Capítulo 45: Fim da refeição, fim do pavio
Diferente de Surudoi e Hiro que ficaram a longa distância, Hareta e Saikyo já se aproximaram, apesar do agiota tentar intimidar a garota, tanto com o tamanho e o olhar, a garota sequer demonstra receio em o encarar de frente.
— Torturar não é legal garota, mas perdi a honra a tempos, se renda! — ordena Hareta, gritando com a garota, fazendo doer os ouvidos.
— Cala a boca — responde Saikyo cansada de ter que ouvir ameaças sem atitudes.
Hareta salta para perto dela desferindo suas mãos contra o chão, as esferas de aço que segura quebram o chão, e o impacto faz com que voem estilhaços em cima de Saikyo. O movimento do agiota é focado em tirar a atenção da garota. Por consequência, Saikyo coloca os braços em frente ao rosto para o proteger dos estilhaços que machucam seu corpo, mas não é o suficiente para causar danos significativos. Hareta tenta se aproveitar e abre a sua mão esquerda, e a usa para tentar agarrar Saikyo pelo pescoço enquanto ela aparenta estar atordoada, o que não funciona, pois a garota se afasta empurrando o braço do homem e indo para trás.
— Não sou sensível à poeira para ficar abalada — afirma Saikyo, se mantendo firme.
— Oh, então você é uma corajosa, vou lhe ensinar o que a coragem causa — avisa Hareta, mantendo o tom ameaçador, fecha os punhos firmemente, contraindo seus músculos, fazendo os botões da parte de cima da blusa se abrirem revelando seu peitoral, com cicatrizes de corte no peito. — Uma briga de verdade muda a vida de uma pessoa, a que mudou minha vida, me mandou para o hospital, sabe quanto tempo demora para recuperar-se de uma fratura?
— Meus ossos são fortes — responde Saikyo, se mantendo neutra.
— Vai sentir falta das suas pernas! — avisa Hareta, antes de disparar com as esferas de aço nos joelhos de Saikyo.
Saikyo salta por cima do golpe de Hareta, o que o faz pensar “Vamos me acerte, isso vai doer em você, sempre doi em vocês”, conhecido por sua resistência na cidade, as cicatrizes foram por conta de tentativas de assassinatos, e ele sempre se lembra da primeira, a que tornou ele quem é.
O jovem Hareta ia em direção a um beco escuro fumar, e contar as notas que havia conseguido, enquanto seus colegas esperavam, ele via grudado na parede um papel com o anúncio de alistamento militar. Mas quando se vira para voltar a falar com seus amigos, um jovem o observa, e o pergunta se ele se lembra do dia passado.
— Relaxa nerd, eu não vou roubar seu lanche hoje — lembra de Hareta de suas palavras para seu colega de escola, enquanto sorria convencido do medo que o causava.
Naquele momento em que Hareta sentia que podia fazer o que quisesse com o seu colega, ele decide apenas ir embora rindo dele, o humilhando completamente. O que não esperava, é que logo em seguida vinte homens o cercaram naquele beco, e ele apenas acordou semanas depois no hospital, com o cheiro de cigarro no ar.
— Foi um erro ter batido no meu filho, sabia? — perguntou o mandante do crime na sua frente.
— Dane-se, você se vingou, eu nunca mais vou poder me alistar, me tirou meu sonho — respondeu o jovem Hareta desiludido.
— Só que eu vim te alistar, quero te contratar garoto, eu mandei vinte homens te baterem, você nocauteou dez deles, e vários outros tiveram fraturas nas mãos, ao te bater, quer ao invés de extorquir moleques, ir atrás de gente grande?
— Eu queria ser como o General Honda, não extorquia por mau, era para ter um pouco mais de dinheiro — afirma o jovem Hareta arrependido de suas escolhas, seus olhos começam a se encher de lágrimas, que os fazem arder.
— Bom, agora você só pode pensar no dinheiro mesmo, e comigo pode ter muito dinheiro — propõe o criminoso interessado no jovem.
E no agora, Saikyo carrega toda a força em seu punho direita o lançando contra Hareta, que projeta sua testa contra o golpe em forma de defesa.
— Meus ossos são como a armadura do general Honda! — afirma Hareta com certeza.
