A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 711: Força Especial (2/4)
Eu não mencionei a possibilidade de haver um traidor entre as casas nobres por mero capricho, mas porque realmente suspeitava disso. A natureza humana é insondável, e não seria estranho que pelo menos um dos milhares de nobres abrigasse intenções maliciosas.
— Nós realmente vamos para a casa do marquês?
— Sim, porque o marquês também pode ser o traidor.
Essas palavras, por outro lado, eram completamente vazias. O marquês não era um idiota, e como ele era praticamente a pessoa mais poderosa do reino, atuando como representante do rei, que motivo teria para se aliar aos Noarkianos? A probabilidade de ele ser um traidor era muito baixa.
“Hmm… Mas acho que não é completamente zero?”
Na verdade, eu não tinha certeza absoluta.
Aquele homem era extremamente suspeito. Ele tinha um segredo que estava escondendo. E era por isso que eu usaria essa oportunidade para revirar sua casa em busca dele.
— Ah… P-Posso ir ao banheiro por um momento?
Heh, era óbvio que ele estava tentando se afastar para fazer um relatório.
— Não — respondi sem emoção.
— M-Mas é realmente urgente.
— É mais urgente do que salvar esta nação?
Com o destino da nação colocado na balança, Mumu ficou sem desculpas.
— Apenas faça nas calças.
Um último conselho meu, e ele não pediu para ir ao banheiro novamente. Contudo, isso ainda era um sinal de que Mumu tentaria se afastar do grupo em algum momento, então tomei uma medida de precaução.
— Raven.
— Sim?
— Ouvi dizer que existe um tipo de magia que emite ondas disruptivas para impedir contato com aqueles fora do alcance. É possível usá-la enquanto nos movemos?
— O feitiço não cobre uma área muito grande, a menos que eu tenha uma ferramenta mágica especializada para isso. Cerca de seis metros de raio, talvez?
— E se não precisarmos bloquear sinais de entrada, apenas os de saída?
— Hmm, nesse caso, consigo ampliar um pouco a área.
Ah, era assim?
— Faça isso imediatamente. Esta é uma missão ultra-secreta.
Raven lançou o feitiço imediatamente. Com sua conexão com o mundo externo cortada, Mumu parecia petrificado, embora tenha dado uma risada forçada para disfarçar.
— O que está fazendo aí? Vamos.
Após garantir a segurança da unidade especial, seguimos imediatamente para a mansão do marquês. Raven também parecia ter percebido minhas intenções. Embora eu não tenha dito nada explicitamente, ela continuou próxima a Mumu enquanto nos movíamos.
— Hm… Não seria melhor você ficar perto do Barão Yandel?
— Não? — respondeu Raven, com sarcasmo, lançando um olhar para Mumu. — Eu gosto de ficar aqui. Por que quer que eu vá para lá?
Ele deveria apenas desistir e nos seguir de bom grado, mas lá estava ele, tentando resistir até o fim.
Pessoas como ele geralmente não viviam muito. Até um lagarto sabia soltar o rabo, não porque gostava, mas para sobreviver.
Quando Mumu se calou, outros membros começaram a cochichar entre si. Os detalhes de suas conversas eram diretos.
— Nós… podemos mesmo fazer isso?
— Então vá tentar impedi-lo.
— Mas… não há alguma verdade no que o barão está dizendo? Já que o primeiro-ministro criou esta unidade, não precisamos nos preocupar com as consequências…
— O que você está dizendo?! Estamos indo revirar a casa do primeiro-ministro agora mesmo!
— Ah, certo. Acho que estamos mesmo.
— Não seremos todos levados ao tribunal se isso der errado?
Todos estavam inquietos com o fato de que estávamos prestes a revirar a casa do marquês, praticamente a pessoa mais poderosa de Rafdonia.
— Ainda assim, vamos continuar. Não há muito o que possamos fazer.
— Isso é verdade.
No entanto, como todos sabiam que a lei estava longe e o bárbaro estava perto, apenas sussurravam seu descontentamento entre si. Nenhum deles tomou qualquer atitude.
— Oh… Barão Yandel, qual é o seu propósito aqui?
Finalmente chegamos à mansão do marquês. Lá, encontramos o criado com quem eu, de alguma forma, já tinha uma certa familiaridade. Ele me olhou com leve confusão.
— Não ouvi nada do marquês, então, se não tiver nenhum compromisso marcado…
— Não estou aqui hoje como Bjorn Yandel.
— Perdão…?
— Hoje, vim como capitão da unidade especial de busca designada pelo comando militar — declarei, revelando a nova identidade que obtive hoje.
O criado parecia ainda mais confuso.
Faz sentido. Ele não teria ideia de que tipo de grupo era a unidade especial de busca.
