Índice de Capítulo

    A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.


    Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: SMCarvalho 』


    “Isso é sério? Não é algum tipo de brincadeira?”

    Fiquei lá congelado por um longo tempo, tomado por uma sensação que só podia ser explicada como choque. Meus dedos tremiam levemente e minha respiração ficava cada vez mais pesada. Mas mesmo assim, aceitei rapidamente o que havia acontecido.

    “Viagem no tempo.”1

    Essa era a única coisa que podia explicar todas as contradições que eu vinha notando desde que acordei nesta ilha. Negar era inútil. Sim, por que a viagem no tempo seria impossível quando também era possível acordar de repente no corpo de um bárbaro enquanto jogava um jogo de computador?

    Ainda organizando meus pensamentos, olhei para Amelia. — Você já sabia.

    Amelia deu um leve aceno de cabeça. — Eu suspeitava em certa medida. — Ela então explicou que só teve certeza depois de encontrar esses caras. Eu só tinha ouvido falar deles em um livro, mas aparentemente eram muito famosos na época.

    “…Não é de se admirar que ela estava agindo de maneira tão estranha. Ela não é do tipo que dá o primeiro golpe assim.”

    Acho que esse era o benefício de ser um viajante do tempo, ser capaz de ver através das intenções ocultas de desgraçados como esses, e esmagar suas cabeças antes que pudessem tentar qualquer coisa. No entanto, deve ter parecido incrivelmente bizarro do ponto de vista da vítima.

    — F-Famosos? Do q-que você está falando?

    Seja como for, não tinha tempo para explicar. Seria inútil de qualquer maneira. — Existem outros membros do clã além de você aqui nesta ilha? Se sim, balance a cabeça.

    Rapidamente passei para um interrogatório. Depois de responder a algumas perguntas que eu tinha, tirei um tempo para pensar.

    — Vinte anos atrás, hein…?

    Primeiro, estávamos vinte anos no passado. Simplificando, acabamos de conhecer pessoas cujos crimes seriam revelados e que seriam executados daqui a cinco anos.

    “Essa situação é pior do que eu pensava.”

    O que descobrimos através do interrogatório foi que mais de trinta deles estavam nesta ilha. Amelia me avisou que o comandante do Clã Elbis era um aventureiro especialmente perigoso.

    — …Devemos nos mover.

    — Devemos.

    Troquei olhares breves com a Amelia, e isso foi toda a conversa que precisávamos. Surpreendentemente, ela e eu nos dávamos muito bem quando se tratava dessas coisas. Não precisávamos perder tempo tentando convencer um ao outro.

    — Vamos tirar o equipamento deles primeiro.

    — Ah, vou cuidar desses caras aqui.

    Despojamos habilmente seus equipamentos e roubamos suas mochilas.

    Stab.

    Então matamos todos eles. E com toda razão, porque como poderíamos enviá-los de volta vivos se eles viriam atrás de nós com seus camaradas assim que se reunissem com eles?

    “Eles merecem morrer em primeiro lugar.”

    Eles usavam o emblema de um clã cujos crimes seriam revelados em cinco anos. Não só havia evidências claras de seus saques em suas mochilas, mas eles disseram coisas durante nosso interrogatório que não deixavam dúvidas sobre sua culpa.

    — E quanto aos corpos?

    — Melhor enterrá-los.

    — Então vamos começar a cavar.

    Segui a sugestão da Amelia de enterrar os corpos sem objeções. Você precisava seguir o conselho do especialista nessas situações.

    — Agora vou apagar nossos rastros ali.

    Enquanto eu cavava um buraco para enterrar os corpos, Amelia voltou ao nosso acampamento e desmontou a fogueira e a cama de folhas que eu tinha criado laboriosamente. Minha breve vida como homem das cavernas chegou ao fim. Hora de voltar à civilização.

    — É uma adaga. Você vai usar?