Diferente do que o agiota esperava, a mão de Saikyo fica intacta, e quem sofre danos é ele, ficando tonto ele cambaleia para trás. Por outro lado, seu aliado, Surudoi está mais seguro, devido a distancia que mantém de seu alvo, mas logo se prepara para o ataque, agarrando as correntes que usou para lançar as lâminas, as puxa para si, fazendo com que as lâminas que estavam cravadas na mesa saiam violentamente, a partindo em pedaços, e com a outra mão atira as outras correntes com lâmina em cima de Hiro.
Hiro pisando na borda da mesa com força, salta enquanto a mesa se despedaça, e no ar, segurando em suas mãos as pernas da mesa que usa como bastões, rebate lâminas batendo no centro delas, enquanto pensa “Não posso ser acertado, pode haver veneno nas lâminas”. Apesar da habilidade, Hiro, deixa uma lamina passa por ele, a qual ele não se defende pois não vem em sua direção, e quando ela volta, passa por entre os braços dele, pois o objetivo com este ataque era o amarrar com a corrente, e quando Hiro e olha para o seu antebraço direito o vê envolto das correntes, com a lamina por cima, o causando medo de ter o membro arrancado fora.
— Nem mais um passo! — ameaça Surudoi, sorridente mostrando seus dentes podres outra vez, no momento em que ele fecha a mão sobre a corrente que amarra o antebraço de Hiro, é quando fica possível perceber o seu sadismo.
A mesma fala que ele se lembra de falar quando amarrava os rapazes em frente as garotas, e se aproximava delas impotentes, detendo total poder sobre elas. Em paralelo no momento em que se aproxima de Hiro, o assassino gira as correntes de sua mão esquerda, com as lâminas fazendo o chiado no ar de forma assustadora, detendo vantagem sobre o garoto.
— Garoto, ele não utiliza veneno. Eu percebi através da mira dele que se foca em juntas dos ossos, ele gosta de separar membros, como um açougueiro, se solte logo! — ordena Li Han, impaciente em ver seu aluno ser incapacitado, e entendo o receio dele.
— Então que assim seja! — Hiro com coragem puxa seu braço girando para minimizar os danos, e levantando sua perna chuta a corrente, enquanto vai para trás.
O movimento de Hiro o livrou da prisão das correntes, mas as lâminas deixaram cortes profundos e graças ao movimento giratória que ele fez o seu braço não foi fatiado em pedaços, mesmo assim muito sangue espirra, escorrendo até o cotovelo da onde começa a pingar no chão pintando o piso de cerâmica branco de vermelho. Hiro mesmo ferido, se manteve firme segurando as pernas da mesa que havia arrancado para usar como “bastões” de madeira.
Tal prova de determinação fez assassino perverso Surudoi arregalar os olhos, intimidado buscando não deixar passar a oportunidade, se aproveita e lança suas lâminas em cima dele, o garoto não fica de pé para receber o ataque, ele de propósito cai no chão, conseguindo se esquivar do ataque, assim que suas costas tocam o solo, ele se joga para cima se levantando e vai até a sua mesa, que há ainda restos de comida.
— Vamos tornar essa luta mais justa — Hiro enfia as pernas da mesa no em um prato com restos de queijo e melado de mel, sujando as pernas à mesa, as quais usa como bastão.
Agarra da mesa as garrafas de cerveja vazias, com o braço, as encostando no peito como apoio, e se aproxima do assassino, ainda mantendo a longa distância. Então ele arremessa as garrafas de cerveja no ar jogando no ar e com chutes as quebra, e logo em seguida bate nos cacos com os “bastões”, arremessando estilhaços em cima de Surudoi. Que se desespera, agarrando com suas mãos as correntes procurando um jeito de se defender, pouco é efetivo a sua ação pois os cacos perfuram seus braços e alguns atingem seus olhos os fazendo sangrar.
— Não, não ai ai! — murmura Surudoi. — Pode ter pouca gordura, mais eu vou fazer questão de separar sua carne em bifes, e dar para minha mamãe comer
Surudoi fecha as mãos em volta das correntes, mas quando consegue avistar o alvo, ele já está sua frente, Hiro bate as pernas da mesa nas costas de cada mão do assassino, as empurrando uma nas outras fazendo se chocarem e se quebrarem, ao mesmo tempo que são cortadas pelos cacos grudados na pernas da mesa por conta do mel.
— A visão de análise, através das palavras sem ação sem influência do desejo pessoal é o que diferencia as apostas de uma adivinha e verdadeiras profecias! — discursa Hiro enquanto levanta o punho direito.
O garoto acerta um soco com tudo no rosto de Surudoi que o nocauteia o derrubando no chão, e depois se vira para o seu mestre buscando a sua aprovação.
