Índice de Capítulo

    Yuki ficou no banco por um tempo, decidindo voltar para casa. Mas, mais uma vez, ele teve sua atenção chamada. Dessa vez, ele ouviu uma criança sofrendo bullying de outras duas, tentando usar seu poder para se defender. Mas ele acabou falhando, o que deu mais combustível para o bullying. Que só não se tornou violento porque Yuki interferiu na cena, fazendo as crianças fugirem enquanto o garoto que estava sendo atormentado olhou para ele com seus olhos infantis, vendo na sua frente, não um garoto mais velho, mas um herói que o salvou.

    — Que legal…

    — Você está bem?

    — Sim!

    — O que foi que aconteceu para ele te abusarem?

    — Meus pais me colocaram em outra escola este ano. E lá todo mundo é mais velho, e, por eu ser baixinho e mais novo, eles abusaram.

    — E você tentou usar violência?

    — Foi sem querer. Eu despertei meu poder faz alguns dias.

    — Eu só vi suas mãos ficarem vermelhas. É isso o seu poder?

    — Não, meu poder… O garoto estendeu suas mãos, que ficaram vermelhas, começando a criar pequenos estalos como fogos de artifício. — É o máximo que eu consigo fazer.

    — Interessante. — Yuki copiou a habilidade do garoto, usando-a para criar uma pequena esfera vermelha, que ele segurou com o indicador e o médio.

    — O que é isso?

    — É o que você será capaz de fazer daqui a uns anos.

    — Você é uma versão mais velha de mim!

    — Não. É que o meu poder é copiar o poder de outras pessoas. E, já que eu sou mais velho, eu consigo usar o seu poder em pleno potencial.

    — Uau. — Disse o menino enquanto a esfera começou a piscar. Com o jovem apertando-a na mão, ela desapareceu.

    — Bem… Você não acha que está na hora de você ir para casa?

    — Verdade, eu tinha vindo brincar com um amigo, mas ele não veio. Então os outros chegaram.

    — Agora que eu notei, eu esqueci de perguntar seu nome.

    — Filipe, Filipe Lopes.

    — Eu me chamo Bruce, mas meus amigos me chamam de Yuki.

    — Obrigado, Bruce. — Gritou o garoto enquanto foi embora.

    — Boa sorte, muleque. — Disse o jovem enquanto andou em direção à sua rua, caminhando para sua casa.

    Ao chegar perto de sua casa, Yuki começou a sentir pontadas em sua cabeça, caindo de joelhos enquanto sua visão se tornou escura, sendo capaz de ver apenas a silhueta de uma criança que se aproximou de seu ouvido.

    — Me devolva pra ela.

    Sua visão voltou ao normal, e o jovem se viu em frente à porta de sua casa. Decidindo esconder essa experiência dos demais, ele tomou um pequeno susto no momento em que as garotas gritaram “Feliz Aniversário”.

    — É verdade, eu tinha esquecido que hoje era meu aniversário. Obrigado por lembrarem. (Será que foi por isso que a Lockne contou que era minha mãe?)

    — Antes de soprar as velas, entre para dentro. — Brincou Aya, puxando seu irmão para dentro. Ele se sentou no sofá enquanto Axel colocou sobre a mesa de centro um pequeno bolo com velas formando o número 18, ainda apagadas.

    — Obrigado. Mesmo… — O homem de cabelos vermelhos criou uma pequena chama na ponta de seu indicador, usando-a para acender as velas, com todos começando a cantar o parabéns. Isso pôs um sorriso no rosto de Yuki, que soprou as velas.

    — Agora vamos comer. É claro que o bolo é a sobremesa.

    O grupo teve sua refeição em paz, celebrando o fim de mais um ciclo de seu amigo. Mas, estranhamente, ele parecia incomodado, sendo notado pelas princesas gêmeas. Após todos comerem, Yuki se levantou, saindo de casa mais uma vez, fazendo todos ficarem preocupados. Aya impediu que qualquer um saísse em busca dele.

    Horas se passaram. Aya, Axel e Yuka adormeceram na sala enquanto esperavam o aniversariante. A rainha e a garotinha foram levadas para o quarto de Aya pelas princesas, enquanto o ex-general estava deitado e coberto.

    As princesas então abriram suas asas, indo até a clareira, não encontrando o jovem lá, decidindo ir até a base militar do porto. Onde encontraram Yuki em pé no fim de uma das plataformas, praticando Tai Chi Chuan, enquanto tentava relaxar sua mente, pelo menos até ser interrompido por Yuu e Kai, que se sentaram na beirada da plataforma.

    — Você não falou que gostou da festa.

    — Eu vou agradecer de novo por lembrar dessa data. Mesmo que isso signifique que daqui a alguns dias eu vá a julgamento e possa acabar ficando preso pelo resto da minha vida.

    — Que pessimismo. Você é um herdeiro do Trono Imperial, basta você exigir seu lugar e deixar este planeta.

    — Para o atual imperador destruir o lar de todos que eu amo. Além disso, eu acredito que eu devo pagar pelo meu crime. Sem contar que eu devo derrotar o Rey para garantir o futuro da Terra, vingar o que ele fez com vocês duas (e para libertá-lo do próprio tormento).

    — Você falou como um herói.

    — Eu estou mais para anti-herói. Para eu ser um herói, eu não deveria estar fazendo isso por um motivo tão mesquinho quanto voltar a ter uma vida normal.

    — Você nunca explicou o que foi esse tal crime que você cometeu.

    — … Eu… Eu explodi uma ilha. Antigamente existia uma quarta sessão da Cordun Key para a África e Oceania. Eu fui sequestrado junto da minha primeira namorada e colocado de frente a ela; ela foi espancada, torturada e morta na minha frente. Minha mente não aguentou e eu explodi na forma de uma bomba nuclear-química. Na verdade, até hoje eu tenho medo de me apaixonar por alguém, por medo de me manipularem de novo.

    — Hum… Você é assustador.

    — Cerca de 720.000 pessoas morreram naquele dia. E eu fui responsabilizado, já que as pessoas que levaram isso a acontecer também morreram na explosão.

    — Você acha isso justo?

    — Com certeza… Bem… Vamos para casa.

    Já em casa, Yuki subiu para seu quarto, onde se encontrou com uma pequena entidade de luz segurando um papel com um número de celular. Ao adicionar o número, ele viu que o dono do número estava online, mandando uma mensagem perguntando quem era ele. Recebendo uma resposta na forma de uma ligação.

    Pessoa desconhecida: Parabéns pra você, nessa data querida Muitas felicidades Muitos anos de vida Feliz aniversário, Senhor Gentileza Abundante.

    Yuki: Rekka?

    Pessoa desconhecida: Vou ficar te esperando no show.

    Yuki: Rekka, se for você mesmo, eu vou pular no meio do palco e te sequestrar.

    Pessoa desconhecida: Mal posso esperar.

    O número ficou offline.

    O jovem não conseguiu esconder sua alegria, caindo em sua cama com um grande sorriso no rosto.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota