Capítulo 18: Sansukumi no ken
Agora no espaço reservado da floresta, Li Han está sentado sobre sua pedra de pernas cruzadas.
— Vejam, a gente precisa de pouco para viver, aquilo que os animais comem, grãos, folhas e frutas, são aquilo que devemos comer, para a saúde, tudo aquilo que é bom com o tempo nas cidade nos afastamos, e apenas retornamos por obrigação, é por conta de maus costumes. Precisamos quebrar costumes, para aprender aquilo que nos faz bem, de corpo e alma — diz Li Han reflexivo. — sentem dor?
— Essa pergunta é meio óbvia — Saikyo responde em tom humorado,
— Sim, o treinamento tem sido intenso — diz Hiro.
— Para desinchar feridas é bom tomar chá de mastruz, inflamações pode se usar folha de goiaba, mas é necessário ter conhecimento, para cada uso, enfim, estão prontos? — pergunta Li Han aos discípulos.
— O’ss — respondem simultaneamente.
— Hoje iremos progredir aprendendo técnicas de fato, agora que eu falei sobre a natureza, qual é uma das principais bases para o kung-fu? — pergunta Li Han.
— Eu respondo, deixa eu responder essa! — pede Hiro, ansioso estende a mão para que ele responda.
— Vai, hoje estou de bom humor, e você que é o inteligente entre nós dois — diz Saikyo sem se importar em
— No kung-fu, em diversos estilos, se usa nas bases e golpes, movimentos inspirados nos animais em seus — explica Hiro.
— É o estilo externo, e estamos trabalhando primeiro este estilo, para depois irmos aos poucos para o interno, vamos fazer uma brincadeira simples para eu os ensinar os fundamentos, eu procuro resumir as coisas em bases que se complementam, e usar analogias, eu gosto das coisas simples. Pedra, papel, tesoura, se anulam, este jogo é da nossa terra, mas já ouviram falar em Sansukumi no ken, o punho da lesma, sapo e cobra? — pergunta o mestre tentando empolgar seus alunos, com algo lúdico para os ensinar.
— Que jogo é esse? Adoro jogos — pergunta Hiro com entusiasmo.
— Passo longe desses animais nojentos — diz Saikyo enojada.
— O Sansukumi no ken, surge em Fushigi, mas não se fala muito do povo de lá, eu entendo muito bem o porquê. Mas eu particularmente gosto de muito desse jogo, é uma variação do nosso pedra, papel e tesouro, com os animais folclóricos deles. Então vou usar o joguinho deles para ensinar vocês, com outras técnicas que eu aprendi de outros estilos, o pulo do sapo, o abraço da lesma e a picada da cobra. O pulo do sapo, é um movimento de atletismo, o abraço da lesma de hipismo e a picada da cobra artes marciais — explica Li Han, e logo em seguida com olha para os equipamentos que Hiro e Saikyo construiram com as próprias mãos.
Os materiais revelam-se com utilidades maiores agora as barras fixas de diferentes tamanhos não eram apenas para exercício de se puxar para cima com as mãos, mais para praticar o pulo do sapo.
— Iram aumentar de altura gradualmente, envolve a valência de explosão, se fica nas pontas dos pés com joelhos apontados para frente — descreve enquanto faz o movimento. — conforme vai se encostando os pés no chão, se flexiona as pernas e contraia o corpo, e quando os calcanhares tocarem o chão, imediatamente, se lança ao ar, se jogando com toda a força — Fica de postura ereta e joga os braços para cima, apenas exemplificando o movimento. — Ao estarem no ar, devem se sentir livres, achando a melhor posição para o pouso.
Li Han então vai para o próximo equipamento, o saco de pancadas, o qual bate com os dedos, com a mão aberta, as posiciona como uma lança, no entanto, vai curvando a sua palma, e deixando a mão mole, a da frente fica posicionada na altura do rosto, enquanto a de trás fica na altura do peito, ele as movimenta no ar, pendulando entre esquerda e direita, até que bate novamente, desta vez o movimento é de chicote, só que ainda continua sendo perfurante tal como a ponta da lança.
— A ideia é ter controle de suas juntas, movimento fluido, dando vida às partes do seu corpo sozinho, mas se mantém a dureza no impacto, contato rápido, e já voltando para o estado de alerta — exemplifica o movimento, juntamente da prática.
Depois do exemplo da picada da cobra, passa para o último, o abraço da lesma, indo até as toras de madeira, tira suas sapatilhas, fica entre duas toras, onde abre as pernas, ficando no ar, fazendo espacate, colocando os pés encostados da tora de madeira se mantém fixado, através da aderência dos dedos do pé que juntam com a sola.
Retrai sua perna esquerda, ficando apoiado apenas com a direita, ele gira para trás e estica-se para o tronco que está a sua esquerda, o agarrando com a mão que está nesta direção, depois retrai sua perna direita, ficando apenas apoiado com a mão, totalmente de lado no ar, contando apenas com o tronco para se manter, tudo isto se apoiando na parte lisa da tora, logo depois se solta.
— Tentem com árvores maiores, e de corpo inteiro, este movimento é difícil, quero ver até onde vão — diz Li Han terminando as explicações, se afastando para observar.
Então, a prática de pulos por cima das barras começa, Saikyo possui facilidade em saltar alturas maiores por cima das barras, por ser maior que Hiro, acaba ficando ligeiramente à frente dele. Em sequência praticam a picada da cobra no saco de pancadas, e depois em árvores, eles escalam usando o princípio do abraço da lesma.
O passo a passo prossegue para as áreas que eles haviam visitado anteriormente, na floresta eles usam com perfeição há as habilidades aprendidas para caçar insetos, na mata branca para coletar os recursos escassos se movendo com maior facilidade, voltam ao desfiladeiro de pedra nas colinas que o rio passa, se movendo e escalando agora sem precisar do uso de pedras na mão, usando o próprio corpo, não sendo afetados pelo deslize da água.
Isso surpreende o mestre, a velocidade a qual eles dominam estes movimentos, e progridem no treinamento. Agora eles não se focam mais em movimento do corpo, usam objetos para os auxiliar, desde de gravetos, dardos, a vara de pescar, começam a se alimentar também do que caçam, e com isso vão se aprimorando, aprendendo a usar armas e ferramentas, ficar até depois do anoitecer.
Até que chega o dia, o mestre então se aproxima de seus alunos se sentindo satisfeito com os resultados deles. Está em seu espaço reservado na floresta, Li Han nesse momento joga o seu sabre de lado ainda dentro da bainha, que fica apoiada em cima das toras de madeira. Isso para se focar ao que trouxe ele está com duas agulhas de pau de tricô, entrelaçada por fios grossos de cor rosa e verde marinho claro, a outro par de agulhas com fios marrom escuro e marrom claro.
Ele começa a tricotar com o primeiro par. As linhas estão ligadas a novelos de lã dentro do bolso da calça de Li Han, o acompanha sua garrafa de térmica florida, coberta por cerâmica, de branco, a tampa possui o tamanho de uma xícara comum, é o que usa para beber o xá, a garrafa tem trinta centímetros. Apesar das atividades paralelas, ele se foca na aula.
— Estão prontos para a prova final, se preparem, iremos nos enfrentar, se tirarem minha capa, estarão aprovados — anuncia aos alunos o começo do teste.
Os dois não sabem como reagir, não sabem se ficam assustados, felizes com a chance de se provar ou emocionados por finalmente serem reconhecidos, mas ambos não sabem como reagir diante de tal momento. Os dois juntos tem a mesma visão a memória se repete, aquele sujeito de preto que parece impossível de ser derrotado, a sombra.
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