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    Na madrugada de quinta, Barke e Akuto se mantêm acordados até tarde no laboratório de pesquisa forense. Ambos trabalham com uma flor estranha, a mesma que Dembele cultivava nas fazendas de pé de pano. 

    A flor é usada para observação e como base para criar um composto sintético, que molda em forma pastosa em cima de uma mesa de análise, sobre uma luminária de lâmpada de vapor de mercúrio, assim como as luzes no teto, tudo isso para manter a temperatura local regulada. 

    As comparações são feitas de diversas formas, eles queimam uma parte da amostra para ver se a combustão é a mesma, se o odor é igual, apenas não experimentam o composto por ser proibido. Mas tudo é idêntico, antes de ser queimado possui um cheiro terroso, quando queimado o odor é forte, e impregna no local, mesmo com ele tendo uma boa ventilação.

    — Conseguimos é igualzinho ao que o Raikou coletou e os das encomendas — compara Akuto, colocando o que produziram na mesa, ao lado de duas embalagens. 

    Apesar de cada uma das amostras ter diferenças, é notável que se tratam do mesmo objeto em análise, se diferenciado por conta das embalagens, uma das pastas esverdeada escura, a das encomendas, outro produto é a mesma pasta, mas está em cima de uma folha de seda que fora desembrulhada.

    — Obrigado, seu conhecimento sobre plantas foi necessário, extrair a resina diretamente da planta, minha especialidade são flores, você é mais generalista em relação a natureza, cobriu minhas deficiências — Akuto elogia Barke, enquanto guarda as amostras para a comparação.

    — Certo, mas você que fez todo o processo complexo, eu só auxiliei, enfim, o Raikou também mandou bem, ele pegou isso dos bandidos como? — pergunta Barke.

    — É melhor nem sabermos, eu descartei algumas amostras do produto que ele trouxe que estava sendo vendido porque tinham manchas de sangue, isso poderia se tornar um problema para nós — justifica Akuto.

    — Caramba, quando eu disse uma vez que iria morar aqui, eu ouvi muitas histórias, na verdade desde que me mudei ouvi várias em bares por aí, eu gosto de conversar, a do clã dele é uma das mais assustadoras.

    — Eles carregam o clã no sobrenome, que tipo de famílias eram parte deste clã? — pergunta Akuto. 

    — Diz uma lenda que são demônios em corpos de humano, mais hoje se limitam a apenas um pequeno povoado com poucos habitantes, estão apagados, é triste ver que a lendas sobre seus ancestrais mais que eles são apenas camponeses — explica Barke sobre o que sabe sobre o clã.

    — Não, Raikou é com certeza diferente dos outros homens, enfim Barke, eu vou apenas tirar as fotos de registro, terminar a redação e o relatório técnico para entregar amanhã para a capitã, boa noite liberado. — Akuto libera o seu amigo e parte para terminar o trabalho.

    — Valeu, não demora para dormir — indica Barke antes de sair.

    — Não se preocupe, eu aproveitei o descanso que a capitã deu, para dormir bastante a tarde, e um pouco da noite, estou pronto para varar a madrugada e ainda assim continuar bem! — justifica Akuto.

    Guardando tudo em seu devido lugar, Akuto começa a se concentrar apenas em escrever o processo na redação de forma estruturada, o que faz rápido por ainda estar fresco em sua mente. Já no relatório, é preciso revisar muitas informações, e ele decide fazer isso com calma, sem pressa, quando termina, vai saindo decepcionado com algo, até que a mão de Oliver impede que ele feche a porta.

    — Preciso que nos ajude! — diz Oliver, com olhar sério e assustado, ele não consegue disfarçar o desespero.

    — Fique calmo, e me diga o que precisa, que eu resolverei! — assegura Akuto, envolvendo o pulso de Oliver com a mão, aperta firme o fazendo focar nele. 

    Na hora do nervosismo, quem comanda é quem mantém a mente fria. O trio de Oliver, George e Tone, apenas seguem as ordens, trazendo o que embalaram em um cobertor roubado do apartamento de Hortênsia. Tudo é feito de forma discreta e silenciosa, até a sala de pesquisa forense, onde Akuto começa a colocar seu conhecimento em prática, ele desenrola o cobertor para analisar a situação, e se depara com o corpo de Piyen sem vida, trazendo o odor metálico característico do sangue.

    — Um buraco e tanto — observa Akuto, mantendo a tranquilidade, enquanto coloca luvas de borracha, e vai analisando o ferimento na cabeça, o que deixa os outros com nojo, ele enxerga com naturalidade. — É, grande estrago, quem foi o responsável? — Akuto olha para os três, e fica sem resposta, mas percebe que Tone é o que mais treme, assim tendo sua resposta. — Tudo bem, quero todos de luvas, vamos cortar o corpo dele em pedaços, vai facilitar na hora de separar os ossos da carne, e levar toda a carne para cozinha, liberem as mesas, e passem papel descartável por cima, para acobertar o sangue, vai ter muita sujeira. 

