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    Finalmente chegou a segunda-feira, e nesse dia, foi a primeira vez do Shiawase em sua nova escola. O rapaz chegou calado lá, sendo inicialmente popular, por ser uma criança bonita se comparada às outras. O dia seguiu em paz, até finalmente chegar no horário do lanche, e um som ser ouvido pelo garoto-ferro

    — Vai, passa teu lanche, pirralho!

    Uma criança dizia isso, cercando o Kura em grupo, empurrando o irmão mais novo do Shiawase. O garoto elétrico, logo falou para aquele agressor

    — Não, não vou!
    — Ah, é? Ou então, o que?!

    Quando o valentão fala isso, uma mão cutuca o seu ombro, seguida de uma voz que dizia

    — Opa, oi!

    Ao se virar para ver quem poderia ser, a única coisa que os olhos daquele valentão viram, foi um punho fechado colidindo com força contra a sua boca. Quem socou o valentão, foi o Shiawase, e a força do garoto controlador de ferro dói tanta, que aquele maldito voou por cerca de oito metros, enquanto os dentes da criança valentona voaram pelos ares

    — Ei, pra que isso, mano?!

    Falou um dos amigos daquele bolinador, vendo o estado que seu amigo ficou depois daquele soco. Em um tom grosso, Shiawase grita

    — Para que?! Simples, vocês mexeram com meu irmão, e vão pagar por isso!

    Botando-se na frente do pequeno Kura, o mais velho fechou sua expressão facial e seu punho, enquanto diz

    — Quem ainda quiser mexer com ele, dê um passo à frente! Eu tenho socos o suficiente, para distribuir em todos!

    Os garotos se reuniram ao redor do amigo caído, levantando-o do chão, enquanto correm a toda velocidade. Quando tomam distância, um deles grita

    — Tsc, deixa tu sair de perto desse pirralho, e vamos mostrar uma coisa para vocês!

    Ao ser salvo por seu irmão, a criança elétrica rapidamente o abraçou, dizendo para ele

    — Muito obrigado, irmão! Obrigado!!

    Shiawase, sentiu um novo sentimento ao ouvir aquelas palavras de gratidão, estranhando aquilo inicialmente, mas logo ele deu um sorriso de canto de boca, enquanto pensa

    “Essa sensação… ela é até que boa!”

    Mais tarde, naquele mesmo dia, os garotos jantavam com a família e falavam do seu dia. Em um lado da mesa, uma risada poderia ser escutada

    — BWAHAHAHAHA, essa foi boa! Esse moleque é meu neto mesmo!

    Aristeu ria e dizia aquilo, deixando claro que aprovava a atitude do seu neto mais velho. Iara, ouvindo aquilo, logo deu uma bronca no seu pai

    — Papai, não aprove uma atitude dessas! Ele agrediu um outro garoto! Vamos, Nayim, diga algo!

    A mulher clamava pelo apoio de seu marido, porém, o homem coçou sua garganta e logo disse para sua esposa e todos na mesa

    — Bem, ele defendeu o Kura! Sabe, agredir é errado, mas naquele caso, ele foi um herói!

    Iara se irritou com aquilo, dando um soco na mesa, enquanto o pai da mulher caia na gargalhada. Mais tarde, naquele dia, enquanto sogro e genro conversam sobre operações militares que iriam fazer no dia seguinte, o pequeno Shiawase se aproxima dos dois, de forma tímida

    — Vamos, pode entrar, Shiawase! O que deseja?

    Fala o padrasto do garoto, com um sorriso no seu rosto. Ao ser convidado para dentro, o pré-adolescente, logo responde para os adultos

    — Bem… eu ouvi o que disse mais cedo, e já faz algum tempo que olho vocês falando do trabalho… e, sendo sincero, eu quero ser que nem vocês! Então, por favor, eu quero que me ajudem!

    Ao ouvir aquilo, Aristeu e Nayim sorriram, onde o velho prontamente responde seu neto

    — Com todo o prazer, começaremos seu treino, ainda durante essa semana!

