Índice de Capítulo

    A lua pairava sobre a área sul da Escola 25, sua luz prateada refletindo nas poças d’água deixadas pela chuva da tarde. Os postes piscavam, meio defeituosos, projetando sombras trémulas pelo asfalto rachado e pelos muros pichados. Um vento frio cortava o ar, fazendo as folhas das árvores se agitarem.

    Nathan Rayna estava encostado em um dos muros baixos do estacionamento abandonado, sua respiração formando pequenas nuvens no ar gelado. Vestia uma jaqueta preta aberta sobre sua camiseta cinza, as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans rasgada. Seus olhos percorriam o celular, absorvendo cada palavra da mensagem que Sophie lhe enviara.

    “Preciso da sua ajuda. Encontre-me amanhã cedo.”

    Nathan suspirou, guardando o celular no bolso. Sophie não mandava mensagens desse tipo sem motivo. Se ela precisava dele, algo grande estava por vir.

    O silêncio da noite foi interrompido pelo som de passos. Rápidos e metódicos. Nathan ergueu o olhar e viu um rapaz alto e magro se aproximando. Ele usava um casaco da escola 27 jogado sobre os ombros, a gola levantada. Seu cabelo era raspado e um piercing brilhava em seu nariz. Os olhos eram sombrios e afiados.

    — Nathan Rayna… — A voz do rapaz era arrastada, carregada de desprezo. — Finalmente te encontro.

    Nathan endireitou a postura, analisando o oponente.

    — E você é?

    O cara sorriu, um sorriso torto, e cruzou os braços.

    — Téo Kijin. Número 9 da escola 27. Você é meio famoso, sabia?

    Nathan revirou os olhos.

    — Que merda você quer?

    Téo se aproximou mais alguns passos, parando a poucos metros de Nathan. Ele inclinou a cabeça levemente para o lado, como se estivesse avaliando sua presa antes de atacar.

    — Quero falar sobre sua prisão. — Ele riu baixo. — Isso não sai do seu passado, não é? Todo mundo sabe que você era um delinquente sem controle antes de ser preso.

    Nathan cerrou os punhos, seus olhos brilhando de raiva.

    — Cuidado com o que você diz.

    Téo riu mais uma vez, provocador.

    — Você é uma piada, Nathan. Um ex-presidiário tentando viver como se nada tivesse acontecido. Acha que pode escapar do passado? Não importa o que faça, a mancha nunca vai sair.

    A expressão de Nathan endureceu. Ele sentiu a fúria crescer dentro dele, queimando como brasas prestes a virar chama.

    — Vou te dar três segundos para calar a boca e dar o fora daqui.

    Téo sorriu de forma arrogante.

    — E se eu não quiser?

    Nathan suspirou e se moveu.

    Com uma velocidade brutal, ele se lançou para frente, desferindo um chute ascendente. Téo mal teve tempo de reagir antes de sentir a sola da bota de Nathan acertar seu queixo com força absurda.

    CRACK!

    O corpo de Téo foi projetado para trás, colidindo com o chão. Mas ele rolou e se levantou rapidamente, cuspindo sangue com um sorriso doentio.

    — Rápido… Mas vamos ver quanto tempo dura.

    Ele se lançou contra Nathan, tentando acertar um soco em seu rosto. Nathan desviou facilmente, inclinando a cabeça para o lado e, sem hesitar, girou o corpo e desferiu um chute lateral direto nas costelas de Téo.

    BAAM!

    O impacto foi brutal. Téo sentiu o ar escapar de seus pulmões ao ser jogado para o lado, cambaleando para manter o equilíbrio.

    — Maldito… — Ele rosnou, levando a mão ao lado do corpo.

    Nathan não deu tempo para ele se recuperar. Ele avançou, desferindo uma combinação de golpes de kickboxing. Seu joelho subiu, acertando o estômago de Téo com força suficiente para fazê-lo se curvar.

    — GHHHAAHH…!

    E antes que pudesse reagir, Nathan girou e desferiu um chute giratório que explodiu contra a lateral do rosto de Téo.

    CRACK!

