Capítulo 11- O preço da imortalidade
Arold acaba caindo no chão devido ao cansaço que o golpe usado lhe dava, soltando o que sobrou da espada para bem longe, ele sequer conseguia mexer um dedo para sair dali e tentar reagrupar com as pessoas atrás dele, estando bastante ofegante bastante enquanto falava:
— E-ele caiu morto? Ele finalmente se foi?
Pensava que finalmente acabou, todos aqueles dias de terror iriam chegar ao fim sem muito mais danos, quando o imortal se levantou, revelando que o garoto errou o seu ataque e arrancou apenas o antebraço dele fora junto de um pouco de seu torço, coisa que não teve peso no vilão, que só se levantou totalmente regenerado. A poeira termina de cair e revela isso a Arold, que acaba entrando em desespero pensando que iria morrer ali. Algo que era notável para todos ali era o braço original daquele ser sofrer queimaduras por conta dos raios solares, não eram muitos, pois já estava perto das seis da noite, em específico às 17:50 da tarde.
Kura avançou contra o homem sem sequer notar ele se queimando, pegando o pouco que sobrou da espada de Arold e usando sua habilidade de eletromagnetismo e a temperatura gerada pelos seus raios para assim moldar uma “espada” em seu braço direito. Tal lâmina possui um fio de corte super afiado, que o jovem elétrico usou para, com toda velocidade de um raio, perfurar o peito do imortal. Em seguida, com toda a sua velocidade e força ele sobe a lâmina de forma brutal, destruindo por completo a cabeça do imortal e fazendo o seu sangue jorrar para o grupo de trás, permitindo não só que o diretor o beba acidentalmente, como também que Ali acabe tomando o mesmo sangue que o diretor. A garota dá um estranho sorriso ao fazer tal ato.
— Arold, sai logo daí, eu vou matar esse desgraçado!
Kura diz, bastante irritado e preocupado com o seu irmão. O imortal se regenera rapidamente e ficando irritado com o ataque que sofreu, falando com todo o seu ódio acumulado durante esses duzentos anos:
— Vocês lixos mortais sempre são assim, sempre fazendo esses atos fúteis de proteger a vida de alguém, mesmo que a morte dela seja inevitável! Vocês só fazem coisas fúteis, fúteis, fúteis, fúteis!
Ele falou isso enquanto tenta usar de novo aquele seu ataque de “raios”, mas a resposta do baixinho foi criar o seu “escudo” elétrico mais uma vez, de novo evaporando aquele líquido mortal. O garoto então dá novamente um soco no peito dele a toda velocidade, o que acaba mais uma vez jogando o imortal contra a parede. O homem, enquanto se regenerava, ficava pensando um pouco sobre o seu passado há duzentos anos.
“Como esse maldito garoto… consegue me representar essa ameaça, como aquele homem de vários anos atrás?”
Ele começou a se lembrar de como era a sua vida antes do ataque racista contra a sua pequena nação: Era apenas mais um soldado comum de sua etnia, com seu cargo decidido pelo local em que surgiu sua marca de nascença. Por mais que seus poderes não fossem úteis em lutas durante uma guerra, só os seus músculos já o ajudariam em uma situação de perigo. Até que, em um dia normal de sua vida, aquele pequeno país começou um projeto secreto, Unsterbleach, a fim de, inicialmente, tornar seus soldados imortais e, logo após, a sua população. O objetivo dos seus líderes era cumprir a promessa do seu progenitor, o grande salvador da humanidade na grande guerra de 4.000 anos atrás. Em uma grande conferência, um desses líderes começou o seu anúncio:
— Bom dia, povo de Mirai no Kuni! Hoje vim lhes falar sobre o nosso novo projeto para nossa própria nação, para o nosso povo! O projeto Unsterbleach. Um projeto que nos ajudará a cumprir a promessa do nosso patriarca, um projeto que nos levará à imortalidade! Nossos melhores cientistas estão trabalhando neste projeto, nós selecionamos quatro soldados para testarem isso antes da própria população!!
Esse anúncio era feito para todo o pequeno país e animava toda a população, que esperavam ansiosa por isso, todos queriam atingir a imortalidade e cumprir a promessa de seu progenitor para aquele homem antigo.
— Ei, Dtùschar, você viu esse anúncio? Isso não é incrível!!! Vamos cumprir aquela promessa antiga!
