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    Capítulo 033

    Portões

    Permanecendo parado na sala de estar vazia na casa de Vazen, Zorian encarou infeliz o respingo de gosma verde à sua frente que, no momento, estava comendo o chão com um chiado audível. Dificilmente alguém diria que, a não muito tempo, a mistureba ácida na frente dele costumava ser uma pilha de documentos importantes armazenados no cofre de Vazen. O comerciante realmente não queria que ninguém desse uma olhada neles, ao que parecia.

    A operação começou bem. Tudo começou bem. Não vendo sentido em reinventar a roda, Zorian usou seu método passado para entrar na casa de Vazen, então começando a desmontar as proteções do cofre. Além da já conhecida armadilha explosiva, ele também encontrou uma armadilha adormecedora que visava derrubar inconsciente qualquer ladrão em potencial no momento em que tocasse no cofre. Ele desativou as duas armadilhas e, não tendo encontrado mais nenhuma feitiçaria protegendo o cofre, tentou imediatamente remover os documentos.

    Ele acabou acionando um mecanismo mecânico que despejou algum tipo de mistura ácida poderosa em cima do conteúdo do cofre. A boa notícia era que ele conseguiu evitar ter qualquer gosma em suas mãos — considerando o que a coisa estava fazendo ao chão naquele momento, isso provavelmente teria atravessado direto seus ossos antes que ele conseguisse tirá-la dele. A má notícia era que ele não conseguiu salvar nenhum conteúdo do cofre antes que a gosma o destruísse. Ele até conseguiu levitar o conteúdo para fora do cofre, sim, mas a gosma era quase como cola na forma em que grudava nos papéis. Ele não conseguiu separá-la dos documentos sobreviventes antes que a substância os consumisse e então continuasse alegremente a dissolver o chão abaixo.

    Ele estremeceu. Ele estava, realmente, realmente aliviado por ter conseguido puxar as mãos a tempo de evitar que qualquer coisa daquelas as atingisse.

    Mais uma vez, Zorian foi forçado a deixar o lugar de Vazen de mãos vazias. Ele estava extremamente tentado a adulterar o lugar inteiro para explodir na cara de Vazen no momento em que ele voltasse para casa como vingança, mas isso seria mesquinho e estúpido. O assassinato de um homem tão influente atrairia muita atenção, além disso, Alanic provavelmente estava prestando muita atenção no homem. E ele tentou roubar o homem, afinal, então ele não tinha o direito de ficar particularmente indignado de qualquer maneira.

    Ainda assim… Zorian agora tinha certeza absoluta de que Vazen estava envolvido em algumas coisas muito obscuras, e ele não estava falando sobre fraude fiscal ou espionagem industrial. Não havia como Vazen manipular seu cofre para destruir coisas como contratos comerciais e projetos de produção no caso de descoberta — a grande quantidade de dinheiro que ele perdeu fazendo isso deve ter sido exorbitante. Tinha que haver algo mais ali entre aqueles papéis. Algo incrivelmente ilegal e incriminador, a ponto de Vazen preferir perder tudo a ser descoberto possuindo aquilo.

    Ele definitivamente voltaria no próximo reinício. Talvez os delitos do homem não estivessem conectados aos invasores Ibasan mirando em Cyoria ou ao grupo alvejando magos de alma ao redor de Knyazov Dveri, mas, de alguma forma, Zorian duvidava disso. Não custa nada para ele checar, em todo caso.

    Bem, a menos que Vazen tivesse surpresas ainda mais horripilantes esperando por ele assim que superasse a segunda camada de suas defesas. Da próxima vez, ele levaria consigo uma haste de 3 metros, porque não havia a menor chance de que ele colocasse as mãos dentro daquele cofre novamente.

    * * *

    No dia seguinte a ter sobrevivido à emboscada fracassada do lado de fora do templo de Alanic, Zorian chegou à sua próxima sessão de meditação sentindo-se mais do que um pouco apreensivo. E não apenas pela possibilidade de outra emboscada — ele não gostou dos olhares que Alanic estava lhe lançando enquanto ele prestava seu depoimento e Zorian estava preocupado com o que isso significava para ele. No entanto, a lição naquele dia foi totalmente normal — não houve uma segunda emboscada, e Alanic não deu nenhuma indicação de estar chateado ou desconfiado dele. Assim, ele tirou isso da cabeça e decidiu seguir o exemplo de Alanic, continuando como se nada tivesse acontecido.

