A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 391: Capitão Bárbaro (1/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel – Note 』
Na sala de estar do primeiro andar, sob o olhar atento da câmera de vigilância da Erwen, três mulheres sentavam-se no sofá, tomando chá.
— Uma unidade de forças especiais composta por trinta pessoas… Esta também é a primeira vez que ouço falar disso. Isso deve significar que é extremamente confidencial — murmurou Raven.
— Como a guerra está se arrastando, acho que o palácio está procurando uma maneira de virar o jogo — refletiu Amelia.
— Exatamente. Considerando a reputação dos candidatos mencionados pelo marquês, estou honestamente questionando se eles realmente conseguirão reunir todos esses grandes nomes em uma única equipe.
— Mas essa parte está garantida, segundo o marquês.
— Então, acho que seria sábio assumir que estão planejando algo grande que exigirá muito poder de fogo.
Enquanto as duas discutiam a situação com vozes sérias, Erwen não parecia particularmente interessada no estado atual de nossas forças militares.
— Senhor, você disse que não gosta de doces, certo? Experimente isso. Comprei algo salgado para você.
— Ah, obrigado.
Enquanto eu comia os biscoitos de manteiga de amendoim que Erwen me deu1, Raven me lançou um olhar desaprovador. Parecia que ela não estava feliz com o fato de eu ter despejado todas aquelas informações nelas e depois ficado quieto.
Engoli o que estava na boca e disse — Então, Raven, o que você vai fazer?
— …Sobre o quê?
— Eu te disse. Comigo, Erwen, Emily e a mulher draconato escolhida pelo marquês, restam duas vagas.
— Ah…
— Quero que você se junte a nós.
Quando perguntei diretamente, Raven desviou o olhar com uma expressão ligeiramente desconfortável no rosto. — Eu também quero ajudar na linha de frente, mas acho que isso seria difícil agora. — Esta foi, sem dúvida, uma resposta ligeiramente decepcionante.
— …Sério?
Tentei não demonstrar, mas Raven deve ter percebido porque começou a se explicar sem nem precisar ser perguntada. — Tanto no campo de batalha quanto na cidade, o Comandante Pevrosk 2 está sendo convocado em todos os lugares atualmente. Se eu sair do Batalhão de Magia agora, não haverá ninguém para ajudar a gerenciá-lo…
“Nossa, tão trabalhadora. É por isso que ela era tão confiável como companheira de equipe.”
Entretanto, não queria vê-la tão abatida quando nem mesmo era culpa dela, logo, rapidamente a interrompi. — Por que você está se explicando? Se você está ocupada, não há o que fazer.
— Obrigada… por entender.
— Entender ou não, isso não é algo pelo qual você precise se desculpar.
De qualquer forma, isso significava que recrutar Raven estava fora de questão. Como preencheríamos as duas vagas restantes?
Enquanto eu ponderava isso, Amelia falou comigo em voz baixa. — Schuitz, você acha que a equipe precisa de um navegador?
— Eu não sei, acho desnecessário já que viajaremos em um grande navio de guerra.
— …Entendo. — Amelia assentiu, mas havia algo estranhamente fora do lugar em sua voz, mesmo enquanto concordava. Ela queria levar nosso marinheiro Auyen, que estava preso no porão, com ela?
“Caramba, não importa o quanto navegar seja divertido, há um tempo e lugar para tudo.”
— Acho que seria melhor deixar Auyen3 onde ele está por enquanto. Ele pode ser útil novamente após a guerra.
— Tudo bem. Eu estava preocupada já que ele não está comendo muito ultimamente, mas acho que vou ter que passear mais com ele do que o habitual.
— …Sim, isso deve funcionar. — Então, isso resolvia o problema do navegador. — Raven, você sabe algo sobre a mulher draconato?
— Não. Esta é a primeira vez que ouço falar de uma Ravien. Mas vou investigar quando voltar ao Comando. O comandante pode saber de algo.
— Sim, vou deixar isso com você.
