Capítulo 82.2 ❃ O Colosso de Ossos.
Um pouco antes, no interior da sala, o Necromante ergue suas mãos acima do círculo mágico no chão. Seus ajudantes, draugrs magos negros, o auxiliam a intensificar o feitiço de invocação dos ossos dos esqueletos.
No entanto, em um momento, ele sente a aproximação de algo próximo à entrada de sua sala.
Com um brilho fugaz, o Necromante observa atentamente o lado de fora da sala, com um feitiço que parece invocar um globo ocular mágico, percebendo exclusivamente Evangeline agachada próxima à parede que conecta o corredor espiralado e a entrada das salas, sendo uma delas onde ele se encontra.
O necromante esboça uma surpresa invisível em seu semblante pútrido e mutilado pelo tempo, questionando-se como tal figura permanece sã e salva, sem sequer um arranhão, após enviar algumas centenas de esqueletos para dizimar o invasor.
Retirando tais questões que não resolverão seus problemas atuais, ele deixa de criar seus esqueletos comuns, fazendo com que cada pilha de ossos comece a se comportar de maneira completamente diferente de antes.
De suas mãos, um líquido vil e negro começa a fluir e escorrer pelo solo até o topo das pilhas de ossos.
Diferentemente da primeira conjuração de pequenos grupos de esqueletos, os ossos começam a se unir mutualmente, entoando sons macabros de estalos e rangidos, criando uma cacofonia grotesca no ambiente.
Das pilhas de ossos, um membro construído exclusivamente de ossos colados emerge, saindo do amontoado e se arrastando até outra pilha onde se encontra uma espécie de braço.
O membro, um antebraço grotescamente conectado a outra parte do braço, forma-se, criando um membro completo.
A ação se repete, com partes de membros ósseos se juntando, formando, enfim, um grande corpo monstruoso composto exclusivamente de dezenas de esqueletos fundidos, proporcionando resistência muito acima do normal e uma força monstruosa.
Num gesto de comando, movendo seu dedo indicador em direção à saída, o Necromante ordena, sem proferir sequer uma palavra, ao golem de ossos caçar a invasora, enquanto ele mesmo continua o processo de criar outros Golens como aquele, aparentemente sem sofrer qualquer gasto mágico para criar tais monstruosidades.
Do lado de fora, Evangeline observa atentamente o monstro esquelético se aproximando de seu pequeno esconderijo.
‘‘O que é aquela coisa…? Parece um esqueleto mutante, na verdade, ele parece ser feito de vários ossos de esqueletos” Sua visão começa a vaguear pelo corpo grotesco da criatura, observando inúmeros crânios conectados no torço, e diversas mãos juntos, como simulasse uma armadura.
”O que antes era uma suspeita, me confirma. O necromante realmente parece está naquela sala. Não há como dizer o contrário. Se essa criatura estivesse lá esse tempo todo, provavelmente teria alguns desses no meio daquela horda… mas… Espera… o que é isso…?
— Ele está vindo até aqui?
”Merda! Será que ele me encontrou…? Não pode ser, eu estou praticamente imóvel desde que cheguei aqui, não fiz nada para chamar a atenção dele, exceto caso ele consiga sentir minha energia mágica… Porém… e se for apenas uma coincidência… sair e atacá-lo só vai confirmar as suspeitas dele que estou aqui… Droga…!”
Ela se indaga se o monstro realmente está indo em sua direção e se seria uma boa ideia sair dali e se mostrar, pois, caso seja apenas alguma coincidência, ela revelaria sua posição.
No entanto, na dúvida pairando no ar, seu corpo começa a se mover por conta própria, disparando a flecha gélida carregada que corta o ar em direção ao peito do Golem de Ossos.
O monstro freia seus passos enquanto uma pequena nuvem de poeira gélida se instaura no local.
— Mas o quê… — Surpreendida com seus próprios movimentos, Evangeline questiona o que fez seu corpo agir dessa forma.
”Meu corpo está se mexendo sozinho?! Não me diga que a alma da dona do corpo pode controlá-lo quando bem-quiser.” Ela suspeita se a verdadeira dona do corpo está tentando retomar o controle, mas suas suposições são interrompidas quando o golem, em um único gesto, surge em sua frente com uma velocidade sobrenatural para seu tamanho, desferindo-lhe um poderoso golpe.