    — E o que vamos fazer com a carne e os ossos depois disso? — pergunta Tone gaguejando, apavorado com a situação.

    — Vocês são fortes, esmaguem os ossos, até virar pó, a carne! — explica Akuto, enquanto eles pegam os papeis e liberam espaços na mesa.

    O grupo pegam serras e bisturis, Akuto que nunca demonstrou tais habilidades, vai demarcando com um piloto os pontos que devem ser cortados. E o primeiro ponto cortado é de debaixo do umbigo até o peitoral, que depois é aberto grosseiramente. 

    — Os órgãos, está parte é delicada — diz Akuto, os indicando a ter cuidado.

    Todos os órgãos são retirados com cuidados, e colocado em no mesmo pote, até mesmo o cérebro, está parte é feita por Akuto, se utilizando uma furadeira especifica que há na sala, feita especialmente para embalagens fechadas que precisam ser arrombadas, o que faz com a cabeça já danificada é apenas abrir espaço, para que com a pinça e muita habilidade, o que há dentro seja retirado.

    O próximo pato de Akuto, é cortar os nervos com precisão que facilitam na hora do trio serrar o corpo. Que em instantes, com o trabalho em equipe é dividido em partes diferentes, que são levadas para mesas diferentes, onde eles podem limpar ao máximo os ossos, com tudo separado, eles dividem as funções conforme Akuto ordena. 

    — Eu vou ficar com o Tone, e conforme eu for separando a carne dos ossos completamente, ele vai levar para o Oliver transformar isso em pó, precisamos fazer tudo aqui, então George, garanta que isso esteja limpo, a poucos fogareiros e vasos de vidro para tantos ossos, porém separamos o máximo que podíamos! — diz Akuto, colocando óculos de proteção, máscara, touca e avental.

    Tone coloca a mesma vestimenta de Akuto para se prevenir, e assim o grupo vai seguindo as funções designadas por Akuto. Até que toda a carne, seja dissolvida na solução de soda cáustica, e se torne uma pasta, a qual são descartadas em sacos de plásticos resistentes, junto do líquido que é despejado. Martelando com toda a força, Oliver tritura os ossos até onde consegue, e coloca em um pote, e George é encarregado por organizar tudo. 

    — E agora, não dá para sair está hora, está tudo trancado, onde descartamos estes sacos? — pergunta Oliver preocupado e enojado com todo o processo.

    — Amanhã vocês resolvem isso, eu vou finalizar por aqui, acabou! — ordena Akuto, pegando o pote com o pó de osso.

    Após sumirem com o corpo completamente, o trio de Oliver parte para seu dormitório, apesar de nenhum deles conseguir dormir naquela noite. Oliver fica nervoso em ser descoberto, George se segurando o tempo inteiro para não vomitar, revivendo cada momento o que fizeram com o cadáver e Tone se sente culpado por tudo ter chegado até aquele ponto, quando em sua mente revive o barulho da arma, vem os flashes de tudo que ocorreu depois. 

    Já Akuto, usa o pó de osso realmente como adubo no jardim do salão principal do prédio, e plantas novas sementes no local. E volta para passar a noite dentro da sala de pesquisa forense.

    Quando o dia começa, todos em seus postos em seus locais, Oliver, George e Tone estão acabados, com muito sono, mais de expressão abalada. Akuto no entanto permanece bem, o restante não percebe nada demais, apenas Barke que olha estranho para os três que estão mal, e que não conseguem parar de se entre olhar e olhar Akuto que se manteve calmo no pior tipo de cenário.

    Logo depois do almoço e durante a faxina matinal do local, o trio de Akuto, Barke e Raikou se reúne na sala de espera, enquanto Kiti analisa o relatório técnico entregue por eles e a última das redações. Ela sai de sua sala, se reunindo com os três.

    — Parabéns a vocês, eu consegui colocar a polícia no caso, e depois que prenderem Lowei, vocês serão condecorados, isso significa um passo para a batalha real, provaram o seu valor! — Kiti os parabenizá se sentindo satisfeita. — Estão livres até a semana que vem! 

    — Uh! — grita Barke comemorando. — Isso é demais! — comemora jogando os braços para cima, e depois abraçando seus parceiros. — Hoje é por minha conta! 

    Barke se exalta nos ânimos, esquecendo até mesmo o que te incomodava em relação a Akuto anteriormente, Akuto mostra alguma expressão diferente da postura de sempre e indiferente, ele sorri verdadeiramente feliz e satisfeito, e isso se potencializa quando ele vê Barke comemorando, se sentindo bem por o ter ajudado a proporcionar aquilo a ele. Raikou apesar de não comemorar, sente-se realizado com a conquista do grupo.

    Bang! Espero não ter saído muito do tom para maioria, mas as coisas se conectam

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