Índice de Capítulo

    Hazan não deixaria Calista tomar vantagem. Ela avançou primeiro, mas ele correspondeu de imediato.

    Seu jab cortou o ar, uma resposta instintiva, testando a defesa de Calista. Mas ela não recuou. Ao invés disso, inclinou levemente a cabeça para o lado, deixando o golpe passar rente à sua bochecha.

    — Rápido — murmurou ela, os olhos turquesa brilhando em expectativa. — Mas previsível.

    Calista deslizou para o lado e sua perna se moveu como um chicote. Um chute baixo? Não. Ele percebeu no último instante, era uma finta. Ao invés do impacto, ela usou o movimento para girar e encurtar a distância de forma fluida, lançando um soco direto em seu peito.

    O rapaz bloqueou com o antebraço, sentindo a pressão surpreendente do golpe. Ela era precisa, seus movimentos suaves, mas perigosos. 

    Respondeu com um direto potente, mas Calista o evitou com um passo calculado para trás, mal parecendo se esforçar.

    Ela sabe lutar, mas onde tá a base disso tudo? Se eu apertar o cerco, posso arrancar mais do que ela quer mostrar.

    Hazan sentiu os músculos do rosto se contraírem em um sorriso.

    Dessa vez, não deu espaço. Jabs, cruzados, ganchos. Os golpes dispararam, um atrás do outro, cortando o ar entre eles. Calista desviava por milímetros, mas estava começando a demonstrar dificuldade.

    Mas Hazan não era alguém que se deixava levar pelo fluxo do outro. No instante em que percebeu o ritmo da esquiva dela, trocou a cadência dos golpes, disparando um uppercut inesperado.

    Calista se abaixou, mas não a tempo. O punho de Hazan raspou de leve o queixo dela, fazendo-a recuar um passo.

    Ela ergueu a mão, passando os dedos pelo queixo com curiosidade, como se testasse se estava intacto. Então sorriu.

    — Aí está — disse, os olhos brilhando. — Era isso que eu queria ver.

    Ela avançou sem hesitação, e Hazan sentiu o perigo no ar. Seus instintos gritaram. Ele ergueu a guarda para receber o ataque, mas Calista não seguiu por onde ele esperava.

    Ela se lançou para o lado, desviando sua trajetória e atacou de um ângulo inesperado. Um golpe seco em seu flanco o fez estremecer. O tempo de reação foi curto demais, e o impacto queimou no ponto exato onde ela queria acertar.

    Hazan rangeu os dentes. Ela era boa. Muito boa.

    Mas ele não iria ceder.

    Abaixando o centro de gravidade, girou sobre os pés e disparou um gancho de esquerda na direção do queixo dela.

    Calista já estava no meio de seu próprio ataque, a palma aberta cortando o espaço para acertar o fígado dele. Ela arregalou os olhos, pois não esperava a rápida recuperação do garoto.

    Os golpes pararam a centímetros um do outro.

    Os olhos dela se estreitaram, e então… ela riu.

    — Quase. — O sorriso dela não era de zombaria, mas sim de satisfação. — Você realmente é forte, Hazan. Fico aliviada.

    Ela relaxou a postura, os músculos que antes estavam tensionados voltando ao normal. Lentamente, retirou do bolso um pequeno pedaço de papel e estendeu para ele.

    — Aqui está. Você merece.

    Hazan ainda estava respirando fundo, sentindo o resquício de adrenalina da luta, mas pegou o papel sem hesitar. Antes que pudesse ir embora, Calista inclinou levemente a cabeça.

    — Ah, e só para constar… Edgard mereceu aquela surra. Não sabemos se ele está vivo, mas… só peço que colabore com as investigações da próxima vez, combinado? — A voz dela era casual, mas o olhar afiado indicava que sabia mais do que estava dizendo.

    Hazan deu de ombros, como se não ligasse. Guardou o papel e virou-se para ir embora.

    Mas, no instante em que começou a se afastar, a voz dela soou novamente:

    — Da próxima vez… não se segure.

    Ele parou por um segundo, depois soltou uma risada baixa.

    — Você também.

    E então partiu, sem olhar para trás.


    Adentrar aquele portal trouxe enjôo e tontura por um momento. Com a visão turva, demorou para notar que estava deitado em um chão frio e úmido.

    A penumbra ao redor dificultava distinguir qualquer coisa além de vultos indefinidos. Tentou se mover, mas algo — ou melhor, alguém — pesava contra seu peito. Algo quente. Algo… macio.

    Sentiu uma respiração quente roçar seu pescoço, e um calafrio escalou sua espinha. O coração deu um salto. Com um movimento hesitante, ergueu a cabeça e seus olhos se encontraram com os de Aurora, que, por uma infeliz combinação do destino e da gravidade, aterrissou bem em cima de seu corpo.

