Índice de Capítulo

    Combo 06/10

    Tarde da noite.

          O mordomo-adjunto Hans teve que ficar na frente do Conde Deruth. Ele começou a fazer seu relatório enquanto Deruth ouvia em silêncio até ele terminar.

    — Ele está dormindo no quarto dele.

        Hans finalmente terminou seu relatório e Deruth começou a falar.

         O motorista relatou que foi à casa de chá dos filhos ilegítimos da Guilda dos Mercadores Flynn. Hoje, ele trouxe um jovem cuja identidade não conseguimos verificar. Em termos de bebida, ele bebeu apenas um pouco e manteve a cabeça fria.

         O relatório de Hans foi curto, mas Deruth achou-o interessante.

    — Deveríamos segui-lo?

        Ele acenou com a mão para se opor à pergunta de Hans. Não queria saber o que o filho estava fazendo lá fora a ponto de querer segui-lo.

    — Não precisa. Enquanto ele estiver na cidade, tudo o que ele fizer estará sob minha autoridade.

          Para Deruth, Hans era o que mais estimava entre todos os jovens ajudantes de mordomo. Isso porque ele cumpria bem as ordens e era uma boa pessoa.

    — Faça o que você vem fazendo em termos de observar Cale dentro de casa e relatar o que você vê.

    — Eu entendo.

         Hans não disse mais nada enquanto abaixava a cabeça.

          Deruth, Ele não possuía nenhuma habilidade especial nem nenhuma rede sólida. No entanto, assim como o Conde anterior, ele conseguiu governar o território de Henituse e aumentar sua riqueza vendendo mármore e vinho. Ele era alguém capaz de proteger seu território adequadamente.

    — Cale mudou.

          Cale parecia diferente do normal. Não que ele tivesse ficado mais inteligente ou mais forte de repente, mas que suas ações eram claramente diferentes de antes.

    — Ah, Hans.

    — Sim, Conde-nim?1

    — Traga-me algumas informações sobre a Guilda dos Mercadores Flynn.

         Billos, dono de uma casa de chá. Deruth sabia da existência desse filho bastardo da Guilda dos Mercadores Flynn. Isso porque o maior parceiro comercial de vinho dos Henituse era a Guilda dos Mercadores Flynn.

    — Vou começar já.

    — Ótimo.

        Deruth observou Hans sair do escritório enquanto começava a pensar. Havia muitas coisas em que pensar além da mudança no comportamento de Cale.

        A atmosfera ao redor do continente era perigosa. Era como um vulcão prestes a entrar em erupção. Deruth conseguia sentir claramente a atmosfera perigosa, apesar de estar em um canto do reino. Isso porque ele sempre recebia uma quantidade infinita de informações sobre o continente. Mas a mensagem da Corte Imperial que ele recebeu hoje deixou Deruth ainda mais certo sobre a atmosfera atual do continente.

        Os antigos Condes do território Henituse sempre transmitiam um único conselho ao próximo no poder.

        Não há necessidade de ficar registrado na história. Apenas viva pela paz e pela felicidade.

    — Acho que preciso reforçar as muralhas da cidade.

        Ele pode não ser um bom lutador, mas Deruth estava sempre pensando em maneiras de proteger a si mesmo e sua família.

         Há momentos em que o corpo é mais forte que a mente.

    ***

    — Jovem mestre, você estava dormindo tão profundamente que eu não o acordei.

        Cale tinha dormido demais. O fato de Ron ter trazido limonada em vez de água fria novamente piorou ainda mais as coisas. No entanto, Cale não podia dizer nada sobre isso.

        Era porque havia um curativo no pescoço de Ron.

    — Você está ferido?

    — …Você está preocupado comigo?

    — Não. É só irritante de se olhar.

    — Não é nada demais. Só fui arranhado por uma unha de gato.

        “‘Gato’ é uma referência a uma pessoa inocente?”

