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    O campo agora é um cenário silencioso, mas não daquele silêncio tranquilo — é um silêncio pesado, sufocante, que parece sugar o ar. A névoa densa envolve tudo, como uma cortina espessa que engole sons e luz, deixando só um vazio opressor. Cada passo, cada respiração ecoa abafada, mas mesmo assim, o peso da luta pulsa ali, entre Renji e Makio.

    Makio está caído no chão, o corpo tenso, a respiração ritmada como o bater de um tambor de guerra. Seu olhar não tem sinal de desistência — é fogo puro, uma chama que desafia o cansaço. Ele ergue o queixo, encarando Renji com uma mistura de dor e determinação. Aquela névoa que o envolve parece ser mais que um truque, é quase um personagem à parte — viva, respirando, se movendo, moldando-se ao comando dele.

    Renji, com o peito subindo e descendo forte, observa cada centímetro do corpo do adversário, sentindo que essa batalha está longe do fim. Os músculos dele estão à beira do limite, mas a mente… ah, a mente está afiada como nunca. Ele sabe que o que vai decidir não é força bruta, e sim o jogo psicológico.

    Makio começa a se levantar devagar, cada movimento medido, como um predador pronto para atacar. A névoa ao redor dele deixa de ser apenas um véu, toma formas cortantes — lâminas invisíveis que cortam o ar com uma precisão fria e mortal. O ambiente inteiro parece ganhar vida, um campo de batalha que respira com a fúria de Makio.

    Renji sente a pressão aumentar, quase como se a névoa fosse um peso sobre seus ombros. Mas algo dentro dele desperta, o “Monstro Interior” lateja forte, aguçando seus sentidos, permitindo que ele leia os movimentos de Makio antes mesmo de eles acontecerem.

    — Cada movimento seu é um erro, Renji — a voz de Makio rasga o silêncio, carregada de uma confiança cortante. — Mas agora… você finalmente entendeu o jogo. O silêncio é minha arma, mas a fúria é a sua.

    Renji solta um sorriso feroz, a chama nos olhos acesa.

    — Vou fazer você engolir o silêncio. — A voz baixa, ameaçadora.

    Nesse instante, a névoa se transforma em lâminas cortantes que dançam no ar, como se fossem serpentes de vapor afiadas. Makio move sua espada de névoa, traçando ataques em rede, criando uma armadilha mortal. Mas Renji está além do instinto — ele antecipa cada ataque, cada deslize, desviando com movimentos rápidos, fluídos, como se fosse parte daquele jogo mortal.

    Sem aviso, Renji avança com um soco certeiro no peito de Makio. O impacto faz a névoa oscilar, criando uma brecha que revela a fraqueza momentânea do adversário. Makio tropeça, mas rapidamente se reequilibra, os olhos fixos em Renji, um fogo intenso que não aceita rendição.

    — Impressionante… — Makio admite, ofegante. — Mas você ainda não me derrotou.

    Renji sorri, só um pouco, ciente que a luta está entrando numa nova fase — mais brutal, mais estratégica.

    Ele usa as paredes do campo, se impulsiona com agilidade, criando um ritmo imprevisível. Cada passo é calculado, cada golpe pensado. A batalha virou um duelo de paciência e leitura — onde o corpo é só a ponta do iceberg do que se passa na mente dos dois.

    Makio começa a acelerar, mas seus ataques ainda são legíveis, como páginas abertas para Renji. Ele está no território do adversário, mas ao contrário do que parece, Renji domina o caos com a fúria controlada, guiada por percepção aguçada.

    O golpe final se aproxima — a tensão explode no ar.

    — Esse é o meu território agora. — Renji solta, olhos vermelhos brilhando com o fogo interno.

    E então, a névoa explode em vapor, iluminando a arena com uma luz crua e intensa. O público, invisível, prende a respiração, sabendo que a batalha está prestes a entrar no auge. O campo vibra com uma tensão quase palpável, as marcas da guerra espalhadas: crateras no chão, pedras partidas, cicatrizes na terra — tudo narrando a história dos golpes trocados.

    Makio levanta-se, respirando controlado, os olhos fixos em Renji como um predador estudando sua presa. A lâmina de névoa, antes curva e sinuosa, agora é feita de linhas finas e afiadas, uma extensão de seu próprio corpo.

    — Você não percebeu ainda, Renji… — diz Makio, voz fria e carregada de ameaça — A névoa não é só uma arma. Ela é o campo de batalha. Cada passo seu, cada movimento, será meu. Porque na névoa… não há escapatória.

    Renji sente o peso dessas palavras, como uma onda que tenta afogá-lo. A névoa fecha, mais densa, engolindo o campo. A respiração fica difícil, o ar pesa. Mas seu Sen pulsa com força, seu “Monstro Interior” ruge dentro do peito, trazendo clareza e instinto afiado.

    — Então quer controlar tudo isso? — Renji bate no peito, sentindo o poder emergir. — A névoa, o campo, a alma… Mas não vai controlar o que está aqui dentro!

