Índice de Capítulo

    Olá, segue a Central de Ajuda ao Leitor Lendário, também conhecida como C.A.L.L! Aqui, deixarei registradas dicas para melhor entendimento da leitura: 

    Travessão ( — ), é a indicação de diálogos entre os personagens ou eles mesmos;
    Aspas com itálico ( “” ), indicam pensamentos do personagem central em seu POV;
    Aspas finas ( ‘’ ), servem para o entendimento de falas internas dentro da mente do personagem central do POV, mas não significa que é um pensamento dele mesmo;
    Itálico no texto, indica onomatopeias, palavras-chave para subverter um conceito, dentre outras possíveis utilidades;
    Colchetes ( [] ), serão utilizados para as mais diversas finalidades, seja no telefone, televisão, etc;
    Por fim, não esqueça, se divirta, seja feliz e que os mistérios lhe acompanhem!

    “Do que ela está falando?”  

    Essa foi a primeira dúvida que surgiu na mente de Calli. Ele olhou para a garota, perplexo, tentando decifrar o significado por trás de suas palavras.  

    — O que você está falando? — perguntou ele, com a voz carregada de confusão.  

    Enquanto falava, uma onda de dor aguda percorreu seu corpo, como se algo o estivesse consumindo por dentro. A dor vinha em ondas, intermitente, mas intensa o suficiente para o fazer cerrar os dentes.  

    Diferente de Calli, a garota parecia imune ou até indiferente ao sofrimento que ele sentia. Ela permanecia ali, serena, com um sorriso enigmático estampado no rosto. Seus lábios, marcados por cortes finos e precisos, se curvavam de maneira perturbadora.

    “O que significa mais um?”  

    A segunda dúvida surgiu, mais insistente que a primeira, ecoando em sua mente como um sussurro insistente.  

    — Eu? Eu não fiz nada — respondeu a garota, com uma voz doce, quase cantada, mas carregada de uma malícia que fazia Calli se encolher. — Mas o carinha que habita na sua marca… — Ela se inclinou para frente, como se compartilhasse um segredo íntimo, e seu sorriso se alargou, revelando uma ponta de crueldade. 

    — Ele deve estar conversando muito com a Lytharoth, não acha? Ou será que já é tarde demais para você perceber?  

    A fala dela era como um fio cortante, misturando provocação e ameaça em cada palavra. Calli sentiu um frio percorrer sua espinha, como se algo invisível estivesse se movendo ao seu redor, observando, esperando. A garota riu baixinho, um som suave e arrepiante, enquanto seus olhos brilhavam com uma luz que não era totalmente humana.  

    — Você vai adorar o que vem a seguir — sussurrou ela, antes de recuar, como se estivesse se divertindo com o desconforto crescente dele.  

    — O-o que você está dizen—  

    A voz de Calli falhou, cortada por uma onda de confusão e hesitação. Antes que ele pudesse terminar a frase, um nome surgiu em sua mente, como uma faísca que iluminava brevemente a escuridão de suas memórias.  

    Asharoth.

    O nome ecoou em seus pensamentos, carregado de um peso que ele não conseguia explicar. Era como se fosse uma lembrança enterrada há muito tempo, algo proibido, perigoso. Ele não sabia ao certo como ou por que, mas sentia que havia uma conexão entre ele e esse nome, uma raiz que os ligava de maneira intrincada.  

    E então, um segundo nome surgiu, quase como um eco do primeiro:  

    Lytharoth.

    O que isso significava? Por que esses nomes pareciam tão familiares,mas,ao mesmo tempo, tão distantes?  

    Antes que pudesse mergulhar mais fundo em seus pensamentos, a voz da garota o trouxe de volta à realidade.  

    — Oh, pelo visto terminaram de conversar — disse ela, com um tom que misturava curiosidade e uma ponta de sarcasmo.  

    Calli olhou ao redor e percebeu que as borboletas que antes os rodeavam começavam a desaparecer. Elas se desfaziam em um caos delicado, como grãos de areia dourados que cintilavam brevemente antes de se dissiparem no ar.Era, ao mesmo tempo, belo e melancólico, como o fim de algo que ele nem sabia ter começado.  

    Ele voltou o olhar para a garota e notou algo diferente nela. A expressão de descontração e provocação que ela mantinha antes agora dava lugar a um leve tremor, uma sombra de dor que cruzava seu rosto. Até mesmo seus olhos, antes brilhantes com malícia, pareciam surpresos, como se algo tivesse saído do seu controle.  

    — Que merda… Isso dói — murmurou ela, segurando o braço como se tentasse se recompor.  

    Calli sentiu um frio na espinha.  

    — O que acabou de acontecer? — perguntou, com a voz um pouco mais firme, mas ainda carregada de incerteza.  

    A garota não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela levou a mão ao bolso e retirou uma bala de maçã verde, envolta em um papel brilhante. Com movimentos lentos e deliberados, ela desembrulhou a bala e a colocou na boca, como se precisasse de um momento para se recompor.  

    Finalmente, ela olhou para Calli, e um sorriso irônico voltou a aparecer em seus lábios, embora um pouco mais fraco do que antes.  

    — Se fala, hein. Bom, vamos pelo básico! — Ela se virou para trás, esticando os braços como se estivesse se preparando para uma apresentação. — Meu nome é Thalya. E o seu?  

    Ele demorou um pouco para responder, ainda confuso com a situação e tentando processar tudo o que havia acontecido. Mas, decidindo jogar o mesmo jogo que ela, Calli finalmente respondeu, com um tom cauteloso:  

    — Prazer, Thalya… Meu nome é Calli.  

    No entanto, sua resposta foi dada enquanto ela estava de costas, o que só aumentou sua confusão. Por que ela se virou? O que ela estava esperando?  

    “Esse povo… Os investigadores, são todos estranhos assim?” pensou ele, tentando racionalizar a situação.  

    “Bom, talvez fossem, mas o Leo também é…”  

    A lembrança de Leo, seu irmão, trouxe um pouco de familiaridade, mas também mais perguntas. Será que todos nesse mundo tinham algo de… diferente?  

    — Bom, bom — disse Thalya, como se estivesse satisfeita com a resposta, mas sem se virar para olhá-lo.  

    De repente, o celular dela começou a tocar, um som agudo e inesperado que quebrou o silêncio ao redor. Ela atendeu com naturalidade, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, e ficou em silêncio por alguns instantes, ouvindo a pessoa do outro lado da linha.  

    Calli ficou parado, sem saber o que fazer. O silêncio entre eles era pesado, quase constrangedor, até que Thalya desligou finalmente o celular e se virou para ele, com um sorriso que parecia mais um gesto automático do que genuíno.  

    — Vamos, os outros querem te ver — disse ela, começando a andar sem esperar por uma resposta.  

    Ela girava o guarda-chuva nas mãos, como se estivesse se divertindo com a própria casualidade da situação. Calli, por outro lado, sentiu um nó se formar no estômago.  

    “O que raios são os outros?” pensou ele, enquanto seguia Thalya, tentando manter a distância segura, mas sem perder o ritmo.  

    Cada passo que dava parecia levá-lo mais fundo em um mundo que ele não entendia.

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