    Agora, três dias depois, Zorian podia dizer seguramente que isso fora um erro. Ser arrastado para o pátio do templo para um “teste de suas habilidades de combate” soou suspeitosamente como uma punição para seus ouvidos.

    A propósito, por que um templo tinha uma arena de batalha em seu pátio em vez de um jardim agradável e tranquilo ou algo assim? Somando isso às masmorras no porão, ele estava começando a ficar realmente em dúvida sobre as credenciais espirituais do edifício.

    “Err, não é que eu não aprecie sua ajuda em reforçar minhas modestas capacidades de combate, mas nós realmente deveríamos nos concentrar em fazer minha visão interior da alma funcionar”, disse Zorian, mexendo-se desconfortavelmente no lugar. “Você mesmo me disse que essa habilidade requer foco total de mim para dominá-la corretamente.”

    Alanic simplesmente continuou encarando ele, silencioso e impassível, de seu canto da arena.

    E então ele gesticulou com seu cajado para Zorian e jogou uma bola de fogo nele.

    Zorian não ficou surpreso com o ataque. Ele estava esperando algo assim, para ser honesto. O que o deixou perplexo foi que ele escolheu aquele feitiço em particular para abrir o combate. Bola de fogo não era algo que você jogava em um mago júnior para testá-lo — era letal demais para isso! Até mesmo uma versão atrofiada era capaz de matar um humano com um impacto direto, e um feitiço  comum de escudo não poderia proteger contra ela. Não importa o quão poderoso, ainda era apenas um disco de força na frente do conjurador — a esfera em expansão de energia flamejante simplesmente o contornaria e envolveria o conjurador atrás dele.

    O choque durou apenas um momento, no entanto, e então ele imediatamente ergueu um domo de força ao seu redor — não apenas um escudo, mas uma égide completa que o protegia de todos os lados ao mesmo tempo. A bola de fogo atingiu a cúpula não muito depois, e a visão de Zorian foi momentaneamente apagada por uma manta de fogo.

    Quando o fogo se dissipou, ele se viu de pé na frente de Alanic novamente, o padre tão silencioso e imóvel quanto sempre esteve. Sua apreensão com a situação diminuiu um pouco. A bola de fogo tinha sido muito fraca. Ele sabia porque um dos magos aposentados que ele ajudou em suas andanças sem rumo antes de sua chegada em Knyazov Dveri o ensinou como obter feedback de seus feitiços defensivos, e sua égide se manteve forte contra um feitiço que deveria tê-lo levado ao limite. Zorian tinha certeza de que o homem na frente dele poderia ter feito muito melhor do que isso se quisesse. O fato de ele não ter imediatamente seguido sua bola de fogo com algo para finalizá-lo reforçou a ideia de que isso realmente era algum tipo de teste.

    Um teste muito confuso e perigoso, mas ele meio que estava acostumado a tais coisas neste ponto.

    Ele enviou um único míssil mágico em direção a Alanic. Ele podia ver o homem zombar enquanto preguiçosamente levantava o braço para bloquear o ataque insignificante, e Zorian reprimiu um sorriso. Embora parecesse um feitiço de míssil mágico, o projétil era tudo, menos isso — ele não colidia com as coisas, mas irrompia em uma onda esférica de força, muito parecida com uma bola de fogo que usava força em vez de fogo. Uma bola de força, se preferir. Alanic quase certamente vai usar um escudo regular em vez de uma égide completa contra um míssil mágico insignificante, e então a bola de força irá-

    O espaço à frente de Alanic de repente se distorceu e cintilou, e a bola de força de Zorian instantaneamente desapareceu da existência. Uma onda dissipadora de algum tipo, se ele adivinhou corretamente. Droga. Então Alanic decidiu que era seu turno novamente, e Zorian estava muito ocupado desviando de raios de fogo e feixes incineradores para se concentrar em xingamentos internos.