    Ele avança como um furacão, movendo-se com agilidade sobre o chão marcado pela batalha, lendo a dança da névoa, sentindo o ar se mover, prevendo ataques invisíveis. Ele não é mais só força — é precisão, estratégia, e pura vontade.

    Os golpes vêm em sequência: soco, cotovelada, rasteira — cada movimento uma antecipação do próximo. Makio é obrigado a recuar, a névoa em sua lâmina falha, sua armadilha começa a se desfazer.

    Makio fecha os olhos por um instante, buscando se concentrar. A espada de névoa se desfaz, mas logo se refaz em nova forma, mais ameaçadora.

    — Você me fez mudar de abordagem… — diz ele, ofegante — Mas não pense que a luta acabou. O “Jardim Sem Som” não é só técnica. É prisão. Você vai aprender isso do jeito mais difícil.

    O campo se fecha ainda mais, a névoa vira uma prisão viva, engolindo tudo. Mas Renji não hesita. Ele mergulha na névoa, guiado não só pela força, mas por todos os seus sentidos, cada movimento calculado, cada respiração controlada.

    Makio aparece, lâmina pronta para o golpe fatal. Renji sente o impacto chegando antes mesmo da lâmina cortar o ar. Ele desvia no limite, o tecido da roupa rasgado, mas a pele intacta.

    Agora em transe, Renji solta uma série de golpes rápidos, imparáveis, uma corrente de energia pura que rasga a névoa e desestabiliza o campo, fazendo a cortina de vapor se dissipar lentamente.

    — Não importa o quão forte seja a névoa… — Renji grita, suor escorrendo — Nada pode apagar a minha vontade de lutar!

    Com um golpe final, ele fura a última camada da névoa, que se despedaça como vidro. O campo volta ao normal. Makio, ajoelhado, ferido, sorri com amargura.

    — Você venceu, Renji… — ele admite, ofegante — Não pensei que chegaria tão longe.

    Renji respira pesado, os olhos firmes e cheios de fogo.

    — Só comecei a lutar de verdade agora. Você não vai me parar. Não hoje.

    Eles se encaram — a tensão ainda no ar, porque isso não é o fim. É só o começo. O monstro dentro de Renji ainda está acordado, faminto por mais.

    — Boa, Renji! Tu amassou, muleque. — a voz dele sai firme, cheia de orgulho, a adrenalina ainda correndo solta no corpo. Aquele tipo de elogio que é quase um pacto, uma promessa de que o time vai longe.

    — Valeu, Ryuji. — responde simples, o peito subindo e descendo rápido, o suor grudado na testa, mas os olhos brilhando com fogo, tipo “agora é que começa a festa”.

    — Boa, Renji! Mas quem vai lutar na próxima rodada? — a voz de Tsubasa tem uma mistura de ansiedade e expectativa, como se já sentisse o cheiro da próxima batalha chegando.

    — Eu vou, pessoal. Tô mais confiante do que nunca. — fala com uma calma que não engana, a confiança transbordando no tom firme. O “Gigante de Aço” tá pronto pra esmagar.

    — Tá certo, Genjiro. Eu queria ir, mas vai você mesmo. — um sorriso rápido, sincero, carregado de respeito pelo parceiro que vai carregar o peso do time agora.

    VENHAM PARA A ARENA, LUTADORES DE CADA TIME!

    A voz ecoa pelos alto-falantes, reverberando pela arena como um trovão que desperta todo mundo. O público, que até agora estava quase imóvel, com a respiração presa na garganta, sente a tensão se transformar em um nó apertado no peito.

    A arena mergulha em um silêncio absoluto, tipo aquele momento antes da tempestade. Cada olhar, cada respiração, tudo parece congelado no tempo. O ar tá denso, pesado, carregado com uma energia que dá choque.

    No canto da arena, Genjiro Okabe se ergue como um monumento. O “Gigante de Aço” não é só um apelido qualquer — é a realidade crua do físico dele. Os músculos dele saltam sob a luz branca e forte das lâmpadas, cada fibra do corpo dele parecendo feita de aço temperado. Ele fica ali, imponente, os punhos cerrados como se segurasse o próprio destino. O olhar dele? Desafiador, fixado na figura calma do outro lado da arena.

    Do outro lado, Izuna Shigetsu é a antítese da tempestade. O rosto dele é uma máscara de serenidade, um rosto que diz “pode vir, eu tô pronto”. Ele está relaxado, quase como se estivesse de boas, preparando-se pra dar uma simples caminhada no parque — mas o olhar calculista dele entrega que não vai ter moleza nenhuma. Cada músculo dele parece controlado, cada movimento pensado.

    Izuna pensa, em silêncio, quase num sussurro dentro da mente:

    — Esta será uma luta de força contra estratégia. —

    Ele mantém a postura relaxada, mas a mente dele já tá mil passos à frente, planejando cada movimento, cada brecha. A calma dele é uma armadura invisível.

    O árbitro levanta a mão, os olhos fixos em ambos. O silêncio se transforma num momento sagrado, a antecipação chega ao ápice.

    — Comecem! — a voz do árbitro corta o silêncio como uma lâmina, e o combate explode no instante seguinte.

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