— Que rápido! — Habilmente, Evangeline esquiva-se sem dificuldades, dando uma cambalhota para trás, preparando-se para disparar outra flecha.
Estendendo a corda do arco até o limite, Evangeline concentra o máximo de energia mágica na flecha, tornando-a tão gélida quanto possível.
A flecha é disparada rapidamente em direção ao golem esquelético, que, numa ação de proteção, ergue os braços até a cabeça para evitar danos.
No entanto, a flecha atinge seu torso, empurrando-o para trás e fazendo com que alguns ossos se desprendam, caindo no chão.
— Hah! Você não passa de um monte de ossos grudados, não é grande coisa! — Um sorriso se desenha no rosto de Evangeline após a ação.
Apesar de ser maior que um esqueleto comum, seu corpo parece ser feito do mesmo tipo de esqueleto que ela derrotou anteriormente, tornando seus ataques eficazes, talvez até mais fortes que os esqueletos da antecâmara.
Contudo, o inesperado a surpreende quando os fragmentos de ossos jogados no chão liberam uma espécie de piche negro e movem-se rapidamente até o golem, reunindo-se novamente ao seu corpo ossudo.
Isso surpreende a meio-elfa com uma ação tão estranha.
”Isso é…”
Enquanto a substância líquida e pegajosa retorna para as profundezas do corpo do golem de ossos, Evangeline relembra da mesma substância encontrada quando lutou contra a chefe Banshee na fase anterior, que criava portais compostos por piche.
”É como aquilo que a Banshee usava para criar aqueles portais! O que raios é exatamente essa coisa?! Tem propriedades espacieis e regenerativas? Mas não pode ser, caso fosse, aquela Banshee conseguiria se regenerar ou regenerar aqueles draugrs que ela usava de soldados, então esse ‘piche’ se comporta de um modo diferente para cada um…”
Enquanto ela contempla tal descoberta, o Golem de ossos rapidamente se recupera do golpe, levantando-se e avançando velozmente contra a meio-elfa.
— Tsk! Lá vem ele, mas não pense que vai me acertar nesse corredor reto! — Ela mal tem tempo para pensar e tentar se esquivar, mas seu corpo não se move um único centímetro, fazendo-a questionar o que está acontecendo nesse momento crucial.
”Merda, merda, merda! O que está acontecendo, não consigo me mexer de jeito nenhum! Droga! É paralisia… ou será que é…” Todavia, seus pensamentos são interrompidos quando é atropelada para longe pelo golem de ossos.
Ao desferir um golpe, o monstro abre os braços e emite um rugido gutural e líquido, assemelhando-se à união de um rugido bestial a um gargarejo.
Grwwwwaaaaaaargh!!
No momento em que libera esse rugido único, pequenos glóbulos pretos emergem das entradas de seus ossos, transformando-se em pequenos tentáculos negros que vibram com o som abismal.
— Dro…ga… isso doeu… de verdade… — Observando a cena com confusão persistente do que aconteceu antes, Evangeline tenta mover-se novamente e recupera finalmente o controle de seu corpo.
”Se eu não conseguir me mexer, eu… Espera, eu consigo me mover de novo… Isso significa que a minha segunda alma está interferindo outra vez! Ela acha que se me matar assumirá o corpo de volta? Mas que raios de pensamento estúpido essa majin tem na cabeça!?” Uma pitada de ódio surge em seu interior, pois, no calor da batalha, sua contraparte da alma parece tentar sobrepujá-la, como se anelasse pela sua morte iminente.
— Argh…! Esquece, é melhor eu acabar logo com isso, mesmo ele se regenerando desse jeito, duvido que troço consiga ligar com as minhas chamas esmeraldas… — Afastando esses pensamentos por enquanto, ela guarda o arco nas costas e prepara suas Emerald Sphere of Desolation para atacar o golem de ossos.
O monstro a encara com uma expressão feroz, seus ossos formando algo semelhante a músculos expressivos.
Em um gesto ameaçador, o monstro avança novamente contra Evangeline, que aguarda sua aproximação enquanto se certifica de que seu corpo está respondendo adequadamente.
”Está tudo certo, nenhum empecilho na minha locomoção.” Sentindo que pode se mover livremente, ela avança em disparada na direção do monstro, suas esferas de fogo esmeralda cortando o ar atrás de si.