    Zorian aprendeu rapidamente que Alanic amava feitiços de fogo. Mesmo depois que Zorian trocou escudos multiuso por variantes projetadas especificamente para resistir à magia de fogo, em detrimento de performance contra outros tipos de dano, ele persistiu em usá-los. Depois que sua saraivada inicial de numerosos projéteis de fogo fracos e de conjuramento rápido falhou em sobrepujar Zorian, ele mudou para tentar esmagá-lo com lentas esferas de fogo gigantes que não explodiam e, em vez disso, simplesmente tentavam envolvê-lo em suas chamas. Depois que Zorian conseguiu dissipá-las, ele respondeu com mais bolas de fogo — e desta vez ele não estava se segurando.

    Zorian tentou contra-atacar sempre que avistava uma abertura, mas todos os seus ataques foram neutralizados com facilidade desdenhosa. Tentar levantar poeira e outros obstáculos de visibilidade falhou porque Alanic conseguia de alguma forma fazer uma rajada de vento dispersar tais ataques para longe dele sem fazer um único gesto ou se esforçar visivelmente. Itens eram inúteis porque ele podia telecineticamente lançar todos os projéteis para longe dele com um simples gesto amplo, e quaisquer projéteis mágicos eram bloqueados, interceptados ou dissipados. Mesmo depois que Zorian começou a lançar projéteis em complicadas trajetórias parabólicas, em ziguezague ou espirais, o padre parecia não ter problemas em rastreá-los e responder.

    Finalmente, Zorian estava quase sem mana e decidiu ir com tudo. Ele colocou a maior parte de sua mana restante em um raio de força que ele prontamente disparou no rosto de Alanic. O ataque teria matado o padre se realmente tivesse acertado, embora Zorian soubesse que nunca acertaria. Com certeza, o homem simplesmente deu um passo ao lado, e Zorian caiu no chão exausto, com os braços erguidos em sinal de rendição.

    “Eu desisto”, ele ofegou. “Seja qual for o ponto que você queria me mostrar, você fez. Embora se isso tudo fosse para me mostrar que eu não sou o maior peixe do lago, você não precisava ter se incomodado — estou bem ciente de quão ferrado eu estaria em um confronto contra um mago de batalha veterano.”

    “O ponto era ver quanto tempo levaria até você começar a recorrer a movimentos letais”, Alanic disse, caminhando até ele e oferecendo-lhe uma mão. Zorian debateu internamente os méritos de conjurar o feitiço “toque chocante” e eletrocutar o babaca, mas no final decidiu ser um homem crescido e simplesmente aceitou sua ajuda para se levantar. Provavelmente não teria funcionado, de qualquer forma. “Estou bastante desapontado que demorou até você estar nas últimas para dar o golpe mortal.”

    “Ah, vá se ferrar Alanic!” Zorian retrucou. “Que tipo de lunático tenta matar seu oponente em uma porcaria de treino!?”

    “Você?” Alanic sugeriu, um sorriso dançando em seus lábios. “Você tentou me matar no final, não tentou?”

    “Isso é… eu sabia que não tinha chance de realmente dar certo.”

    “Sim, e tenho certeza de que você percebeu isso um ou dois minutos depois do início do teste. Você deveria ter parado de se segurar naquele ponto, ou pelo menos seguido minha iniciativa no que é um nível aceitável de força.”

    “Na verdade, vamos nos concentrar em outra questão, em vez disso”, disse Zorian. “E se você tivesse acabado me matando? Alguns desses feitiços que você tentou me acertar teriam me colocado em um hospital por meses se eu não tivesse resistido a eles. Possivelmente me matado na hora! As habilidades que usei para sobreviver ao seu ‘teste’ não são algo que você tinha o direito de esperar de mim!”

    “Eu posso controlar o que minhas chamas queimam”, Alanic disse com naturalidade. Zorian ficou honestamente perplexo com isso. Esse tipo de coisa era possível? “Eu também tenho um artefato divino que pode curar qualquer queimadura, desde que a vítima ainda estivesse viva. Independentemente de como as coisas pareceram para você, você estava em muito pouco perigo. Ainda assim, você claramente pensou que eu estava sendo excessivamente agressivo e mesmo assim se conteve contra mim. Esse tipo de hesitação vai te matar algum dia. Como quase aconteceu alguns dias atrás.”

