Capítulo 67 - Convergência (1/3)
Capítulo 067
Convergência
Zorian teve que admitir que ficou um tanto surpreso com a forma como a família Taramatula tratou ele e Zach. Eles claramente sabiam que a família de Daimen não aprovava seu relacionamento com Orissa, e os dois também fizeram um espetáculo ao chegarem. Zorian esperava que eles fossem cautelosos, até mesmo hostis. Em vez disso, no momento em que Daimen confirmou que Zorian era realmente quem dizia ser, eles os trataram como convidados de honra. Convocaram o que devia ser metade de toda a família para cumprimentá-los, os apresentaram pessoalmente a muitas dessas pessoas, fizeram um breve tour pelo local e se ofereceram para levar algo para Zorian beber pelo menos três vezes antes que aceitassem que ele não estava com sede.
Esse tipo de recepção deixou Zorian mais do que um pouco desconfortável. Ele sabia que estavam apenas sendo educados e que todos aqueles sorrisos e gentilezas não eram muito genuínos, mas ele simplesmente não estava acostumado a esse tipo de tratamento. Não ajudava em nada o fato de poucos Taramatula falarem ikosiano, o que dificultava para Zorian se fazer entender. Ele só conhecia algumas palavras da língua local, a maioria das quais eram xingamentos locais coloridos que seu simulacro, por algum motivo, sentira a necessidade de incluir em seu relatório, mas as pessoas ao seu redor insistiam em tentar falar com ele mesmo assim.
Normalmente, essa seria a deixa para Zorian começar a espiar os pensamentos superficiais das pessoas a fim de decifrar o que queriam dele. Isso não resolveria totalmente o problema das línguas diferentes, já que os pensamentos das pessoas não eram de forma alguma completamente dissociados da língua que falavam, mas ajudaria. No entanto, ser liberal demais com magia mental em um grupo de magos era uma receita para o desastre. O risco de serem descobertos era muito alto. Isso era especialmente verdadeiro porque os Taramatula eram controladores de abelhas, o que provavelmente significava que se especializavam em alguma forma de magia mental para começar.
Alguém na família Taramatula, no entanto, não parecia pensar da mesma forma sobre ele, pois ele simplesmente sentiu uma sonda telepática se chocando contra suas defesas.
Zorian, que estava no meio de responder a uma das perguntas de Ulanna, parou de falar imediatamente e se virou para a fonte da sonda. A magia mental havia sido rudimentar e nada sutil, permitindo que Zorian se concentrasse na pessoa responsável quase imediatamente. Era uma jovem adolescente, que estava se esforçando ao máximo para parecer inocente, e fazendo um péssimo trabalho.
“Há algo errado?” perguntou Ulanna, franzindo a testa, seguindo o olhar de Zorian e examinando a garota com interesse.
“Não, nada”, disse Zorian, balançando a cabeça e se virando para ela. “Devo ter imaginado coisas.”
Ele não queria criar um alarde por causa disso. Seria a palavra dele contra a dela, e provavelmente seria visto como mesquinho e excessivamente sensível fazer um escândalo sobre tudo isso, mesmo que acreditassem nele. Além disso, a sonda havia sido mais divertida do que ameaçadora. A garota era péssima. Ele conseguia resistir a esse nível de ataque dormindo.
Ele meio que se perguntou se aquilo era algo que a liderança Taramatula instruiu a garota a fazer ou se era algo que ela decidiu por iniciativa própria. Por um lado, Zorian achava difícil acreditar que os Taramatula confiariam uma tarefa como essa a alguém tão desqualificado. Por outro, dessa forma, eles poderiam escapar das consequências se fossem pegos com muito mais facilidade. Eles sempre poderiam alegar que era apenas uma criança sendo estúpida e pedir clemência diante desse fato.
Após um momento de reflexão, ele casualmente enviou uma sonda telepática própria para a garota, atravessou suas frágeis defesas mentais e a atingiu com um choque mental fraco como um aviso amigável para não tentar aquilo novamente no futuro. Foi apenas um pequeno choque, provavelmente nem doeu, mas ela cambaleou para trás como se tivesse levado um tapa e rapidamente encontrou uma desculpa para sair da reunião.