Raven saiu depois disso, terminando seu chá e se despedindo, pois tinha trabalho a fazer. O restante de nós debateu quais dos candidatos mencionados pelo marquês deveríamos adicionar à equipe. Embora Erwen e Amelia estivessem constantemente em desacordo, concordamos facilmente sobre quem seria nosso primeiro companheiro de equipe.
— Acho que precisaremos de um mago.
— Concordo. Seria inconveniente não ter um.
Iremos preencher a posição de mago que ainda estava vaga depois que não consegui recrutar Raven.
— E quanto à vaga restante?
— Não seria melhor ter um sacerdote?
Se possível, a última vaga deveria ir para um sacerdote. Se isso fosse muito difícil de conseguir, decidimos que seria melhor preencher com um usuário de habilidade especial de suporte. Eu tinha nossas necessidades de tanque cobertas, Amelia tinha combate corpo a corpo, Erwen tinha longa distância, e logo também teríamos um mago. Sendo assim, decidimos que seria melhor usar um usuário de habilidade especial de suporte para aumentar nossas capacidades de combate corpo a corpo. Esses eram argumentos razoáveis, então concordei prontamente, exceto quando chegamos ao último ponto.
— Então, para o mago, podemos escolher entre esta opção ou esta, esta para o sacerdote, e se não conseguirmos eles, acho que este usuário será o melhor! — Erwen expressou sua opinião animadamente, apontando para cada um dos nomes na lista de candidatos um por um.
— Oh, são todos homens? — Tive essa reação genuinamente sem pensar muito.
— Bem… porque há muitas mulheres ao seu redor, Senhor.
— …Huh? — Isso era uma justificativa razoável para escolher apenas homens? Olhei para Amelia em busca de ajuda, mas para minha surpresa, ela apenas assentiu como se entendesse completamente de onde Erwen estava vindo.
— Acho que definitivamente seria melhor escolher um homem — disse Amelia.
— …Por quê?
— Seu julgamento é prejudicado quando há mulheres envolvidas.
“O que essa garota está dizendo? Sou um cara frio e calculista. Não importa se é homem ou mulher, se for necessário. Sempre corto suas cabeças igualmente. A primeira jogadora que matei na Caverna de Gelo também era uma mulher.”
— Emily, acho que houve um mal-entendido. Por que você pensaria isso? — perguntei, sentindo-me injustiçado.
Amelia respondeu imediatamente e sem hesitação. — Porque… você também foi assim comigo.
“Que tipo de reputação eu tinha dado a mim mesmo com essas duas?”
Restavam dez dias até o labirinto abrir novamente. Amelia vinha passando pelo distrito comercial quase todos os dias desde que voltamos e finalmente terminou de vender todo o saque. Em outras palavras, finalmente conseguimos dividir nosso espólio da nossa expedição mais recente.
— Mesmo subtraindo o troco, são 350 milhões de pedras.
Era realmente uma quantia absurda de dinheiro. Não só isso, mas era uma quantia difícil para um grupo do nosso tamanho alcançar apenas com pedras de mana, não importa quantos andares subíssemos.
“Bem, acho que faz sentido considerando que destruímos todo um clã do sexto andar.”
No entanto, ainda fiquei surpreso quando ouvi o valor. Os navios quebrados nem venderam pelo preço total e decidimos manter o maior navio para uso futuro em vez de vendê-lo. Se vendêssemos aquele barco, nossa renda total teria triplicado.
— Então, o que você quer fazer com o dinheiro?
Amelia tinha trabalhado mais do que qualquer outra pessoa para se livrar dos itens. Quando ela me perguntou quais eram meus planos, respondi sem hesitação. — Claro que temos que dividir igualmente.
— Então cada pessoa receberá um pouco mais de 110 milhões de pedras. — Amelia sorriu suavemente e mencionou que com essa quantia, finalmente poderia comprar a arma que estava de olho. Mas não demorou muito para que esse sorriso desaparecesse.
