Capítulo 10: Professor?
Os dias se passam, até segunda, onde Hiro consegue dormir, e ficando sentado em sua cama, acordando por causa da luz que entra pela fresta da cortina, assim se sentando na cama, ele vê que em sua mesa de cabeceira a um bilhete, assinado por ‘’Li Han’’, ele a pega, já abrindo automaticamente sem pensar muito, há escrito.
“Oi, bom dia maninho! Tudo bom com você? Não se esqueça que nos encontramos sábado! Eu irei te testa muito, então se prepare como nunca!’’
Ele coça os olhos com as mãos, e pensa “Aquele professor esquisito me mandou uma mensagem, ok, depois encontro com ele’’, logo ele se dá conta de que não sabe de como foi enviada, em espanto ele grita assustado se perguntando.
— HÃ! PERA AI COMO ELE SABE ONDE EU MORO!?
Hiro após ter se vestido com sua farda, sai correndo de seu quarto com o bilhete nas mãos, indo até a sala, onde seu pai está vestido para trabalhar calçando os sapatos e sua mãe vestida também para o trabalho, ajeitando sua bolsa, Hiro mostra o bilhete para eles.
— Mamãe, papai um cara estranho passou por aqui e entregou isso?
— Cara estranho? Nenhum cara estranho passou por aqui, bom dia filho, melhor você se apressar se não vai chegar atrasado — indica seu filho enquanto calça o sapato e se levanta apressado, saindo pela porta.
— Eu deixei a comida pronta para você filhinho, não esqueça de lavar a louça! — A mãe se despede saindo junto do pai dele.
— Tá, tá ok!
Hiro vai correndo até a cozinha para se apressar, ele come, e depois vai lavar a louça, ele observa a janela, e o bonsai perto dela.
— Legal, papai voltou a podar o bonsai — comenta observando a planta renovada, depois olha para a pia, onde há três xícaras, duas suja de café e outra com cheiro de chá, ao qual ele tem certeza que foi tomado pelas folhas de mastruz. — Mãe, chá logo de manhã, mais louça para mim.
Chegando na escola Hiro chega atrasado então vai direto para aula, as aulas se passam, ele fica entediado por bom tempo, até mesmo no treino, faz no automático, sem ter muito ânimo, chega a noite, e ele vai voltando para a casa, em meio as ruas lotadas, pensando “Onde devem estar os outros, puxa, o meu dia já se passou, vi tanta gente, mais . . .’’, seu pensamento é cessado, assim que ele vê entre as pessoas na porta de um bar sentado em uma mesa, cantando uma mulher, o seu professor, que olha para ele de volta, ele fica chocado.
— Sen. . . sensei!
Ao ser encarado, Li Han fica constrangido, cospe a cerveja, quando alguém passa em frente a Hiro, Li Han já sumiu, Hiro fica confuso e apenas segue para casa coçando a cabeça. Após o ocorrido ele passa rapidamente na loja de peixes domésticos de sua tia, para ver ela e sua prima.
— Olá, tia Amai, como vai?
— Hiro, chegou bem na hora! — diz Amai, fechando as portas da loja. — Saikyo e eu já terminamos por aqui, fiquei sabendo que vai bem nos estudos, sua mãe só te elogia! Fica de exemplo para a minha filha!
— Há, não puxe o saco dele mãe, se não vai deixar esse baixinho convencido! — defendendo das cobranças de sua mãe, Saikyo se aproxima da conversa.
— Obrigado tia, eu vim contar uma coisa estranha que aconteceu para Saikyo! — anuncia ansioso, Hiro não acredita no que viu.
— Oh segredos! Eu não vou me intrometer, acho melhor eu sair, já que ela vai te dar dica sobre mulheres, por favor, a convença que é uma péssima ideia ter um cachorro! — diz em tom irônico, a senhora se retira para dar privacidade a eles.
— Certo! Eu tenho muito medo, mas cachorros são adoráveis — ressalta sobre as vantagens de se ter um cachorro.
— Foi o que eu disse para ela, mas sabe como é a velha, “eu não vou limpar cocô de cachorro! Você não tem maturidade para cuidar nem de você imagina de um bixo!”, e blah, blah — reclama enquanto faz o gesto de boca com as mãos, imitando sua mão falando no ouvido dela, no entanto não se estende perguntando direto sobre o assunto. — E aí, qual é a boa?
