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    Capítulo 011

    Limitadores

    “Por que seu teste é maior que o meu?” Benisek sussurrou para ele com pressa. “Eu perdi uma página ou algo assim?”

    “Não,” Zorian sussurrou de volta. “Nora está apenas me testando… bem, não importa. Conto depois.”

    Zorian suspirou e continuou ponderando sobre as questões avançadas de fórmulas de feitiço à sua frente. Como se a prova original de 60 questões não fosse o suficiente! Pior, Nora copiou Ilsa e decidiu testá-lo em conhecimentos que tecnicamente não deveria ter, porque as questões adicionais não tinham nada a ver com o currículo do segundo ano. 

    Por sorte, ele de fato leu todos os 12 livros recomendados durante os vários reinícios anteriores, então não estava em completa perplexidade enquanto olhava o pedaço de papel na frente dele.

    Ainda assim, as perguntas adicionais eram encorajadoras, desde que sugeriam que Nora o estava levando muito mais a sério do que costumava quando pedia instruções avançadas dela. Nos poucos reinícios que tentou, os resultados foram insatisfatórios — enquanto animada sobre sua matéria, Nora Boole nunca parecia acreditar que ele era tão avançado quanto afirmava.

    Todos os seus professores eram assim, tanto quanto poderia dizer de suas tentativas iniciais, com Kyon sendo a maior exceção. Agora que pensou sobre isso, era provável que isso ocorresse mais pela facilidade de provar sua proficiência com o feitiço de míssil mágico do que pela inclinação de Kyon acreditar em suas afirmações.

    Em todo caso, a pura velocidade que as coisas estavam acontecendo lhe deu esperança — foi apenas ontem que ele e Ilsa conversaram no escritório dela, e Nora já estava o testando. Isso foi muito rápido, considerando que os professores gostavam de demorar em coisas assim. Zorian esperava que todo o processo tomasse pelo menos uma semana. Ao que parecia, deixou uma maior impressão em Ilsa do que pensava.

    Bom. Era ótimo ter uma confirmação de que estava progredindo, ao invés de apenas perder tempo.

    Alguns minutos depois sua paz foi quebrada mais uma vez por Benisek. Ele cerrou seus dentes quando o garoto começou a importuná-lo por respostas. Zorian sempre achou Benisek um pouco irritante, apesar dele ser seu melhor amigo (ou pelo menos o mais próximo de ser), mas começou a perder a paciência com o garoto de forma constante a cada loop temporal.

    Na verdade, não era justo para Benisek — o garoto gordinho estava se comportando como sempre — mas o loop temporal fez suas travessuras irritantes e repetitivas. Zorian logo rabiscou respostas para um punhado de questões em um pedaço de papel e o entregou a Benisek.

    O menino parecia querer dizer alguma coisa a ele em seu não-sussurro (Benisek sussurrava alto demais para ser um sussurro real), mas Zorian o silenciou com um olhar rápido.

    Por mais irritante que Benisek fosse, Zorian não estava pronto para desistir dele ainda. Se essa resolução duraria todo o loop temporal ainda precisava ser visto, no entanto.

    “Tudo bem, acabou o tempo,” Nora disse, ganhando uma onda de protestos dos estudantes. “Exceto pelo senhor Kasinski, quero dizer. Ele pode continuar o segundo teste especial que dei a ele.”

    Zorian xingou em sua mente quando por um momento todos os olhos se voltaram em sua direção. Ela só tinha que contar isso na frente de toda a classe, não tinha? Ele fez uma nota para si mesmo para tomar cuidado com o que dizia na frente de Nora, desde que discrição obviamente não era o ponto forte dela.

    Com rapidez, Akoja coletou todas as provas, demorando-se um pouco mais próximo a sua carteira para que pudesse ver sobre o que o teste especial dele era. Depois disso, a aula continuou como sempre. Era a exata mesma coisa que ele já tinha ouvido várias vezes nos reinícios anteriores, então fez o melhor para ignorá-la e continuou resolvendo a prova.

    Mesmo com sua vantagem massiva e injusta, o teste ainda era muito difícil. Fórmula de feitiço no geral envolvia bastante matemática e geometria, como o próprio nome da disciplina sugeria, e isso a tornou difícil para a maioria das pessoas de forma automática… inclusive ele.