Zorian fungou com desdém. Que bebê.
Ulanna franziu a testa diante da cena, mas não disse nada. Ele tinha quase certeza de que ela, ao menos, desconhecia o que a garota havia tentado fazer com ele.
Eventualmente, eles também foram apresentados a Orissa, a mulher por quem Daimen aparentemente estava tão apaixonado. Era uma mulher alta, de formas bem delineadas, confiante na postura e nos movimentos. De pele bem escura, como era típico de todos os habitantes de Koth. Bonita, mas todas as mulheres por quem Daimen se interessava também eram. Ela era uma das Taramatula mais reservadas a quem foram apresentados, embora Zorian não conseguisse dizer se era porque ela costumava ser assim ou se estava simplesmente desconfiada deles em particular.
No geral, Zorian não conseguia ver nada de especial nela. Nada que explicasse, à primeira vista, como ela conseguiu capturar o coração de Daimen com tanta firmeza. Habilidade, talvez? De acordo com Ulanna (que, como descobriram, era tia de Orissa), ela era uma das integrantes mais capazes da família Taramatula.
“Seu irmão tem bom gosto”, Zach sussurrou para ele, traçando uma vaga figura em forma de ampulheta no ar.
“Você não sabe nada sobre ela, exceto que ela é bonita e sabe se comportar em público”, apontou Zorian. “Como isso é ‘bom gosto’?”
“Com essa aparência, o que mais você quer?” perguntou Zach, sorrindo.
“Não acredito que estou defendendo Daimen aqui, mas tenho certeza de que não é algo tão superficial assim”, disse Zorian. “Daimen teve muitas garotas bonitas se atirando nele no passado e ele nunca pensou em se casar com elas. Tenho certeza de que há mais nela do que apenas aparência.”
“Tenho certeza de que a aparência ajudou”, disse Zach.
“Ah, definitivamente”, concordou Zorian. “Acho que nunca vi Daimen se interessar por uma garota que não fosse bonita. É que não acho que ela pudesse tê-lo conquistado apenas pela beleza.”
Como se sentisse que os dois estavam falando sobre ele, Daimen logo se desvencilhou da multidão e os procurou.
“O que vocês dois estão fazendo, cochichando um com o outro no canto?” perguntou ele, aproximando-se deles. “Vocês não sabem que isso é falta de educação, principalmente sendo os convidados de honra da ocasião?”
“Nós nem falamos a língua deles”, apontou Zorian. “Fica meio difícil socializar assim.”
“Bem, vocês certamente não vão aprender se não interagirem com as pessoas”, disse Daimen.
Zorian franziu a testa, uma ponta de irritação o percorrendo.
“Você veio aqui só para me dar um sermão?” perguntou Zorian, com um tom de advertência na voz.
“Ainda tão espinhoso”, suspirou Daimen. “Olha, já que vocês não estão interagindo com ninguém, por que não vamos a algum lugar privado e temos uma boa conversa amigável?”
Ele olhou para Zach com um olhar avaliador. Em resposta, Zach lhe deu um sorriso largo e um aceno bobo, como se fosse a primeira vez que se viam.
“Certo”, disse Daimen, parecendo levemente entretido. “Então, acho que você quer que seu amigo se junte a nós?”
“Isso mesmo”, disse Zorian. “Ele me seguiu até Koth, seria um ato babaca da minha parte simplesmente ignorá-lo agora que estou aqui.”
“Claro, eu acho”, disse Daimen, dando de ombros, gesticulando para que o seguissem. “Ele não é seu namorado, é?”
Zorian franziu a testa, resistindo à vontade de disparar um raio nele.
Zach, por outro lado, estava um pouco menos contido e desferiu um chute na direção de Daimen. Um chute do qual Daimen se esquivou facilmente, Zorian ficou triste ao notar.