— Eu vi o sensei, e você não vai acreditar, ele não tava bebendo!
— Sensei? De quem você está se referindo? — pergunta confusa.
— O cara de sábado.
— Aquele cara? Ele é um picareta, cai na real, ele não fez nada a não ser pousar, não sei se levo ele a sério não — duvidando ainda da real capacidade daquele da homem.
— Confia em mim, ele tem algo . . .
— Tá bom, vou confiar em você.
Durante a semana, Hiro continua indo da escola para casa, na terça feira voltando de seu treino, ele vê o seu Li Han novamente, dessa vez dando em cima de uma atendente de uma barraquinha de espetinhos de carne, na quarta feira voltando tarde da noite da escola ele vê Li Han bebendo com um grupo de cantores de rua, na quinta feira ele indo para escola ele encontra de manhã cedo Li Han no caminho com uma professora de longe, mais algo se repete, em todos esses dias, todas as vezes quando ele vai até Li Han, ele sempre some antes que ele chegue. Hiro pensa “Ah esse cara, ele sempre dá um jeito de sumir, logo quando vou atrás dele! Talvez eu esteja alucinando, não, não! Eu tenho certeza que eu vi esse cara!”. Então na sexta feira, Hiro o encontra no mesmo bar, desacompanhado, só que ele chega em um horário um pouco mais cedo, e então o confronta.
— Eu realmente não acredito que esse cara vai me fazer esperar até sábado!
Li Han avista Hiro e cospe a cerveja, Hiro vai correndo até ele, que fica constrangido instantaneamente.
— Não, não garoto, o que você está fazendo? Eu não tinha combinado com você no final de semana, você está me atrapalhando! — reclama furioso de sua interferência, o mestre o agarra pela gola de sua blusa o puxando.
— Ei, mas você não devia estar me treinando agora? — confronta-o agarrando suas mãos, cobrando explicações e se exaltando diante dele.
— Ah, é claro, eu queria te dar o tempo de repensar até sábado sabe — explica o mestre.
Tentando apaziguar a situação, Li Han o solta, e olha para os lados, não olhando diretamente pros olhos dele com medo de perceber que é mentira, ele pensa “Droga eu sou péssimo nisso’’.
— Repensar? — questiona o mestre.
— É, afinal, você sabia que pode morrer?
— Tá . . . eu posso morrer todos os dias — afirma o que para si é o óbvio.
— Do que você está falando moleque, esse é um dos lugares mais seguros de estar no mundo, você vive uma vida tranquila e pacata, todos os dias tem motivos para se alegrar.
— Essa cidade é uma base militar, sempre estamos nos preparando para alguma ameaça, que um dia vai chegar, talvez eu não passe por isso, mas por que segurança se não existir a possibilidade de ameaça? Se esse é um dos lugares mais seguros do mundo, é porque o resto dele não é tão protegido assim, é esse restante que quero conhecer — discursando Hiro buscou demonstrar a sua visão de mundo, aquele homem, mesmo estando limitada.
— Vai por mim, não tem nenhum valor em ver o que há nesse mundo — responde em tom pessimista, mesmo que não queira desanimar o garoto.
— Já viajou o mundo?
— Já, não que eu quisesse.
— Está aí a diferença, eu quero, cada um de nós precisa fazer o que quer não é mesmo? Tudo que procuramos já está aqui, em algum lugar, e cada um tem sua própria forma de explicar o mundo, eu quero achar a minha! Minha própria aventura! — explica de forma altruísta e otimista, a diferença entre os dois enquanto aponta para si mesmo.
— Que otimismo, esqueceu a parte das mortes!? — tenta fazer o garoto retornar a realidade.
— Se aventurar é lidar com incertezas, não vai me convencer do contrário sensei! — afirma Hiro, mostrando que não importa o quanto tentem, ele não irá mudar de ideia.
— Ha, que garoto insistente, quer ser mesmo meu aluno, vá pra casa, nos vemos semana que vem, agora que você não desistiu de mim, saiba, eu não vou desistir de você tão fácil — adverte ele, Li Han agora está convencido, pelas palavras do jovem.
— O’ss, desculpa te atrapalhar professor! — Hiro se despede e sai correndo em direção a sua casa.
— Hiro que sujeito hein, espero que encontre as respostas corretas para suas explicações, caso contrário, eu mesmo terei que o matar hahaha!
Li Han permanece na mesa de bar, bebendo e rindo entretido com o jovem.
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