— Antes de você comprar uma nova arma, quero que me pague primeiro. — A voz de Erwen estava fria demais para alguém que falava com sua companheira de equipe. Claro, o pedido em si era justo. Embora o acordo tenha ficado um pouco complicado, Amelia foi quem penhorou meu Triturador de Demônios no banco como garantia. Amelia usou aquele dinheiro para comprar uma essência e, como não conseguiu pagá-lo de volta, Erwen foi forçada a fazer um empréstimo usando a casa como garantia.
— Tenho certeza de que ainda há tempo para pagar a dívida…?
— Estou começando a pensar que nunca seremos capazes de pagá-la a tempo se você continuar gastando assim. E é melhor pagar suas dívidas o mais rápido possível, certo?
— …Quanto você precisa?
— Tudo, é claro. Se você entregar tudo o que ganhou este mês, acho que será suficiente para pagar.
Amelia me olhou como um cachorrinho triste às palavras de Erwen. Era óbvio que ela estava pedindo ajuda, mas o que eu poderia fazer aqui?
— …Vamos comprar a arma na próxima vez.
— Quando eu perguntei no mês passado se podia melhorar meu equipamento, você prometeu que eu poderia.
— As coisas mudaram agora. Eu lembro que você também argumentou para não vender o maior navio e usá-lo para viajar?
— Isso… porque precisaremos de um barco, mesmo que não seja no sexto andar.
— Exatamente. Apenas espere mais alguns meses. Vou te ajudar a pagar por isso então.
Amelia estava tão chateada que nem respondeu, mas, pelo jeito como ela exalou silenciosamente e olhou pela janela, parecia ter aceitado a situação atual até certo ponto.
“O que eu deveria dar a ela em momentos como esses para animá-la de novo? Não acho que ela tenha interesse especial em comida…”
— Senhor, tem alguém lá fora.
“Huh? Uma pessoa?”
Quando fui lá fora, encontrei alguém enviado pelo marquês. Embora o cara parecesse forte, não dava para saber se era um cavaleiro ou não por causa de suas roupas casuais. A conversa que tivemos também foi extremamente curta.
— Uma carta do marquês.
— Ah, obrigado por trazê-la.
Voltei rapidamente para dentro e abri a carta. Não sabia se isso era simplesmente a personalidade de Tecerion ou porque o destinatário era um bárbaro, mas o conteúdo era conciso.
“O problema do feiticeiro4 foi resolvido. Enviarei alguém amanhã de manhã para ir com você.”
“Então, finalmente vou receber o sétimo estágio da Impressão da Alma.”
Na manhã seguinte, assim que o sol raiou, entrei na carruagem enviada pelo marquês e me dirigi à capital real. A viagem normalmente levaria pelo menos seis horas, mas usando a plataforma de teletransporte militar, era possível partir e chegar na mesma manhã.
“É realmente conveniente…”
Cheguei à mansão sem nem ter tempo de tirar uma soneca na carruagem, mas não consegui me encontrar com o marquês desta vez. Aparentemente, ele foi ao palácio cedo esta manhã para negócios. Bem, o marquês não era um vagabundo desempregado – ele era o primeiro-ministro de um país. Eu tinha certeza de que ele estava ocupado o tempo todo. Na verdade, a razão pela qual pude ter tantas reuniões privadas com ele ultimamente provavelmente foi porque ele me priorizou. E mesmo assim, tudo o que ele teve tempo foi para uma conversa durante uma refeição.
“Bem, é melhor não vê-lo de qualquer maneira.”
De qualquer forma, segui meu guia até a mansão e cheguei a um escritório localizado no terceiro andar do prédio principal. O filho do primeiro-ministro parecia desconfortável quando entrei e, quando o guia nos deixou a sós, ele disse olá.
— …Você veio de longe, Baronete Yandel. — Seu tom era educado e ele parecia me tratar como um igual, mas dava a impressão de estar intimidado por algum motivo. Seria porque ele se recusava a me olhar nos olhos?