    Tirando nossas Proteções do Espírito da Árvore, colocamos o equipamento que obtivemos ao matar esses desgraçados. Não podia ser comparado ao equipamento que eu normalmente usava, mas eu poderia trabalhar com isso. Pedir mais aqui seria apenas ganância. Depois de enterrar os corpos e cobri-los com terra, mastiguei carne seca e bebi água de um dos cantis. Então usei a bússola para nos situar na ilha.

    “Ufa, agora me sinto uma pessoa.”

    Era uma sensação familiar.


    — Tem uma caverna que vi mais cedo. Vamos para lá.

    O céu estava lentamente clareando e ficando azul. Segui Amelia por cerca de trinta minutos e encontramos uma pequena caverna. Aparentemente, era um lugar que ela havia descoberto enquanto se dirigia ao centro da ilha com a Missha. — É mais ampla por dentro do que eu pensei.

    — …Você não entrou?

    — Só vi de passagem. Achei que seria um bom lugar para se esconder.

    “Mas você lembra da localização exata?”

    — Que memória incrível você tem.

    Enquanto eu admirava inocentemente sua habilidade, Amelia fez uma careta e disse que era apenas um hábito.

    — Nossa, uma adulta ficando envergonhada com um elogio.

    — …Eu não estou envergonhada.

    — Ah, entendi.

    — Bárbaro, o que você quer dizer com ‘entendi’?

    — ‘Entendi’ é só entendi.2

    De qualquer forma, chega de conversa fiada. — Quero falar sobre isso. O que é essa pedra? — perguntei a mesma coisa que vinha perguntando há horas e finalmente consegui uma resposta.

    — É o Fragmento da Pedra dos Registros. Uma relíquia deixada pelo Grande Sábio Gabrielius e um tesouro protegido pelos lordes do castelo de Noark por gerações.

    Então esse era o nome oficial. Claramente estava relacionado à nossa situação.

    — Então é por causa dessa pedra que fomos transportados para o passado?

    — Provavelmente — Amelia reconheceu a possibilidade de bom grado. Ela então explicou que o Fragmento da Pedra dos Registros era um item lendário que, segundo rumores, tinha o poder de mudar a história enviando o usuário de volta ao passado, e era por isso que ela tentou obtê-la a vida toda.

    — Mas por que você o ativou enquanto estava comigo?

    — Isso… não fui eu que fiz.

    — O quê?

    — Eu nem sei como usá-lo. Planejava estudá-lo adequadamente quando voltasse para a cidade mais tarde.

    Segundo a Amelia, parecia que nem o lorde de Noark sabia como usá-lo. A família apenas o mantinha seguro até que, como Auril Gavis disse ao entregá-la, ‘aquele que respondeu ao chamado dos tempos’ eventualmente aparecesse.

    “Maldição.”

    Supostamente, se você suspirasse demais, afastaria as bênçãos. Mas os suspiros continuavam vindo.

    — Então você também não sabe como voltar?

    — …Exato — respondeu Amelia apologeticamente, mas seus olhos continuavam a brilhar. Bem, não era como se eu não entendesse. Do ponto de vista dela, ela havia realizado seu desejo de vida. Em vez de tentar encontrar um caminho de volta, sua principal preocupação seria como mudar o passado.

    “Se eu estou aqui, o que aconteceu comigo lá? Eu estou apenas congelado?”

    Minha mente ficou ainda mais confusa, mas eu não conseguiria respostas me preocupando com isso agora. Por enquanto, decidi saciar minha curiosidade.

    — Então, o que aconteceu com você?

    — O que você quer dizer?

    — Estou curioso para saber o que aconteceu para você querer tanto voltar ao passado.

    Amelia apenas ficou calada diante da minha pergunta.

    “Se você não quer responder, apenas diga.”

    Depois disso, um silêncio desconfortável caiu entre nós e durou um bom tempo. Bem, graças à nossa súbita viagem ao passado, ambos tínhamos muito em que pensar.

    — O sol está nascendo.

