se a cada movimento, seguida de perto por Sebastião, montado em…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 11 - Igreja
Carlos, ao ouvir a insinuação de que Pedro poderia ser o dedo-duro, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O ar abafado da senzala, carregado do cheiro de suor e fumaça, pareceu ficar mais pesado. “Não pode ser ele. O Pedro foi a primeira pessoa que me estendeu a mão aqui.” Pedro se aproximou e sentou-se no meio deles. Seus olhos se voltaram para Tassi, suavizando-se. — Então, como está se sentindo agora que finalmente se livrou daquela máscara horrível? — Estou me…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 3 - Vida de Escravo
Os escravos fugitivos, Carlos entre eles, permaneciam amarrados de pé, expostos ao sol inclemente. A luz do meio-dia queimava suas peles e refletia no chão de terra batida, criando um calor que distorcia o ar. Todos haviam sido arrastados para a frente da senzala, forçados a servir de exemplo para os outros cativos que se reuniam aos poucos, sob o olhar vigilante dos capatazes. O senhor do engenho, Jorge, queria marcar aquele dia na memória de todos. Até alguns homens livres da redondeza se…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 15 - Armas
No engenho de Seu Jorge, os dias se arrastavam num ciclo monótono de sofrimento. O ar pesado e doce do caldo de cana se misturava ao cheiro de suor e terra úmida. O estalido seco dos chicotes ecoava com uma frequência dolorosamente familiar, intercalado com os gritos abafados dos escravizados. Enquanto isso, na casa-grande, o cheiro adocicado e enjoativo da cachaça parecia perpetuar a atmosfera de violência. Carlos mantinha sua rotina: o trabalho exaustivo no canavial sob o sol inclemente e as…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 5 - Casa-Grande
Carlos seguiu Jairo em direção à casa-grande, seus pés afundando na terra fofa do caminho. A construção erguia-se imponente contra o céu azul. Aos seus olhos, a casa era rústica, mas inegavelmente luxuosa, como uma mansão saída de um romance de época. A madeira escura da estrutura contrastava com as janelas brancas e bem cuidadas. Um cheiro leve de terra molhada e flor de laranjeira pairava no ar. Ao atravessar a pesada porta de madeira, Carlos foi envolvido por uma penumbra fresca e pelo…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 12 - Vítima
O sol já se punha, tingindo o céu de laranja e roxo, quando Carlos despertou. Ele havia passado a tarde toda deitado de lado em sua cama de terra batida na senzala. Mesmo com a pomada mágica do padre, uma sensação latejante e quente persistia sob sua pele, uma lembrança dolorosa da manhã. O ar dentro da senzala era pesado, carregado de cheiro de suor e terra. Não conseguira fazer outra coisa a não ser adormecer, e só despertara com o burburinho distante da hora da janta. Esfregou os olhos,…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 13 - Papisa - Parte I
O primeiro raio de sol mal havia rompido o horizonte quando Carlos despertou, mas sua mente já estava pesada, revirando a conversa da noite anterior com Tia Vera. A imagem dos olhos vermelhos de Dona Alice e das marcas roxas em seus braços pálidos dançava em sua mente, alimentando um caldeirão de ódio silencioso. O ar úmido e pesado da senzala, carregado do cheiro de suor e terra, parecia ecoar sua impotência. “No fim das contas” pensou, com uma amargura que deixava um gosto amargo na boca…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 14 - Papisa - Parte II
O escritório da Papisa Paula era um refúgio silencioso, onde o único som era o sussurro das páginas sendo viradas. O ar carregava o cheiro envelhecido da tinta, do papel antigo e da cera de abelha das velas que iluminavam a pesada escrivaninha de mogno. Sob a luz tremulante, seus dedos deslizavam pelas linhas do relatório do padre Antônio, vindo do engenho de Jorge de Oliveira. Uma passagem em particular prendia sua atenção, descrevendo um escravo que parecia diferente dos demais. Ela ergueu os…- 128,9 K • Ongoing
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Capítulo 4 - Senzala
O cansaço era tão profundo que Carlos mal conseguia pensar. Quando o trabalho finalmente terminou, seus pés descalços o carregaram por inércia, seguindo o fluxo de corpos exaustos em direção à senzala. O barracão de paredes de barro rachado e telhado de palha se erguia como uma sombra contra o céu alaranjado do crepúsculo. Dentro, o ar era pesado e estagnado. A primeira coisa que atingiu suas narinas foi o cheiro encorpado de feijão cozido, vindo de grandes panelas de ferro suspensas sobre…- 128,9 K • Ongoing
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