    “Eu sabia que isso era sobre aqueles atiradores que incapacitei”, Zorian murmurou.

    “Sim. Incapacitados. Eles tentaram te matar, com uma emboscada, nada menos, e você fez questão de simplesmente nocauteá-los. Existe ser misericordioso e existe ser estúpido.”

    “Você tem certeza de que é um sacerdote?” resmungou Zorian.

    “Um sacerdote-guerreiro”, Alanic esclareceu. “Nem toda ordem religiosa é sobre paz e perdão. E mesmo aquelas que são geralmente abrem exceções para autodefesa, na prática, se não na teoria.”

    “Tudo bem, justo”, Zorian admitiu. “Mas por que você se importa? Por que isso te incomoda tanto?”

    “Essa é uma pergunta estúpida. Eu não quero que você morra, é por isso.”

    “Hum”, Zorian fez uma pausa, momentaneamente surpreso com a resposta. O que diabos isso queria dizer? Ele realmente queria que Alanic não fosse tão completamente ilegível para sua empatia. “Olha, vou ser honesto com você — eu não estava sendo exatamente misericordioso. Você está interpretando tudo errado. Eu simplesmente os ataquei da melhor maneira que eu tinha disponível.”

    “Por favor,” Alanic zombou. “Sei muito bem o quão difícil seria derrubar um grupo tão grande de forma não letal. Você realmente espera que eu acredite que esse era o método de ataque menos perigoso para você que você tinha disponível?”

    “Bem, sim,” Zorian disse. “Acho que ajudaria saber que sou um mago mental natural. Eu sinto todas as mentes ao meu redor, independentemente de obstáculos físicos ou linha de visão, e eu posso lançar um ataque mental bruto sobre elas se eu quiser. Usando isso, eu poderia nocauteá-los fora do alcance de tiro deles, antes que elas pudessem localizar minha posição. Na verdade, matá-los implicaria entrar no alcance de ataque deles para que eu pudesse conjurar algo mais mortal. O que senti que era bastante suicida na época.”

    Alanic lançou-lhe um olhar curioso. “Uma habilidade interessante. Percebo que nem todos os atacantes foram incapacitados quando a força-tarefa da Guilda chegou. Você simplesmente não teve tempo de passar por todos eles ou…?”

    “É um ataque fraco”, disse Zorian. “Não é difícil de resistir.”

    Alanic assentiu. Zorian desejava que o padre não o questionasse sobre as mecânicas exatas de sua habilidade, pois não tinha certeza se conseguiria enganar o homem convincentemente. Felizmente, não parecia que ele forçaria a questão no momento.

    “O que você teria feito se nenhum reforço tivesse chegado?” Alanic perguntou.

    “Tentado atraí-los para um campo minado”, Zorian deu de ombros. “Então, sim. Eu estava totalmente preparado para explodi-los em pedacinhos se eles continuassem a ir atrás de mim. Há muitas coisas das quais você pode me acusar, mas ser suicidamente misericordioso não é uma delas. Você não precisa se preocupar comigo.”

    “Não tenho tanta certeza sobre isso”, Alanic resmungou. “Mas parece que te julguei mal um pouco. Venha comigo.”

    Alanic voltou para o templo propriamente dito e Zorian o seguiu. Ele logo se viu sentado em uma pequena cozinha que nunca tinha visto antes, embora isso não significasse muito. Ele nunca havia realmente explorado o local, com medo de atrair a ira de Alanic se pisasse em algum santuário privado que não-clérigos supostamente nunca deveriam testemunhar. A maioria dos templos tinha pelo menos alguns desses, até onde Zorian sabia.

    “Mal-entendidos à parte, o teste foi bem real”, disse Alanic quando se sentaram. “Eu realmente queria ver do que você era capaz em termos de combate.”

    “E?” perguntou Zorian curiosamente.

    “Você é melhor do que eu esperava”, disse Alanic. Zorian se sentiu orgulhoso com o elogio. Alanic não parecia o tipo de pessoa que o distribuía levianamente. “Mas está claro para mim que você não é nenhuma lenda em formação. Estimo que suas reservas naturais de mana sejam, na melhor das hipóteses, médias, talvez até abaixo da média, e seus feitiços têm a sensação de um mago que praticou muito, em vez das de um iniciante talentoso.”

