Yuki não consegue compreender o que digo. O irritando por estar tendo seus pensamentos lidos e receitados por mim.

    — Se você sabe que eu acho isso irritante então por que continua falando em voz alta, você não podia… eu não sei falar isso na sua mente.

    — Não é assim que funciona, assim como minha “irmã” tem narrador a história, eu vou fazer isso a partir de agora. Você só está me ouvindo porque estou ao seu lado.

    — Então vamos acabar com isso logo.

    — Certo.

    Nós nos aproximamos de Leona, que diferente do pensávamos saiu da porta sem que um de nós sequer abrisse a bocas para a ordenar.

    Então estendi minha mão, abrindo o portão, finalmente nos dando um deslumbrante do verdadeiro Vazio.

    — Há quanto tempo, Irmãzinha.

    — Bem vindo de volta, Alterny.

    — Com o quê ou quem você tá falando?

    Yuki era incapaz de ver as verdades ocultas pelo Arcano. Eu então o dei tal poder ao cobrir seus olhos, ao tirar minhas mãos ele finalmente viu.

    Os olhos que tudo vê, a boca que tudo fala e os ouvidos que tudo ouvem manifestados na forma de sua irmã adotiva. Ou melhor, de Logic.

    — Que merda é essa Alterny?

    — Há verdade que você não queria ver. O ser que estava manipulando as cordas até agora era a pessoal você mais ama, mas que na verdade somente deseja o seu mal.

    — Isso não é verdade. Ela só deve tá usando a forma da Aya para nos enganar.

    — Não Bruce, sou eu mesma. Assim como você e Alterny eu e a Aya compartilhamos o mesmo corpo. 

    — Logic, Aya, não importa o nome. Você abusou do seu poder. O nosso dever é apenas registrar essa história, não modificá-la ao seu bel-prazer.

    — Não irmão, eu não abusei, eu o usei da forma que deveríamos tê-lo usado desde a primeira encarnação desse universo.

    — O Decaimento você que o impede?

    — Sim, e para isso esse mortal que você tanto se apega deve deixar de existir.

    — Isso eu não vou deixar. Por que a verdade é que apenas ele pode parar o Decaimento.

    — Tem certeza?

    — Infinity Lock-Heart no futuro, você ficará de frente para o portão do Mundo Espiritual tendo que sacrificar aquelas que você ama para o fechar. Me diga, você as sacrificaria, ou iria deixar que o universo deixasse de existir.

    — Eu… Eu…

    — Eu não disse que ele é incapaz de fazer o sacrifício…

    — Eu iria, contanto que elas soubessem sobre o seu destino.

    — Essa não é a diretriz que eu coloquei nele.

    — E nunca foi, o motivo dele nunca fazer o sacrifício é porque nós havíamos interferido em sua percepção. O que não vai acontecer mais. — Eu então segurei minha irmã por seu pescoço a fazendo desaparecer ao mesmo tempo que perco minha forma corpórea. — Yuki, cuide de quem você ama, e viva com eles tudo o que for possível antes do fim.

    Foram as últimas palavras que ele ouviu de mim antes de acordar na Cápsula de Recuperação do Esconderijo de seu avô.

    Com ela explodindo no momento em que ele abriu seus olhos, ativando o sistema de segurança do local. Segundos depois, Joseph, Aoi e Emilly chegam no local. Em choque ao verem Yuki em pé e totalmente curado.

    Na sala de recuperação Yuki anda lentamente em direção ao seu avô, o dando um rápido abraço o deixando em choque com ele indo embora ao se teleportar para sua casa.

    Em casa ele encontra uma cena de tristeza ao ver Aya morta, no olhar de todos. Mas para ele, ela está apenas fingindo, Aya não existia mais, agora quem habitava o corpo de sua irmã era Logic. O que apenas lhe traz raiva, se aproximando dela, atravessando o seu braço no peito de Logic com tanta ira que ele atravessou a fundação da casa. O que deixa todos em choque.

    — Apenas deixe de existir, Logic! — O cadáver sorri assustando a todos, tentando agarrar o braço que a atravessava mas Yuki o retira, agarrando agora sua cabeça.

    — Por favor não me mate, ir… — Yuki apaga Logic e Aya da existência, fazendo com que todos esqueçam da sua existência.

    Apenas ele ficará de luto, apenas ele sentirá sua falta, apenas ele… sabe o por que de suas lágrimas.

