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    E é voltamos as crianças de preto.

    Na quarta-feira, enquanto os viajantes continuam rumo ao seu destino, na cidade de Mu, as crianças de preto diariamente começam sua própria jornada cedo. A rotina se inicia assim quando o sol nasce às cinco e meia, onde os alunos começam a arrumar seus quartos e colocarem os uniformes, diferente do uniforme de serviço, usam o uniforme cotonete, usando camiseta branca, calça preta, boné preto e sapatos pretos. 

    Todos os membros vão até o pátio do prédio para o toque de alvorada, executado por um trio específico dos vinte seis alunos que permaneceram e foram recrutados por Kiti Kuro.

    Eles utilizam trombetas para o toque, e se posicionam atrás de Kiti a esquerda, que fica a frente de todos os alunos, que se encontram em formação, com o membros de cada trio um a frente do outro em fileira, com o porta voz, aquele que se direciona para falar com Kiti a frente.

    O porta voz do time de Barke, é Akuto que fica a frente, Barke ao meio e Raikou que fica atrás é a única exceção dentre todos os outros alunos, ele é o único que não usa botas, mas sandálias de madeira.  

    Após a formação, eles se juntam na cantina do prédio, onde há diversas mesas espalhadas e bancadas para que os alunos sejam servidos por outros alunos responsáveis pela alimentação. As mesas são retangulares e com seis assentos em volta, todas afastadas com cerca de quatro metros de distância, são organizadas de forma proposital com que uma mesa fique com alguém faltando, e obrigue os grupos os trios a ficarem isolados e escolherem com quem vão sentar, e é estritamente proibido se levantar para ir falar com alguém ou trocar de mesa. 

    A comida é servida em uma bandeja de metal de aço, cada um tem a sua, e seus talheres. Café da manhã, conta com mingau de aveia, ovos mexidos, duas fatias de pão de forma integral, uma maçã e na caneca de metal de cada um, é servido café preto puro. Barke, Akuto e Raikou sentam juntos esperando outros colegas.


    — Acostumei com café, mas ainda prefiro meu chá mate — diz Barke em tom saudosista em relação ao chá, enquanto o vapor do café deixa seus óculos embaçados.

    — Pra mim sempre vai faltar açúcar — comenta Akuto, erguendo a xícara de café dando uma olhada, achando o sabor sem graça.

    — Não ouse falar isso, o último que pediu açúcar, viraram um pote inteiro no café dele — avisa em tom cômico, porém com leve preocupação. — A galera da trombeta ainda tá pegando o café, olha eles ali – acena para a fila. 

    Mas quem senta junto a eles é Oliver e seus parceiros, o trio azeitona. George senta ao lado de Barke, que apesar de sentar em uma cadeira ocupa muito espaço, e deixa Barke desconfortável. Oliver se senta ao lado de Akuto, e Tone senta ao lado de Oliver, ninguém ousa se aproximar de Raikou naquele momento, Barke até mesmo se esforça para não encostar em Raikou e não acabar o incomodando.

    — Ai quem chamou vocês aqui? — questiona Barke.

    — Fica na sua, agente que fala com seu porta voz, e não com você — afirma George, em tom afrontoso.

    Akuto fica calado, apenas olha para eles, dá um gole no café, e espera pela palavras deles. Oliver coloca o braço por cima de seu ombro, o abraçando e puxando para perto. 

    — Então, como vai sua missão? — pergunta Oliver, em tom de cobrança.

    — Confidencial, não posso informar, devia se preocupar em dar duro no treinamento, afinal vocês são responsáveis pela segurança da capitã do lado de fora, a gente lida apenas com a parte prática e de pesquisa — responde Akuto, solene de forma paciente.

    — É, mais sabe, é que tem mais prestígio por ela, eu queria saber desses bandidos, são perigosos para a capitã? — pergunta Oliver, agora de forma diferente, mais pacífica, a calma de Akuto, quebrou sua compostura. 

    — É — concorda Akuto e demora um pouco para responder. — Vou ser sincero, é possível que eles saibam que a capitã mandou a gente os investigar, mas o chefe deles pouco faria algo, a capitã tem respeito. 

    — É, mas teve um cara que eu não gostei muito da postura dele, o filho do chefe, é um babaca — afirma Oliver, sendo sincero com Akuto. 

    — Fique tranquilo, temos ele sobre vigia — tranquiliza Akuto. 

    — Ei Akuto, melhor parar de falar — intervém Barke, preocupado com o andamento da missão.

    — Cala a sua boca e deixa o cara terminar — repreende George, que logo em seguida rouba os ovos do prato de Barke.

    — Ei seu gordo! — ofende Barke, ficando irritado, ele pega a faca apertando com raiva, enquanto é encarado por George, e logo solta a faca.

