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    Zorian revirou os olhos. Como se houvesse alguma dúvida. Após passar a mensagem, a matriarca cortou a conexão e o deixou sozinho em sua cama de novo. Bem, sozinho em sua cabeça, pelo menos — Kirielle estava no quarto com ele, um fato que ela de imediato o lembrou, aproveitando sua distração momentânea para se apropriar da última coberta da cama que conseguiu manter longe dela. Ele deu a ela um olhar desagradável por isso, mas ela apenas se aconchegou mais fundo em seu casulo de cobertores roubados, com alegria inconsciente de sua ira em seu reino de sonhos.

    Ele suspirou. Não havia como voltar a dormir agora. Ele logo lançou uma proteção silenciadora no quarto e então aos poucos se desvencilhou da cama, tomando cuidado para não acordar Kirielle. Ela era irritante, sim, mas não era culpa dela que o sono dele estivesse arruinado.

    ‘Nota para mim mesmo: o relé de próxima geração precisa de um botão para desligar.’ 1

    * * *

    Depois de surpreender Imaya por já estar acordado quando ela acordou, Zorian saiu para a cidade para ir às lojas. O plano que ele e a matriarca elaboraram no último reinício envolvia a criação de muitos itens mágicos de sua parte, e isso significava comprar componentes materiais e ferramentas especializadas. Sem mencionar que havia algumas coisas que ele tinha que comprar se quisesse começar a ensinar Kirielle a sério sobre como ser uma maga.

    Ele esperava mesmo que Kirielle tivesse encantado Kana neste reinício como ela tinha feito da última vez — enquanto o próprio Zorian tinha uma habilidade decente em alquimia e poderia se virar sozinho se fosse necessário, a ajuda de Kael seria inestimável em alguns dos projetos que planejou para este recomeço…

    “Zorian! Por aqui!”

    Zorian saiu de seus pensamentos e logo abriu caminho para a pessoa que o chamava. Benisek era exatamente a pessoa que ele procurava. Ele se sentou ao lado do menino gordinho e trocou um monte de gentilezas antes de chegar ao motivo de ter rastreado o menino hoje.

    “Ben, meu amigo, você não vai acreditar no que descobri durante as férias escolares,” disse Zorian. “Eu ainda não entendo o que eles estavam pensando quando inventaram essas coisas. É como algo saído de um romance de aventura ruim.”

    “Diga,” Benisek se inclinou para frente.

    “Bem …” Zorian começou, de repente fingindo relutância. “É meio confidencial, sabe. Estou lhe contando isso em total sigilo porque somos amigos, então não espalhe isso por aí, ok?”

    Notar que ele estava prestes a lhe contar algo confidencial e avisá-lo para guardar para si mesmo era crucial — significava que Benisek iria espalhar a história duas vezes mais rápido do que normalmente faria.

    “Claro,” disse Benisek em um tom agradável. “Você me conhece, Zorian. Eu nunca trairia sua confiança assim.

    Zorian não pôde deixar de sorrir. “Obrigado, Ben. Eu sabia que podia contar com você.”

    * * *

    Tendo contado a Benisek tudo sobre a conspiração terrorista desagradável para bombardear Cyoria durante o festival de verão, Zorian voltou para a casa de Imaya para esperar por Taiven e sua oferta de se juntar ao esgoto. Ele se divertiu criando uma daquelas cartas de prática nas quais Xvim o fez aprimorar suas habilidades de modelagem. Ele havia planejado apenas comprar uma pilha delas em uma das lojas que visitou esta manhã, mas eram muito mais caras do que ele imaginava — seu respeito por Xvim aumentou um pouco quando percebeu quanto dinheiro Xvim gastava de fato em seu treinamento durante esse reinício. A lista de reclamações de Zorian sobre o homem tinha várias páginas, mas parecia que ser mesquinho não estava entre elas.

    Ele ainda estava convencendo Ilsa a aceitá-lo como seu aprendiz, é claro. Mesquinho ou não, o homem era frustrante demais e tolerável apenas em pequenas doses.

    Ele terminou de pintar os glifos nos cantos da carta que estava fazendo e começou a vincular a combinação de feitiços necessária. Kirielle, que estava desenhando um vaso de flores próximo, ergueu os olhos de sua folha de papel por um momento quando o notou lançando feitiços, mas logo voltou ao trabalho quando viu a falta de shows de luzes ou outros efeitos visuais impressionantes.

    Ele esperava que Benisek mantivesse silêncio sobre a fonte do rumor que Zorian contou. Provavelmente manteria — Ben nunca revelou suas fontes se pudesse evitar, já que gostava de fingir que tinha algumas fontes super-secretas para obter informações, em vez de apenas espalhar rumores de seus colegas — mas Zorian tinha um plano de contingência a seguir, mesmo se alguém com autoridade oficial viesse confrontá-lo sobre a história. O fato das araneas estarem espalhando a mesma história em vários lugares diferentes também deve ajudar a mascarar onde a exata origem da coisa toda.