Ao encontrar-se com o monstro de ossos, Evangeline se lança por baixo das pernas do golem, puxando duas esferas de fogo e lançando-as por baixo do monstro.
As esferas atravessam suas camadas internas, explodindo o corpo do monstro em um gesto único e devastador. O golem de ossos, agora despedaçado, espalha fragmentos de esqueleto em todas as direções, criando uma cena caótica e desoladora.
Com agilidade, Evangeline se esquiva da explosão, erguendo três camadas de pele de mana para proteger-se contra os possíveis danos de seu próprio feitiço.
O ambiente, agora repleto de ossos lançados em todas as direções, revela a intenção do Necromante ao enviar um Golem de Osso poderoso para enfrentá-la, não sendo apenas uma coincidência.
— Como esperado, mesmo sendo resistente por fora, o interior não passa de ossos comuns e frágeis. Uma simples explosão interna foi o suficiente por transformá-lo em uma pilha de ossos jogados. Agora, vejamos o que esse Necromante é bom, além de invocar esqueletos para me enfrentar… — Movendo-se com cautela em direção à área onde o golem de ossos veio, Evangeline freia seus passos ao captar um som vindo de suas costas.
— Não pode…
Rapidamente virando-se para a pilha de ossos, testemunha o golem reconstituindo-se a uma velocidade impressionante, levantando dúvidas sobre a possibilidade desse monstro ser imortal.
”Não… não pode ser… a regeneração dele é muito vasta… é como se ele não pudesse ser morto… um pseudo-imortal…” A cada instantes, partes dos ossos se conectam uns nos outros, montando o corpo do golem de ossos que antes foi um trabalho, em brincadeira de criança.
Em meros segundos, o corpo esquelético se restaura, mostrando apenas algumas partes ausentes devido à incineração provocada pela explosão.
Encarando seu adversário resiliente, Evangeline exibe uma expressão indignada, preparando-se mais uma vez para enfrentar o desafio persistente diante dela.
— Argh… Você realmente é um pé no saco…
Parte 3.
O som das pancadas ecoa, quebrando o chão enquanto o rosnado líquido do Golem de Ossos ressoa no ambiente. No entanto, em meio a esse cenário caótico, Evangeline começa a sentir um desconforto crescente durante sua luta.
”Merda, o que está acontecendo? Desde quando ele é tão forte assim? Não só isso, ele parece mais rápido… mais rápido do que antes. É como se aquela regeneração conseguisse melhorar a resistência, força e velocidade dele…”
Inicialmente, seu adversário parecia ser apenas uma pilha de ossos imponente em tamanho e força. Ao derrotá-lo, porém, a habilidade regenerativa do monstro revelou-se um problema persistente.
Mesmo ao tentar aniquilá-lo com suas chamas esmeraldas, o morto-vivo ressurgiu, agora mais ágil e forte do que antes.
Grwwwwwaaaaaaaarhh!!
Como se o Golem exalasse uma ânsia insaciável por sangue, ele se lança descontroladamente em direção a Evangeline, aniquilando qualquer possibilidade de escape. Sua carga furiosa repercute em vibrações por todo o solo a cada passo, como o eco sombrio de um destino iminente.
Erguendo seu colossal braço para trás, em um único movimento ele o propejeta para frente, mirando a meio-elfa.
— Merda! Esse ossudo tá mais rápido ainda! — Ela se esquiva com extrema dificuldade, lançando-se ao chão para evitar o golpe iminente, apenas para se erguer novamente em um ágil movimento de sobrevivência.
”Tá cada vez mais difícil acompanhar esse esqueleto bizarro, se continuar assim, vai ser só questão de tempo até que ele me mate de vez…”
A cada pancada evitada, o monstro avança implacavelmente, encurtando a distância e tornando o combate ainda mais desafiador para a jovem. Contudo, não é apenas o avanço do Golem de Ossos que prejudica Evangeline.
“Me-merda! De novo não! Não me atrase logo agora!” Em um instante de desespero, seu corpo se rebela, recusando-se a obedecer durante o combate desafiador contra a criatura não viva.
A cada instante, seu corpo parece conspirar contra ela, negando-se a acatar seus comandos apropriadamente.
Um golpe preciso a alcança, arremessando-a brutalmente contra a parede, criando um estrondo acústico que ecoa pelo corredor como um lamento sombrio.
Entre a fumaça e poeira geradas pelo impacto, estalos de ossos tornam-se audíveis no ambiente, não provenientes do golem, mas do corpo da meio-elfa.
