Capítulo 346 – De Volta ao Acampamento
Abel logo descobriu o motivo de não haver vento nas costas de Chama Voadora. Era porque Chama Voadora possuía um estranho poder de romper o ar à sua frente, independentemente da velocidade. O ar parecia se dividir automaticamente em duas partes para deixá-lo passar.
Seria esse o motivo pelo qual os dragões voavam tão rápido? Abel já tinha visto a estrutura dos grandes dragões. Seus corpos eram enormes, e suas asas não eram tão grandes em comparação. Não havia um design aerodinâmico simplificado. O fato de um par de asas conseguir erguer aquele imenso corpo do solo já era um milagre, sem falar que esse corpo ainda permanecia no ar.
No entanto, toda criatura inteligente sabia de uma coisa: o verdadeiro soberano dos céus, o rei da velocidade, era o dragão gigante. Não havia uma razão clara para explicar por que os dragões eram tão rápidos.
Abel pôde ter uma ideia do mistério por trás da velocidade dos dragões observando o pseudo dragão, Chama Voadora. Em vez de simplesmente voar, os dragões pareciam controlar o ar ao seu redor, abrindo uma barreira de ar para facilitar o deslocamento.
Chama Voadora parecia estar se divertindo. Continuava experimentando diversas posturas de voo até que Abel lhe deu um tapinha no pescoço, fazendo-o parar.
Abel mirou na direção de onde tinha vindo e se preparava para pedir a Chama Voadora que seguisse naquela direção, quando de repente pensou em um problema: embora o poder dracônico de um pseudo dragão não fosse tão terrível quanto o de um dragão verdadeiro, o simples rugido de Chama Voadora já era capaz de fazer com que druidas menores e bestas convocadas ficassem incapazes de se mover. Isso demonstrava o quão assustador era seu poder.
Se ele voasse com Chama Voadora de volta ao acampamento para encontrar as cinco baronesas élficas do Esquadrão Lawland, poderia acabar trazendo o terrível poder dracônico para aquela área. Quando Chama Voadora estava ferido e permaneceu próximo ao lago, todas as bestas e criaturas da região fugiram, causando grandes problemas para o Time grupo.
“Chama Voadora, você pode esconder seu poder dracônico?” Abel perguntou através da cadeia de alma.
“Sim!” Após a resposta de Chama Voadora, Abel sentiu que sua presença havia mudado. Embora não fosse afetado pelo poder dracônico, ele ainda podia percebê-lo. Mas agora, mesmo estando nas costas de Chama Voadora, não sentia mais sua aura opressiva.
“Muito bem, Chama Voadora!” Abel elogiou através da corrente da alma.
Chama Voadora ficou muito satisfeito com o elogio de seu mestre e acelerou. Quando Abel olhou para baixo, percebeu que, comparado a Nuvem Branca, Chama Voadora era várias vezes mais rápido.
Em pouco tempo, Abel já conseguia ver o acampamento de onde havia partido. No céu da floresta, o acampamento cercado por flores venenosas e vinhas era facilmente visível.
Ele deu um leve toque em Chama Voadora, fazendo-o pousar no solo da floresta a cerca de três quilômetros do acampamento. Chama Voadora não poderia ser exposto. O fato de Abel ter um pseudo dragão como montaria era surpreendente demais, então ele o guardou no anel de feras do portal. Felizmente, ele possuía o tesouro deixado pelo Príncipe Adolf, permitindo-lhe carregar todas as suas montarias consigo.
Abel então chamou Ventou Negro. O lobo farejou o ar ao redor e pareceu reconhecer o cheiro do Esquadrão Lawland. Abel olhou na direção do acampamento e, sorrindo, montou em Vento Negro, dando um tapinha nele: “Vamos!”
Embora já fosse noite, Vento Negro possuía certa visão noturna e avançava rapidamente pela floresta sem necessidade de orientação. O cheiro do Time Lawland era um marcador óbvio.
“Quem está aí?” Assim que se aproximaram do acampamento, a voz de Lady Carrie soou.
“Estou de volta!” Abel respondeu, ainda montado em Vento Negro, observando as vinhas venenosas bloqueando sua passagem.
Estando tão perto das vinhas venenosas, se não fosse por sua experiência em combate, já familiarizado com aquelas plantas, elas poderiam tê-lo atacado.
Naquele momento, a barreira de vinhas se abriu, e Lady Carrie surgiu apressada, visivelmente emocionada. Abel nunca a tinha visto tão fora de si.
“Bennett, bem-vindo de volta!” Lady Carrie disse suavemente, tentando se acalmar.
“Bennett, que bom que está bem!” Lady Muriel exclamou enquanto também saía do acampamento.
Lady Jenny veio logo em seguida. Ela não disse nada, apenas sorriu e acenou para Abel, seus olhos cheios de alegria.
“Se você não tivesse voltado, não teríamos conseguido segurar Carrie!” Lady Marion brincou ao se aproximar.
“Bennett, você está vivo!” Uma voz infantil soou, e Lady Morrie apareceu por último, exclamando surpresa.
“Morrie!” As outras quatro damas élficas lançaram-lhe olhares de reprovação.
“Eu disse algo errado de novo?” Lady Morrie inclinou a cabeça, hesitante.
Após o reencontro emocionante, todos voltaram ao acampamento. Abel notou que ainda havia um copo de água fresca perto da fogueira. Parecia que Lady Carrie e o grupo não haviam dormido, permanecendo ao redor do fogo conversando.
“Bennett, você viu um dragão?” Lady Morrie perguntou ansiosamente assim que Abel entrou no acampamento.
“Morrie, não fale bobagens! Se Bennett realmente tivesse encontrado um dragão, ele não teria voltado!” Lady Carrie respondeu prontamente.
“Morrie, eu vi o dragão. Era um pseudo dragão. Ele estava ferido e descansava à beira do lago. Quando cheguei lá, ele já tinha partido!” Abel respondeu, conforme havia planejado.
“Que tipo de dragão era? Eu nunca vi um antes!” Lady Morrie perguntou com os olhos arregalados.
Não só Lady Morrie, mas também Lady Carrie e as outras damas élficas estavam interessadas no assunto. Apesar de a Floresta da Dupla Lua estar próxima ao Abismo dos Dragões, poucos elfos já haviam visto um dragão. As cinco jovens elfas nunca tinham visto um antes.
“Deixem Bennett sentar primeiro!” Lady Jenny lembrou suavemente.
“Sim, Bennett viajou o dia todo. Ele deve estar cansado. Deixem-no sentar e contar a história!” Lady Muriel disse, trazendo uma cadeira dobrável simples para Abel.
Abel sorriu, sentou-se e tomou um gole de água. Lady Morrie o olhava ansiosa, e ele não pôde deixar de rir: “Era um dragão voador de duas patas. Parecia estar ferido, então descansou à beira do lago.”
“Como ele era?” Lady Morrie insistiu, puxando levemente o braço de Abel.
Abel descreveu o dragão brevemente, enquanto Lady Morrie e as outras elfas escutavam fascinadas.
Depois disso, Lady Carrie agradeceu Abel formalmente, e o grupo decidiu partir para o Vale de Lila ao amanhecer.
“Podemos comer antes? Desde que Bennett saiu para investigar, ninguém pensou em comida!” Lady Morrie lamentou.
O acampamento encheu-se de risadas, e a fogueira brilhou ainda mais forte.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.