Índice de Capítulo

    O trio continuou correndo em direção a saída da segunda divisão. A corrida durou pouco tempo, já que a saída estava em uma distância curta deles. Depois de cerca de dez minutos de corrida intensa até a saída, o trio de andarilhos logo entrou na terceira divisão e pisou na areia da mesma

    — Finalmente! Chegamos aqui!

    O Kura falou isso em um tom alegre, estando feliz por faltar apenas mais duas divisões até chegar onde seu irmão se encontra preso. Nane ficou olhando em volta, atrás de ver se tinha algum possível perigo por perto deles. Já o Rodolfo, ficou choramingando quando chegaram ali

    — Pare de comemorar, moleque! Estamos condenados, condenados!

    O manipulador de brinquedos de construir se ajoelhou naquele chão e encostou a palma de suas duas mãos naquela areia aparentemente inofensiva. Porém, quando as mãos do pobre bandido encostam na sílica branca do chão, de forma quase instantânea o tato do homem fica completamente dormente. E por conta disso, Rodolfo velozmente retirou aqueles membros de contato com a areia, a soprando eles e gritando aos outros dois

    — Tá fervendo essa areia! Fervendo muito!!

    Após isso, o loiro saltou do chão novamente aos berros. Suas calças de preso estavam quase que se incendiando por conta do calor da areia. Neste salto, o pobre coitado se atirou nos braços de Nane, para não ter contato com o solo quente. Já nos braços do homem nu, o galego continuou a falar

    — Minhas calças quase pegaram fogo!! Qual a temperatura desse lugar?!

    O protagonista logo colocou sua mão na areia daquela divisão, começando a mexer na mesma e analisar a temperatura daqueles grãos. Depois de uma rápida análise, o garoto-raio finalmente pôde chegar em uma conclusão 

    — Bem, chutando pelas minhas análises, eu diria que é pelo menos quinhentos graus…

    Aquela informação assustou Rodolfo, que logo gritou para o garoto

    — Tudo isso?! E como vocês dois conseguem ficar de boa nesse lugar?!

    Isso novamente irritou o protagonista, fazendo-o pensar que realmente foi uma péssima ideia arrastar aquele maldito criador de brinquedos com ele. Logo, o elétrico reforça 

    — Meu poder me permite ficar tranquilo em um calor de até trinta mil graus! Você é surdo, é? E você, Nane, como está suportando o calor da areia?

    O homem completamente desprovido de roupas, porém, não estava aguentando em nada o calor. Então, ele respondeu em um tom extremamente sofrido

    — N-na verdade, isso dói muito! Muito mesmo!

    O loiro de um metro e cinquenta percebeu isso, ficando extremamente solidário com o seu pobre companheiro. Então, ainda nesse surto repentino de completa bondade, o criador de peças de brinquedo tirou seus sapatos e disse ao seu amigo

    — Ei, vista eles, seu idiota!

    O despido aceitou de prontidão a gratidão de seu companheiro, colocando os sapatos em seus pés e assim se protegendo do calor extremo daquelas areias. Logo após isso, Nane ajeitou Rodolfo em seus braços, logo dizendo para o loiro

    — Irei te carregar nos meus braços, já que você não tem mais sapatos!

    Com tudo isso resolvido, o jovial Kura olha para frente, iniciando a sua caminhada e logo dizendo aos seus dois escudeiros 

    — Vamos! Tem muito chão pela frente!!

    A caminhada do trio logo teve o seu começo, iniciando o caminho em linha reta por aquele horizonte amarelado quase que sem fim. Foram mais de três horas nesse caminhar pesado e cansativo pelos grãos de areia daquele gigantesco deserto, com seus passos ficando mais pesados e cansativos a medida que as dunas de areia ficam cada vez maiores por aquela região. Algo que assustou bastante o grupo, foi o incrível silêncio e falta de ataques daquela divisão, além da óbvia falta das jaulas onde os presos ficam aprisionados. Essa falta dos presidiários, fez o trio cogitar que aquilo servia apenas como um campo de execução para os infelizes que tiveram o azar de serem mandados para aquela divisão maldita

    — Provavelmente… todos os presos daqui devem estar mortos!

