Capítulo 22: Um Novo Hóspede
O sol está nascendo no dia 9 de março de 2251, iluminando a Base Militar de Cordun Key, Europa. Yuki estava ao lado de Rekka, que repousava em um leito hospitalar.
— Yuki… — murmurara a jovem, acordando lentamente.
— Bom dia, dorminhoca. — respondera ele com um sorriso.
— Onde estamos?
— Na base militar de Cordun Key, Europa.
— O que aconteceu? Não me lembro de nada desde… aquela voz.
— Não se preocupe com isso agora. Apenas descanse. — Yuki respondera com suavidade, vendo sua amada adormecer novamente segundos depois.
Desviando o olhar para a Nightveil, encostada na parede à sua frente. Fora então que a mesma voz que ele sempre ouvira ao empunhar a espada ressoara, mas agora parecia ecoar diretamente da arma.
— Então, quem é você? — perguntara ele.
— Já fui chamada de muitos nomes, dependendo da realidade em que me manifestava. Mas aqui, você me conhece como Œdon.
— A Deusa da Destruição.
— É como minhas irmãs fizeram vocês me enxergarem, para que eu fosse demonizada.
— Então, que tipo de deusa você é?
— Sou sua Progenitora e de todos os seres existentes em todas as dimensões. Pelo menos, era isso o que eu era.
— Então por que, sempre que você tomava meu corpo ou o da Rekka ontem à noite, só queria matar e destruir?
— Porque era o desejo do coração de vocês. Eu te falara ontem: sou aquilo que todos têm dentro de suas almas.
— Escuridão.
— Dentro de cada uma das minhas crianças existia uma pequena semente de escuridão. Cabia a elas decidir se ela cresceria ou não. Vocês chamam isso de livre-arbítrio.
— Livre-arbítrio… — refletira Yuki. Antes que ele pudesse continuar, Kay e Aya entraram no quarto, interrompendo a conversa com a espada.
— Então, como ela está? — perguntara Kay.
— Já está se recuperando. Não é qualquer um que aguentaria bem uma Deusa da Escuridão entrando no corpo.
— Deusa da Escuridão?
— Eu estava… conversando com aquilo. — Yuki apontara para a espada encostada na parede.
— Achei que aquilo fosse só escuridão? — Pensou a garota de cabelo cinza sentindo a mesma sensação que Rekka sentiu na noite anterior.
— Pelo que ela me dissera, era a deusa que criara os seres vivos e só fizera mal porque nós desejávamos o mal quando ela nos possuía.
— Entendi. Mas, como mulher da ciência, preferiria não entrar em discussões teológicas. — Aya dera um sorriso hesitante ao dar um passo para trás.
— Sem problema. — respondera Yuki. Após alguns minutos, Yuki deixara o quarto com Kai, enquanto Aya ficara com Rekka. Cerca de uma hora depois, a cantora despertara novamente, chamando por Yuki. Ele retornara ao seu lado imediatamente. — Está melhor? — perguntou ele.
— Perfeita… até demais.
— Os exames mostraram que você tinha um câncer nas cordas vocais.
— Por isso eu anunciei minha aposentadoria…
— Mas, se você quiser continuar, pode. Eu curei seu câncer.
— Como assim? — A garota fica em choque, com seu olhos começando a se encher de lagrimas.
— Um dos meus poderes é a cura, e descobri recentemente que podia transmiti-la a outras pessoas.
— Então foi assim que você me curou… — Rekka sorrira com as lágrimas em seus olhos finalmente escorrendo. — Yuki, você pode se deitar comigo?
— A cama é pequena, mas, se você for para minha casa, poderemos acordar juntos todos os dias.
— Você realmente quer que eu more com você?
— Se eu soubesse que você estava viva, teria pedido isso muito antes. — Yuki respondera, aproximando-se. Eles se beijaram, e, em um instante, ele os teleportara para o seu quarto. — Eu te amo, Rekka.
— Eu também, Yuki. — Os dois começavam a tirar as roupas um do outro, mas Yuki hesitara em tirar sua camisa. Rekka tomara a iniciativa e a retirara, revelando cicatrizes de tiros, queimaduras, cortes e perfurações em seu corpo. — Essas marcas… como você as conseguiu?
— Trinta e dois tiros de um pelotão de fuzilamento, queimadura química de um experimento que dera errado na Gear, cortes nos treinos com espadas reais… e esse buraco fora de quando eu fora empalado por um galho de árvore.
— Enquanto eu viajava cantando músicas românticas, você arriscava sua vida para proteger a todos… e era punido como se fosse um vilão.
— Mas agora estamos juntos…
— Para sempre…
— Para todo o sempre.
À noite, o casal chegara à casa. Rekka vestira uma calça jeans escura, uma camiseta vermelha sob um casaco branco com traços azuis. Yuki carregava duas malas com as roupas dela e abrira a porta com sua chave.
— E aí, pessoal, eu trouxe uma nova hóspede! Rekka começa a entra e vendo Axel, Yuu, Kai, Yuka e Aya, ficando chocada ao perceber que seis pessoas viviam ali.
— Tem certeza de que não será problema eu ficar aqui?
— Sobre isso, a diretora já encontrara uma solução.
— Yuka se aproximara. — Prazer, sou Yuka, mãe da Kay.
— Você parece tão jovem… — Rekka comentara, fazendo Yuka rir.
— Vamos, vou mostrar os quartos. Enquanto isso, Kay se aproximara de Yuki, dera um tapa no rosto dele e o abraçara em seguida.
— Seu idiota, por que sumiu do nada!? — gritara ela, mas logo notara o perfume de Rekka nele.
— Tínhamos que arrumar as malas… e também, eu e a Rekka…
— Não preciso dos detalhes.
— Hum… ficou com inveja?
— Eu mesma dissera que você precisava escolher uma de nós. — Kay dera as costas a ele.
— Kay, eu…
— Não. Você é o dono desta casa. Decide quem vive aqui, e eu só tenho que aceitar. — Kay falara em tom agressivo e subira para o quarto. Na sala, Yuki se sentara no sofá com Axel sentando ao lado dele. — E aí, cara, como você está?
— Acho que fiz besteira ao trazer Rekka para cá.
— Hum… duas garotas que você gosta, vivendo na mesma casa, e uma delas dividindo a cama com você. — Boa sorte pra mim… “Será que fiz a escolha certa?”
— “Você fez.” — A voz de Yuka ecoara em sua mente. — “Mesmo que ame minha filha, ela não poderia te retribuir como você deseja.”
— “Então, pelo menos vou fazê-la feliz.”
— “Conto com você.”
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