    Um ano se passou desde então, e enquanto o rapaz de ferro melhorou suas capacidades físicas e o controle de seus poderes, uma tragédia ocorreu. Eliane, a avó daquela família, subitamente adoeceu muito, algo ocasionado por um certo vício que a mulher levava. A beleza que a mesma tinha, se esvaiu devido a doença, e mesmo ficando moribunda, o marido dela nunca saiu de seu lado, ou perdeu as esperanças

    — Aristeu, vá viver sua vida! Não perca seu tempo comigo!

    Dizia a mulher, quase em seu leito de morte, tossindo após dizer aquela frase. Aquele idoso moreno, ao ouvir aquilo, apenas se aproximou mais de sua amada esposa, dizendo para ela

    — Não posso fazer isso, eu prometi que viveria a vida contigo, na saúde e na doença. Lembra?

    Shiawase viu essa cena, calado no canto do hospital em que estava com eles. Aquilo, foi a maior demonstração de amor que já teria visto em sua vida, e uma cena que ele carregaria consigo, por todos os anos desde então.
    Infelizmente, com o passar de mais um ano, a senhora não conseguiu mais aguentar o avanço de sua doença, vindo a falecer. A família inteira chorou no seu enterro, com exceção do avô das crianças. Curiosos com isso, o trio mais tarde, perguntou ao velho de pele escura, o motivo de não ter chorado. Aristeu, sem olhar diretamente para seus netos, deu sua resposta

    — Sabe, muitíssimos anos atrás, na época que o mundo ainda era preto e branco, a avó de vocês me viu chorar. Ela me disse que odiava aquilo, e desde então, prometi a ela que não choraria mais…

    Ele manteve seu bom astral, mesmo naquele momento doloroso para todos. Dando um gole no seu copo de água, aquele velho guerreiro continuou encarando o horizonte, enquanto continua seu monólogo

    — E eu não posso chorar também, pois sou grato aos netos que tenho! Vocês, com certeza, são meu maior tesouro! Agora… vamos embora, está começando a chover!

    Falou o militar, jogando o copo no lixo e andando para longe, Kura e Arold não entenderam o motivo daquilo, já que ambos eram muito novos. Mas, com seu olhar astuto, o manipulador de ferro percebeu lágrimas de canto de rosto, que caíam do rosto do seu avô

    “Aparentemente, até a mais dura rocha, um dia pode ser perfurada”

    Foi o pensamento que paira na mente daquele adolescente, enquanto via seu querido avô lentamente se afastar por aquele caminho.
    Mais um ano se passou, e agora, com seus quinze anos de idade, Shiawase se encontrava no mesmo teste militar, da qual Kura e Arold viriam a passar futuramente. O rapaz teria dado fim a vida de vários terroristas em sequência, e na hora de finalizar o último capanga, o rapaz encheu seu punho com ferro no estado gasoso, enquanto fala

    — Bem, vou te mandar pra terra do pé junto, ao lado dos seus amigos!

    Aquele criminoso, assustado com toda aquela carnificina, gritou para aquele adolescente

    — N-não, por favor! Não precisava de tudo isso!-

    Aquelas palavras pareciam não importar para o Shiawase, que agilmente moveu seu punho na direção da cabeça daquele bandido. Porém, antes da colisão, o jovem-ferro parou o ataque, olhando aquele fracassado nos olhos, enquanto fala

    — Bem, eu já ia te poupar mesmo! Já matei seu chefe e tu não vai ser um problema para mim, pode viver com seu fracasso!

    Ele logo virou as costas para aquele criminoso, caminhando na direção da saída daquela base criminosa, dizendo para ele

    — Só não aparece mais na minha frente, pode pá?

    Percebendo o quão humilhado tinha sido, e o quão desrespeitoso aquele garoto foi com seus companheiros mortos, aquele criminoso encheu seu coração de fúria, enquanto pensa

    “Eu… eu vou te matar, junto de todos que você ama, seu moleque!”

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