    O tempo passou e o dia amanheceu, e apenas ficamos no lugar, imaginando que vagar imprudentemente poderia significar encontrar aquele clã e nos encontrarmos em uma situação complicada. Cara, se os desgraçados que matamos mais cedo tivessem um barco, poderíamos ter escapado da ilha nele.

    “Em pensar que eles controlavam toda a ilha.”

    Algo que descobri durante o interrogatório anterior foi que a Ilha Farune era domínio do clã deles. Aparentemente, eles usavam este lugar como base e saqueavam qualquer aventureiro sem clã que aparecesse. A razão pela qual os cinco estavam vagando pela ilha em primeiro lugar era em busca de aventureiros que pudessem ter entrado enquanto o clã estava fora.

    “Mas felizmente isso significa que só temos que aguentar hoje.”

    O sexto andar fechava no sexagésimo3 dia do labirinto. Surpreendentemente, hoje era esse dia. Mas, me perguntei se isso era algo a ser surpreendido quando a viagem no tempo existia.

    “Me pergunto o que aconteceu com os outros… Faltará mais um mês até que o labirinto feche lá. Eles conseguirão se virar sem mim?”

    De repente, me preocupei com os companheiros que deixei para trás, mas não me permiti mergulhar muito nesse pensamento. Precisava me preocupar comigo primeiro, considerando que eu nem sabia se poderia voltar.

    “Nada voltará ao normal quando o labirinto fechar, não é?”

    Enquanto eu pensava nessas ideias vagas, Amelia me chamou. — Bárbaro.

    — Meu nome é Bjorn, filho de Yandel, humana. — Ela não respondeu. — Então, o que você ia dizer?

    — Eu ia te dizer para escolher uma das etiquetas da mochila com antecedência.

    “Hã? Ah…”

    No começo, fiquei confuso sobre o que ela estava falando, mas logo entendi. Como estamos agora, se voltássemos a uma versão passada da cidade, nem conseguiríamos passar pelo posto de controle. Logo, vasculhei a mochila e compilei todas as etiquetas de identificação. Havia quase quarenta.

    — …Mas por que esses caras coletaram etiquetas assim quando poderiam acabar sendo usadas como evidência de que são saqueadores?

    — É uma prática comum. Etiquetas de identificação valem algum dinheiro.

    Aparentemente, muitas pessoas que não eram de Noark também procuravam novas identidades na cidade.

    “Isso é justo, se sua mochila for revistada, você será pego por saquear de qualquer maneira. Então é mais lucrativo pegar as etiquetas e vendê-las.”

    Logo, analisamos as etiquetas uma por uma e escolhemos as que poderíamos usar. Ao contrário da Amelia, que era humana, eu não tinha escolha. Entre as muitas etiquetas de identificação, havia apenas uma pertencente a um bárbaro.

    — Amelia Berrywells? Você escolheu uma boa. — Amelia escolheu uma etiqueta com o mesmo nome que o dela. A raça era humana e o sexo era feminino. — A idade é vinte e um? Você não tem vergonha?

    — …N-Não é como se eu tivesse escolhido essa por opção.

    Hã? O que foi essa reação? — Espera, Amelia. Quantos anos você tem?

    — …Não se intrometa na minha vida, Bjorn Yandel. — Amelia rapidamente voltou ao seu normal e me cortou friamente. Queria provocá-la, já que era a primeira vez que a via gaguejar. — Eu só escolhi a que teria que pagar menos impostos, já que é isso que faremos se tivermos que viver aqui por um longo tempo. O fato de termos o mesmo nome é apenas um bônus.

    “Então você já está assumindo que podemos ficar presos nesse tempo por mais de um ano. Nossa.”

    Lambi meus lábios e examinei a etiqueta em minha mão para memorizar o que precisava saber.

    “O nome é Nivelles Enze, idade vinte e um. Um aventureiro de sexto nível.”

    Essa era toda a informação necessária. Como ele era de sexto nível, algumas das essências em sua posse teriam sido registradas na guilda, então seria prudente não usar 【Gigantificação】 na frente das pessoas.

