Capítulo 82 - Uma simples conversa resolve tudo?
No outro lado da cidade, o caos reinava. Philips e Sora avançavam como tempestades, derrotando delinquentes sem piedade. Eles eram como um furacão imparável, dominando completamente o grupo que tentava resistir. Os gritos e o som dos corpos atingindo o chão ecoavam pelos corredores da escola 25.
Sora, com sua expressão calma, limpou o sangue das mãos em sua camiseta.
— Isso foi fácil demais — comentou, olhando para Philips, que estava encostado na parede, imperturbável.
— Eles não eram páreo. Estamos limpando essas áreas mais rápido do que eu esperava — respondeu Philips, ajustando as luvas. — Mais um espaço conquistado.
Mas antes que pudessem relaxar, um som pesado ecoou à distância. Passos fortes, ritmados, e uma presença esmagadora que parecia tomar conta do ambiente. Philips franziu o cenho, e Sora virou-se na direção do som, o corpo em alerta.
De uma das entradas destruídas, Nathan Rayna surgiu. Seus olhos brilhavam de raiva, e sua postura era a de alguém disposto a esmagar qualquer um que ousasse ficar em seu caminho. A energia ao seu redor parecia quase palpável, irradiando como uma onda de calor sufocante.
— Quem diria… Os cães da escola 27 aqui na 25 — disse Nathan, a voz baixa, carregada de desprezo. — Vocês acham que podem simplesmente passar por cima de tudo e de todos?
Philips não se abalou. Ele deu um passo à frente, encarando Nathan com seus olhos frios.
— Você é o Nathan Rayna, certo? Já ouvi falar de você. Está em busca de vingança, não é? — Philips perguntou, sua voz firme.
Nathan cerrou os punhos, os músculos tensionando.
— Não vim aqui para conversa fiada. Vocês fazem parte desse jogo sujo que tomou minha escola e derrubou meu orgulho. Eu vou acabar com tudo isso. Vou destruir cada um de vocês e tomar de volta o que é meu.
Sora deu uma risada curta, cruzando os braços.
— Grande discurso. Mas palavras não vão te levar muito longe.
Nathan deu um passo à frente, sua fúria transbordando.
— Vocês dois… Não importa o quão fortes acham que são. Hoje vocês vão sentir o peso da minha raiva!
Philips ergueu uma sobrancelha e ajustou a postura, pronto para o confronto.
— É mesmo? Mostre o que tem, então.
O clima ficou tenso, e a energia de Nathan aumentava a cada segundo. A batalha estava prestes a começar, e todos ali sabiam que aquele confronto não seria como nenhum outro.
Nathan Rayna avançou como uma avalanche, seus movimentos rápidos e calculados, mas cheios de uma fúria contida que explodiu no primeiro golpe. Ele saltou em direção a Philips, desferindo um chute giratório que quase o acertou. Philips desviou por pouco, mas antes que pudesse reagir, Nathan já estava em sua frente, socando com força.
Philips ergueu os braços para bloquear, mas o impacto o empurrou vários metros para trás, fazendo seus pés deslizaram pelo chão.
— Esse cara é uma máquina! — exclamou Philips, rangendo os dentes.
Sora aproveitou a brecha e atacou pelas costas de Nathan com uma sequência de socos rápidos e precisos. Nathan, no entanto, reagiu instintivamente, girando o corpo e acertando um chute no abdômen de Sora, que foi lançado contra uma parede com o impacto, rachando-a.
— Vocês acham que são fortes, mas estão longe do meu nível! — gritou Nathan, avançando novamente, desta vez focando em Philips.
Philips tentou manter a calma, atacando com jabs rápidos e precisos, mas Nathan desviava com facilidade, balançando a cabeça para os lados e contra-atacando com combinações devastadoras de chutes e socos. Um direto de Nathan acertou o queixo de Philips, que cambaleou para trás, com sangue escorrendo do canto da boca.
— Você é rápido, mas não é forte o suficiente — disse Nathan, desferindo um gancho de esquerda que arremessou Philips contra uma pilha de destroços.
Sora voltou à luta, atacando com uma voadora direta. Nathan agarrou a perna dele no ar e o jogou no chão como se fosse um boneco de pano. O impacto ecoou pelo local, e Sora gritou de dor.
Philips, ainda sangrando, levantou-se e atacou novamente, tentando pegar Nathan de surpresa. Ele conseguiu acertar um soco no rosto de Nathan, mas o delinquente apenas sorriu, o olhar repleto de fúria.
— É só isso que vocês têm? — provocou Nathan.
Ele agarrou Philips pelo colarinho e o ergueu no ar antes de jogá-lo violentamente contra Sora. Os dois colidiram e caíram no chão, gemendo de dor.
Philips e Sora tentaram se levantar, mas Nathan não deu espaço. Ele avançou, chutando o rosto de Philips e depois acertando um chute circular em Sora, que caiu inconsciente.