    Eventualmente, a aula chegou ao fim, e Nora pediu a ele para ficar enquanto todos os outros saíam. No mesmo momento em que seu último colega saiu, ela começou a olhar para seus testes, e Zorian a encarou esperando uma reação.

    Ao contrário de Xvim, ou mesmo Ilsa, Nora Boole era bastante expressiva. Quando ela chegou ao final da primeira prova, ele podia ver que ela estava surpresa de uma forma positiva. Deveria mesmo estar, considerando que estava 100% correto. Quando ela começou a inspecionar o segundo teste, porém, seu rosto logo se transformou primeiro em choque, e depois mal conteve a alegria. Era evidente que gostou do que viu.

    Por fim, ela deixou a prova de lado e encontrou os olhos dele, dando um olhar penetrante que fez Zorian se encolher um pouco. Ela o lembrava de Kirithishli, porque parecia irradiar um tipo similar de… vibração, por falta de uma palavra melhor. Era sempre um pouco desconfortável estar ao redor de pessoas assim, em especial quando elas estão focadas apenas nele como Nora estava no momento.

    “Bem…” ela começou. “Eu não esperava isso. Você sabe porque te dei a segunda prova?”

    “Uh, não,” disse Zorian. “Para me assustar?”

    “Exatamente!” Nora exclamou. “Exatamente!”

    Zorian piscou, incapaz de acreditar que ela admitiu isso mesmo na cara dele.

    “Fórmulas de feitiço requerem coragem! Requerem paixão!” continuou Nora animada. Engraçado. Todos os outros disseram que exigiam paciência e meticulosidade. “Requerem determinação! Qualquer um assustado por essa coisinha aqui,” ela acenou o segundo teste na frente do rosto dele, “vai com certeza desistir quando chegarmos as partes realmente difíceis da disciplina. Eu tinha que ter certeza de que você não me abandonaria em algum lugar ao longo do caminho.”

    Zorian estava começando a se sentir um pouco nervoso com o entusiasmo de Nora. Ele se inscreveu para tutoria de fórmula de feitiço ou para um culto?

    “É claro que eu não esperava que você acertasse as perguntas,” disse Nora. “Eu só queria ver se você deixaria tudo em branco. Não que eu esteja reclamando, longe disso! Vamos ver…”

    Ela voltou para sua mesa e tirou uma pilha de papéis de uma gaveta. Ela franziu a testa enquanto os folheava, com aparente infelicidade com seu conteúdo, antes de por fim colocá-los de lado com um suspiro. Depois de um minuto inteiro de silêncio, olhou para ele e balançou a cabeça, como se de repente se lembrasse de que ele ainda estava lá.

    “Diga-me, o que são fórmulas de feitiço?” Ela perguntou a ele. “E eu não quero ouvir uma definição de manual. Eu quero ouvir isso em suas palavras.”

    Zorian abriu a boca por um momento e logo a fechou enquanto pensava no que dizer.

    “Vamos,” Nora encorajou. “Coragem, lembra? Além disso, só quero saber a sua opinião. Não há resposta certa.”

    Hah. Pode não haver resposta certa, mas Zorian sabia por experiência que sempre havia uma resposta errada. Sempre. Mas supôs que, neste caso particular, o silêncio era a resposta mais errada de todas.

    “É a prática de usar formas geométricas e vários símbolos para modificar feitiços, com o objetivo geral de fortalecer proteções ou amplificar a conjuração,” disse Zorian.

    “Sério? Como elas fazem isso?” perguntou Nora com falsa curiosidade.

    “Err… elas limitam o fluxo de mana ao longo de caminhos pré-determinados?” tentou Zorian.

    “Sim!” concordou Nora. “Elas limitam, é isso mesmo que elas fazem! Eu não posso te dizer quantos magos pensam que são algum tipo de amplificador inerente ou algo assim. Me deixa louca, eu te digo. Claro, a maioria dos artesãos modernos usam materiais especiais que são amplificadores inerentes, mas isso é algo completamente diferente. De qualquer forma, você conhece o ponto por trás da conjuração estruturada, certo?”