          Cale tinha certeza de que alguém teria tido seu encontro predestinado na noite anterior. Ele evitou o olhar de Ron, que sorria, e se dirigiu à janela do quarto. Precisava se apressar porque dormia até mais tarde.

    — Você vai sair imediatamente?

    — Sim. Eu cuido de tudo sozinho lá fora.

    — Entendo. Ah, jovem mestre.

         Cale soltou a maçaneta e se virou para olhar para Ron. Ron tinha um sorriso estranho no rosto.

    — O que você acha da limonada?

    — Ótima. É uma delícia.

         A voz de Ron ficou uma oitava mais baixa.

    — …É assim mesmo?

    — Sim.

        “Que tipo de pergunta foi essa?”

         Como Ron era alguém que ele não podia ignorar, Cale apenas respondeu à pergunta da forma mais gentil possível enquanto abria a porta.

    *Batida!*

        Ele então fechou a porta rapidamente sem sair.

    — …Ron

         Ron se aproximou de Cale quando ele o chamou e sussurrou com um sorriso no rosto.

    — Jovem mestre, ficou surpreso? Seu convidado de ontem está esperando por você lá fora.

         Cale ficou surpreso. Cale viu Choi Han o encarando assim que abriu a porta, o que o fez fechá-la em choque. Sua mão foi até o bolso interno da camisa. Os 10 milhões de galeões em seu bolso o acalmaram.

          Ron olhou para Cale enquanto continuava a falar.

    — Não tive a chance de te contar porque você abriu a porta imediatamente. Eu disse a ele para esperar confortavelmente no quarto, mas ele insistiu que precisava te ver e esperou do lado de fora.

    — Não tive a chance de dizer nada.

        Cale não conseguiu dizer nada àquele velho terrível que definitivamente teve a chance, mas optou por não falar. Cale se afastou um passo de Ron enquanto abria a porta novamente.

    — O que está acontecendo?

         Cale fingiu que não tinha batido a porta e começou a conversar com Choi Han. Ele estava prestando atenção na aparência de Choi Han enquanto perguntava.

         Depois de tomar banho, arrumar o cabelo e vestir roupas novas, Choi Han emitiu uma sensação de pureza e limpeza. No entanto, era difícil pensar assim depois de ver seus olhos.

         Choi Han ainda estava em um estado de confusão. Foi por isso que olhar para os olhos dele deixou Cale um pouco assustado. Choi Han também estava encarando Cale antes de finalmente começar a falar.

    — Eu te pago de volta.

    — Huh?

    — Eu te pagarei de volta pela refeição.

         Choi Han falava formalmente, diferentemente de ontem. Mais importante, Cale começou a franzir a testa ao ouvir as palavras “te pago de volta”.

         “Me pagar? Ele está tentando me fazer ter um ataque cardíaco?

         Quem em sã consciência usaria Choi Han para trabalho braçal? Cale só queria que Choi Han saísse daquela cidade o mais rápido possível.

         Claro, Choi Han concordaria em ajudar Cale se ele dissesse que era para retribuir. Ele era esse tipo de pessoa. No entanto, Cale não tinha nada que precisasse de Choi Han.

    — Não precisa. Precisa de mais alguma coisa?

         Ele rejeitou rapidamente a oferta de Choi Han e perguntou se precisava de mais alguma coisa. Choi Han começou a observar Cale ainda mais atentamente. Aquele olhar fez Cale lembrar de como Cale foi espancado até virar polpa na novel, e seus braços começaram a ficar arrepiados. Choi Han começou a falar naquele momento.

    — Há algo que eu gostaria de pedir a sua ajuda.

         Cale fechou os olhos ao ouvir a palavra “ajuda”. Ele não queria se envolver com Choi Han. A “ajuda” que Choi Han pediria não poderia ser nada além de algo relacionado à Vila Harris.

          O Cale da novel chamou os moradores da Vila Harris de inúteis e acabou sendo espancado por isso. Cale pensou nisso enquanto abria a boca.

    — Conte ao Hans o seu pedido. Ele cuidará de tudo.