    — Se você já olhou, me dê.

    — Hã?

    — Você me disse para não te chamar de ‘bárbaro’. Não posso te chamar de Yandel na frente dos outros.

    Oh, isso era verdade. Entreguei a Amelia a etiqueta de identificação que eu usaria pelos próximos tempos. Mas o que era isso?

    — Nivelles Enze…? — Amelia congelou, seus dedos apertando a etiqueta como se o nome fosse familiar para ela.

    — Ele é alguém que você conhece?

    Amelia balançou a cabeça à minha pergunta e não elaborou mais, alegando que era apenas coincidência. Ugh, ela realmente tinha um talento para deixar as pessoas malucas.

    “Então não reaja assim em primeiro lugar.”

    De qualquer forma, depois disso, passamos o tempo até o labirinto fechar na caverna. Embora conversássemos ocasionalmente, houve uma conversa que me deixou uma impressão profunda.

    — Vou me responsabilizar por encontrar o caminho de volta, então não faça nada que te destaque. Isso poderia resultar em algo irreversível.

    — Algo irreversível?

    — É algo que ouvi um mago dizer uma vez. Se você hipoteticamente pudesse voltar no tempo, até a menor das mudanças poderia levar à destruição de um país.

    Parecia que ela estava falando sobre o efeito borboleta. Você sabe, aquele batimento de asas de uma borboleta poderia causar um furacão do outro lado do oceano.

    “…Espera, então o que acontece se o Bjorn desse tempo morrer?”

    O pensamento de repente surgiu na minha cabeça. Como eu estava vinte anos no passado, Bjorn ainda existiria nesse tempo. Ele devia ter idade suficiente para estar comendo de uma mamadeira. O que aconteceria comigo se essa criança morresse?4

    “Eu poderia acabar em uma situação muito complicada.”

    Assim que eu voltasse para a cidade, seria melhor manter um perfil baixo e observar como as coisas se desenrolavam, assim como Amelia aconselhou.

    — Ok, não causarei problemas, então não se preocupe.

    — …Vou confiar em você — ela disse, evidente desconfiança nos olhos. Então logo caiu em um estado contemplativo.

    Mais tempo passou. Alguns membros do clã procurando por seus camaradas desaparecidos passaram por nós, mas graças à camuflagem meticulosa da Amelia, conseguimos passar despercebidos.

    Finalmente, o ponteiro das horas do relógio marcou meia-noite. Era hora do labirinto fechar.

    Shaaaaaa!

    Logo, uma luz branca pura cobriu meu corpo. Minha visão imediatamente ficou turva, mas com o passar do tempo, as cores lentamente voltaram. Olhando vagamente para o céu, acabei rindo.

    “Então também era sombrio aqui vinte anos atrás.”

    O céu de Rafdonia estava tão cinza quanto de costume.

    — Ei, você vai para casa direto?

    — Claro que não. Vamos beber alguma coisa primeiro.

    A Praça Dimensional estava cheia de aventureiros. Sim, era assim que costumava ser. Houve tantos incidentes recentemente que a visão dela cheia era realmente estranha. Estava lentamente começando a me dar conta.

    “Eu realmente estou vinte anos no passado.”

    E eu teria que viver aqui por um tempo.

    1. MrRody: Se você usar a sua mente, você pode fazer qualquer coisa. Se meus cálculos estiverem corretos, quando chegar a 88 milhas por hora, veremos algo muito sério. Ruas? Para onde vamos não precisamos de ruas.[]
    2. SMCarvalho: Ele tirando com a cara da Amelia kkkk[]
    3. 60[]
    4. MrRody: Cá estou eu novamente, com uma questão com relação ao tempo. O Bjorn não fez 20 anos ainda; Ele tem aprox 19 e meio, ainda menos se considerar os valores erroneos que o autor tem dado. Com isso em mente, é mais fácil considerar que a viagem no tempo foi na verdade de 19 anos, ou algo em torno disso e ele está arredondando.[]
    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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