    Ele estava apenas dando os toques finais no cartão quando Taiven irrompeu na cozinha e fixou sua posição.

    “Ei, Barata, bom lugar que você escolheu,” disse ela, sentando-se em uma cadeira ao lado dele e olhando mais de perto para ver seu trabalho. “Ooh, eu sei o que é isso. Ando querendo comprar um dia desses, mas sempre acabo gastando meu dinheiro em outro lugar. Quantos você comprou?”

    “Nenhum,” respondeu Zorian. “Eles eram muito caros para o meu gosto, então decidi fazer os meus. Este é o único que fiz até agora.”

    Taiven ergueu a sobrancelha para ele, parecendo divertida com sua afirmação. Zorian franziu a testa, não gostando da expressão — ela não acreditava que ele pudesse fazer um cartão como este? Isso não era nada! Ele empurrou o cartão acabado em seu rosto com uma carranca.

    “Experimente,” Ele disse a ela.

    Suspirando de forma dramática, Taiven respirou fundo e… franziu a testa. Zorian sentiu uma mistura de surpresa e frustração explodir dela e percebeu que ela tentou queimar o círculo que ele desenhou no cartão e falhou.

    “Você não poderia fazer isso, poderia?” Zorian sorriu.

    “Você fez errado!” Ela bufou.

    “Não fiz!” Zorian protestou. “Você é péssima!”

    “Não!” Ela atirou de volta. “Por que você não faz isso se você é tão especial, hein?”

    “Hmph,” Zorian zombou, pegando o cartão de volta. Ele posicionou o cartão para que ela pudesse ver os resultados do que estava prestes a fazer (e no fundo de sua mente notou que Kirielle havia decidido ver o que estava acontecendo e estudava o cartão também) e então jogou sua mana no cartão de uma maneira prática.

    O círculo — e apenas o círculo — brilhou vermelho com o calor por um momento antes de desmoronar em cinzas. Zorian soprou uma rajada de ar no buraco para espalhar os restos pela mesa e então entregou o cartão gasto a Taiven com presunção. Ele cruzou os braços e esperou pela resposta dela.

    “Ahem,” uma voz feminina madura interrompeu a cena atrás dele. “Você vai, é claro, limpar essa bagunça que fez na minha mesa, não vai, senhor Kazinski? Ah, e eu gostaria de avisá-lo que vou cobrar por qualquer dano à propriedade que você infligir aos meus bens materiais com seus… experimentos.”

    Zorian se virou e deu a Imaya um sorriso grande e amigável. Ela revirou os olhos para ele e apontou para as cinzas sobre a mesa. Abaixando a cabeça em derrota, Zorian foi pegar um pano no banheiro, ignorando a risada suave de Taiven atrás dele. Só por isso ele ficou tentado a dispensá-la quando ela pediu sua companhia até o esgoto.

    Por um momento. O fato era que ele precisava mesmo ir com ela desta vez.

    “Então, para que você precisa de mim, afinal?” Zorian perguntou, sentando-se ao lado de Taiven de novo.

    “Ah, bem, eu queria saber se você se juntaria a mim em uma pequena expedição…”

    Zorian ouviu com paciência sua explicação antes de revelar que tinha contatos com as araneas e solicitar que eles tentassem falar com elas primeiro antes de atacar com feitiços e chamas. Assim como nos reinícios anteriores, onde ele havia levantado o problema, Taiven o aceitou saindo com aranhas gigantes que vivem no esgoto com bastante facilidade, mas desta vez ela também tinha um pedido adicional.

    “Já que você parece pensar que é bom o suficiente para andar sozinho pela Masmorra, encontrando monstros sencientes e deuses sabem o que mais, eu gostaria de testar um pouco suas habilidades,” Taiven disse a ele. “Além disso, não custa nada saber quais são suas habilidades de combate reais se você vai acompanhar a mim e minha equipe em uma situação com perigo potencial. Você conhece algumas habilidades de combate, não é?”

    “Várias,” Zorian assegurou a ela.

    “Bom, então venha para minha casa amanhã ao meio-dia para que eu possa testá-lo,” exigiu Taiven. “Você tem certeza que elas vão nos entregar o relógio se pedirmos com educação?”

    “Se elas tiverem,” afirmou Zorian. “Aquele cara que lhe deu o trabalho não parece tão confiável para mim. Não acredito nem por um segundo que ele não sabia o que são as araneas, mas mesmo assim mandou vocês buscarem um relógio de bolso com elas. Ou ele está tentando matar todos vocês ou… inferno, não sei qual é o jogo dele aí.”

