Após o encontro na academia, o trio, Saikyo, Picon e Hiro se encontram na casa do último, estão na cozinha, comendo bolo com café, o bolo preparado pela mãe de Hiro que está ali terminando de servir, Saikyo faz um elogio.

    — Ótimo bolo, tia Gao!

    — Obrigada! Eu vou deixar os três conversarem a sós, é tão bom ver o Hiro trazer novos amiguinhos! Seja bem vindo Picon! — Gao agradece a sua sobrinha e recepciona o novo garoto, e se retira para dar privacidade aos jovens.

    — Ah muito obrigado — Picon agradece a hospitalidade,  se sente lisonjeado, logo depois vira para agradecer a Hiro e comentar sobre as novidades. — Sua mãe é um amor de pessoa, fico até sem jeito, obrigado por me convidarem, não deu para conversar lá, e aí quais são as novidades? Conseguiram um professor? Eu já garanti o meu!

    — Ah durr, deve ser o seu pai, a gente conseguiu um mestre já sim, infelizmente — Saikyo menciona Li Han em tom depreciativo, ainda inconformada com a decisão de última hora.

    — Vai ver ele é bom de verdade! — diz Hiro tentando se alegrar de alguma forma.

    — Que situação, ei, aquela sua amiga Saikyo, virou minha dupla, na verdade eu insisti, os irmãos dela a abandonaram sozinha ali depois de um tempo e cada um seguiu seu rumo que cruel! — lamenta a situação, Picon, se sente até mesmo impressionado, por conta da atitude infeliz dos irmãos,  diante a garotinha, sua voz chega a afinar por conta da pena que sente.

    — Há ela, era de se esperar, ela é uma Nelphli, coitada a menina vive sozinha e isolada, vou até chamar ela para dar uma volta.

    — Kacha, então parece que ela não vai durar muito tempo, melhor assim, não é mesmo. — pergunta retoricamente, mesmo ao falar de forma ácida, Picon se sente mau.

    — Não estou certa disso, os Nelphli . . .

    Em um lugar da estrada uma carrocinha para, e dela desce Shinda, que caminha por outra longa estrada, passando por cercas, com placas que dizem ‘’Entrada restrita’’, logo após isso ela passa pelo portão de um vilarejo que possui uma grande muralha, em meio a uma vilarejo de escombros, e de casas destruídas, casas rachadas e as poucas moradias que tem, são com pessoas que mal saem delas e vem luz do sol, apenas com o barulho do vento, ela vai até uma pequena casa de um andar com um grande portão de madeira, que se abre puxando, puxar o abrindo, e entra, dizendo.

    — Maninho, irmãozão, cheguei! – anuncia sua chegada com um sorriso, e continua com ele, mesmo sem resposta alguma correndo para dentro da casa, tirando claro o seu salto alto.

    Ela vai para a cozinha, e conversa sozinha.

    — Eles devem estar com fome.

    A garota, separa macarrão, e coloca para cozinhar em uma panela com água no fogão, ela vai abrir a geladeira, e está praticamente vazia, apenas suco e água, então ela pega suco e copos, depois coloca garfos e talheres na mesa. Após o macarrão cozinhar, ela serve todos os pratos e enche os copos, e se senta à mesa, e fica lá esperando eles, até sua barriga roncar.

    Então ela come e bebe o suco, logo depois vai para seu quarto, e com lápis desgastado, e cadernos velhos começa a desenhar e escrever. Quando começa a chover do lado de fora, ao mesmo tempo que passa o tempo, ela pensa “Será que eles vão chegar bem nessa chuva?’’

    Então Raikou e Meiko chegam, e Shinda de prontidão pega seu caderninho, e corre até os dois para recebê-los dentro de casa, quando eles estão passando pelos corredores da cozinha, a pequena garota vai até eles sorridente, em busca da aprovação.

    — Está tudo limpo, no lugar, eu fiz macarrão, talvez esteja um pouco frio e suco de laranja tenha azedo, mas eu posso fazer outro!

    — Que isso Shinda, a gente já comeu, valeu, mas eu passo, e tá com uma cara horrível! — Meiko brinca com o que sua irmã fez, tirando onda do prato.

    — Eu não vou comer porcaria! — Raikou se sente insultado passando direto por Shinda, dando um tapa no seu prato o fazendo cair no chão e quebrar.

    — Vão dormir aqui hoje? — perguntando aos seus irmãos, ignorando as ofensas, pois Shinda já está acostumada com aquele tipo de situação

    — Nessa espelunca, quah, eu vo nada, vou sair por aí e dormir na cidade — diz Meiko respondendo ela.

    — Viemos pegar algumas coisas, afinal, vamos ficar mais na cidade de Mu, do que aqui durante o período de treinamento, tem que se virar Shinda — dando uma lição em sua irmã, Raikou sai em direção ao seu quarto.

    — Tá bom, tudo bem, eu vou tentar — prometendo, a garota fica cabisbaixa, vendo que foi novamente ignorada.

    — Se esforce, se não vai ficar para trás, a gente tem que matar nosso Rei! E depois competir entre si! — Olhando nos olhos de sua irmã, Meiko proclama estas palavras tentando a motivar, ao mesmo objetivo que a si.

    E então os irmãos deixam a casa real do clã Nelphli, passando pela porta, restando dentro apenas Shinda no local, sozinha.

    Enquanto a chuva cai, como no dia em que o atual rei os deixou, em meio as escombros e destruição, pessoas desoladas caminham até o vencedor, o homem onde se vê apenas sua silhueta, têm suas costas cobertas pelo seu grande cabelo, as pessoas se ajoelham e oram para ele, agradece em súplica, agradecendo que tenha acabado o horror, o fim chegou, ele está com as mãos e as roupas sujas de sangue, enquanto a chuva cai, o limpando mais mesmo assim não consegue tirar tudo.

    O pequeno Raikou olha para ele, com expressões diferentes, seus olhos estão totalmente abertos, e a testa está relaxada, a euforia pode ser vista em seus olhos, enquanto atrás dele, o pequeno Meiko com um olhar devastado em choque, segurando o choro, carrega Shinda no colo, que neste momento, é um bebê, dormindo, com ferimentos. Raikou neste dia confrontou o seu irmão mais velho.

    — Finalmente acabou então. Somos a família real agora, eu serei o próximo quando reconstruímos esse local!

    — Irmão, por favor, cuide da gente e da Shinda! — Meiko implora para que não se vá, e se joga no chão ficando de joelhos, mesmo que ele se machuque.

    — Família real? Eu não tenho nada haver com isso — respondendo seus irmãos novos, se afasta, para muito distante, deixando todos para trás.

    Este foi o último dia que o clã dos Nelphli viu o seu rei, que os abandonou em seu pior momento, os deixou em ruínas.

    Revivendo aquele dia, olhando para a chuva, Shinda lembra de abrir os olhos naquele dia, e ver o seu irmão mais velho se ir, no presente ela pensa “Ele apenas seguiu em frente, eu só quero a família toda unida de volta’’.

    Enquanto do lado de fora Raikou pensa totalmente diferente sobre a mesma situação, “Estou a caminho de me tornar o rei deste inferno, e nada vai me parar, vou matar todos, todos no meu caminho! Todos podem tentar ser rei, e para ser rei, é preciso matar o próprio rei, Takeshi, porque foi nos abandonar na miséria, você podia ter sido, o nosso salvador e resgatar os dias de glória, e por isso eu não posso te perdoar!”.

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