Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    “Espera, o quê? Nós sequer aprendemos a utilizar as relíquias ainda?”

    Percebendo a mudança na expressão dos três, Katherine entendeu o que eram suas dúvidas, e bom, de fato eram dúvidas sem respostas até então.

    — Ah, certo, já havia me esquecido, vocês não aprenderam a utilizar a relíquia que receberam, pois não podiam.

    — Como assim? — Exclamou Claire.

    Apoiando o corpo nas “costas” do sofá, a mulher suspirava enquanto reunia as palavras certas para explicar o motivo.

    “Eu também não entendi…”

    Leonard observando Cassiano, percebeu que em momento algum a muralha agiu diferente, como se já fosse algo comum esse tipo de situação.

    — Vocês não podiam por conta da assimilação e da falta de controle sob a energia espiritual.

    O último termo, até que fazia sentido, diziam que para controlar melhor a energia espiritual, era necessário possuir um bom físico, para deixar que circule perfeitamente o fluxo de energia, no entanto, assimilação era um termo novo que nunca foi dito.

    Leonard se lembra de que algo assim sobre a energia espiritual já havia sido dito quando os veteranos chegaram à base pela primeira vez com aquelas malas extremamente pesadas.

    — Assimilação? — perguntou Leonard.

    — Bom, é esse o motivo, a assimilação é um processo um tanto quanto estranho… Acho que seria melhor vocês apenas experimentarem ela, quando chegar a hora.

    Katherine Celestia parou por alguns instantes.

    — E também é por esse motivo que vocês estavam proibidos de usá-las e continuam, até a missão.

    — Isso não nos faria voltar ao ponto zero? O que poderemos fazer com objetos que nunca sequer usamos?

    — O contrato já foi feito, não há tantas coisas que mudem de agora em diante, você saberá no momento certo, mas as relíquias que vocês três pegaram só serviriam para combate mesmo. — Katherine se ponderou por alguns instantes, mas decidiu comentar. — Bom, todas, menos a sua. — Havia se lembrado de que a relíquia escolhida por Leonard era uma espada quebrada.

    Dessa vez, interrompendo a conversa, Cassiano, que havia se mantido quieto até agora, decidiu falar.

    — E é por isso que eu irei junto, embora o Dante não consiga ir, estou indo para garantir a segurança de todos vocês.

    — Entendi…

    Olhando para o lado, percebeu que Claire estava digitando algo animada no celular, mas decidiu não interromper.

    — Ué, o Dante não participará? — Liam ficou confuso.

    — Infelizmente, não, algo aconteceu e ele terá que ficar na base. Louis não explicou muito bem o motivo.

    “Merda… Eu entrei nessa organização apenas para observar cada passo do cara que destruiria o mundo e agora descobri que ele sequer irá me acompanhar na primeira missão? O que será que ocorreu com ele?”

    — Enfim, os quatro estão dispensados, se arrumem, pois amanhã será um grande dia de viagem, passarei os detalhes da missão posteriormente.

    Após se dispersarem, Leonard caminhava pelas ruas que indicavam um prelúdio da noite já.

    “Ottawa sem sombra de dúvidas é um outro mundo, não é possível…”

    Em volta, havia um parque com algumas crianças brincando, uma praça onde senhores de idade jogavam derivados jogos, se divertindo nos bancos e mesas fixas de mármore.

    A grama, que quando viu pela primeira vez, estava cinza, por conta da densa neve, agora resguardada com um tom verde tão vívido.

    “Eu venci?”

    “Isso seria vencer?”

    Enquanto andava, mais a visão se preenchia de amor, felicidade e esperança.

    “Não… Talvez até em Mont Tremblant, as coisas fossem felizes, mas eu nunca havia percebido. Enquanto estava cegado em meu próprio pesadelo.”

    O vento calmo, hora ou outra, trazia consigo leves brisas como um prelúdio da primavera e aquele mesmo país gélido ganhava uma nova cor.

    As flores, antes quase mortas, resultaram em algo digno de se ver, colorindo a cidade cada vez mais.

    À medida que andava, Leonard chegava aos poucos no bairro próximo onde morava, lá, sabia que Calli e James o esperavam.

    Chegando em frente à calçada, as luzes lá dentro, já acesas, preenchiam um sorriso em seu rosto, destrancando a porta, a sua nova visão familiar se renovava.