    “Quanto mais estreito for o efeito do feitiço, mais eficiente se torna em mana. A magia estruturada cria um limite de magia para estreitar à força o espaço de efeito em algo administrável para um conjurador humano.”

    “E fórmulas de feitiços são a exata mesma coisa, só que com vantagens e desvantagens mais pronunciadas,” disse Nora. “Como os magos podem levar seu tempo para criar a fórmula do feitiço, limitam o fluxo de mana muito mais do que sua invocação típica. Isso significa maiores benefícios potenciais, mas também torna o feitiço ainda mais inflexível. E, é claro, a estrutura de feitiço mais rígida significa que há menos margem para erros, portanto, projetar uma fórmula de feitiço funcional é muito mais difícil do que projetar uma invocação funcional.”

    Zorian esperou com paciência até que ela terminasse, sem saber ao certo por que ela estava contando essas coisas a ele — tudo isso era teoria básica que ele ouvira e lera mil vezes — mas não tinha vontade de interromper. 

    Infelizmente, parecia que teria que esperar para ouvir qual era o sentido de seu pequeno questionamento, porque Nora de repente olhou para o relógio pendurado na porta e empalideceu ao perceber quanto tempo havia se passado.

    “Desculpe, senhor Kazinski, acho que me empolguei. É melhor você ir para a próxima aula antes que cause problemas,” disse Nora, desculpando-se. Zorian deu de ombros — pretendia matar a próxima aula de uma forma ou de outra, mas era provável que isso não a impressionasse muito se dissesse isso a ela. “Vou precisar de alguns dias para fazer um cronograma, então vou contar os detalhes por meio de Ilsa. Nós vamos nos divertir muito trabalhando juntos, já posso dizer.”

    Ele estava prestes a sair quando de repente ela começou a falar de novo.

    “Oh! Eu quase esqueci. Vá ver Ilsa hoje — ela tem algo que quer falar com você. Algo sobre você retribuir um favor que deve a ela por armar isso…”

    Agora, por que isso soou meio ameaçador?

    * * *

    A principal estação ferroviária de Cyoria estava sempre agitada. Havia uma espécie de sensação apressada em toda a área que Zorian achava irritante ou revigorante, dependendo de seu humor atual. Quando estava desembarcando do trem, serviu como um metafórico balde de água fria para acordá-lo da longa viagem sonolenta, e gostou disso. 

    Quando estava apenas parado na plataforma número 6, esperando o trem chegar, era opressivo e indesejável, e desejava muito saber como suprimi-lo. Especialmente porque o maldito trem estava 2 horas atrasado!

    Para se divertir e passar o tempo, começou a assediar os numerosos pombos e pardais que circulavam pelo local. Não com força física, é claro — isso não seria apenas infantil, mas também faria com que as pessoas o encarassem — ele estava empurrando sua mana para eles, tentando controlá-los com sua mente. 

    Claro, só colocar mana em algo e desejar que isso acontecesse não era o suficiente para fazer magia de verdade, mas parecia agitá-los muito. No geral, qualquer ave em que ele estivesse se concentrando tornava-se cada vez mais errática com o passar dos segundos antes de fugir da área depois de um minuto ou mais.

    Finalmente, finalmente, o apito estridente do trem chegando o tirou de sua concentração, e a vida selvagem local foi poupada de mais indignação. Zorian examinou a multidão de pessoas desembarcando do trem, procurando por seu alvo. Em teoria, deveria segurar uma placa e esperar, mas estava confiante de que poderia localizar o cara sem problemas. Afinal, não haveria muitos adolescentes de cabelos brancos na plataforma do trem.

    Na verdade, não foi tão ruim quanto pensou que seria, esse favor que Ilsa pediu a ele. Era óbvio que ajudar um aluno transferido a carregar sua bagagem e mostrar-lhe a cidade desperdiçaria um dia inteiro… mas pelo lado bom, ele foi dispensado de assistir às aulas de hoje! 

    Além disso, isso lhe daria uma desculpa legítima para se aproximar de Kael, o aluno transferido em questão — o garoto morlock era um pouco inacessível mesmo nos melhores dias, e Zorian estava pensando em tentar fazer amizade com ele. 

