Capítulo 58: Segunda Possessão
Aviso aos leitores:
Os são publicados aos domingos, ao meio-dia e meia. Tenho enfrentado alguns problemas de saúde que têm dificultado meu processo de escrita e postagem, por isso conto com a compreensão de vocês.
Outro ponto importante: por favor, deixem seus comentários! Vocês não imaginam o quanto um simples comentário ajuda um criador de conteúdo a entender a recepção da sua obra e a se motivar a continuar.
Dito isso, desejo a todos uma ótima leitura e espero que aproveitem o capítulo!
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Sangue… tudo estava envolto em sangue. Oedon voltou e, dessa vez, não passava de um ser caótico. Mesmo antes, ela tinha alguma razão em seu pandemônio. Agora, igual a um animal, ela destruía o meu corpo imortal em um desejo eterno de destruição. Minha mente estava lentamente se esvaindo, mas… eu não podia fraquejar, eu tinha que salvá-la!
De repente, Oedon foi lançado para longe ao mesmo tempo em que duas entidades se materializaram à minha frente. Uma de luz e outra de escuridão, ambas com a aparência de uma silhueta feminina que logo reconheci como Say e May.
May se aproximou de mim, acelerando ainda mais minha cura, enquanto Say entrou em combate com Oedon.
— Não machuque ela, é a Rekka quem está possuída! — gritei, pois, se não, Say a destruiria.
Uma estratégia defensiva foi tomada até que eu estivesse recuperado para me juntar à luta. — Alguma ideia de como tirar aquela coisa da Rekka?
— Tenho, mas caso não funcione nós dois morreremos.
— O quê!? Não podemos arriscar tanto…
Pulei em direção à minha esposa, abraçando-a de forma que seus membros ficassem imobilizados, começando a liberar minha energia para que fosse absorvida por ela. Ao mesmo tempo, Oedon invocava seus tentáculos, perfurando meu corpo para que eu a soltasse, mas eu não iria. Ela não vai morrer, eu vou criar um novo futuro.
Os olhos esmeralda de Rekka, que haviam se tornado dourados graças à possessão, lentamente voltaram ao normal. Mas, no fim, apenas um deles retornou à cor original. Ao mesmo tempo, comecei a absorver a escuridão de minha amada, fazendo com que meu braço esquerdo e o seu direito se tornassem negros. Isso nos fez cair desmaiados em uma poça de sangue.
Horas depois, acordei em uma espécie de enfermaria montada em um prédio, notando a repetição dos eventos: minha quase morte, o despertar de Oedon, a possessão de Rekka e o ritual para purificá-la.
Mas, diferente da primeira vez, eu não consegui retirar a escuridão de minha amada, apenas dividi-la entre nós. Agora, meu braço pulsava em trevas e uma imagem maldita se manifestou diante de mim.
— Não use essa palavra feia para se referir a mim, Bruce. — foi o que a alucinação de LoGiC disse em minha mente. — Eu não sou uma alucinação.
— Ele te apagou. Então você não passa de uma ilusão da minha mente. — pensei, atravessando-a em direção à saída.
— Mesmo me odiando, você não queria me apagar. Por isso fui mandada para o ciclo de reencarnação. O que Alterny colocou na Rekka era uma Legion, almas rejeitadas pelo ciclo. E eu era uma delas. — Não importava o que ela falasse, eu não me importava.
— Por acaso, a sua defensora está no quarto, no fim do corredor à esquerda.
Como ela disse, Rekka estava no quarto mais à esquerda do meu. Quando cheguei ao local, a encontrei em posição fetal, com o braço direito enfaixado por um pano semelhante a gaze médica, enquanto chorava. Afinal, ela estava consciente enquanto tinha seu corpo usado por Oedon.
— Que parte da Legião de Almas você não ouviu? Oedon não existe mais, agora ela e a Aeon são suas amigas de infância, e a Say e May tomaram seus lugares. — insistia a voz.
— Espera… você é capaz de me ouvir? — Mas é claro. Eu fui igual a você: uma metade de alguém, que narra a sua história.