— Não muito. Tive uma viagem tranquila graças a você. Como está sua recuperação? Vejo que os ossos do seu rosto cicatrizaram bem…
— …Como você pode ver, estou bem agora.
— Fico feliz.
— Ah, e não tive a chance de dizer isso da última vez, mas peço desculpas pela minha grosseria no outro dia.
Enquanto ouvia Eltora, o filho do primeiro-ministro, se desculpar comigo, quase ri. Eu sabia que ele estava apenas sendo educado, mas ainda assim, era meio engraçado que a pessoa que foi espancada no meio da noite fosse a que estava se desculpando.
— Está tudo bem, já passou. Eu já resolvi as coisas com o marquês, então não se preocupe mais com isso.
— Fico feliz em ouvir isso. É um peso tirado dos meus ombros.
— Então, o Xamã?
— Ele está esperando em outra sala. Se você for ao corredor, Renia, a empregada lá fora, irá guiá-lo até lá.
Então, tudo o que eu tinha que fazer era ir até lá e conseguiria a Impressão da Alma. Não parecia haver motivo para me apressar, então decidi saciar um pouco minha curiosidade.
— Como vocês conseguiram trazer o Xamã para cá?
— Ouvi dizer que meu pai pediu pessoalmente um favor ao chefe da tribo, solicitando que enviasse o Xamã para alguém que precisava de uma Impressão da Alma.
— Hmm, mas isso deve ter parecido suspeito.
— Não exatamente, pelo que ouvi. Afinal, nem todos os bárbaros podem ir e vir livremente da terra sagrada.
— Ah, ele disse que eu era um guerreiro expulso da tribo?
Essa foi a primeira possibilidade que me veio à mente, mas Eltora balançou a cabeça.
— Ele disse que você era um bárbaro nascido e criado na cidade.
— …Entendo.
Aceitei isso sem hesitação. Pensando bem, isso acontecia de vez em quando. Afinal, os bárbaros não eram muito diferentes dos humanos. Quando você vivia na cidade por muito tempo, acabava se imergindo na sua cultura e ficava menos preso às tradições. Eu tinha ouvido falar que, em casos extremos, os pais bárbaros em questão nem mandavam seus filhos para a terra sagrada e os criavam eles mesmos.
— Bem, isso deve facilitar as coisas. Obrigado por cuidar disso.
— É do nosso interesse ajudá-lo, Baronete.
— Claro. Então, até a próxima.
Com todas as minhas perguntas respondidas, terminei a conversa e saí da sala. A empregada esperando lá fora imediatamente me guiou até a sala onde o feiticeiro estava.
— Estou proibida de acompanhá-lo além daqui.
Em outras palavras, eu era o único que podia entrar. Quando abri a porta e entrei, um quarto completamente vazio de móveis e cheio de fumaça de charuto me recebeu. No centro da sala havia um espaço coberto por um pano. Através dele, eu podia ver a silhueta de uma pessoa sentada em posição ereta.
“Faz quase três anos desde que vi o Xamã…”
Enquanto me aproximava lentamente, me senti nervoso por algum motivo. Mesmo que o marquês inventasse uma desculpa para mim, o xamã certamente me reconheceria assim que me visse. Bem, considerando o tipo de cara que ele era, eu tinha certeza de que ele manteria o meu segredo do chefe da tribo.
— Você está aqui. — Naquele momento, uma voz falou além do pano e eu parei. — Meu compatriota criado na civilização.
“Qual é a desse tom jovem?”
Swish.
Quando puxei o pano de lado, vi um bárbaro tatuado usando um tapa-olho. Seus olhos estavam ambos normais na última vez que o vi, mas não foi difícil reconhecê-lo: o jovem discípulo que eu vislumbrara algumas vezes durante minhas visitas ao xamã.
— Kekeke, você está nervoso para encontrar o Xamã que estava ansioso para ver? Posso sentir seu coração batendo daqui.
“O que esse cara está dizendo? Eu não esperava por isso. Onde foi parar o velho Xamã?”
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