”Tsk…! Merda… por que isso sempre me atrapalha em momentos críticos…” Movendo-se com dificuldade a partir do ponto de impacto, Evangeline não consegue compreender completamente o que está acontecendo com seu corpo.
”Por que essa alma fica interferindo direto nas coisas que eu faço aqui… até antes de sair da antecâmara estava tudo normal, mas agora está muito anormal…” No exato local onde deixou a antecâmara, seu corpo parece ter perdido a sincronia, resultando em danos massivos a cada investida do esqueleto golem.
Uma luz púrpura brilhante irrompe no meio da fumaça, dispersando-a e afastando-se de Evangeline. Sua mana espiritual, embora tenha o poder de curá-la, em algumas situações, revela-se incapaz de restaurar seus ossos, limitando-se à pele e a cortes mais profundos.
”Do mesmo modo como o senhor Ivan me disse, existem limitações para magos espirituais com atributos diferentes. No meu caso consigo fazer algo a mais por ter dois espíritos elementais, mas nenhum deles é equivalente para me recuperar por completo.” Nesse momento, as limitações explicadas por Ivan em sua casa ecoam na mente dela, recordando as deficiências dos magos espirituais em ramos de restauração, restringindo o fogo a situações externas e a água a situações sanguíneas.
Sendo uma divergente, ao combinar ambas as energias, ela consegue uma cura quase completa de seus ferimentos, exceto pelos ossos, que permanecem marcados pelos impactos e golpes, reduzindo-a abaixo de seu verdadeiro limite de saúde.
A luz diminui, revelando Evangeline com seus cortes e arranhões cicatrizados, mas ao mover-se, ela percebe que seu peso corporal parece maior que o normal.
”Merda… mesmo com meus machucados curados, meus ossos estão muito fracos, eu precisaria descansar um pouco depois da cura, mas nesse momento não é possível…”
— Tudo que posso fazer agora… é isso… — Envolvendo-se em uma aura de mana que quase consome completamente seu poder mágico, a meio-elfa visa fortificar todo o seu corpo para ignorar a dor em seus ossos, uma ação temporária, porém útil.
”Mesmo que eu fique sem mana depois, é o único jeito de eu me proteger dos golpes certeiros… e eu acho que não posso usar minha habilidade única com tão pouca mana… só me resta testar meu limite…” Avançando em direção ao Golem esquelético, seus passos transformam-se em uma pequena corrida, afundando levemente o solo sob seus pés, demonstrando o peso adicional adquirido ao saturar-se de poder mágico.
Enquanto isso, o Golem de Ossos avança em direção a ela, determinado a destruí-la rapidamente, seus olhos ósseos brilhando em tons rubros e ameaçadores.
Por fim, ambos se encontram a poucos metros de distância, seus braços movendo-se em direção ao inevitável choque de punhos.
— Merda! Não será o bastante… Que se dane… usarei tudo! — Evangeline reforça cada vez mais sua força, enquanto o Golem cobre seu braço com um líquido negro, não apenas para intensificar seu golpe, mas também para se regenerar de qualquer ferimento.
O tempo parece desacelerar por um instante, os punhos prestes a colidirem.
O impacto estoura o silêncio no lugar com um estrondo aterrador. Paredes, chão e teto, testemunhas impotentes daquela luta, desmoronam, sendo vaporizados pela intensidade do choque.
Lançados em direções opostas, Evangeline encontra-se novamente no limite do corredor, colidindo contra a parede e caindo sentada no chão.
O golem, por sua vez, é arremessado e cai de costas. O impacto resulta em uma colossal nuvem de poeira, fazendo com que placas de pedra se desprendam das paredes e tetos, desestabilizando a estrutura ao redor.
Em meio à poeira, Evangeline vislumbra seu braço, agora quebrado em duas posições distintas, destroçado após o violento golpe, exibindo cortes e sangue que fluem dele. Apesar da dor pulsante, um sorriso se insinua em seu rosto.
”Minha mana acabou, não há chances de eu continuar nenhuma luta agora… e essa dor não me deixa ficar concentrada para regenerá-la… Mas tudo isso foi capaz de acontecer devido aqueles esqueletos de antes… sem eles, teria morrido no primeiro golpe daquele golem de ossos…” Recorda-se dos pontos de habilidade adquiridos, frutos do combate contra inúmeras hordas de esqueletos.