    Os dois congelaram.

    A posição não poderia ser pior: Aurora, deitada sobre ele, os rostos tão próximos que sentia até o cheiro característico dela — uma mistura de grama, sangue seco e um leve toque de “vou te matar agora”.

    Silêncio absoluto.

    Hazan não sabia o que pensar. O cérebro, ainda embaralhado pela viagem inesperada, falhou em processar a situação de forma lógica. Então, como qualquer pessoa madura e racional faria, ele soltou um único comentário sincero:

    — Sua fedegosa.

    Aurora piscou, as sobrancelhas arqueadas de maneira incrédula. Então, a surpresa em seu rosto se distorceu em algo muito mais ameaçador.

    Hazan notou tarde demais que algumas palavras são como socos: depois que saem, não voltam.

    Um punho voou na direção do seu rosto.

    Bloqueou por reflexo, levantando as mãos em um gesto conciliador.

    — Escuta, tá tudo bem, nem sempre a gente consegue se cuid—

    Outro soco. Depois uma cotovelada. Em segundos, a dupla estava rolando pelo chão igual vira-latas brigando por um pedaço de osso.

    Ele conteve a situação ao ficar por cima dela, segurando seus pulsos e encarando sua expressão irritada. 

    A respiração acelerada de Aurora preenchia o silêncio sufocante. Presa sob ele, o corpo ainda se debatia, quente e tenso, mas a força de Hazan a mantinha no lugar. Esperava um xingamento, uma provocação—qualquer coisa que trouxesse o ritmo familiar de volta. Mas nada veio. Só o som entrecortado da respiração e a proximidade inquietante entre os dois.

    Seu olhar vagou sem querer. O cabelo branco, normalmente impecável, agora caía em desalinho, algumas mechas grudando na pele úmida. O brilho fino do suor escorria pela bochecha até o queixo. Os lábios, rosados, entreabertos. Pequenos detalhes que nunca haviam lhe chamado atenção antes. 

    Forçando-se a desviar o foco, notou algo que não esperava. Sob as axilas dela, marcas avermelhadas cortavam a pele pálida. Assaduras. O tipo de ferimento que não combinava com alguém tão orgulhosa.

    — Espera… você tá machucada? — Ele estreitou os olhos, surpreso.

    Aurora crispou os lábios. Num piscar de olhos, movimentou os quadris, e o desequilíbrio veio antes mesmo que Hazan entendesse o que estava acontecendo. Seu peso foi deslocado e um giro bem aplicado jogou seu corpo ao lado, permitindo que Aurora se livrasse do aperto.

    Um chute veio em seguida, criando distância entre os dois. Hazan tossiu, massageando o peito enquanto se erguia, olhos ainda arregalados.

    O que foi esse movimento agora? Isso… é familiar.

    Aurora já estava de pé, estalando os ombros como se a briga nem tivesse sido grande coisa. Mas a irritação continuava estampada em seu rosto.

    — Eu estou presa numa maldita masmorra e a culpa é toda sua.

    Hazan bufou, batendo as mãos na roupa para se livrar da poeira.

    Nós estamos presos. Pequena diferença. E, sinceramente, lutar contra o vento foi mais difícil do que eu esperava. — Fez um gesto dramático, como se narrasse um feito heroico. — O maldito era ágil.

    Aurora apontou o indicador num gesto acusatório.

    — Você me puxou junto!

    Hazan abriu um sorriso debochado.

    — Eu preferia estar sozinho do que conviver com uma chata igual você, mas fazer o quê? Não podia perder a oportunidade de te arrastar pra desgraça.

    O olhar de Aurora se tornou ainda mais afiado. Os punhos se cerraram, os olhos brilhando com uma ira renovada.

    Hazan deu um passo para trás, erguendo as mãos num falso gesto pacificador.

    — Ei, ei, calma lá! O lado bom é que temos um ao outro. — Seu sorriso veio ainda mais debochado. — O lado ruim é que você fede.

    O que ele recebeu em resposta foi um avanço ameaçador da polariana, que fez questão de estalar os dedos antes de dar o próximo passo.

    Num instante, ela avançou contra ele, o que fez Hazan instintivamente levantar os braços, esperando outro soco.

    Mas o golpe nunca veio.

    Em vez disso, algo passou zunindo ao lado de sua cabeça. Uma lâmina cintilou no ar e, com um som seco, cravou-se diretamente no crânio de uma criatura sombria que havia emergido das sombras atrás dele.

    O corpo nebuloso do lobo tremulou por um segundo e iniciou um processo lento de decomposição.

    O silêncio que se seguiu foi pesado. Hazan piscou, virando-se lentamente para encarar Aurora, que ainda segurava firme o cabo da adaga.