    Ele deveria mesmo encontrar alguns amigos além de Benisek, e Kael parecia alguém com quem poderia se dar bem. Se estivesse errado… bem, não é como se o morlock fosse se lembrar de qualquer estranheza entre eles uma vez que o loop temporal se reiniciasse outra vez, não é?

    Enfim, ele avistou Kael desembarcando e foi até ele para ajudá-lo com sua bagagem. Também não foi apenas um gesto vazio de boa vontade da parte de Zorian — Kael estava com claros problemas com seu fardo, provavelmente porque só podia usar um braço para manipular as malas pesadas. A outra mão estava segurando uma garotinha que se agarrava ao lado de Kael como uma craca, observando tudo ao seu redor com uma intensidade infantil.

    Kael ficou por um momento surpreso quando Zorian começou a ajudá-lo sem palavras, mas logo concordou. A garotinha segurando seu lado agora estava olhando para Zorian com indisfarçável curiosidade, e Zorian se perguntou quem ela era. Era a irmã mais nova dele? 

    Seus vívidos olhos azuis com certeza o lembravam de Kael, já que o morlock tinha olhos do exato mesmo tom, mas seu cabelo era preto como azeviche, e ela não parecia muito com um morlock para Zorian. 

    E, de qualquer forma, certamente o menino não traria uma criança tão jovem com ele? Zorian esperava que sua mãe saísse do trem e tirasse a garotinha das mãos de Kael, mas de alguma forma isso nunca aconteceu.

    Por fim, a última das sacolas estava no chão e Kael enfim se virou para ele.

    “Obrigado,” o garoto disse de forma educada. Apesar de toda a sua indiferença, Kael nunca foi rude de verdade. “Sou Kael Tverinov. Em condições normais, não sou tão inepto, mas é difícil segurar a bagagem com uma mão. Kana tem sido bastante pegajosa hoje, e não tive coragem de soltá-la. Acredito que a mudança foi muito estressante para ela.”

    “Não é problema,” disse Zorian. “Afinal, estou aqui para ajudar — foi para isso que Ilsa me enviou aqui. Sou Zorian Kazinski, um de seus colegas de classe. Ilsa Zileti me mandou aqui para ajudá-lo com sua bagagem e mostrar a cidade.”

    Kael deu a ele um olhar assustado, segurando a garotinha presa em seu quadril como se Zorian estivesse prestes a arrebatá-la.

    “O que?” Zorian perguntou, surpreso com o alarme na postura do menino. “Foi algo que eu disse? Não quis ofender.”

    Kael deu a ele um olhar longo e suspeito, antes de enfim chegar a algum tipo de decisão.

    “Você não fez nada, senhor Kazinski, e sou eu quem deveria se desculpar,” Kael disse finalmente. “Permita-me apresentar-me mais uma vez: sou Kael Tverinov e esta é minha filha, Kana.”

    Zorian olhou para o morlock por um momento, antes de olhar para sua… filha. Kana deu-lhe um aceno tímido, mas permaneceu em silêncio. Ela era muito jovem e deveria ter cerca de 3 anos de idade, mas Kael não era muito mais velho que Zorian. Isso significaria que Kael tinha 13 anos ou mais na época em que nasceu. Huh. Fale sobre ser um pai jovem.

    “Entendo,” ele disse por fim. E ele entendia mesmo. Kael provavelmente já sofreu o suficiente das pessoas ao seu redor por ser um idiota sem adicionar esse tipo de combustível ao fogo. Se Zorian estivesse em seu lugar, teria feito tudo o que pudesse para manter esse tipo de coisa longe de seus colegas. 

    “Se você tem medo de que eu saia por aí contando a todos os nossos colegas sobre você ter uma filha, não precisa se preocupar — entendo a necessidade de discrição em assuntos como este.”

    Kael deu um suspiro de alívio. “Obrigado.”

    “Não mencione isso,” Zorian disse, acenando para ele. Considerando que a mãe da criança não estava aqui com eles, era provável que houvesse uma história muito estressante em algum lugar. Ele teria que ser um idiota total para lançar o boato da academia sobre o pobre rapaz, contando a eles sobre isso. 