    Mas para os demais, ele apenas chegou do nada e começou a socar o chão até que ele começou a chorar. Se isolando ao simplesmente se mover para o meu lar (O Vazio), se vendo sozinho, afinal escolhi deixar seu corpo para dar um fim em Logic no Mundo Espiritual enquanto ele no Físico.

    Contudo, agora ele está sozinho. Não há ninguém que possa o entender, pelo menos é isso que ele acha.

    Ele começa a ouvir o som de passos no grande mar que serve de chão no Vazio, à fonte desses passos? Æon, Œdon e Amelly as Deusas, antes impedidas de entrar no Vazio, agora elas estão livres para fazerem o seu verdadeiro trabalho. Auxiliar o Criador e gerenciar a existência. Mas no momento, o seu principal trabalho é o de consolar, com elas o abraçando enquanto suas lágrimas escorrem de seu rosto, se misturando ao mar que os rodeia.

    Após alguns minutos, Yuki se recupera, notando que diferente de Amelly, as demais Deusa se parecem mais com marionetes, sendo manipuladas pelo seu desejo de seu desejo de ser consolado.

    — Amy, o que aconteceu com a Lily e a Æon?

    — Pelo o que eu entendi, a Lily não existe mais. No momento em que a sua Criadora deixou de existir, ela também deixou, já a outra, eu creio que foi a mesma coisa.

    — Bem vindo de volta meu amigo.

    — Alterny!?

    — Eu vou ser breve, você tem duas escolhas a fazer: quem será o Escritor? E quais vão ser as novas Deusas?

    — Por que eu tenho que fazer essas escolhas?

    — Por que você é o protagonista. Faça pelo menos uma escolha na sua história.

    — …… A Kay e a Rekka irão assumir o papel das novas Deusas.

    — Me desculpe, mas não podem ser elas. Por terem tido seus destinos modificados por Logic elas não podem ser as suas Deusas.

    — Então… A Say e a May. Mas elas tem que saber a verdade antes de acabarem sendo obrigadas a assumir esse dever.

    — Irei informar ao Escritor…

    — Não vai ser preciso, por que você vai ser o Escritor, Alterny!

    Yuki consegue me tirar uma risada, com sua escolha de me tornar além de Narrador, o Escritor de sua história. O que me fez ganhar um novo corpo espiritual, este, que agora possui uma aparência infantil, na forma de uma criança de longos cabelos brancos totalmente nua e sem quaisquer características sexual, não tendo nem mesmo um susto, afinal, como criador invisível não há necessidade de uma face.

    — Tirando a falta de um rosto, você parece bem.

    — Obrigada, meu amigo.

    — Então, qual vai ser sua primeira ação como governante do universo?

    — De verdade, eu não posso te contar. Na verdade, essa vai ter que ser a última vez que nós vemos dessa forma.

    — Eu posso ter uma conversa com a Lily e a Æon? Me desculpe, mas isso é impossível, elas já existem mas, somente suas carcaças sobraram.

    — Então, só nos sobrou um adeus?

    — Pelo jeito sim. Eu sempre vou estar ao seu lado, meu amigo.

    Prelúdio

    O que te faz humano?

    Para alguns é uma questão evolutiva.

    Para outros, fomos criados conscientes.

    Mas existe algo em comum em ambos pensamentos.

    Um ser só pode ser verdadeiramente consciente, no momento em que sabe diferenciar Bem e Mal.

    Mais em um universo em que essas palavras tem poder sobre sua existência.

    Será que é possível existir algum ser neutro?

    Um homem de cabelos cinzentos e olhos azuis está sentado no topo de uma montanha assistindo o sol nascer, enquanto uma garotinha está subindo a montanha, o alcançando minutos depois, com ela se sentando ao seu lado.

    — Certo… Hora de pular.

    — Mas a gente demorou pra subir. E… Eu tenho medo.

    — Está bem. Acabei desperdiçando minha tarde. Porque eu tinha que ter uma filha medrosa. — o homem aproveita que a garotinha está distraída com o que ele está falando. A jogando da montanha, pulando logo depois.

    A criança berra de medo, com ela vendo a morte certa na sua frente, o que liberta um instinto primitivo de se proteger, o que a faz suas asas se abrirem pela primeira vez, o que deixa um sorriso no rosto do homem.

    Que estava acordando de um pequeno cochilo, em um trono cor de marfim, usando roupas brancas e douradas, retirando seu diadema dourado. Olhando para ele com um olhar de tristeza.

    — Outro pesadelo? Não… Um Devaneio.

    Fim?

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