    Enquanto a televisão da sala estava ligada, avistava um jovem de cabelo loiro batendo quase na base do trapézio do corpo e olhos esverdeados, fazendo alguma coisa com as panelas, nas quais faziam sons de mini explosões fritando algo.

    Ao lado, sentado no balcão, estava uma criança de dez anos de pele morena, com olhos castanhos escuros e cabelo preto. Esta, por sua vez, rabiscava uma folha de papel, fazendo seu dever de casa para o dia seguinte, enquanto conversava com o irmão mais velho.

    — Cheguei. — Leonard retirava os sapatos ainda na entrada da casa, deixando-os de lado após fechar a porta. 

    Percebendo uma mudança na entrada da casa, Calli havia permanecido quieto com um sorriso no rosto aconchegante, já James veio correndo feliz. 

    — Tato! Como você tá? 

    Recebendo um abraço do mais novo, Leonard fez um cafuné na cabeça do pequeno enquanto sorria. 

    — Estou bem e vocês? Está um cheiro delicioso do lado de fora. 

    — Estamos fazendo poutine. — Disse Calli mais longe. 

    — É, é, estamos bem também! 

    — Bom ver que vocês já estão se acostumando com a casa nova, mas bem… Vou tomar um banho primeiro antes de ajudar vocês. 

    James soltou o abraço que estava fazendo em Leonard e abanou o nariz com a mão.

    — Está fedendo mesmo, viu.

    Os três, após caírem numa breve gargalhada, tomaram caminhos diferentes. James voltou a ajudar Calli, enquanto Leonard passava para o andar de cima.

    Após tomar banho e jantar, os três irmãos se reuniram na sala, para assistir à televisão, enquanto conversavam sobre as mais diversas coisas.

    — Calli, me ajuda nessa atividade aqui? — James mostrou para ele uma folha de atividades do ensino primário canadense.

    — Ah, posso sim.

    “Como é bom ver que ambos têm tempo para se divertirem agora e interagirem entre si… E pensar que, há poucos meses passados, estávamos enfrentando as mais adversas situações…”

    “Mas, por algum motivo, ainda me sinto receoso com algo, parece que até estou com uma ansiedade elevada… Seria por causa da primeira missão?”

    Um certo frio percorria a espinha de Leonard, mas, movendo seu olhar até uma estante, encontrou um quadro com a foto de sua avó. Ele e Calli juntos brincando, foram o bastante para que se acalmasse novamente.

    Uff

    — E pronto, agora você descobriu finalmente o valor final, não é tão difícil… — Calli sorriu.

    — Entendi, foi nada…

    Pessoal, tenho algo a dizer.

    Depois que Leonard fez seu pedido, ambos olharam em sua direção, aguardando o que fosse que ele gostaria de dizer quieto.

    Centralizando sua visão no rosto de James, o jovem sentiu-se um pouco confuso, mas deveria dizer isto logo.

    — Viajarei amanhã, não sei quando conseguirei voltar…

    — Você vai encontrar a mamãe? — Perguntou a criança inocente.

    Não… O Leo vai para uma missão provavelmente, não é?

    — Isso… Fui convocado para minha primeira missão como investigador, espero que vocês entendam isso, mas prometo dar notícias!

    Tudo bem. Nós sabíamos que isso aconteceria

    Por algum motivo, após Calli ter dito aquela frase, Leonard novamente sentiu uma sensação estranha, dessa vez, seu coração parecia não estar concordando com a situação.

    Ele novamente iria ficar longe de seus irmãos, isso lhe doía muito, não só pela sua ligação congênita, mas também pela sua última experiência sozinho.

    Aquele mesmo sentimento estranho, agora percorreria o restante de sua noite e até o dia seguinte. 

    Provavelmente, todos os investigadores devem ter passado por essa situação na primeira vez, ou pelo menos era isso que Leonard acreditava.

    Enquanto arrumava suas coisas, percebeu que não conseguiria viver tanto tempo sem seus irmãos, fazia juramentos para si mesmo de que voltaria a eles e continuaria trazendo condições melhores a eles cada vez mais.

    E assim, chegou finalmente aquela maldita manhã que viajariam e o seu longo interlúdio finalmente chegaria ao fim.

    Boa noite! Nos vemos novamente na quinta.

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