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    [Iniciando processo…]

    O que? Novamente isso estava acontecendo, mas não sabia o que esperar dessa vez.


    [∘∘∘∘∘∘∘∘∘∘ 1%] 

    Ela ainda continuava a segurar a minha mão, esperando algum movimento meu.

    ― O que você tá fazendo? ― perguntei.

    Sua cara de preocupação parecia ainda pior agora. Logo após isso, ainda sentia seu remorso em me tocar, até que essa moça chegou mais perto de mim, e me deu um abraço.

    Essa ação repentina me chocou, mas esse por algum motivo parecia… caloroso, era familiar, mas, não sabia onde havia sentido isso. Minhas forças pareciam ter ido embora, talvez estivesse muito frio, mas não conseguia impedir ela continuar me abraçando.

    Não sei o que deu em mim no momento, mas naquele instante eu retribui seu abraço, caindo no choro em seus braços logo após.

    Ela havia me levado para sua moradia, uma casa de dois andares, incomum de se ver. Levando em conta a estrutura do lugar, que parecia ter muitos quartos, era uma dona de pousada. 

    No final, acabou me cedendo um quarto, onde me sentou na cama, e apenas quando fiz isso que consegui parar de chorar. Me acalmei, e nesse instante ela colocou uma toalha em cima de mim.

    ― Espere só um momento, docinho ― disse.

    Não sei o motivo de eu estar agindo assim, parecia involuntário e, não sentia que odiasse isso, era aconchegante, um sentimento que já tinha sentido antes e que não sabia quando. 

    Me deitei naquela cama deixando minhas pernas para fora. 

    ― Gaia…

    Estive pensando também nesse meio tempo sobre ela, que de repente não estava mais ao meu lado. Peguei um travesseiro da cama e me abracei nele, era macio, tanto que acabei pegando no sono novamente.

    Não era minha intenção dormir naquele local, mas acabei caindo em algo inevitável, talvez por não ter dormido bem por conta do frio da rua. Acordei após um tempo, dormi pouco, mas dessa vez me sentia revigorada. 

    Abri meus olhos novamente, caindo na real na situação em que estava. Olhei para os lados e parecia tudo normal, exceto por uma cadeira que estava ao lado da cama, que antes não estava lá.

    Chequei rapidamente para ver se nenhuma das minhas coisas havia desaparecido e, ainda estavam lá, o colar, a pulseira, tudo o que eu tinha naquele mundo. Me levantei, não queria ficar deitada naquela cama toda a hora, e comecei a dar uma olhada melhor no quarto em que estava. 

    O quarto era grande, podia dizer pois havia uma cama de casal nele, feita de algo felpudo, parecia ser de ótima qualidade. Para a minha direita, havia uma pequena cômoda com um espelho acima dela, podia olhar também que havia uma segunda porta naquele quarto, que eu não abri.

    ― Oh! Você já acordou. ― Pude ouvir uma voz dizendo isso atrás de mim.

    Me virei rapidamente e tudo o que eu vi, era aquela moça me olhando com uma pequena bacia em suas mãos. Antes que eu pudesse perguntar quem ela era, minha intenção foi interrompida por uma pequena criança que apareceu ao lado daquela moça.

    Era um pequeno menino, parecia ser a exata cópia dela, tendo seus cabelos pretos e olhos cinzas, parecia bem apegado com sua mãe e com medo de mim, visto que se escondeu atrás dela após eu me virar.

    Ela chegou mais perto, colocando aquela bacia no chão. 

    ― O que você quer de mim? ― perguntei.

    Ela sorriu com a minha pergunta, juntamente com essa ação, ela ergueu sua mão para coloca-la abaixo de meu rosto. Me surpreendi novamente com as ações dessa senhora, me afastando desse carinho.

    ― Eu me chamo Ester, e você mocinha? ― Novamente eu conseguia sentir esse aconchego ao escutar sua voz.

    Hesitei por um momento em dize-la meu nome, mas voltei atrás com minha decisão, tendo em vista que não parecia ter intenções ruins.

    ― Seven… é assim que me chamam.

    O filho dela ainda parecia ter medo, quando Ester saiu da porta para vir até mim, ele ficou lá, se escondendo parcialmente.

    ― Que belo nome, combina com você ― disse olhando para mim.

    Ela me conduziu novamente até a cama, sentando na cadeira que havia previamente no local. Me sentei na cama novamente após um tempo.

    ― Pode até ter medo de mim, claro, você não me conhece, mas tenho boas intenções, Seven ― disse, olhando para meu rosto. 

    Por que? Você realmente não me conhece, por que ta fazendo isso? Abaixei minha cabeça para não mostrar a expressão que estava fazendo. 

    Parecia ter percebido o que eu fiz, pois imediatamente mudou seu local da cadeira para meu lado na cama, me abraçando, novamente. Eu já não me importava com as suas ações, não tinha como eu evitar esse sentimento.

    Ester parecia ter preparado água para eu banhar nesse tempo em que dormi, ela me disse para usar o espaço que tem atrás da porta adicional que havia no quarto para eu me banhar.

    ― Apenas vou buscar algumas coisas adicionais para seu banho. 

    Estava realmente suja, então entrei para o banho. A água estava quente, era bom, após um tempo ela veio trazendo sabão para me banhar, mas algo parecia errado com sua reação.

    Ela chegou pelas minhas costas, e quando entrou acabou derrubando a outra bacia que vinha trazendo. Me assustei e virei para ver se estava tudo bem, e ela já parecia ter se agachado para juntar as coisas, e sua expressão estava preocupada novamente, mas eu não sabia o motivo.

    Terminei o banho após um tempo, minhas roupas pareciam ter sido lavadas, então deixaram um pequeno conjunto para me vestir. As roupas pareciam confortáveis, era uma camisa branca de manga longa e uma calça preta, pareciam ter deixado um casaco, para caso eu sentisse frio.

    Após pouco tempo, Ester voltou ao quarto trazendo uma bandeja com comida. A refeição parecia uma sopa de legumes e, ao lado, havia um pedaço de pão, que aceitei generosamente. 

    ― Você não vai perguntar mais nada?

    ― Eu deveria? 

    Não respondi, pelo contrário me senti meio envergonhada com a sua resposta. Assim que terminei de comer, ela colocou aquela bandeja sobre a pequena cômoda que havia no quarto.

    Ainda me sentia incomodada por estar atrapalhando o dia dessa moça, mas, ela não parecia demonstrar sinais de desconforto sobre mim. Essa mistura de sentimentos que estava sentindo era algo que eu não detestava.

    ― Você parece uma gata ― disse.

    Ela iniciou a conversa dessa vez, parecia querer falar realmente e conversar sobre a situação, mas, que jeito diferente de começar. Fizemos uma troca de olhares após isso, enquanto eu estava ficando confusa, ela parecia estar admirando… a mim?

    ― Eu já decidi, vou cuidar de você com o que posso! ― Era bom demais para ser verdade, mas minhas emoções já estavam em descontrole o suficiente para acreditar em suas palavras.

    ― Eu não sei como agradecer a Senhora… ―  disse, já engolindo o choro.

    ― Não precisa dessa formalidade toda, pode me chamar do jeito que quiser menos Senhora ― disse com firmeza ― Nem estou tão velha assim.

    Essa sensação familiar não era só uma coincidência, suas ações, esse sentimento de conforto, sua preocupação, era algo único e de certa forma me lembrava de alguém que eu tinha esquecido, alguém que eu não deveria esquecer.

    ― Mãe…


    [●●●∘∘∘∘∘∘∘ 33%] 


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