Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    — Finalmente você acordou, hein, Leo — disse Claire, com um sorriso caloroso no rosto, enquanto se virava para olhá-lo. Seus olhos brilhavam de leve, misturando alívio e uma pitada de ironia, como se soubesse que ele havia lutado contra o sono por horas. 

    Liam, que estava um pouco mais afastado, assentiu brevemente, mas manteve o foco em suas próprias tarefas, organizando alguns objetos em uma mochila. Parecia estar em seu mundo, mas a presença de Leonard não passou despercebida. 

    O estômago de Leonard roncou alto, como se quisesse lembrá-lo de que havia negligenciado suas necessidades mais básicas. 

    Ele estava faminto, mas, mesmo assim, reuniu forças para responder à garota, tentando disfarçar o cansaço que ainda pesava em sua voz. 

    — É… Não consegui dormir direito ontem à noite — admitiu, passando uma mão pelo rosto, como se quisesse afastar os últimos vestígios da sonolência. 

    “Obrigado, Claire…”

    Agradecido por ela não o pressionar com perguntas ou comentários sarcásticos. 

    — Bom, vou comer algo antes de sairmos — continuou, olhando para o relógio e percebendo o quanto estava atrasado. — Pelo visto, já estou bem pra trás… 

    Ele se dirigiu até o balcão, onde ainda havia um pouco de pão guardado. Pegou uma fatia e passou algo que parecia manteiga — ou talvez fosse algum tipo de geleia, ele nem se deu ao trabalho de verificar direito. Sem cerimônia, mordeu o pão e engoliu rapidamente, tentando saciar a fome que insistia em chamar sua atenção. 

    Enquanto mastigava, Leonard ficou parado ali, observando os outros se prepararem. 

    O sol já estava alto, e o dia prometia ser longo. 

    Ele sabia que, em breve, estariam a caminho do vilarejo, e aquela pequena pausa para comer era o único momento de calma que teria antes de mergulhar nas incógnitas que os aguardavam. 

    Com um último gole de água, ele se juntou ao grupo, esperando em silêncio enquanto terminavam os preparativos. O pão havia ajudado a acalmar o estômago, mas a sensação de que algo maior estava por vir permanecia, pairando no ar como uma névoa densa. 

    Leonard respirou fundo, se preparando mentalmente para o que quer que o dia decidisse lhe reservar.

    Levantando com um movimento lento, Leonard se dirigiu até Cassiano, que havia acabado de organizar suas provisões e agora estava sentado no sofá, imerso em um livro. 

    Ao se aproximar, Leonard sentou-se ao lado dele, e foi só então que conseguiu ver com clareza o que Cassiano estava lendo. Não era uma leitura comum, como ele havia imaginado inicialmente. O livro era pequeno, com uma capa desgastada, e o título saltou aos seus olhos: O Ladrão Mestre.

    “Então era isso que eu não tinha conseguido enxergar antes?”, pensou Leonard, sentindo uma pontada de curiosidade e, ao mesmo tempo, uma estranha sensação de alívio. 

    Por um momento, uma paz passageira o envolveu, mas logo foi substituída por uma inquietação que parecia brotar das profundezas de seu ser. 

    Ele olhou ao redor, observando os outros membros do grupo terminando seus preparativos. Cada um parecia ocupado com algo diferente, e Leonard não conseguia evitar a sensação de que estava à margem, como se estivesse apenas esperando o momento certo para agir. 

    “Eu quero ir lá para fora…”

    Ele estava ansioso por deixar aquele lugar e mergulhar no que quer que o vilarejo reservasse para eles. 

    Foi então que uma voz grave, mas calma, quebrou o silêncio ao seu lado. 

    — A partir de hoje, você é o Damian para eles, se lembra disso? — perguntou Cassiano, sem tirar os olhos do livro, mas com um tom que deixava claro que aquela era uma instrução importante. 

    Leonard hesitou por um momento, mas logo respondeu: 

    — Sim… Mas como estão chamando o Liam e a Claire mesmo? 

    Cassiano fechou finalmente o livro e olhou para Leonard, como se estivesse avaliando se ele realmente estava prestando atenção. 

    — Liam, estão chamando como se fosse o Dante, já a Claire está “personificando” a Kassandra… — explicou ele, com um ar de quem já havia repetido aquilo várias vezes. 

    “Personificando?”, Leonard pensou, sentindo um leve desconforto com a ideia de assumir identidades que não eram suas. Mas ele sabia que aquilo era necessário, pelo menos por enquanto. 

    — Entendi — respondeu ele, recostando-se no apoio do sofá e tentando assimilar as informações. 

    Enquanto isso, os outros três começaram a se aproximar, prontos para partir. Liam — ou Dante, como deveria ser chamado agora — carregava uma mochila nas costas, enquanto Claire — ou Kassandra — ajustava uma espécie de bolsa lateral, cheia de pequenos objetos que Leonard não conseguia identificar. 

    Leonard olhou para eles, sentindo o peso daquela nova dinâmica. 

    Eram nomes falsos, identidades emprestadas, mas algo naquilo o incomodava mais do que ele gostaria de admitir. 

    Ainda assim, ele sabia que não havia escolha. O vilarejo os aguardava, e com ele, as respostas que tanto buscavam — ou talvez apenas mais perguntas. 

    Com um último suspiro, Leonard se levantou, arrumando os bolsos e se preparando para seguir o grupo. O sol já estava alto, e o dia prometia ser longo. Ele só esperava que, ao final dele, algumas das incógnitas que o atormentavam fossem, finalmente, esclarecidas.

    Juntos, os cinco saíram para o lado de fora, e Cassiano fechou a porta atrás deles com um clique suave, como se estivesse selando não apenas a casa, mas também o passado que deixavam para trás, mesmo que temporariamente. 

    O frio persistia, insistente, cortando o ar mesmo sob o céu azul que se abria acima deles. 

    A neve, teimosa, continuava a cair em pequenos flocos que dançavam ao sabor de brisas leves e pausadas, como se o inverno não quisesse ceder completamente à promessa de uma nova estação. 

    Leonard olhou ao redor e suas observações o surpreenderam. 

    As árvores, que antes pareciam esqueletos mortos, silenciosos e sem sinais de vida, agora mostravam pequenos indícios de renascimento. 

    Aqui e ali, uma folha verde timidamente brotava, rompendo a monotonia dos galhos nus. Era como se a natureza estivesse tentando se reerguer, mesmo sob o peso do frio que ainda dominava a paisagem. 

    No entanto, as pequenas brisas que carregavam os flocos de neve pareciam zombar desse esforço. 

    Sopravam suavemente, mas com uma persistência que derrubava as folhas recém-nascidas antes que pudessem se firmar. 

    Era um ciclo melancólico: a vida tentando florescer, apenas para ser levada pelo vento frio que insistia em manter tudo sob seu domínio. 

    Leonard sentiu uma estranha conexão com aquela cena. Ele também estava ali, tentando se firmar em meio a um ambiente que parecia resistir à mudança. Cada passo que davam em direção ao vilarejo era como uma daquelas folhas frágeis, lutando para sobreviver em um mundo que ainda não estava pronto para os receber. 

    Enquanto caminhavam, o grupo permanecia em silêncio, cada um absorvendo a atmosfera à sua maneira. O som dos passos na neve era suave, quase harmonioso, e o céu azul acima parecia prometer algo maior, algo que talvez estivesse além do horizonte. 

    Leonard respirou fundo, sentindo o ar frio encher seus pulmões, e seguiu em frente, determinado a descobrir o que aquela jornada reservava para eles.

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