    “Se o relógio for algo muito valioso ou muito ilegal, ele pode não querer enviar alguém que possa reconhecer o que está segurando,” Taiven franziu a testa. “Quão perigosas são essas suas aranhas? Quero dizer, mesmo se conscientes, elas ainda são vulneráveis ​​a queimaduras e coisas assim. Talvez ele tenha pensado que iríamos apenas matá-las sem conversar?”

    “Araneas são todas magas,” disse Zorian. Não era uma verdade estrita, já que apenas uma pequena minoria das araneas estava armada com um verdadeiro sistema de conjuração, mas os poderes psíquicos eram versáteis o suficiente para contar como uma espécie de sistema especializado de conjuração. “Elas gostam de magia mental, ilusões e camuflagem em específico. E elas têm uma ligação telepática umas com as outras, então saberão e se lembrarão de vocês caso massacrem algumas de suas sentinelas. E então vocês teriam um bando de aranhas mágicas com rancor procurando emboscá-los ou atraí-los para uma armadilha na próxima vez que descessem na masmorra.”

    “Merda,” xingou Taiven. Ele sentiu uma pontada de raiva dela antes que ela a controlasse e se obrigasse a se acalmar. “É melhor aquele idiota não saber do perigo ou vou denunciá-lo à delegacia de polícia mais próxima que eu encontrar. Isso é quase uma tentativa de assassinato!”

    “Vamos falar primeiro com as araneas e ver o que elas têm a dizer,” Zorian disse rapidamente. Ele não queria que Taiven confrontasse o homem e cancelasse tudo. “Eu garanto que elas não vão te atacar enquanto você estiver junto comigo.”

    Taiven deu a ele um olhar longo e ilegível.

    “O que?” Ele perguntou.

    “Nada,” falou Taiven. “É só que… pensei que te conhecia, mas agora descobri que você tem toda essa vida secreta que nunca soube até agora. É um pouco irreal.”

    “Sim!” Kirielle de repente se intrometeu. Ela ficou em silêncio durante a discussão, mas parecia que ela estava ouvindo tudo com muita atenção. “Como é que você nunca contou nada disso para sua própria irmã!?”

    “Oh, essa é fácil,” Zorian respondeu suavemente. “Eu não queria que mamãe e papai descobrissem, então contar a você teria sido uma tolice. Você tem ideia de quantas vezes você me meteu em problemas contando meus segredos na frente de nossos pais?”

    “Oh vamos lá!” Kirielle suspirou. “Eu era uma bebezinha! Eu não sabia de nada! Você não pode ainda estar com raiva disso?”

    “Não, claro que não,” Zorian murmurou com desconforto. “Acabei de contar a Taiven sobre as araneas bem na sua frente, não foi?”

    Taiven balançou a cabeça com tristeza, levantando-se de seu assento. “Você guarda muitos segredos, Barata. Eu me sinto um pouco magoada por você sentir que não pode confiar em mim, mas nunca fui de guardar rancor, então vou deixar passar. Só não espere que isso seja o fim — vou importuná-lo sem parar até saber toda a história. Vejo você amanhã.”

    “Espere,” pediu Zorian. “Na verdade… sim, tem algo que preciso te contar. Todos vocês. Senhorita Kuroshka, sei que você está nos espionando há algum tempo, então é melhor você se sentar para ouvir isso.”

    Imaya se virou de onde estava mexendo nos talheres e colocou as mãos nos quadris, dando a ele um olhar zangado.

    “Eu não estava fazendo nada disso,” Ela negou, “estava apenas cuidando da minha vida e, nada menos, em minha própria cozinha. Se você não queria que eu ouvisse sua conversa, deveria ter levado para outro lugar.”

    “Meu erro,” Zorian concordou sem problemas. Ele tinha certeza de que ela havia terminado o que viera fazer na cozinha há um tempo e estava por perto só para ouvi-los conversar, mas tanto faz. “Kiri, você se lembra de como eu prometi te ensinar a lançar feitiços em troca de um favor no trem?”

    “Sim?” Kirielle confirmou hesitante.

    “Certo, um pouco de fundo primeiro. Eu sou o que as pessoas chamam de empata — uma pessoa que pode sentir as emoções de outras pessoas. Infelizmente, até pouco tempo atrás, meus poderes estavam meio que enlouquecidos. Não havia ninguém a quem eu pudesse pedir ajuda… pelo menos não no lado humano das coisas.”

    “As aranhas,” Imaya supôs.

    “Sim,” Zorian concordou. “Araneas são todas empáticas como parte de sua natureza inata. Graças a elas, agora tenho mais ou menos controle sobre minhas habilidades empáticas, embora leve anos de prática para refiná-las em algo confiável de verdade. Acompanhando até agora?”

    “O que estou sentindo agora?” Kirielle perguntou.