“Ah, não sejam tão sensíveis, vocês dois, foi só uma piadinha”, disse Daimen, acenando com as mãos pacificamente à sua frente. “Vocês dois deveriam saber tudo sobre piadinhas, com a brincadeira idiota que vocês me pregaram quando chegaram. Certo?”
Zorian estalou a língua, infeliz. Tá, aqui ele meio que tinha razão.
Daimen os conduziu pela propriedade em direção à pequena casa de hóspedes perto do limite norte do complexo, tomando cuidado para fazer um grande arco ao redor do prédio onde as colmeias de Taramatula estavam abrigadas.
“Vocês não querem chegar perto de lá”, alertou Daimen. “Os Taramatula criam vários tipos de abelhas, e as de combate tendem a ser bem agressivas com estranhos. Seu cheiro é novo, então se você chegar muito perto provavelmente as deixaria em frenesi. Os tratadores as acalmariam, mas ainda assim. É bem assustador ver uma enorme nuvem de abelhas assassinas mágicas vindo em sua direção.”
“Falando por experiência própria, presumo?” perguntou Zach.
“É, elas também não gostaram de mim, no começo”, confirmou Daimen. “Não sei por que os Taramatula não me avisaram para tomar cuidado com isso quando me mudei, mas suspeito que tenha sido algum tipo de trote. Eles queriam ver como eu reagiria se me colocassem naquela situação, eu acho.”
“Tem certeza de que eles não estavam apenas ressentidos por a filha ter escolhido se casar com um plebeu estrangeiro e queriam te assustar?” perguntou Zorian, curioso.
“Não, tenho quase certeza de que estão satisfeitos com a escolha dela”, disse Daimen, parecendo completamente despreocupado. “A política local ainda me dá vertigem toda vez que tento entender, mas os Taramatula consolidaram completamente sua posição no cenário local. O que eles mais querem agora é magos poderosos ao lado deles, e… bem, não quero me gabar muito, mas eu sou meio incrível.”
“A única coisa incrível em você é o seu ego”, murmurou Zorian baixinho.
Daimen ou não o ouviu ou preferiu ignorar o comentário.
“Bem, vou ser honesto com você e admitir que eles teriam preferido que eu me casasse com um dos… familiares menos proeminentes deles”, disse Daimen. “Alguém que não fosse tão próximo do ramo principal da família. Mas eu deixei claro para eles imediatamente que isso não iria acontecer. Eu não estava atrás da mão de Orissa porque cobiçava seu status e influência, eu estava atrás dela porque a amava. Era Orissa ou nada.”
Zorian considerou perguntar a Daimen o que exatamente havia de tão incrível em Orissa, mas decidiu que não se importava tanto com a resposta e permaneceu em silêncio.
Finalmente, eles chegaram ao seu destino — uma pequena e humilde construção que parecia um alojamento um tanto desrespeitoso para alguém que logo se casaria com um membro da família Taramatula. No entanto, Zorian sabia, por conversar com Ulanna, que aquela não era a moradia que os Taramatula designaram para Daimen. Ele tinha um quarto espaçoso na construção central, muito mais adequado para alguém como ele, só que ele geralmente preferia não usá-lo. Ele passava a maior parte do tempo ali, naquele prédio de hóspedes isolado, que lhe fora designado como sua oficina particular depois que ele reclamou que o quarto que lhe fora designado não era seguro o suficiente para trabalhar.
Daimen os conduziu para dentro do prédio, que estava abarrotado de mapas, dispositivos estranhos e o que pareciam ser artefatos antigos recuperados sabe-se lá de onde.
“Não toquem em nada”, Daimen os alertou. “Eu mato vocês se quebrarem alguma coisa.”
Zorian sabia que era apenas uma expressão idiota, mas não conseguia deixar de imaginar Daimen tentando matar os dois e, eventualmente, percebendo no que havia se metido. Isso lhe deu um sorriso radiante. Ah, como aquilo seria glorioso…
“Não gostei desse sorriso”, observou Daimen. “Sério, Zorian, não toque em nada. Isso é relacionado ao trabalho.”