Com Philips no chão, Nathan o segurou pelo cabelo, forçando-o a olhar diretamente em seus olhos.
— Vocês não passam de obstáculos. Vou encontrar o Hayato e fazer com ele o que fiz com vocês.
Philips, exausto e ensanguentado, cuspiu no chão, mas não conseguiu responder. Nathan o jogou de lado e caminhou lentamente para fora, deixando os dois derrotados no chão, marcados pelo peso de sua fúria.
A mensagem estava clara: Nathan Rayna era um adversário implacável, e sua busca por vingança estava apenas começando.
Nathan caminhava pelas ruas como uma tempestade ambulante, chutando destroços e derrubando tudo em seu caminho. O olhar furioso e incontrolável deixava claro que ele não pararia até encontrar Hayato. Ele estava irreconhecível, tomado por uma fúria que parecia consumir não apenas seu corpo, mas também sua alma.
Enquanto isso, Sophie, ainda se recuperando de seu embate anterior, corria pelo território recém-reconquistado da escola 25, enviando mensagens frenéticas pelo rádio para Yoru.
— Yoru, temos um problema! Nathan Rayna está avançando como uma fera. Ele está destruindo tudo no caminho e… Ele não vai parar! — a voz dela estava carregada de urgência.
Do outro lado da linha, Yoru ouviu em silêncio. Sua expressão endureceu ao entender a gravidade da situação. Ele sabia que Nathan estava em um estado perigoso e que apenas ele poderia conter aquela tempestade.
— Entendido, Sophie. Eu vou lidar com ele.
Yoru avançou rapidamente, cortando caminho por becos estreitos e subindo em telhados para economizar tempo. Quando finalmente encontrou Nathan, a visão o chocou. Ele estava cercado por destroços, com vários delinquentes caídos ao seu redor. Alguns gemiam de dor, outros estavam completamente inconscientes.
— Nathan! — Yoru gritou, sua voz ecoando pela rua destruída.
Nathan virou a cabeça lentamente, seu olhar ainda tomado pela raiva. Quando viu Yoru, um sorriso quase insano se formou em seus lábios.
— Finalmente apareceu — disse Nathan, avançando alguns passos. — Está aqui para defender seu querido amigo Hayato?
— Estou aqui para parar você antes que faça algo que vai se arrepender. — Yoru respondeu, mantendo a voz firme, mas calma.
Nathan riu, mas o som era vazio, quase desolador.
— Se arrepender? Você acha que eu me importo? Ele me humilhou, e eu vou destruir tudo e todos que ficarem no meu caminho para alcançá-lo.
Yoru deu alguns passos à frente, levantando as mãos em um gesto de paz.
— Eu entendo sua raiva, Nathan. Você quer vingança. Mas destruir tudo ao seu redor não vai consertar o que aconteceu. Não vai apagar a dor ou a humilhação.
Nathan cerrou os punhos, seus olhos brilhando de ódio.
— Não fale como se entendesse! Você não estava lá! Você não sabe o que é ser reduzido a nada diante de alguém que você jurou superar!
Yoru suspirou, baixando a cabeça por um momento antes de encará-lo novamente.
— Você está certo. Eu não estava lá, e talvez eu não entenda completamente. Mas eu sei o que é perder o controle. Eu sei o que é ser consumido por sentimentos que você não consegue segurar.
Nathan parou, suas mãos tremendo. Por um momento, parecia que as palavras de Yoru haviam atingido algo dentro dele.
— Então, o que você quer que eu faça? — Nathan perguntou, a raiva em sua voz diminuindo um pouco. — Esqueça tudo? Finja que nada aconteceu?
— Não — Yoru disse, firme. — Quero que você enfrente isso da maneira certa. Não como um animal descontrolado, mas como alguém que sabe o que quer.
Nathan olhou para Yoru, confuso e ainda dividido entre sua fúria e a razão que tentava ressurgir.
Por um momento, o silêncio pairou entre eles. Nathan parecia estar lutando consigo mesmo, seus punhos ainda cerrados, mas sua postura menos agressiva.
— Se eu parar… O que eu ganho? — Nathan perguntou finalmente, sua voz mais baixa, quase vulnerável.
— Você ganha controle sobre si mesmo. Você prova que é mais forte do que sua raiva — respondeu Yoru.
Nathan desviou o olhar, respirando fundo. Ele sabia que Yoru estava certo, mas a dor e a humilhação ainda queimavam dentro dele como brasas incandescentes.
— Vou pensar… — disse Nathan, antes de se virar e começar a se afastar.
Yoru observou enquanto ele ia embora, sem saber se aquilo era uma vitória ou apenas um adiamento do inevitável. A tempestade que era Nathan Rayna havia recuado, mas ele sabia que ainda não havia terminado.
