Capítulo 0113: Uma visita inesperada
Siegfried acordou com uma lâmina afiada no seu pescoço e brilhantes olhos azuis o encarando na escuridão. Quando a viu, seu coração pulou uma batida e o seu sangue gelou. As roupas de couro negro dela se misturavam com as sombras de tal modo que era quase invisível, mas os seus olhos não. Seus olhos sempre tinham um brilho intenso que faria inveja às estrelas no céu.
— Gwen!?
— Há quanto tempo, ‘mestre’.
Quando tentou se levantar, ela pressionou a adaga com ainda mais força contra o seu pescoço e sorriu quando um fio de sangue escorreu:
— Devagar. Não queremos machucar esse seu lindo pescocinho, né?
— O que você tá fazendo aqui!?
— Hum. O que será?
— Percorreu um longo caminho só pra se vingar.
— Hahaha. Que fofo. Acha que é por isso que eu tô aqui?
— E não é?
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— Se eu fosse me vingar de você, teria feito isso cinco meses atrás, quando tentou me matar.
— Você traiu o conde! O seu plano… A Dara–
— Por que você sempre tem que falar dela!?
Por um momento, o sorriso de Gwen sumiu e sua adaga deslizou não mais que um centímetro pela garganta dele. O suficiente para cortá-lo como se não fosse nada. Prata Nobre. Afiada como só aço mágico podia ser. Mas ainda estava vivo…
— O que você quer?
— Cinquenta moedas de prata. Você não vale tanto assim, mas eu não podia deixar outra pessoa te pegar antes de mim.
Siegfried já estava pronto para perguntar o que ela queria dizer, quando entendeu.
“Uma assassina.”
Teria adivinhado de imediato se tivessem enviado uma estranha. O rapaz nunca imaginou que seria alguém que ele conhecesse… Não a Gwen.
— É tarde demais. Nós já capturamos o castelo!
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— Não damos a mínima pro seu castelo. Não foi pra isso que nos contrataram. Na verdade, é até bom que tenham conseguido tomá-lo. Estava um pouco difícil separar vocês dos seus guardas e a vitória de hoje facilitou muito o nosso trabalho.
Siegfried empurrou Gwen para longe e a garota recuou, mas não antes de cortar a sua garganta; por sorte, o ferimento foi superficial demais para representar algum risco.
Sua mão buscou pela espada ao lado da cama, mas não havia nada lá.
— Perdeu alguma coisa? — disse Gwen, com o sorriso trocista de sempre e as adagas prontas.
No fim das contas, ela se provou uma adversária muito mais difícil do que Siegfried podia esperar.
A garota era rápida demais e, sem sua espada, o rapaz não tinha alcance. Sempre que tentava se aproximar, ela encontrava um modo de aumentar a distância novamente, seja pulando em cima dos móveis, deslizando por baixo das suas pernas ou até mesmo correndo nas paredes.
Era como tentar capturar uma gata de rua.
— Eu não entendo — disse Siegfried. — Por que está ajudando o conde Essel?
— Ele paga bem.
— O Eradan também?! Acha que eu vou acreditar nessa merda!? Primeiro os rebeldes e agora eles. O que você realmente quer?
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— Talvez eu só goste de te irritar.
— A história… A que você contou pra Eme.
— Hahaha. Você ainda lembra disso? Foi mal, mas o que eu faço não tem nada a ver com a igreja.
— Não. Tem a ver com o príncipe Helmut.
— …
— Você é leal a ele.
— Eu sou leal a mim mesma!
De repente, Gwen saiu da defensiva e começou a atacar. Sua repentina mudança de postura pegou Siegfried desprevenido e o rapaz cortou a mão ao mudar a trajetória do primeiro golpe dela.
A garota parecia irritada.
Então começou a se lembrar de tudo o que sabia sobre ela e as palavras saíram sem pensar:
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— O Rei Negro matou seus pais.
— Cala boca!
Gwen avançou tão rápido que a sua adaga sumiu em um borrão quando ela moveu o braço.
Não havia técnica no ataque, apenas raiva.
Ao invés de sair do caminho, Siegfried esticou um pouco os braços e se preparou para dominá-la no momento em que a garota entrasse no seu alcance.
“Acabou!”
Então Lavina gritou e o rapaz perdeu o foco.
Não tinha escutado a garota entrar, mas lá estava ela. Parada na porta do seu quarto, com o vestido de chemise batendo nas coxas e ambas as mãos na boca, para calar o grito que tinha dado.
Idiota.
Não devia ter prestado atenção nela.
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Foi apenas um segundo. Um reflexo involuntário, antes dos seus instintos tomarem conta e fazê-lo prestar atenção na ameaça à sua frente. Mas era tarde demais.
A adaga tinha atingido seu peito.
No começo, não sentiu nada. Podia ver o cabo de couro negro preso nele, mas a lâmina atravessou pele, carne e músculos até desaparecer lá dentro.
Gwen soltou o cabo e recuou assustada.
Assim que ela se afastou, as pernas de Siegfried ficaram dormentes. Quando tentou dar um passo, caiu de joelhos no chão e finalmente tombou para o lado, deitado. Podia sentir um frio no peito, mas nada além disso.
“Merda…”
A adaga deve ter acertado algo importante, caso contrário, não teria perdido as forças tão rápido e sabia disso.
Por um momento, conseguiu ver a boca da Gwen se mexendo, como se ela dissesse algo, mas não podia ouvir nada além do zumbido persistente em seus ouvidos. Então ela virou de costas, subiu no parapeito da janela e desapareceu na escuridão.
A última coisa que viu foi o rosto de Lavina.
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