    Ela levantou o queixo.

    — Da próxima vez, tenta prestar atenção no que realmente importa.

    Hazan soltou um suspiro, estalando o pescoço enquanto se preparava.

    — E eu achando que a pior coisa nesta masmorra era você.

    Aurora puxou a adaga de volta, girando-a nos dedos antes de se colocar em posição de combate.

    A diversão tinha acabado.

    Surgindo de todos os lados, sombras começaram a se mover. Olhos vermelhos surgiram no breu.

    A batalha estava só começando.


    Calista apoiou os cotovelos no parapeito do terraço, observando a cidade de Ariasken se estender diante dela. As luzes tremulantes das vielas estreitas contrastavam com o brilho dourado da parte nobre da cidade. O vento frio da noite agitava seus cabelos enquanto suspirava.

    — Hadrian ainda não voltou.

    Agnis, que se encostava ao lado dela, soltou um riso curto, ajeitando as luvas que cobriam suas mãos marcadas por símbolos arcanos.

    — Ele deve estar bem. Se tem algo em que aquele maluco é bom, é em sair de situações impossíveis. Ou, melhor dizendo, se jogar nelas sem pensar duas vezes.

    Calista assentiu com a cabeça, pensativa.

    Agnis andou até o lado dela, observando a cidade. — Eu coloquei o braço de Vanitas no círculo mágico de preservação, mas definir a localização exata ainda vai levar um tempo.

    Ela soltou um suspiro. — Era de se esperar. O rastro de mana ficou mais fraco depois que eu o decepei.

    O silêncio pairou entre eles por alguns instantes, apenas o vento sibilava em meio à noite. Então, repentinamente, Calista falou:

    — Foi Hazan quem derrotou Edgard.

    Agnis arregalou os olhos, franzindo a testa logo em seguida.

    — Derrotou? Então foi ele que o matou?

    Calista negou com a cabeça.

    — Eu o testei pessoalmente. — Ela se virou para ele, seus olhos brilhando com convicção. — Ele não é o tipo de pessoa que faria isso. Desde que me tornei uma pujante experiente, minha percepção de aura ficou mais apurada. Além disso, não sabemos se ele está mesmo morto.

    Agnis ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre suas próprias anotações sobre Hazan. Então, coçou o queixo, pensativo, e Calista continuou:

    — Depois que apagamos o fogo restante da fortaleza de William, senti traços da aura de Edgard… Mas não havia nada além disso. Como se ele estivesse lutando contra alguém invisível.

    Todavia, o curandeiro ainda não parecia convencido.

    — Ele é um regente de três elementos ancestrais, Calista. Não seria derrotado tão facilmente.

    A pujante suspirou.

    — Eu sei, mas… Não senti nenhum traço de Aura Elemental. Acho que ele não usou.

    Ele ponderou por alguns segundos, considerando as opções plausíveis, mas a falta de informações deixava a situação complexa de interpretar.

    — De qualquer forma, derrotar um pujante avançado com somente proeza física é algo notável. — Agnis estreitou os olhos. — E tem mais. Pesquisei sobre esse Hazan nos registros das cidades vizinhas… E não há ninguém com esse nome. Ele é de bem longe.

    Calista sorriu, cruzando os braços.

    — Uma polariana do norte e um garoto que parece um tahtoriano… Temos novatos tão promissores em nossa guilda, isso está me deixando animada!

    — Promissores? — Agnis ergueu uma sobrancelha. — Você nem sabe se eles serão capazes de completar a missão.

    Calista o encarou com o seu sorriso habitual. Um sorriso que inspirava confiança. — Eu tenho certeza que vão!


    O punho de Hazan atravessou a cabeça quase translúcida de um monstro com a aparência de um lobo. Atrás dele, Aurora avançou, degolando a garganta dos monstros enquanto Hazan atraía atenção das criaturas. 

    — Tem monstro pra todo lado! — avisou Hazan, sem tirar os olhos do perigo.

    Aurora soltou um suspiro contido, os lábios se comprimindo enquanto ela buscava se posicionar pelos cantos e atacar os lobos mais próximos de Hazan. Havia pelo menos nove deles.

    Uma após a outra, as lâminas encontraram seus alvos, fazendo com que alguns lobos se dissipassem em nuvens de fumaça cintilante.

    Embora o progresso fosse lento, Hazan não estava satisfeito. Ele cerrou os dentes e se lançou no meio de três lobos, atingindo um deles com um chute frontal, tombando a criatura de pelos negros.

    — Espera, seu idiota, isso é arriscado! — O alerta veio tarde demais.

    Outro monstro avançou numa mordida violenta, mas o rapaz estava com a guarda alta. Ele esquivou pela lateral do monstro, e quando estava prestes a cobrá-lo pelo seu descuido, outro lobo abocanhou seu trapézio.

