Capítulo 358: Massacre
A viagem do grupo até o vilarejo massacrado pelo receptáculo do tigre, durou algo por volta dos vinte a quarenta minutos na velocidade máxima permitida por aquele comboio aéreo. Uma vez chegados ao local escolhido, o veículo voador pousou seguramente no solo, abrindo ambas as suas portas laterais e dando abertura para a saída dos militares. O grupo se retirou, pisando seus pés na grama verde claro que cobria todo aquele solo de terra. Movendo seus olhos de maneira lateral, o Kura acabou por perceber o antigo vilarejo que ficava naquele local. As casas, uma vez populadas por famílias inteiras, se encontravam apenas em ruínas e completamente vazias.
— Meu Deus…
Comentou o manipulador de raios, enquanto começa a andar na direção daquelas construções. As ruas estavam vazias, com manchas de sangue seco por todos os lados. As casas de andares únicos, feitas a base de rochas e tijolos, se encontravam destruídas por completo ou em frangalhos, como biscoitos na mão de uma criança. O grupo andava por entre aqueles locais, com Sami chegando a comentar:
— Que… assustador! Parece a cena de um filme de terror!
A garota estava certa, era realmente uma visão infernal o massacre que aquela aldeia tinha sofrido. Em uma das casas que entrou, o Arold notou o corpo esquartejado de quem parecia ser um guerreiro, com os ossos do mesmo estando por todos os lados daquela humilde casa.
— Isso… isso chega a ser triste.
Foram as palavras ditas pelo jovem de roupas brancas chiques, enquanto se levantava do chão e dava um suspiro cheio de pesar graças à cena. No instante após aquele suspiro, um calafrio percorreu a espinha do garoto, ao mesmo tempo em que o ar se tornou gelado a sua volta, o colocando para pensar:
“Hã?! Que merda foi essa?”
Arold olhos à sua volta, não conseguindo ver absolutamente ninguém ali, achando aquilo absolutamente estranho. Sem mais perder tempo, o irmão do Kura se retirou daquela casa, indo atrás do resto do seu grupo. O Kura, por sua vez, chegou no local onde teve o maior número de batalhas e mortes, local esse que anteriormente tinha uma montanha e que estava completamente terraplanado. A visão deixou o manipulador de eletricidade bastante reflexivo:
“Então… essa batalha foi intensa assim? Que coisa!”
Enquanto o Houer de Buraji continua analisando aquela cena, ele acabou sentindo uma corrente de ar extremamente gelada correndo por suas costas e sacudindo suas roupas e cabelos. Por instinto, devido ao susto, o jovem se virou na direção da fonte daquela corrente repentina de ar.
— Então, você está aqui também, Kura?!
O irmão mais velho do Arold observou a figura dona daquela voz, ficando com seus olhos arregalados após ver aquela cena. Assustado com quem tinha acabado de encontrar, o Houer deu um grito:
— VOCÊ?!
A voz do Kura ecoou por todo aquele vilarejo, coisa que acabou chamando a atenção de todos os aliados do rapaz. O primeiro a correr a toda velocidade até o irmão do Arold, foi o Gabriel Sariel, acelerando o passo e pensando consigo mesmo:
“Merda! Ele já entrou em confusão?! Com quem será que ele está lutando? Um sobrevivente dessa aldeia?!”
O homem adulto se encontrou com o resto dos amigos do Kura, todos seguindo a toda velocidade na direção de onde veio a voz do rapaz. Quando todos ficaram por volta dos duzentos e cinquenta e cinco metros, um tremor poderoso abalou todo o solo, acompanhado da luz de um raio que subiu do chão ao céu. A visão chamou ainda mais a atenção daqueles militares burajianos, com o Arold tomando a iniciativa de correr enquanto grita:
— KURA, ESPERE POR MIM! EU VOU TE AJUDAR!!