    Falou Rodolfo, enquanto litros e litros de suor caem de seu corpo e evaporam no ar daquele deserto. Revelando uma das dificuldades que o grupo vai enfrentar na jornada por aquela região, o calor que impede que água se forme naquela região árida e seca, deixando até mesmo o ar extremamente difícil para se respirar. Mas, depois de todo esse tempo caminhando, o jovem Kura nota algo a uma grande distância deles, prendendo sua atenção ali e logo dizendo aos outros dois

    — Ei, parem um pouco aí! Tem algo ali na frente!

    Os outros dois logo ficaram estáticos, com Nane agilmente se aproximando do jovem militar, pegando fôlego de forma extremamente profunda e falando para o garoto manipulador de raios elétricos 

    — O que aconteceu, garoto?

    De forma silenciosa, o manipulador de eletricidade aponta o seu dedo para o caminho na frente deles. Os bandidos, por sua vez, prenderam a atenção de seus olhos no caminho a frente deles, notando assim diversas jaulas com prisioneiros, uma perto da outra. Porém, outra coisa também chamou a atenção daquela trindade, essa coisa eram as criaturas que estavam escalando a prisão daquele criminosos. Esses animais eram lesmas gigantes, de cor avermelhada e com algo em torno de um metro e cinquenta de altura e cinquenta centímetros de largura. No teto daquele cubo com grades, um desses animais estava imóvel, apenas expelindo seu líquido viscoso, enquanto dentro da jaula os prisioneiros começaram a gritar para o infortunado que se encontra atirado no solo da sela

    — Ei, saia daí! Rápido!!

    O pobre preso, porém, sequer conseguia se levantar do chão quente de metal que aquela sela possui, tudo por conta do alto nível de desidratação que o mesmo estava passando. E no topo da jaula de humanos, o líquido viscoso de aparência magmatica que era jorrado do corpo do animal, estava cada vez mais derretendo aquele teto de aço reforçado. Isso se deve, não por ser um líquido ácido ou qualquer coisa desse tipo, mas sim por ser um líquido extremamente super-aquecido, algo com um calor idêntico ao do magma real. Com isso, o teto de ferro logo foi derretido por completo, e aquele animal gigantesco caiu com tudo em cima do preso caído. O corpo quase líquido do animal praticamente absorveu o prisioneiro, e os outros presidiários começaram a gritar desesperados 

    — Não! Não pode ser, esse bicho vai comer ele e depois é a gente!

    — E… olhe o buraco no teto! Às outras lesmas infernais vão entrar por lá! Estamos perdidos!!

    O grupo foi se desesperando e ficando imóveis colados nas paredes do cubo de metal, assistindo o companheiro de prisão deles ser devorado e derretido bem diante de seus olhos. O grupo do protagonista ficou assustado vendo aquilo e escutando os gritos, com o garoto Kura pensando em ir lá para salvar eles, mas sendo subitamente impedido pelo Nane que gritou para ele

    — Não faça isso, jovem! Veja bem, esse animal não parece ser o dono da cadeia alimentar, ao contrário dos tigres do nível anterior! E, se a presa está por aqui, isso só pode indicar que o caçador também está!!

    Logo depois de dizer isso, o grupo começou a sentir fortes tremores vindos do chão de areia, voltando o foco de suas atenções para a jaula do grupo de foras da lei. Nisso, eles viram um morro de areia se erguer nas costas daquela jaula e logo explodir rapidamente, saindo um gigantesco escorpião do meio daquela areia fervente. A criatura era enorme, tendo o mesmo tamanho da jaula, algo em torno de doze metros de altura, a criatura idêntica a seres de filmes de terror encarou as lesmas que se aglomeraram naquela jaula, logo começando a salivar. Aqueles criminosos escutaram o som da areia estourando, se assustando e começando a berrar

    — Merda! Um dos escorpiões já localizou essas lesmas idiotas! Porque isso está acontecendo com a gente?!