“Estou só brincando com você”, disse Zorian, balançando a cabeça. “Vamos deixar suas coisas em paz, não precisa se preocupar. Como está indo sua expedição, afinal?”
Daimen desabou na cadeira com um longo suspiro de sofrimento, pegando uma estatueta de barro de um homem barbudo da mesa e a encarando por alguns segundos.
“Está… indo”, disse ele, finalmente. Bem informativo. “Estou perto de encontrá-la, sei que estou, mas simplesmente não consigo encontrar a localização exata. Não entendo. Vasculhamos toda a região — e eu sei que é a região correta — mas tudo está simplesmente…”
Ele balançou a cabeça e devolveu a estatueta à mesa.
“De qualquer forma, estou dando uma pausa agora”, disse Daimen. “Imaginei que isso poderia clarear um pouco a minha mente. Deixe-me ver as coisas com uma nova perspectiva e tudo mais. Mas chega de falar de mim, vamos falar de você. Eu estava me perguntando… como vocês dois chegaram aqui tão rápido? Não sei quanto a você, Zach, mas Zorian não poderia ter simplesmente desaparecido de casa antes que nossos pais tivessem partido para Koth. Isso deixa… pouco tempo para realmente chegar aqui.”
Zach e Zorian trocaram um olhar. Os dois haviam debatido o que dizer a Daimen sobre seus objetivos e situação por um tempo, e a conclusão geral foi que não tinham outra opção além de lhe contar a verdade. Zorian não tinha uma opinião muito alta do irmão, mas Daimen era tudo menos estúpido, e conhecia Zorian pessoalmente. Não muito bem, mas ainda assim. Não havia dúvidas na mente de Zorian de que Daimen perceberia imediatamente qualquer história idiota que eles pudessem inventar sobre a visita. E, pela experiência de Zorian, Daimen não era do tipo que aceitava esse tipo de coisa em silêncio.
Eles precisavam de seu apoio total, e a única maneira de convencê-lo da gravidade da situação era contar-lhe sobre o loop temporal e a necessidade da Chave. Esperava-se que Daimen fosse menos irritante de convencer do que, digamos, os Adeptos da Passagem Silenciosa.
“Abrimos um Portal e o atravessamos”, disse Zorian por fim.
Daimen lançou-lhe um olhar estranho.
“Um Portal? Tipo, uma passagem dimensional?” perguntou.
“Sim”, confirmou Zorian. “Criamos um portal direto de Eldemar para aqui em Koth.”
“Você está dizendo bobagens, mas parece completamente sério”, observou Daimen. “Ou sua atuação melhorou muito ou está me confundindo com um idiota. Zorian, se vai mentir para mim, pelo menos verifique as coisas antes para torná-las pelo menos um pouco plausíveis. Você tem ideia de como é difícil lançar o feitiço do Portal?”
“Ah, sim”, Zorian assentiu seriamente. “Levei um tempo para pegar o jeito.”
“Tenho certeza”, Daimen revirou os olhos. “Quer dizer, você dominou o feitiço tão bem que aparentemente consegue abrir a passagem de Altazia até o sul de Miasina. Como isso funciona, aliás?”
“Bem, primeiro eu fiz um simulacro e enviei para Koth…” começou Zorian.
“Ah, então você também sabe fazer simulacros? Parabéns, irmão, você é mesmo um prodígio”, elogiou Daimen, em tom zombeteiro.
“Então, quando minha cópia chegou aqui, combinamos um com o outro para abrir a passagem entre nossos dois locais”, continuou Zorian, ignorando a provocação. “Com dois conjuradores trabalhando no feitiço em cada extremidade da passagem, a distância não seria um problema.”
“Isso é…” começou Daimen, e então parou e murmurou pensativamente para si mesmo por alguns segundos. “Certo, acho que isso poderia funcionar. Parabéns, eu acho. Pelo menos uma parte da sua história se sustenta. Mas ainda é bobagem, porque você não consegue conjurar nenhum desses dois feitiços. Droga, eu não consigo conjurar nenhum deles, então como é que você conseguiria?”