    Zorian obscureceu, seu orgulho de instantes atrás já esquecido.

    “Um mago tão jovem quanto você não deveria ter uma experiência tão extensa em combate”, continuou Alanic. Uh oh. “Eu suspeitava disso há um tempo e agora tenho certeza — você não é um recém-formado dando uma volta por aí antes de se estabelecer. Ou um mago viajante que tropeçou em algo muito além da sua capacidade. Você é alguém que procura ativamente por problemas. Estando procurando por problemas há um bom tempo…”

    Zorian não disse nada. Ele estava prestes a alegar que eram problemas que o procuravam, não o contrário… mas quando ele realmente pensou sobre isso, isso não era realmente verdade no momento. Ele realmente estava procurando por problemas agora. Era um de seus principais objetivos em Knyazov Dveri. Ele tinha um bom motivo para isso, mas ainda assim.

    “Não vou pedir para você me dizer quem você é. Pessoas que começam a lutar tão jovens quanto você até chegar ao seu nível geralmente não são do tipo que confiam facilmente. Você nunca me diria, e, sinceramente, não tenho motivos para pressioná-lo a esse respeito. Não, o que eu quero saber é qual é seu objetivo imediato aqui. Não acredito que você tenha realmente tropeçado no encontro de Lukav com os javalis por acaso, ou que o marcador de alma estampado em sua alma esteja realmente desconectado dos inimigos atrás de nossas cabeças. Considerando o quão úteis eu e Lukav fomos para você nas últimas semanas, acredito que ambos merecemos um pouco mais de honestidade de você. O que realmente está acontecendo aqui, Zorian?”

    “Independentemente do que você talvez pense, meus motivos para vir aqui foram exatamente como eu contei a você”, disse Zorian. “Eu realmente fui pego nas consequências de um feitiço de magia de alma. Eu realmente fui até Lukav, e por extensão, a você, porque eu queria entender o que havia acontecido comigo. Nenhuma dessas coisas eram invenções. Mas…”

    “Sim?” Alanic incitou.

    “Eu fiz algumas pesquisas sobre as pessoas por trás do meu ataque — digo, o ataque original que resultou no marcador na minha alma — e descobri algumas coisas bem pesadas. Eles estão conectados à liderança de Cyoria de alguma forma, e têm conexões com o ramo local do Culto do Dragão. Até onde sei, eles são de origem Ibasan. Um dos motivos que me trouxe aqui, além de buscar sua ajuda, era que eu queria sair do território deles.”

    “E você acha que nossos atacantes pertencem a esse grupo?”, Alanic deduziu.

    “Considerando o quão grande e organizado era o grupo Ibasan, eu não ficaria surpreso se eles tivessem algum tipo de filial da organização aqui. E o fato de ambos os grupos usarem mortos-vivos e magia da alma é um tanto indicativo aos meus olhos. Mas eu não tenho nenhuma prova, e estou longe de ter certeza.”

    Zorian não se sentia confortável em compartilhar tudo com Alanic. Por exemplo, contar a ele sobre a invasão ou o plano “invocação” do primordial estava fora de questão, pois Alanic sem dúvida insistiria em notificar as autoridades de Cyoria sobre isso, o que poderia alertar Robe Vermelho sobre o paradeiro de Zorian. Ele, no entanto, contou a ele sobre muitas outras coisas… como os outros desaparecimentos na área. Sua própria investigação sobre eles havia praticamente estagnado no momento, então ele tinha pouco a perder contando a ele sobre eles neste momento.

    Depois de várias horas exaustivas de idas e vindas, Alanic praticamente o expulsou do templo, alegando que precisava pensar sobre as coisas. Zorian ficou aliviado com isso, pois estava completamente farto de toda a conversa naquele ponto… mesmo que houvesse uma boa chance de Alanic não querer ter mais nada com ele até amanhã.

    Bem, mesmo que o homem se recusasse a vê-lo depois disso, sempre haveria o próximo reinício. Não havia muito tempo restante neste reinício de qualquer maneira.

    * * *

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