— Então… — começou ele cautelosamente. — Por que razão a unidade especial de busca está aqui?
O criado provavelmente nem conseguia imaginar uma resposta para si mesmo. Após viver como mordomo do marquês, mais poderoso que qualquer outra pessoa por perto, sua imaginação devia estar bastante limitada.
— Estamos aqui por uma razão muito simples: faremos uma busca na mansão.
— Perdão?
Ignorei o fato de que o criado agora estava ainda mais confuso e entrei. Os outros membros não foram tão rápidos em me seguir e pareciam hesitantes.
— O que vocês estão fazendo? Entrem.
— Certo…
Ainda assim, assim que olhei para trás e os repreendi, eles rapidamente me seguiram para dentro.
Naturalmente, os soldados da casa do marquês ficaram confusos com minhas ações e bloquearam meu caminho lentamente.
— Ah… B-Barão?
— V-Você não pode fazer isso.
— Se o marquês souber de suas ações…
Contudo, todos já haviam lidado comigo causando cenas ali no passado. Em vez de tentar ativamente usar a força para me expulsar, tentaram usar palavras para resolver a situação.
Mas, se palavras pudessem me convencer, eu não estaria aqui em primeiro lugar.
— Sou Bjorn Yandel, capitão da unidade especial de busca designada pelo comando militar! Saiam do meu caminho! Se tentarem nos impedir ou obstruir nosso trabalho, serão considerados cúmplices dos Noarkianos e tratados como tal!
Quando avancei ainda mais depois de usarem o nome do marquês contra mim, os soldados e os criados ficaram em pânico.
Será que algo realmente aconteceu? Será que eu estava ali porque sabia de algo?
Todos ficaram presos na indecisão e na confusão.
“Mas há alguns inteligentes aqui.”
Alguns soldados com habilidades excepcionais de decisão avançaram contra mim.
— Esta é a mansão do primeiro-ministro desta nação, o Marquês Tercerion!
— Proteger esta mansão é meu dever.
— Uwaaaah!
Claro, assim que avançaram, eu os nocauteei com um leve toque na testa.
Alguém poderia se perguntar se fazia sentido atacar se seriam derrotados tão facilmente, mas eu os respeitei. Já que não poderiam me parar, era melhor saírem lutando do que não fazerem nada. Pelo menos, poderiam manter seus empregos.
Diferente desses outros, que apenas estavam parados, confusos.
— Ah…
— Hm…
Os soldados recuavam a cada passo que eu dava em direção a eles. Ao observar suas reações, tive um pensamento.
Depois que eu sair daqui, quantas pessoas serão demitidas pelo marquês?
Não que eu precisasse me importar com isso. Ninguém, hoje em dia, consegue manter o mesmo emprego por toda a vida, afinal.
— N-N… nós realmente entramos na mansão…
Os membros que me seguiram para dentro do prédio começaram a tremer um pouco também, aparentemente preocupados com as consequências.
Era hora de mostrar minhas habilidades de liderança.
— Não se preocupem. Eu assumirei a responsabilidade por tudo. Vocês não serão prejudicados de forma alguma.
Um herói que sempre cumpre sua palavra.
Um guerreiro entre guerreiros, que nem sabe mentir.
Graças a essa imagem, as expressões nos rostos dos membros se aliviaram um pouco.
— Há apenas uma coisa que vocês precisam fazer de agora em diante: vasculhar a mansão inteira comigo e encontrar qualquer coisa que possa ser suspeita.
Nenhuma resposta.
— Certo, vamos! Esta não é uma oportunidade que vocês podem desperdiçar!
Após um breve momento para levantar o moral da unidade, comecei oficialmente a busca na mansão.
Crash!
Destruí estátuas que poderiam abrigar Noarkianos dentro delas…
Rip.
E arranquei quadros que poderiam esconder Noarkianos atrás deles.
— Hmm, eles também não estão aqui.
— Nós realmente… podemos fazer isso?
— Não se trata de poder, mas de como as buscas são feitas. É assim que se procura.
Os batedores do palácio ficaram pálidos ao aprender o que ‘buscar’ significava para um bárbaro. Contudo, no fim, fui eu quem deu o primeiro passo.
— Argh! Que seja!
— Rasguem tudo! Já que esta é a mansão de um nobre, deve haver pelo menos uma passagem secreta!
Como pintinhos seguindo a mãe, os membros da busca, que hesitavam, abandonaram seus pensamentos racionais e começaram a procurar na mansão usando o meu método.
Crack.
Crash.
Rip.
A mansão do marquês rapidamente se transformou em ruínas.
O criado que havia me recebido no início ficou paralisado, parecendo alguém que acabara de ser atingido por um raio enquanto observava nosso trabalho. Sua reação era bastante divertida.