    “Eu não sei,” Zorian admitiu. “Os sentimentos das pessoas raramente são muito simples e, a menos que estejam sentindo uma emoção muito forte, fico reduzido a suposições baseadas em minhas interações anteriores com a pessoa. Quanto mais tempo passo perto de alguém, mais fácil posso lê-lo.”

    “Mas ela não é sua irmã?” perguntou Imaya. “Você pensaria que, se alguém fosse familiar o suficiente para sua capacidade de trabalho, seria a família.”

    “Nossa família é…” Zorian hesitou, procurando uma palavra adequada. “Um pouco disfuncional, eu acho. Eu tento ficar longe deles a maior parte do tempo, então não tenho interagido com Kirielle com tanta frequência. E não sou a única que guarda segredos por aqui — Kirielle também guarda muitas coisas no peito. Acho que não nos conhecemos muito bem, apesar dos laços entre irmãos.”

    Houve um breve silêncio enquanto todos os envolvidos digeriam essa admissão, mas a atmosfera estranha foi logo quebrada por Imaya limpando a garganta.

    “Bem,” expressou ela. “Eu acho que é bom que vocês dois estejam aqui agora para se reconectar.”

    “Sim!” Kirielle concordou de imediato. “Ei, você acha que eu poderia ser uma empata também?”

    “Desculpe, Kiri, mas tenho certeza que você não é,” respondeu Zorian. “Eu teria sido capaz de sentir isso se você fosse.”

    “Você pode sentir outros empatas?” perguntou Taiven.

    “Posso sentir todas as mentes ao meu redor, empáticas ou não,” explicou Zorian. “Também obtenho algumas informações básicas sobre cada mente — quão complexos são seus pensamentos, sua espécie, seu gênero, coisas assim. Empatas se iluminam como pequenos sóis em minha mente, então… desculpe, Kiri.”

    “Está tudo bem,” Ela disse desanimada.

    “Você pode sentir as pessoas ao seu redor, independente dos obstáculos?” perguntou Taiven. Zorian assentiu. “E o alcance dessa habilidade é…?”

    “Se eu estiver ocupado com outra coisa e apenas executando meu sentido mental em segundo plano? Cerca de dez metros,” explanou Zorian. “Se estou me concentrando apenas em escanear o ambiente? Facilmente dez vezes isso. No entanto, se houver muitas mentes ao meu redor, tenho problemas para processar as informações e todas elas começam a se misturar em uma massa confusa e indutora de dor de cabeça. Na maioria das vezes, desligo minha empatia quando estou perto de grandes multidões.”

    “Barata, estou recrutando você para minha equipe,” disse Taiven. “Já faz um tempo que estou tentando encontrar um rastreador para minha equipe! Agora tudo o que precisamos é ensinar-lhe alguns feitiços de adivinhação e-“

    “Já sei, obrigado,” comentou Zorian. “Eu sou bastante proficiente em adivinhação.”

    “Melhor ainda!” disse Taiven. “Você está contratado.”

    “Vamos ver,” Zorian suspirou.

    “Fascinante,” disse Imaya. “Nunca ouvi falar desse aspecto da empatia, embora ache que faz sentido que alguém que pode sentir emoções possa localizar outras pessoas por meio dela. Mas não era sobre isso que você queria falar, não é?”

    “Não, não é,” Zorian assentiu. “Não é de conhecimento comum, mas a empatia é apenas uma expressão inicial de uma habilidade muito mais… perigosa. Um empata com habilidade suficiente pode preencher a lacuna entre as mentes e se conectar com qualquer pessoa ao alcance para falar com ela por telepatia, ler seus pensamentos, enganar seus sentidos ou mexer com suas memórias. E araneas têm me ensinado a como fazer isso.”

    Ele fez uma pausa para avaliar suas reações. Bem, nenhum deles estava em pânico silencioso ou queimando de indignação, então isso era encorajador.

    “Não tenho intenção de fazer isso com nenhuma de vocês sem permissão,” disse Zorian. “Mas, ao mesmo tempo, preciso de alguém para praticar. As aranea não são muito adequadas para isso — suas mentes são estranhas demais para um iniciante como eu entender. Preciso de um voluntário humano e espero que você me ajude, ó minha irmã.”

    “Você quer ler minha mente?” Kirielle perguntou.

    “Para ser franco, sim,” respondeu Zorian.

    “E se eu disser não, você ainda vai me ensinar magia?”

    “Absolutamente,” disse Zorian. “É um pedido, não uma chantagem. Vou ter que encontrar outra pessoa para me ajudar se você recusar.”

    “Bem, tudo bem,” disse ela. “Acho que vou te ajudar. Mas você não pode falar com ninguém… sobre as coisas na minha cabeça. E você tem que me contar tudo sobre seus segredos em troca!”

    “Claro,” Zorian sorriu. “Parece um acordo justo para mim.”

    1. pensamento interno do Zorian

    Nota