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    Kura ficou encarando Bagual, em um completo silêncio, sem entender o’que o indigena queria dizer com aquilo. Rodolfo, indignado com aquilo, grita

    — E como você pode ajudar, seu merda?! Não temos nem como chegar até aquela guerra!!

    Com um olhar sério e determinado, o homem adulto coça a garganta, enquanto olha em silêncio para o Maritimus. Então, ainda determinado, ele responde

    — Há muitos anos, eu e meu irmãos éramos criminosos juntos, humanos terríveis! Não só assaltos, como também assassinatos, e até mesmo tramas de revolução nós tentamos.

    Ele foi andando, como se fosse até a boca daquele animal petrificado, passando a mão nos dentes da criatura, e quanto diz

    — Nós nunca tínhamos sido pegos, pois, além de termos super-velocidade de forma individual, também tínhamos uma hipervelocidade, sempre que dávamos as mãos!

    Todos ouviram aquilo em silêncio e de forma tranquila, com exceção do criador de peças de lego, que se irritou com toda aquela falação, gritando para o dono do monólogo

    — E EU COM ISSO, PORRA?!

    A reação dos outros de mais importância, foi de cada um acertar um cascudo contra a cabeça daquele ser irritante. Bagual, apenas ignorou o tom agressivo daquele aliado, respondendo friamente a pergunta feita pelo mesmo

    — Bem, eu ainda posso acessar tal velocidade, mas, eu morrerei no processo. Usando dela, posso voltar algumas coisas, alguns segundos no tempo

    Entendendo o ponto onde o Bagual queria chegar, Kura logo respondeu para ele

    — Espera… você vai se matar, para impedir as baleias de virarem pedra?!

    Ouvindo aquilo e esbanjando um sorriso no rosto, o indígena se virou para aquele adolescente, respondendo ele

    — Exatamente, amigo! Eu farei isso, então, não se preocupe em como chegar até a guerra!

    Ainda sem entender as razões por trás daquela atitude, o rapaz dos raios decidiu lhe fazer a seguinte pergunta

    — Mas, a gente nem se conhece a tanto tempo, por que esse sacrifício?!

    O velocista, se aproximou do seu aliado mais novo, pondo a mão no ombro do mesmo, e dizendo em um tom sereno

    — Eu farei isso, pois só assim, sinto que a minha alma e a do meu irmão irá descansar! No dia em que ele se sacrificou por mim, eu nunca consegui me perdoar, por saber que a execução era para mim, e não para ele

    Na mente daquele criminoso, memórias do dia em que seu irmão morreu, vieram à tona. Lembranças das lágrimas que caíram do seu rosto, ao acordar depois do nocaute, e até mesmo as que caíram posteriormente, graças a notícia dos jornais. Bagual, logo começou a se preparar para correr, enquanto diz

    — Porém, diferente de mim, você ainda pode salvar o seu irmão! Então, não me importo de morrer, se isso significar que você não cometerá o mesmo erro que eu!

    Ao dizer isso, raios começaram a sair do corpo daquele homem, enquanto ele entra em contato com a sua hipervelocidade. Seu sangue começou a fluir mais agilmente, enquanto os seus batimentos cardíacos ecoavam por toda a boca daquela baleia. Kura, ainda tentou chamar por aquele criminoso, que ignorou o adolescente e se botou a correr

    “Irmão, você me perdoará, se eu fizer isso?!”

    Foram os últimos pensamentos de Bagual, momentos antes de iniciar sua corrida com aquela velocidade. Seus átomos, graças a aceleração, colidiram com os átomos de ar de forma brusca, se aniquilando e deixando de existir instantaneamente. Entretanto, devido a estar muito rápido, mesmo que o evento da destruição do seu corpo seja instantâneo, na visão do indígena velocista, aquilo ainda demoraria alguns minutos para se concretizar. O homem logo volta alguns segundos ao passado, conseguindo empurrar a baleia que eles haviam entrado, para longe da água. Graças a isso, a baleia nunca teria se petrificado

    “Ainda tenho tempo, posso ajudar as outras baleias também!”

    Pensou ele, enquanto ia separando uma a uma da água, salvando os animais de virarem pedras. Seus dedos das mãos e dos pés, logo começaram a virar algo semelhante ao pó, enquanto o resto do seu corpo rachava, resultado da sua desintegração atômica, se tornando ainda mais real. Um sorriso se estampou na sua face, enquanto um breve pensamento passou em sua mente

    “O tempo que voltei, é curto demais para a criação de um paradoxo que me salve… a minha irá fluir normalmente, e eu apenas vou morrer…”

    Enquanto seu corpo termina de virar pó, o homem olha para trás, apenas completando o seu pensamento

    “Vamos, Kura! Salve o seu irmão, e não viva a mesma desgraça que eu!”

    Com esses últimos pensamentos, o antigo rival de Humaitá terminava de virar pó, morrendo no processo para que os outros pudessem seguir a jornada.
    Voltando para dentro da baleia, ao perceber que sua amiga teria voltado ao normal, Maritimus logo profere ordens, para que a mesma lance ele e seus aliados na direção das nações ilhadas, com toda a força que a mesma tivesse. Assim, a baleia os expele pelo topo de sua cabeça, e dando uma espécie de mortal, colide seu rabo com tudo contra aqueles homens e mulheres poderosos, os lançando a toda velocidade na direção da guerra

    “Bagual… tu é foda, cara!”

    Pensou o amante do mar, enquanto observava suas amigas baleias serem libertadas. Kura, estaria em silêncio, passando pelo rápido luto enquanto pensa

    “Você não morreu em vão, eu vou conseguir salvar meu irmão, Bagual!”

    Voltando para o tempo presente, o grupo liderado por Kura se encontra em queda livre, e ouvindo as preces de seus aliados, o rapaz toma uma rápida decisão

    “Ei, cachorrão!”

    “Fala!”

    Respondeu a criatura gigantesca, dentro daquele espaço mental, olhando nos olhos do seu receptáculo. Sem perder tempo, o rapaz logo diz

    “Você tem alguma forma de tirar a gente dessa?!”

    A criatura apenas acenou com a cabeça, indicando para o garoto esticar sua mão na direção do chão.
    No mundo real, o manipulador de raios efetua tal dica sem perder tempo, e assim, parte da alma da entidade selada dentro dele, transforma aquela mão em uma imensa pata de lobo, fazendo os pêlos da mesma amortecer a queda mortal

    — EU NÃO SINTO AS MINHAS PERNAS!!

    — É QUE SÃO AS MINHAS, IDIOTA!!

    Guilherme e Rodolfo protagonizam essa cena, enquanto aquela pata lentamente deixa de existir. Com um olhar irritado e determinado, o protagonista elétrico logo grita

    — EU CHEGUEI, SHIAWASE!!

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