Após recuar do confronto com Yoru, Nathan não desistiu de sua vingança. Ele continuou avançando pelas ruas, derrubando qualquer um que ousasse cruzar seu caminho, determinado a encontrar Hayato. O ódio em seu coração crescia a cada passo, como uma chama inextinguível.
Enquanto a guerra se intensificava em cada canto da cidade, em um beco isolado, longe do caos, Hayato e Yuna finalmente tiveram um momento para conversar.
Eles já haviam resolvido as mágoas do passado. Não havia mais ressentimentos entre eles, mas havia muito ainda para ser dito.
Yuna segurava sua espada de madeira, apoiando-a no chão, olhando para Hayato com uma expressão serena, mas intensa.
— Eu nunca te contei muito sobre o meu passado, né? — Yuna começou, sua voz calma, mas carregada de emoção.
Hayato, que estava encostado em uma parede, cruzou os braços e a observou atentamente.
— Nunca achei que você quisesse falar sobre isso — ele respondeu.
Yuna soltou um pequeno suspiro.
— A verdade é que eu nunca tive um lugar fixo. Sempre fui jogada de um lado para o outro. Meu pai era um homem rígido, e minha mãe… bem, ela sumiu quando eu era pequena. Eu fui criada para ser forte, para nunca depender de ninguém. Mas quando entrei para a escola 24, percebi que estava apenas me enganando.
(Nota do autor: é uma mentirinha…)
Hayato permaneceu em silêncio, permitindo que ela continuasse.
— Eu entrei para a escola 24 achando que poderia encontrar um propósito, mas tudo o que fiz foi me perder ainda mais. Fiz escolhas erradas, conheci você, isso foi bom, mas trai você… e só depois de tudo o que aconteceu, percebi que você sempre esteve lá. Sempre foi alguém que me fazia querer ser melhor.
Hayato descruzou os braços e deu um passo à frente.
— Yuna… — Ele hesitou por um momento, mas então continuou. — Eu nunca precisei que você fosse perfeita. Eu só queria que você estivesse ao meu lado, e agora, se você realmente quer isso, não precisa se justificar. Eu já te perdoei.
Yuna sorriu levemente, mas logo a expressão dele ficou mais séria.
— Mas agora não é só sobre nós — ele disse, sua voz ganhando um tom mais sombrio. — Eu fiz uma promessa para mim mesmo. Eu vou derrotar o Kaito, não importa o que aconteça.
Yuna franziu a testa.
— Você está falando sério, não está?
Hayato assentiu, os olhos cheios de determinação.
— Kaito é mais do que um inimigo para mim. Ele destruiu sua vida. Se eu não acabar com ele, ninguém mais vai.
— E você está disposto a dar sua vida por isso?
— Se for necessário.
O silêncio caiu entre os dois. Yuna apertou as mãos em torno do cabo da sua espada, tentando processar o peso daquelas palavras.
Mas antes que ela pudesse dizer algo, passos pesados ecoaram pelo beco.
Ambos se viraram ao mesmo tempo para encontrar Nathan parado ali, seus olhos ardendo de raiva.
— Ah, que cena adorável — disse Nathan, com um sorriso cruel. — Os dois traidores finalmente juntos. Isso vai facilitar muito o meu trabalho.
Hayato deu um passo à frente, protegendo Yuna instintivamente.
— Nathan… Eu sabia que você não ia parar. Mas se você quer brigar, vamos resolver isso aqui.
Nathan riu, estalando os dedos.
— Você acha que pode me enfrentar, Hayato? Depois de tudo que aconteceu? Você é fraco, e vou provar isso agora mesmo.
Yuna tentou intervir, mas Hayato ergueu a mão, indicando que ela deveria ficar para trás.
— Não. Essa é minha luta.
Nathan avançou com toda a força, seus golpes rápidos e precisos, mostrando o domínio de seu kickboxing. Hayato desviava e contra-atacava, mas estava claro que Nathan estava em um nível completamente diferente.
A luta era intensa, com os sons de socos e chutes ecoando pelo beco. Yuna observava, segurando sua espada de madeira, pronta para intervir caso fosse necessário.
Nathan conseguiu acertar um chute poderoso no abdômen de Hayato, jogando-o contra a parede. Ele avançou, mas antes que pudesse terminar o golpe, Yuna entrou no meio, segurando sua espada na defensiva.
— Já chega, Nathan! — ela gritou.
Nathan riu, olhando para ela com desprezo.
— Você vai protegê-lo, Yuna? Depois de tudo que você fez a ele?
Yuna não recuou, seus olhos firmes.
— Sim, vou protegê-lo. Porque ele é importante para mim.
Nathan hesitou por um momento, sua raiva vacilando ao ver a determinação nos olhos de Yuna. Mas então, com um grito de fúria, ele avançou novamente.
A batalha estava prestes a tomar um rumo perigoso, até que passos rápidos ecoaram. Yoru chegou, colocando-se entre os três.
— Chega! — ele gritou, sua presença dominando o espaço. — Isso termina agora.
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