— Estou pegando o jeito das frases sensei?
— Precisa praticar mais um pouco mais, pontos por ser no meio da ação — aprova Li Han.
A engenhosidade do garoto, é o inverso do que sua amiga faz, Saikyo prossegue golpeando Hareta quando pousa no chão, acerta dois socos restos em seu rosto alternando as mãos o empurrando para trás, depois varia com socos cruzados na costela, machucando o homem, o fazendo contrair os braços para proteger as regiões acertadas, mais ela prossegue alternando com golpes retos no rosto e cruzados no corpo, inchado o rosto de Hareta e tirando sua resistência.
Hareta pensa “Seus golpes são como coices de cavalo”, e a cada golpe o agiota caminha para trás, até que tropeça na mesa, e cai em cima dela a quebrando. E quando ele pensa que as investidas haviam acabado, Saikyo ergue seu joelho até próximo de seus ombros, e pisoteia com todo o rosto de Hareta, que sem alternativas, solta suas esferas de aço, e coloca os braços em frente ao rosto. Hareta mesmo fraco começa a se levantar, resistindo aos pisões de Saikyo, e quando fica de pé, ele fecha os punhos, Saikyo se afasta, o permitindo com que abra a guarda.
— Seus golpes são fortes, mas eu só preciso acertar um para acabar com você, eu sei apanhar, não só bater! AGHAAA! — Hareta desfere um soco em direção a Saikyo jogando todo o corpo.
— Eu não gosto de apanhar, então tá acordado, eu continuarei te batendo! — Saikyo como resposta desfere um soco jogando o corpo todo contra o soco dele.
Os dois punhos se chocam, a mão de Hareta tem o dobro do tamanho da de Saikyo, e isso o coloca em desvantagem, pois a mão de Saikyo acerta por cima das falanges dos dedos de Hareta, se afundando na mão dele a fazendo quebrar e se abrir entortando seus dedos. Saikyo caminha até uma das esferas de metal de Hareta, a pega com as duas mãos e se prepara para o arremesso.
— Que tal tentar usar isso de novo! — ironiza Saikyo, e com toda sua força arremessa a esfera de aço no estômago dele. — Strike!
A esfera afunda no estômago de Hareta que cai no chão, vomitando sangue, o dono do restaurante olha para os dois assassinos derrotados, e fica espantado, Li Han cutuca Dembele para que ele tome alguma atitude, o marmanjo se levanta da cadeira e derruba o dono do restaurante com um soco no nariz, o fazendo cair no chão com o nariz sangrando.
— Esperem, o que eu tenho haver com isso? Eu não pedi para eles virem aqui! — explica Ferdinando, suando sem controle, suas calças ficam molhadas.
— Estamos te sequestrando, o Xogum não vai ter outra opção a não ser nos deixar entrar em troca de você — ameaça Dembele, colocando seu pé em cima do pescoço do dono do restaurante.
— E é melhor ficar quieto — avisa Balu, se aproximando, se aproveita para colocar uma faca que utilizou na hora de comer, na língua do dono do restaurante.
— Querem ir até o Xogum? Aproveitem a oportunidade para fugir! — Hareta abre todos os botões, e tira a parte esquerda de sua camisa, mostrando as queimaduras que tem na região da costela e estômago. — Eu já fui mandado para matar o Xogum e com um toque de sua espada, o Xogum explodiu metade do meu estômago. Por sorte sobrevivi, sua religião proibe pena de morte, e então me recuperei na cadeia, o que vocês fizeram hoje, não é nada do que ele pode fazer.
— Sua espada pode explodir as coisas? Obrigado pela informação — agradece Li Han, que se levanta da mesa. — Vamos embora.
— Antes disso, Saikyo, devolva meus nunchakus! — Hiro cobra sua prima, irritado, sentindo falta de sua arma.
— Ah, eu tinha guardado para você, não pensei que precisaria para lidar com um problema tão simples! — Saikyo aproveita para debochar dele, devolva a arma, que estava guardado por baixo de seu uniforme, preso pelo elástico encostado ao abdômen.
O grupo parte levando o Ferdinando de refém, quem o carrega nas costas é Dembele, enquanto Balu lança provocações ao seu rival comercial.
Sobre a arma de Hareta, bem, são tipo bolas de boliche, não sei muito o que dizer sobre elas. Dito isso, rumo ao boss final do arco kkkkk. Boah, boah! 🙂
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