À sua frente, a densa nuvem de poeira desce lentamente, como se o conflito entre ambos nunca tivesse ocorrido, ignorando completamente o caos desencadeado pelo impacto.
Os olhos rubis de Evangeline, cintilando em um poder mágico, focalizam-se no corpo do Golem de Ossos, agora completamente destruído.
”Ele está realmente morto… talvez se eu apenas tivesse reforçado meu soco com mana, ele ainda estaria vivo para mais um embate, mas se não fosse por aquilo…” Recordando do momento anterior ao choque, quando, movida pela raiva e frustração com a resistência de seu corpo, tentou reforçá-lo com mana para superar o golem em força.
Contudo, poucos centímetros antes do impacto, toda sua energia mágica concentrou-se no braço que se lançava, chocando-a ao perceber que seu corpo novamente a traíra, destruindo sua única chance de defesa.
No entanto, sua perspectiva mudara ao constatar que toda sua mana fusionara-se por completo com suas chamas esmeraldas.
Ao observar o punho do Golem esquelético, ela percebera estar revestido inteiramente pelo piche bizarro que regenerava seu corpo, enquanto o restante não apresentava nada para facilitar sua recuperação.
Num lampejo, Evangeline compreendera que a destruição completa do piche no corpo do Golem resultaria em sua derrota imediata.
Essa revelação, no entanto, não fora fruto de sua própria descoberta, mas sim da outra alma que compartilha seu corpo, emergindo durante o combate.
Num último instante, transformou toda sua mana em chamas esmeraldas, aniquilando integralmente o piche negro do Golem de Ossos e neutralizando seu poder regenerativo.
Observando seu braço despedaçado mais uma vez, Evangeline começa a discernir a intenção da outra alma.
”Parece que eu a julguei do jeito errado… eu acho… Parece que tudo que fez foi algo para me ajudar… Primeiro foi na antecâmara que melhorou meu controle sobre a Emerald Sphere of Desolation, depois foi no corredor ao conseguir muitos pontos de habilidade e agora…”
— Heh…! Se continuar assim, parecerá que a tola nesse corpo sou eu… Na verdade, tudo que fez foi para me deixar viva e derrotar os desafios…
Ao não se esquivar, visou avaliar a força oponente num golpe comum e, posteriormente, em um estado de fúria.
Compreendendo a magnitude do desafio, decidiu não apenas destruí-lo superficialmente, mas internamente, utilizando o poder desconhecido e sombrio como piche.
— Coff…! Coff…! Tsk…! Não tem como continuar agora… tudo que quero é… descansar um pouco… — Tosses escapam de seus lábios, e seu sorriso desvanece. Apesar da vitória conquistada, relutantemente se dispõe a enfrentar outra batalha. Sua vitalidade está baixa, assim como seu Mana e estamina.
Ossos suplicam em dor, e seu braço direito jaz destroçado após o violento embate.
— Mas… quem dera se fosse assim… — Evangeline, ergue-se com dificuldade, apoiando-se na parede para não tombar, inicia sua jornada de volta na direção de onde o Golem emergiu, adentrando a sala escura.
Seus passos arrastados e pesados, o sangue escorrendo a cada movimento, traçam uma trilha de sofrimento em direção a um destino ainda velado.
— Arh…! Arh…! — A cada passo, seu fôlego se torna mais árduo, a visão turva e as forças exauridas a cada batida do coração.
Ao alcançar a entrada, Evangeline contempla o ambiente imerso nas sombras, apenas esboçando alguns contornos revelados pela tênue luz externa.
”Então… aqui é… onde o necro…”
Contudo, ao adentrar a sala, é brutalmente atacada por uma clava de ossos, sendo arremessada para fora como uma marionete desamparada ao vento, colidindo com o solo.
”Mer-merda…! O que foi… isso…?!” Exaurida, ela luta para manter os olhos abertos, deparando-se com a imponente silhueta de outro Golem de Ossos e uma figura envolta em manto negro, capuz sombreiro e órbitas azuladas no lugar dos olhos.
— Droga… por essa eu não… esperava… — Sua visão desvanece, seu corpo dolorido finalmente sobrepuja sua consciência, fazendo-a desmaiar no limiar entre a sorte de ter encontrado seu objetivo e o azar de está impotente na frente do mesmo.
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