Zorian estava prestes a responder, mas Zach foi mais rápido.
“E se a gente provar para você?” perguntou ele.
“Provar para mim?” perguntou Daimen, incrédulo. “E como você propõe fazer isso? Abrindo outro Portal para Eldemar?”
“Claro”, assentiu Zorian. “Ver para crer. Nada que possamos dizer seria tão convincente quanto simplesmente mostrar a verdade. Felizmente, deixei outro simulacro em casa, então podemos abrir um portal lá quando eu quiser.”
“Zorian, isso é levar a piada longe demais, sabia…” suspirou Daimen.
“Não custa nada nos dar uma forcinha”, apontou Zach. “Na pior das hipóteses, você vai ver o Zorian se fazendo de idiota por um tempo.”
Daimen considerou isso por um segundo e depois riu por um instante.
“É, você tem razão nisso”, disse Daimen, sorrindo.
Babacas, os dois.
“Então, devo abrir um portal aqui mesmo?” perguntou Zorian inocentemente. “Já que eu obviamente não consigo, não deve ser um problema, certo?”
“De jeito nenhum”, disse Daimen. “Não vou arriscar minha oficina só para você provar seu ponto.”
Zorian sorriu para ele.
“Pirralho irritante”, resmungou Daimen. “Tudo bem, tanto faz. Não tenho ideia do que vocês dois estão tramando, mas vou entrar no jogo por enquanto. Em troca, porém, quero que prometa que me dirá depois por que está aqui. Por que realmente estão aqui, quero dizer, não outra história fajuta.”
“Fechado”, disse Zorian, concordando com o pedido com tranquilidade. Ele ia fazer isso de qualquer maneira, então não lhe custaria nada prometer tal coisa. “Quando você tem tempo?”
“Não estou fazendo nada agora”, disse Daimen, balançando a cabeça e se levantando. “Vamos. Quanto mais cedo acabarmos com isso, mais cedo poderei voltar ao meu trabalho e para a Orissa.”
Zorian quase se sentiu mal pelo irmão mais velho. A demonstração que Zorian planejava dar era apenas o começo. Não haveria uma rotina tranquila para Daimen neste recomeço, pelo menos se Zorian conseguisse convencê-lo de que ele estava dizendo a verdade.
Quase. Mas não exatamente.
“Achei que você tivesse dito que estava dando uma pausa no trabalho”, apontou Zorian.
“Cala a boca”, respondeu Daimen. “Você sabe o que eu quis dizer.”
“Ele está ‘trabalhando‘ com a noiva”, disse Zach, com um sorriso lascivo no rosto. “Tenho certeza de que é um trabalho duro e físico.”
Daimen murmurou algo sobre adolescentes, mas não comentou mais nada sobre a afirmação de Zach.
“Precisamos sair da propriedade Taramatula para isso?” perguntou Daimen. “Se vocês acabarem causando outra cena ativando as barreiras defensivas ou algo assim, vou ficar bem irritado com vocês.”
Zorian murmurou pensativamente.
A maioria das barreiras não era feita com a detecção da criação de portais em mente, mas nunca se podia saber com certeza como um esquema de proteção desconhecido reagiria. Não sem antes iniciar uma análise extensiva das próprias proteções, o que por si só poderia desencadear algo e soar o alarme. Sem saber como as barreiras locais estavam dispostas e quais eram seus limites de sensibilidade, Zorian só podia recomendar cautela. Assim, o grupo deixou a propriedade, deixando um recado para os guardas de que voltariam ‘daqui a pouco’.
Sem surpresa, isso acabaria sendo um grande eufemismo. Provavelmente estava tudo bem, no entanto — Zorian vira o olhar que os guardas de Taramatula lançaram a Daimen quando ele disse que voltaria ‘antes que percebessem’, e tinha a sensação de que não era a primeira vez que Daimen fazia esse tipo de coisa.
Talvez se questionar o que Daimen via em Orissa era uma pergunta errada. Uma pergunta melhor seria: o que diabos ela viu nele?
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