    Estava um pouco curioso para saber como o menino pretendia cuidar de sua filha enquanto frequentava a academia, mas supôs que já havia arranjado algum tipo de babá para a criança. “Vou lançar um feitiço rápido para carregar sua bagagem e depois partiremos.”

    Zorian lançou o feitiço de disco flutuante com rapidez, e um círculo horizontal fantasmagórico surgiu na frente deles. Era um feitiço muito útil que deveriam aprender na aula de Ilsa em algum lugar no meio do terceiro ano, mas Zorian foi proativo o suficiente para aprendê-lo em uma das reinicializações. 

    Era semelhante ao feitiço escudo na mecânica, mas essa construção de força específica era móvel e otimizada para suportar peso em vez de absorver golpes. Ele flutuou com obediência atrás deles quando começaram a sair da estação de trem.

    “Interessante,” Kael disse. “Devo admitir que, quando Ilsa me disse que minha educação é muito deficiente em muitas áreas, pensei que ela estava exagerando. É assim que um aluno médio do terceiro ano é?”

    “Bem, não,” disse Zorian. “Na verdade, estou muito além do que um aluno do terceiro ano deveria ser. Embora tenham outros com meu nível de habilidade…”

    Kael cantarolava pensativo.

    “Por que faltaria sua educação, afinal?” perguntou Zorian.

    Kael permaneceu em silêncio por alguns segundos, e Zorian estava prestes a concluir que o morlock não estava interessado em falar quando o garoto enfim decidiu responder.

    “Minha educação foi… pouco convencional,” disse Kael. “Eu era uma espécie de aprendiz não oficial de uma maga de aldeia. Uma que não era membro da guilda. Suas habilidades eram um tanto especializadas, então grande parte da minha proficiência com magia é produto de meus próprios esforços pessoais. Em outras palavras, sou em grande parte autodidata.”

    O respeito de Zorian pelo outro garoto aumentou alguns graus depois de ouvir isso. A magia era difícil o suficiente para aprender com a instrução adequada. Para um menino fazer tudo sozinho e ir longe o suficiente para ingressar em uma classe do terceiro ano… embora se ele é um gênio…

    “Espero não estar sendo muito intrometido, mas-“

    “Mas por que estou indo para Cyoria, agora?” adivinhou Kael. “Recebi uma oferta muito boa da academia e ninguém me impediu de sair. Meus pais morreram quando eu era jovem, e minha professora… ela ficou doente durante o Choro1. Assim como minha esposa. Kana é a única família que me resta.”

    Zorian se encolheu. “Oh deuses, eu não quis dizer-“

    Kael balançou a cabeça. “Não se preocupe com isso, senhor Kazinski. Se eu desmoronasse toda vez que alguém abordasse esse assunto, teria que me tornar um eremita e evitar todas as pessoas. É natural ter curiosidade sobre essas coisas.”

    Zorian ainda se sentia muito mal. Ele quase assumiu que Kael engravidou alguma garota e mais tarde teve que assumir a responsabilidade pela criança. Mas não, o cara era casado e tudo. Um pouco chocante casar e ter filhos tão jovens nos dias de hoje, mas difícil ser inédito. 

    Ele estudou Kael com o canto dos olhos no silêncio resultante. O menino parecia muito delicado, com físico pálido e esguio e linhas faciais suaves. Junto com o cabelo branco na altura dos ombros, dava a ele uma aparência bastante… feminina. 

    No entanto, o menino claramente não tinha falta de força interior se pudesse seguir em frente depois de perder tantas pessoas para a terrível doença. De volta a Cirin, havia uma mulher que havia perdido o marido e os dois filhos para a febre das lágrimas de sangue e nunca conseguiu superar isso. Na verdade, ela culpou toda a família Kazinski por sua tragédia, alegando que eles usaram seus poderes mágicos para amaldiçoar seus entes queridos por causa de algum desentendimento mesquinho. Zorian seria a primeira pessoa a admitir que ele e sua família não eram anjos, mas isso era apenas absurdo. E meio triste.

    1. doença desagradável desse mundo[]

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