    O sangue escorreu, mas isso de longe era o suficiente para derrubá-lo. Agarrou o pescoço do animal e o lançou por cima do ombro, esmagando sua cabeça com uma pisada violenta. Os dois lobos restantes pularam em conjunto.

    Hazan saltou, atingindo uma joelhada voadora no focinho de um dos lobos, enquanto sua mão agarrava a mandíbula aberta do outro animal, ignorando os dentes afiados e esmagando sua cabeça contra o chão.

    Quando olhou para trás, notou que Aurora estava ofegante e encurralada pela última criatura. Ele cruzou os braços e observou como ela lidaria com aquela situação.

    O lobo estava preparado para abocanhar. Ele correu em zigue-zague, pulou na parede e saltou de encontro a polariana com as garras afiadas apontadas para frente. Aurora rolou pelo chão, apertou o cabo de sua adaga e apunhalou bem no coração, mas não tinha penetrado fundo o suficiente.

    Quando ela estava prestes a esfaqueá-lo novamente, o monstro pulou contra seu corpo, e lentamente abriu sua boca, onde sombras escuras escaparam.

    [Joelhada Voadora!]

    O animal capotou violentamente, batendo contra a parede irregular da masmorra. Seu corpo começou a se desfazer lentamente. 

    Hazan encarou Aurora de canto, que retribuiu com um olhar irritado. Embora ele estivesse machucado, não passavam de feridas superficiais, e essa resistência não fazia sentido para alguém comum.

    Além disso, era a terceira vez que o idiota tinha se enfiado no meio de monstros sem se preocupar com as consequências. Embora quisesse ficar irritada, vê-lo praticamente ileso a convenceu de que, pelo menos, ele parecia saber o que estava fazendo.

    Apesar disso, não temos nenhum suprimento, e não sabemos o quão profunda é essa masmorra… A única certeza é a classificação névoa. Calista… Quando eu sair daqui, você vai me pagar por isso!

    Ela soltou um suspiro e encarou as costas da mão, onde havia o símbolo de um floco de neve que brilhava de forma sutil.

    Certo… Está cheio de mana. Com isso, espero não precisar arriscar nenhuma conjuração de sangue como da última vez. Farei bom uso contra o corruptor.

    Hazan limpou o suor da testa com o dorso da mão, suspirando.

    — Com esse, quantos já foram? Já perdi a noção do tempo nesse lugar… — murmurou, sua voz carregada de cansaço.

    Diante deles, o cenário era perturbador: vários corpos de lobos nebulosos jaziam dispersos pelo chão. Suas pelagens negras emanavam uma fumaça espessa, quase palpável, enquanto seus olhos vermelho-sangue brilhavam com uma fúria intensa.

    Esses monstros, como Aurora já havia explicado na última pausa, eram gerados pela própria masmorra e alimentados pela corrupção.

    Hazan encarou Aurora, que permanecia imóvel, absorvendo o ambiente.

    — Você ainda não me disse exatamente o que é a corrupção — ele comentou, usando aquela oportunidade para sanar suas dúvidas.

    Aurora permaneceu em silêncio por alguns instantes, os olhos fixos num ponto distante. Finalmente, ela respondeu com tranquilidade:

    — Corrupção é o elemento gerado pelo excesso de energia negativa. O acúmulo de pensamentos e ações ruins se transformam numa névoa negra e expessa, invisível ao olho nu.

    Hazan coçou a cabeça, franzindo o cenho em descrença.

    — Eu não consigo vê-la, mas… existe um peso, certo?

    — Exatamente — replicou Aurora, com um sorriso amargo. — Você sente essa angústia no ar, esse peso na consciência. É a marca da corrupção.

    Ele deu uma risada seca.

    — E é aí que entram as masmorras, não é?

    Aurora assentiu. — Elas funcionam como filtros, absorvendo essa energia e convertendo-a em desafios… Durante o período de renovação, elas coletam toda essa energia negativa e a transformam em obstáculos, testando quem ousa adentrar seus domínios.

    Hazan estreitou os olhos com uma expressão cínica.

    — Tá, tá, não entendi quase nada. Quando sairmos daqui, você não pode desenhar essa teoria para mim? — ele respondeu com uma face cínica.

    Ela arqueou uma sobrancelha e respondeu com um tom irônico:

    — Claro, farei um maldito desenho com o seu sangue.

    Hazan riu e sentou ao lado dela. 

    — Hora do descanso, não é?

    Ela assentiu com uma face desconfiada e se afastou alguns metros.

    O lutador apoiou a cabeça na parede.

    Não sei quanto tempo vou suportar essa maluca do caralho…

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