    — Vocês dois, dá uma segurada — diz Tone sorridente, achando graça na interação dos desafetos.

    — Eai . . .

    Antes que Oliver possa prosseguir com seu diálogo, o alarme toca, indicando o fim do horário para o café da manhã, Oliver encara Akuto, e combina de se encontrar com ele mais tarde, para resolver os assuntos inacabados.

    — Conversamos mais depois.

    Após o café da manhã, vem a faxina do local, o qual o grupo de Barke, Akuto e Raikou se livram, o grupo se direciona ao escritório de Kiti. Barke e Raikou ficam do lado de fora, na sala de espera, pois apenas Akuto pode entrar para falar com a capitã. 

    Frente a sua chefe, Akuto se mantém com seriedade, mais despreocupado, observando a sala. Que por estar de dia, às janela atrás da mesa Kiti é mantida com a cortina aberta, para iluminar o local, a mesa de carvalho da capitã está limpa, sem nada na mesa exceto dos materiais de escrita em uma vasilha, como canetas, clipes e lápis, e seu quepe e uma moldura com uma foto que mantém virada para ela. A capitã está completamente uniformizada, com exceção do seu quepe.

    — Eu já li a redação individual de cada um, junto do relatório da missão do grupo ontem, me preocupa que tenham sido vistos, não existe negociação ou acordo, mas não há hostilidade entre eu, e Lowei, ou qualquer outro com atividades parecidas. — esclarece Kiti, inclinando-se para frente, ficando mais próxima de Akuto. — Mas, é suspeito, o fato de eu estar investigando o filho de um empresário de sucesso, já imaginou o que poderia ocorrer a mim se algo acontecesse a ele? Barke é um achado raro, quantos podem se gabar da habilidade de conseguir perseguir um alvo, e o localizar em uma cidade como está, ou neste império? Em todo lugar que vai, há muitas pessoas para te confundir. No entanto, ninguém é perfeito — diz isto entrelaçando os dedos, colocando a mão na mesa, e realçando os olhos. — A falha dele, pode tirar a vaga de vocês nesta operação, está falha é inadmissível, eu preciso que tenha certeza que todos os locais indicados, estejam certos e o seus estudos estejam corretos, se não serão responsabilizados por tudo. 

    — Sim, senhora. Barke não estava de uniforme, não a chance dele ser identificado, mas tudo confere, você tem tudo certo para enviar a policia, e eles iniciarem uma investigação a Lowei, o prender preventivamente e conseguirem um mandato para a sua mansão — afirma confiante de suas competências, mesmo com a repreensão sua calma não se abala. 

    — Pro seu bem, é melhor que esteja certo. Dispensado no momento, nos vemos após o almoço, operações suspensas hoje.

    Dispensado, Akuto se retira da sala, e junto com seus colegas repousa até o fim da faxina, quando os grupos partem para a área de treinamento daquele edifício. Uma quadra poliesportiva 21×42 metros. Pintada de azul no centro e de borda amarelas.

    Como um dos exercícios os alunos correm em volta da quadra, até que o sinal toque, a frente de todos, correndo muito mais rápido e usando sandálias, está Raikou, que corre tão rápido que é difícil ver seus pés tocarem o chão, seu piso é tão forte que ele se arremessa a cada passo, percorrendo metros. Isso faz com que os outros foquem os olhos nele, com admiração e inveja. 

    Comparado a Raikou, seus parceiros têm desempenho mediano, Barke se destaca por sua consistência, mantém um ritmo fixo e Akuto é persistente, mas fica para trás comparado aos seus parceiros, se cansa, mais se mantém firme na corrida, neste dia, ele tem companhia, Oliver propositalmente fica para trás o acompanhando.

    — Ei, ei! — cochicha para Akuto. 

    — Eu estou preocupado com a capitã, vamos colaborar?

    — Certo, me diga, ela sofre algum perigo? 

    — O filho do mafioso, pode ter visto um de nós em missão, e acabar abrindo a boca pro pai.

    — Me fala logo onde eu posso o encontrar, o que descobriram. 

    — Se ele abrir a boca eu estou ferrado, o que sabemos é que ele frequenta um clube na avenida do álcool, mas não é certeza que estará lá, em dia de semana ele foi lá, mais provável que fosse resolver algo, mas como ontem foi atrapalhado, hoje pode acabar voltando.

    — Que horas? 

    — Eu só posso dizer que tarde da noite.

    — Não tem um palpite melhor?

    — Néctar das moças, é um lugar onde pode observar, mais não faça nada de idiota. 

    — Você não me dá ordens — corre se afastando dele o deixando para trás.

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