— Argh! Vocês têm ideia de quanto isso custa…?!
A princípio, ele estremecia como se estivesse perdendo seu próprio dinheiro.
— Nada! Não há nada! Atrás daquele quadro! Não o arranquem!
— Isso torna tudo ainda mais suspeito. Arranquem logo… Hã? Realmente não havia nada atrás?
Depois, ele começou a gritar de raiva.
— Estou acabado… Estou acabado…
Ele até murmurava, desolado, como se seu futuro estivesse sendo destruído bem diante de seus olhos.
— Rápido, rápido! Não há tempo para olhar cada detalhe, apenas avancem rapidamente!
Agora era uma corrida contra o tempo.
Como as coisas tinham chegado a esse ponto, o marquês certamente já teria ouvido o que estávamos fazendo aqui.
Primeiro andar, segundo andar, terceiro andar…
Rapidamente e com precisão, começamos a virar a mansão do Marquês Tercerion de cabeça para baixo.
Talvez porque eu soubesse que essa era a preciosa mansão onde o marquês cresceu, e onde seus avós viveram.
“Isso é…”
Era incrivelmente refrescante fazer essa bagunça.
— Behelaaah!
E assim, destruí tudo ainda mais energicamente, enquanto meus braços se moviam mais rápido do que meus olhos podiam acompanhar, guardando qualquer coisa que parecesse cara.
O tempo passou rapidamente enquanto continuávamos nossa busca.
— Finalmente encontramos.
No cômodo que parecia ser o escritório do marquês, ao puxar a estante encostada na parede, uma porta de aço escondida apareceu.
— É, eu sabia que ele teria pelo menos um cômodo secreto.
— O que você vai fazer? Parece bem resistente.
— O que mais eu poderia fazer?
Não era minha primeira vez enfrentando algo assim.
【Você equipou No. 687: Exterminador de Cerco.】
Boom!
Após trocar rapidamente de arma, golpeei a porta de aço novamente e novamente. Contudo, a porta era tão grossa que, embora se curvasse para dentro a cada golpe, não mostrava sinais de ceder.
“Vai levar muito tempo nesse ritmo…”
O que eu deveria fazer?
Então, um dos batedores deu um passo à frente.
— Hm… Posso tentar?
Ah, pensando bem, também tínhamos alguns cavaleiros aqui.
— Claro.
Dei espaço, e os cavaleiros começaram a usar suas auras, golpeando a porta de aço com suas espadas. Não sabia de que metal era feita, mas também resistia bem às auras. Contudo, no fim, o mecanismo de travamento foi destruído, e a porta se abriu.
— O cômodo secreto do primeiro-ministro.
O que estaria escondido debaixo dessas escadas?
Minha curiosidade começou a crescer, e quando estava prestes a descer…
— Barão, eu não vou entrar.
— E-Eu também não.
Os corajosos batedores da unidade, que haviam revistado a mansão até então, começaram a recuar.
O motivo era muito simples.
— Sabemos como sobreviver.
— Não testemunhar coisas que nunca deveriam ser vistas é um truque para viver uma vida longa.
Humph, bem.
Do ponto de vista deles, isso era algo que colocaria suas vidas em risco. O que eu estava prestes a fazer era olhar o ‘segredo’ do marquês, afinal.
— Certo, então vou entrar sozinho.
— Perdão? Sozinho?
Raven parecia querer me acompanhar, mas balancei a cabeça e a impedi.
Pensando melhor, provavelmente seria melhor se eu fosse o único a dar uma rápida olhada no que estava lá embaixo antes de voltar.
— Volto logo. Apenas impeçam qualquer outra pessoa de entrar.
Então desci os degraus escondidos atrás da porta de metal. Eles não iam tão fundo quanto eu esperava, e logo surgiu uma área suficientemente grande para uma pessoa.
Como não consegui descobrir como acender as luzes, tirei uma tocha da minha bolsa.
Fwoosh!
Após entrar no Modo Vela Bárbara pela primeira vez em um tempo, a câmara de pedra rapidamente se iluminou.
Quando vi o que havia lá dentro, congelei.
Havia estantes nas paredes laterais, uma pequena mesa de trabalho e uma cadeira.
Se fosse só isso, parecia um escritório secreto comum…
— Uau, puta que pariu?
Acabei xingando pela primeira vez em muito tempo.
Eu não teria reagido tão fortemente mesmo que houvesse um plano secreto ali para me matar. Mas, em vez disso, nas estantes, na mesa, nas paredes e até no teto, quando olhei para cima…
— Que diabos é isso?
Havia fotos de uma mulher espalhadas por toda parte.
Parecia o quarto de um stalker.
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