O irmão mais novo apertou seu passo, chegando em menos de um segundo até onde seu irmão estava lançando seus ataques perigosos. A visão do Arold, foi do protagonista manipulador de raios exalando correntes elétricas perigosíssimas por todo o corpo, enquanto encarava um homem de pele morena e alto, visivelmente acuado. Sem entender basicamente nada, o explosivo se aproximou do mais velho, perguntando:
— Irmão, quem é esse cara?!
Ouvindo o questionamento do seu irmão mais novo, o homem-raio esticou o dedo indicador esquerdo até o homem de pele escura, respondendo:
— Esse filho da puta era um subordinado do Nellu, uma das pilastras das nações ilhadas!!
O resto do pessoal chegou ao local, percebendo assim aquele homem alto com a mão em seu abdômen. O antigo membro das pilastras, percebendo aquele alvoroço, acaba por tirar a mão esquerda da lateral do tronco, revelando uma enorme queimadura realizada pelo ataque anterior do jovem manipulador de eletricidade.
— É… bom tempo ver de novo, Kura! Você ficou realmente forte, eu teria morrido se pegasse em cheio…
O irmão mais velho se irritou com a provocação, começando a preparar mais um poderoso raio para acabar de vez com o homem-frio. Entretanto, Gabriel surgiu agilmente entre ambos, encarando o moreno de baixo para cima e dizendo:
— Bem, o que você faz aqui neste local… Bing?!
Bing, antigo membro das pilastras e subordinado do Nellu, se mantinha bastante acuado, recuando sutilmente e começando a endireitar a coluna, respirando profundamente para aliviar a dor. Enquanto se recompõe, o homem-frio responde:
— Ué, simples! Eu estou morando nesse lugar agora… eu larguei de ser subordinado do Nellu, depois do que aconteceu com a Claire e o cadáver dos meus aliados!
A informação deixou o Sariel bastante curioso, e o mesmo sem perder tempo nenhum, decidiu questionar novamente aquele homem inimigo:
— Por que Xing Ping, e mais… o que aconteceu com o corpo morto dos seus aliados?!
Bing, cambaleando um pouco para a direita, acaba por se sentar em cima de um dos destroços de alguma casa do vilarejo, suspirando para aliviar mais a sua dor. Uma vez em repouso, ele começou a dizer por entre suspiros:
— Simples… eu sou um natural de Xing Ping!! Eu… bem, pelo menos por parte de pai…
A dor que o homem estava sofrendo era intensa, indicando o quão forte foi o ataque que o Kura acertou em sua pele. Bing, movendo sua mão esquerda até o machucado, acabou transformando a mesma em frio e começando a congelar o local ferido, gemendo de dor e continuando a dizer:
— E sobre meus aliados… não gosto de entrar em detalhes sobre, mas… só saibam que o cadáver deles não foi nada respeitado!
Finalmente tendo congelado seu ferimento, o homem alto dá um suspiro de alívio, se reclinado para trás suavemente, antes de finalmente perguntar:
— Mas… e vocês… o que querem nesse fim de mundo? Me caçar?
O grupo ficou em silêncio, sem saber se deveriam dizer ou não a razão de estarem ali. Mesmo assim, o Kura tomou a frente, dizendo em um quase grito:
— Viemos resgatar a Li Chun!
Bing escutou aquilo, ficando visivelmente surpreso com aquela informação, balbuciando em um tom incrédulo:
— A Li Chun… foi capturada?!
A informação de que o antigo subordinado do terrorista de cabelos rosas, conhecia a sua aliada, fez com que o Kura questionasse o mesmo:
— Você conhece ela?!
O antigo pilar se sente incomodado com a pergunta, abaixando sua cabeça antes de responder:
— Sim, ela é uma das últimas sobreviventes de uma etnia exterminada aqui em Xing Ping… assim como eu, e mais um bem famoso… e infelizmente…
Erguendo sua cabeça, Bing fixou seus olhos negros naqueles dois adolescente e seu grupo, completando:
— Fui um dos responsáveis por exterminar esse povo!

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