    O predador natural daqueles moluscos, rapidamente soltou um alto rugido indicando o seu objetivo de atacar aqueles seres. Os animais rastejantes escutaram os gritos do artrópode, ficando extremamente assustados e por alguns momentos paralisados com aquilo, uns entraram em estado de combate e outros iniciaram a sua fuga. Isso mostrou para o trio andarilho, que de forma extremamente impressionante, aquelas lesmas eram sim rápidas, mais rápidas que muitas armas ao arredor do mundo. Os animais que entraram em estado de luta, agilmente pularam em cima da carapaça do lacrau gigante e começaram a soltar quantidades absurdas do seu líquido aquecido em cima do animal gigante. Mas, para a infelicidade daqueles animais, o escorpião não sentiu absolutamente nada com aquele líquido viscoso, e usando suas pinças gigantes a criatura pegou e apertou os seres vermelhos, mesmo tendo carnes extremamente moles e macias, aquilo não salvou as lesmas apertadas de seres partidas ao meio e consequentemente mortas pelas garras. Simultaneamente a isso, o rabo gigante do escorpião se moveu e picou uma das lesmas, injetando seu poderoso veneno naquela região. A quantidade do veneno foi mínima, menor até mesmo do que uma só gota, mas já foi o bastante para matar instantaneamente a criatura rastejante. Tendo aquelas presas mortas, o escorpião logo começou a comer elas

    — I-incrivel! Ele matou aquelas lesmas, e elas nem conseguiram fazer nada a respeito!

    Falou o Kura, olhando para a situação extremamente surpreso com aquilo tudo. Mas, a matança não acabou ainda, pois o cheiro da lesma dentro da jaula chamou a atenção do artrópode, que agilmente golpeou só cubo de metal com uma de suas potentes pinças, destruindo a construção e lançando seus pedaços para longe. Essa atitude jogou no ar não só os presos, mas também o molusco que se alimentava do infeliz que tinha morrido. Então, o escorpião envenenou a lesma com o seu rabo, matando a criatura ainda no e logo trazendo seu corpo para perto, comendo o mesmo. Os presos rapidamente começaram a fugir, para evitar de morrer nas garras do escorpião. Notando isso, o Kura so conseguiu falar uma coisa aos seus dois companheiros 

    — É, pessoal! Acho que essa divisão vai ser bem difícil de lidar! Espero que estejam prontos!

    Enquanto isso, ainda na segunda divisão, os dois capitães que enfrentaram o grupo estavam sendo tratados por uns soldados mais rasos. E Vladimir em um tom enfurecido, grita ao telefone

    — É, eles fugiram! Não precisa jogar na cara, seu palerma! Só segure eles por gora e logo chegaremos por aí!!

    Sem esperar a resposta do homem do outro lado da linha telefônica, o homem de fogo jogou seu celular no chão com toda a sua força, quebrando o aparelho eletrônico sem mais nem menos. Sanmarino, notando essa situação rapidamente falou

    — Vocês não se dão bem mesmo, não é?

    Vlad ficou calado, deixando lógico que a resposta era praticamente um “sim”. 

    No deserto das lágrimas, porém, um homem extremamente alto se assustou com o repentino corte na linha telefônica, mas decidiu se levantar enquanto fala

    — Que estressadinho… dona Maria! Você cuida daqui enquanto eu estiver fora? É que tem uns arruaceiros dando trabalho por essas bandas!

    Esse homem era um capitão extremamente respeitado daquela divisão, tendo uma altura de mais de dois metros e cabelos crespos. A mulher que trabalha com ele apenas concordou, enquanto o homem gigante coloca seu óculos de sol e termina o seu monólogo 

    — Tá na hora de bater em umas crianças irritantes!

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