Dtùschar escutava aquilo. Ele não se encontrava muito animado por ser uma das cobaias para tal experimento, ele também não era muito animado com essa suposta promessa, ele sequer gostava muito de como o seu povo decidia o futuro das crianças, então porque ele deveria se importar com uma promessa antiga, que nem sequer foi ele quem fez?
— É… que divertido… qual era essa promessa mesmo?
A fala do homem loiro e musculoso era mórbida, até mesmo bem depressiva. A pessoa que falava com ele era a sua irmã mais nova, que ficou bastante emburrada e irritada, dando um fraco cascudo na cabeça do seu irmão mais velho:
— Irmão idiota, como pode esquecer dessa incrível promessa que nosso patriarca fez, de ajudar alguém que, no futuro, herde a vontade do salvador do nosso mundo, a ler o diário deixado por ele!
A garota, que tem aproximadamente os seus dezoito anos, fala isso de uma forma animada e esperançosa, o que acabava por alegrar o homem de cabelos loiros, não por conta daquela promessa feita pelo seu ancestral, mas sim pela felicidade da única pessoa importante para ele. Ele quer o bem dela, se sentia feliz em ver a animação da sua irmã, não se importando pelo cascudo que acabou levando.
— Ah… então é essa a promessa?
Realmente, estou animado para o sucesso desse projeto, Gelie.
Por mais que sua voz para ela fosse animada, ele se sentia triste e desanimado por dentro, como quem quisesse que esse projeto sequer tivesse sido pensado e iniciado pelo seu país.
No dia do início dos experimentos, o homem estava junto de mais três pessoas, dentre elas o seu melhor amigo, Kisar. Dtùschar andou até ele e o cumprimentou, começando uma simples conversa, algo que os dois amigos fazem em seu cotidiano. Logicamente, eles vireram a falar sobre os experimentos que vão passar:
— Ei, o que você pensa sobre esse experimento, Kisar?
Dtùschar dizia isso de forma receosa para o seu amigo, esperando atentamente para ouvir a resposta, juntamente da opinião dele sobre tudo aquilo:
— O que eu penso? Ah, por mais que eu esteja preocupado com tudo isso, no fundo eu acho que isso vai ser bom para todo mundo do nosso pequeno país.
Aquela resposta era inesperada para o futuro imortal, que apenas concordava balançando a sua cabeça e olhando para o chão, em seguida levantando sua cabeça e olhando para o sol. Com o passar do tempo, eles já estavam na sala do experimento, começando a
passar por todo aquele doloroso processo, se passavam várias e várias horas, uma hora, duas horas, seis horas, dez horas.
Após exatas trinta e quatro horas desse experimento, Dtùschar abria novamente os seus olhos e olhava para a lâmpada da sala. Notava que ainda estava vivo e se animava. Ele rapidamente virou seu rosto para onde estariam o seu melhor amigo e os outros soldados mandados para serem as cobaias com o objetivo de compartilhar aquela situação com eles. Entrou em choque com a cena que viu ao seu lado: Todas as outras cobaias estavam mortas em uma cena completamente bizarra e assustadora. Enquanto ele estava totalmente assustado, o representante do seu país foi andando até ele, colocando a mão no ombro direito do imortal enquanto dizia:
— Bem… o experimento foi quase um total fracasso, as outras cobaias não aguentaram o procedimento e morreram durante ele, enquanto você, por mais que tenha saído vivo, não atingiu a completa imortalidade, mesmo com todas as suas capacidades sobre-humanas… os raios ultravioletas ainda vão te matar.
O loiro ficou confuso com aquilo “Como assim não foi a total imortalidade? Existe meia imortalidade?”. Os dias se passaram, o representante da nação apenas falou que o experimento deu certo. Isso mudou totalmente a vida do homem, as pessoas passaram a venerar ele, riqueza e fama vieram como ar, tudo isso subiu à sua cabeça e o deixou totalmente diferente de antes.
— Ei, você não pode vir por aqui-
Os guardas do imortal tentavam impedir alguém de passar, mas acabavam por falhar nisso e ela conseguiu passar. Essa pessoa era a irmã dele, Gelie. A garota aparentava estar irritada com ele:
— Irmão, o que aconteceu com você? você não é mais o mesmo, você se tornou totalmente arrogante e desumilde!-
Dtùschar calou a boca da sua irmã coçando sua garganta e fazendo um barulho bastante alto. Ele se encontra sentado em um trono cercado de mulheres que o enchiam de mimos. O homem jogou algumas moedas para a sua irmã, enquanto falava:
— Se você veio me pedir alguns trocados, não precisava de todo esse escândalo, era só pedir de forma pacífica.