         Depois de abrir os olhos novamente, Cale fez contato visual com Choi Han, que estava parado ali, imóvel como uma estátua.

    — Ele é um mordomo-adjunto talentoso. Ele poderá ajudá-lo com quase qualquer solicitação normal.

         Cale então colocou a mão no ombro de Ron. Sentiu Ron se encolher, mas Cale decidiu tirar os dois de vista ao mesmo tempo.

    — O Ron aqui também é bem útil. Ele também poderá te ajudar. Ron, ele é meu convidado. Cuide bem de tudo o que ele precisar.

         Cale também deu uma ordem a Ron antes de tirar a mão do ombro dele. Então, ouviu Choi Han chamando-o.

    — Mas você nem sabe quem eu sou.

         Cale se virou para olhar. Ele podia ver Choi Han ainda o observando. A sensação assustadora que emanava dele havia desaparecido, e Cale só conseguia sentir uma pureza inexplicável emanando de Choi Han.

    — Por que preciso saber quem você é? Existe algum motivo para não ajudar alguém que não tem tanto quanto eu?

         Choi Han começou a franzir a testa ao ouvir as palavras de Cale. Era um tom muito fraco, mas Cale, que observava Choi Han atentamente, definitivamente percebeu.

        “Ele ficou irritado porque eu disse que era alguém que não tem tanto quanto eu?

         Cale continuou rapidamente.

    — Com base na sua situação, duvido que você peça algo difícil. Bem, se for algo difícil, tenho certeza de que Hans saberá onde traçar o limite.

        Ele empurrou Ron em direção a Choi Han enquanto se afastava dos dois.

    — Então, adeus. Tenho muita coisa para fazer.

        Cale dirigiu-se rapidamente ao escritório de seu pai, Deruth. Ele precisava de uma mesada considerável hoje. Podia ouvir a voz de Ron atrás dele.

    — Jovem mestre, farei como você ordenou.

    — Não me importa se você faz ou não.

         Fritar e mexer era tarefa deles, como personagens principais, não de Cale. Será que eles não se aproximariam mais rápido, já que se conheceram quatro dias antes, graças a ele?

        Ron olhou para Cale, que estava se afastando dos dois, antes de olhar para a xícara vazia em suas mãos.

    — Interessante.

        Aquele cachorrinho destemido não gostava de coisas azedas. Ele ainda não gostava. No entanto, agora ele bebia.

        Ron tocou o pescoço. Ele estava machucado pela primeira vez em muito tempo, mas algo mais interessante do que o ferimento o incomodava.

        O cachorrinho destemido estava com medo dele.

        Ele sabe de alguma coisa?

    — Mostre o caminho.

        Ron voltou o olhar para a fonte da voz. Ele viu Choi Han olhando para ele com desgosto. Esse punk parecia ter descoberto que era alguém que havia matado depois da curta discussão da noite anterior.

    — Claro.

        Esse punk, que também exalava um cheiro parecido de sangue, fingia estar limpo. Ron achou engraçado que um punk tão perturbado agisse daquela forma.

        Esse punk que eles conheceram na noite passada exalava a aura violenta, repugnante e assassina da Floresta das Trevas. Era uma aura que Ron e Beacrox conseguiam distinguir instantaneamente das outras auras.

        Claro, aquela aura assassina não era de Choi Han. Choi Han herdara aquela aura dos assassinos que matara, e agora que havia tomado banho e se arrumado, a aura assassina não o envolvia mais.

       “Acho que não tem como essas pessoas chegarem aqui.”

        Ron pensou nos eventos da noite passada enquanto começava a falar com o garoto que parecia ter passado por muita coisa nos últimos dias.

    — Me siga.

        Ron começou a andar para seguir a ordem de seu jovem mestre, e Choi Han o seguiu. O olhar de Choi Han se dirigiu momentaneamente para Cale antes de se voltar para Ron.

    1. “Nim” na Coreia é usado para demonstrar respeito e educação a alguém[]

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