— Você não é mesmo uma alucinação?
— Não. Sou eu, a Aya, ou pelo menos o pedaço de mim que você não gosta.
Enquanto tínhamos nossa discussão interna, Rekka estava lentamente sendo tomada pela escuridão. Só percebi quando ela disse, em alto e bom tom: “Socorro!” Corri até ela, e isso fez com que nós dois fôssemos levados ao mundo espiritual, de corpo e alma, ao sermos tragados por uma luz vinda do meu colar.
Foi então que vi que tudo estava diferente. Estávamos no território de Ventisca (Dragão do Mar e representação literal da alma de minha amada), que mais uma vez estava sendo devorado por um aglomerado de almas. Anteriormente chamado de Abaddon, agora se apresentava como Legion.
Flutuando no mar das almas, que havia deixado de ser azul e límpido para se tornar vermelho como sangue, além das almas estarem fugindo do ataque, sabíamos que tínhamos que ajudá-las. Estendi minha mão para cima, gritando.
— Venha a mim, Pendragon…! — Mas foi inútil. Nada aconteceu. Foi então que notei que a escuridão já se espalhava pelo meu corpo. Assim como Ventisca, Pendragon também travava sua própria luta.
O desespero começou a tomar minha mente mais uma vez até que — Eu sempre estive ao seu lado, então, mais uma vez, me deixe te ajudar. Bruce! — A escuridão que nos imobilizava foi destruída ao mesmo tempo em que uma esfera de luz surgiu no céu do Reino Espiritual. Dela saiu LoGiC em sua forma divina. Sua luz fortaleceu Ventisca, que começou a ter sucesso na luta contra Legion. Além disso, ela nos levou até a praia, tocando o meu peito antes de se desfazer em luz junto ao corpo de Rekka.
— Desta vez… — Eu não sabia, mas meus olhos voltaram a brilhar em dourado enquanto eu dizia: — Venha a mim, Infinity! — Três pilares de luz divina se ergueram em direção ao céu, vindos dos territórios de Tun, Ventus e Pendragon, convergindo na esfera de luz criada por LoGiC, gerando uma cópia de mim.
Em um gesto, a cópia destruiu Legion. De lá saiu um quarto pilar, que, como os demais, se uniu à esfera, criando um pequeno sol que destruiu todas as almas rejeitadas de uma vez, antes de se decompor nos quatro Dragões Elementais e na própria LoGiC, que agora assumia a forma infantil de Aya, lentamente caindo em meus braços, onde tomou a forma de uma pequena raposa branca.
Eis que os Guardiões se aproximaram de mim, curvando-se. Eu podia não ter notado, mas havia tomado a exata forma de Alterny.
— O que houve com as Deusas? Por que não ajudaram?
— Senhor, mas… que Deusas o Senhor está falando?
— Aquele maldito…
Em um piscar de olhos, eu estava diante do Portão do Vazio da Criação, com a pequena raposa em minhas mãos, preparando-me para abrir a porta. Ao fazê-lo, de lá saiu apenas um vazio. Por eu o rejeitar, Alterny havia perdido seu corpo físico e não passava mais de uma ideia. Agora, assumia uma forma semelhante à minha, com a diferença de seus longos cabelos cinzentos, olhos azuis e uma longa túnica branca.
— Por que essa feição? Não gostou do meu presente ou apenas já se cansou de fazer o meu trabalho?
— Onde estão… onde estão a Say e a May?
— Suas irmãzinhas? Estão apenas tirando um cochilo. É só um pouco doloroso ter a única coisa que te mantém vivo retirada.
Em um movimento rápido, os fragmentos da Night Veil incluindo o que estava preso em minha perna voaram em direção a Alterny. Seu peito foi perfurado ao mesmo tempo em que seu corpo era preso por um cristal negro.
— Ninguém é capaz de me matar. Isso inclui você!
— Eu sei, mas vou garantir que você nunca mais interfira na minha vida. — Foi o que falei ao tomar sua Autoridade Divina de uma vez por todas.
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