Aquilo fez as veias dela saltarem de raiva enquanto o olhava, dizendo aos berros, com todo o seu ódio:
— Pedir trocados? Eu não quero esse seu dinheiro sujo, a mãe tá doente e você nem foi ver ela desde que ela foi para o hospital, que tipo de pessoa você é?!
Essa fala acabava por, no fundo, ferir um lado dele por escutar isso da sua própria irmã, o fazendo revidar de forma acima da dela:
— Que tipo de pessoa virei? Eu virei perfeito, virei um Deus imortal!
Essa afirmação apenas deixou sua irmã mais triste e irritada, fazendo-a soltar algumas pequenas lágrimas. Ela se dirigia para sair do local, virando as costas para ele enquanto dizia, caminhando:
— Você não é mais o meu irmão que eu conversava antes.
Isso fez o homem se irritar por fora, mas por dentro ficava triste, aquilo o deixava ainda mais afundado daquela depressão que sofria, ele havia perdido tudo que ele gostava naquele momento, a única coisa que passou na sua mente foi: “Então esse foi o preço da imortalidade?”.
Se passou cerca de um ano após isso, a mãe dele havia morrido devido àquela doença, ele havia se tornado ainda mais famoso e arrogante, não via sua irmã desde aquela briga, só sabendo que ela havia tido um filho com um colega de trabalho. A vida dele estava “pacífica”, até que do nada uma explosão aconteceu. Era a declaração de guerra vinda do país dos protagonistas, há duzentos anos, com uma gigantesca luta se iniciando. Essa guerra perdurou por três anos, até que aconteceu o último ataque contra Mirai no Kuni, foi um ataque usando toda a força que o país poderia usar, Mirai no Kuni começou a entrar em ruínas rapidamente, Dtùschar estava lutando com alguns outros soldados, até que seu lado sentimental começou a falar mais alto: “Salve a sua família e fuja”, seu lado sentimental gritava para fazer isso.
Não só após muita luta física, como também mental, ele decidiu avançar para salvar sua irmã. Quando chegou lá, conseguiu ver sua irmã e sobrinho e então foi tentar salvá-los, usando de sua velocidade. Ele chegou perto de salvar eles da morte e fugir daquele país, estava disposto a jogar tudo fora para ter uma vida normal com eles e sem todos esses problemas de guerras ou batalhas, mas isso foi impedido por um ataque de fogo que atingiu a sua irmã e, diante dos seus olhos, ela morreu queimada. Ele então viu seu sobrinho ainda vivo, indo atrás de salvar pelo menos aquela criança da morte, mas mais uma vez falhou: um soldado da nação de Burajin no Kuni perfurou o crânio daquela criança com uma bala de AK-47. O choque foi grande demais para o Miraijin, que logo em seguida foi surpreendido pelo ataque do “roxo da morte”, que olhava para ele enquanto dizia:
— Me desculpe por tudo isso, estamos apenas seguindo ordens… Me permita acabar com a sua dor.
O ódio do imortal estava à flor da pele, iniciando uma luta até a morte contra aquele soldado. Ambos estavam muito feridos, mas Dtùscher estava pior devido ao poder do seu oponente, que era a criação e manipulação dos raios ultravioleta. O final estava chegando e ele só conseguia pensar: “Aonde… isso me trouxe?”. Ele partiu para o último ataque contra aquele homem, foi um choque de dois socos com toda a força deles. No punho esquerdo, a energia ultravioleta começou a destruir o seu corpo por completo. O homem, vendo que não teria mais saída, rapidamente usou o “laser” dos seus olhos para
cortar fora o braço direito e então usou do seu poder de transferir sua mente com o seu sangue, passando-a para o seu braço direito, e entrou em coma por duzentos anos.
“Parando pra pensar, eles não se parecem tanto.”
Ele pensou isso consigo, já se levantando após ter terminado de se regenerar, passando a mão na sua cabeça. Então, ele voltou seu olhar para onde estavam seus inimigos, sendo surpreendido por um ataque em conjunto do diretor e do Kura, com uma série de golpes com todo vigor contra ele, enquanto o diretor gritava:
— Não vou deixar você sair vivo, seu zumbi desgraçado!

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