    O corpo de Téo foi arremessado ao chão. Ele tentou se levantar, mas suas mãos tremiam. Seus olhos estavam desfocados. Seu corpo gritava de dor. Nathan se aproximou lentamente, os olhos frios e calculistas.

    — Acabou. — Ele disse, a voz firme.

    Téo tentou rir, mas cuspiu mais sangue.

    — N-Não…

    Nathan não se importou. Ele se virou e começou a caminhar para longe.

    — Da próxima vez que quiser falar do meu passado, escolha melhor suas palavras. Ou não vai ter uma próxima vez.

    Ele seguiu pela rua, sem olhar para trás, enquanto Téo permanecia no chão, seu corpo tremendo e sua consciência desvanecendo na escuridão da noite.

    A luta estava terminada.

    E Nathan Rayna ainda era um monstro.

    Nathan Rayna caminhava pela calçada da escola 25, sentindo o peso do combate recente. Seu corpo ainda estava quente da luta contra Téo Kijin, mas sua mente estava alerta. Ele pegou o celular e, sem hesitar, discou o número de Yoru.

    — Yoru, fui atacado — sua voz saiu firme, mas havia um leve traço de irritação. — Um dos delinquentes da escola 27 me pegou desprevenido.

    — E o que aconteceu? — Yoru perguntou, já antecipando a resposta.

    — Eu o derrotei. Foi um combate rápido, ele não era grande coisa. Mas isso significa que estão se mexendo — Nathan continuou, seu tom indicando preocupação.

    — Certo. Vou repassar isso para a Sophie. Fique atento, pode ser que tentem de novo.

    Nathan encerrou a ligação e respirou fundo. Ele sabia que essa guerra estava longe de acabar.

    No outro lado da escola 25, Sophie recebeu a informação de Yoru e imediatamente começou a traçar um plano. Antes que pudesse reagir, seu celular tocou novamente. O nome de Hayato apareceu na tela. Ela atendeu rapidamente.

    — Hayato, o que foi?

    — Estou cercado por uns vinte caras da escola 27 — ele respondeu, sua voz carregando uma excitação estranha. — Mas não se preocupe. Vou acabar com todos eles.

    A ligação se encerrou abruptamente.

    Na área norte da escola 25, Hayato estava cercado. Seu olhar passeava por cada um dos delinquentes da escola 27. Eles riam, achando que tinham a vantagem numérica. Mas Hayato sorriu de volta.

    — Vinte contra um? Isso nem parece justo… para vocês. — Ele assumiu a postura de luta.

    O primeiro atacante veio com um soco direto, mas Hayato se esquivou com um passo rápido para o lado e, com um cruzado, quebrou o nariz do oponente. O segundo veio logo em seguida, tentando agarrá-lo, mas Hayato girou o quadril e acertou um gancho que fez o inimigo voar para trás.

    Os outros hesitaram, mas logo avançaram ao mesmo tempo. Hayato, com um jogo de pés impecável, desviava de cada golpe enquanto seus punhos encontravam carne e osso. Um direto no estômago, um uppercut no queixo, um jab no olho. Em poucos minutos, todos os vinte estavam caídos ao redor dele, gemendo de dor.

    — Foi rápido demais… — Hayato murmurou, limpando o suor da testa. — Achei que me dariam mais trabalho.

    Enquanto isso, Yoru sentiu seu corpo vibrar. Uma tela invisível surgiu diante de seus olhos.

    [Aviso! Nova missão sendo carregada…]

    |Super missão|

    • Conquiste as 5 áreas da escola 27

    • Derrote 50% das forças da escola 27

    • Derrote os 5 rankeados da escola 27

    • ???

    • ???

    [Recompensa: ??? ]

    Os olhos de Yoru brilharam.

    — Está na hora de começar o verdadeiro ataque. — Ele murmurou para si mesmo antes de se virar para Sophie. — Reúna todos. Vamos conquistar a escola 27.

    Sophie assentiu, já traçando um plano em sua mente. Nathan e Hayato já tinham mostrado que estavam prontos. Agora era a vez de Yoru liderar a investida.

    A guerra entre a escola 25 e a escola 27 estava apenas começando.

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