Índice de Capítulo

    Com a saída de Li Han e de Kamikaze do local, a maioria dos que estão dentro da sala ficam perdidos, com expectativas altas sobre o combate que ocorre acima de suas cabeças. Anjin que fora mandado para observar o Xogum, fica em seu canto, pois reconhece o perigo de observar tal batalha, assim como os outros, mas para a ajuda de suas ambições, Dembele está inquieto.

    — Não tem como lidarmos com ele, e se o mestre de vocês perder? Precisamos ter uma segunda alternativa! A garota! — sugere Dembele, com as mãos abertas se aproxima de Minashi

    — Eu não vou arriscar colocar a criança em perigo! Aquele homem ainda está na sala! — aponta Balu sobre a presença de Anjin, e fica perto de Yasuke o abraçando para o proteger mesmo que custasse sua vida..

    — Fiquem à vontade para fazer o que quiser, eu apenas observo — diz Anjin, sorrindo, mostrando indiferença. — Está garota pouco me importa.

    — Agora você mostra sua verdadeira face, desde que chegou eu tive menos tempo com Kamikaze, algum problema comigo? — questiona Minashi.

    — Pessoalmente? Nenhum se o Xogum morrer, agora se ele sobreviver você continua sendo um estorvo, é uma pedra que desgasta a lâmina de uma espada — explica Anjin sobre seu ponto de vista. 

    — Ter os dois pode ser uma vantagem, mas nada irá adiantar se o mestre perder, precisamos usar isso apenas como algo psicológico para dar vantagem ao mestre! — aponta Hiro.

    — Não podemos simplesmente atacar uma inocente! — afirma Saikyo.

    — Dá para fazermos algo engenhoso sem sermos crueis — justifica Hiro.

    — Gosto do ponto de vista, não me envolvam, eu desgosto tanto dela quanto vocês! — concorda Anjin. 

    — Está superestimando seu valor Anjin, o Xogum não teria pena de o transformar em poeira, e não se esqueça, Chīsana me protegerá — relembra Minashi.

    — Que se dane, eu vou arriscar! —  responde Dembele, que vai caminhando até a caseira tentando intimidar com o olhar.

    A garota nem sequer se move do local, apenas observa despreocupada, o cachorro que está próximo dela já se posiciona a sua frente, barrando a passagem de Dembele, que fica assustado. Pois Chīsana tem o tamanho e estrutura de um leão, mas há algo também em seu olhar que faz Dembele ficar paralisado, e com tremedeiras.

    —  Se afasta! — grita Hiro temeroso.

    —  Mais Hiro, observa a postura do cachorro, como ele olha para o Dembele! —  Saikyo aponta para Dembele e o cachorro que se encaram.

    Chīsana Otokonoko, o cachorro especial de Kamikaze, também um experimento para o estudo de criação de quimeras, e verdadeiros monstros, análise sobre a besta foi inconclusiva, pois antes que qualquer estudo melhor elaborado houvesse, o Xogum, levou ele como seu animal de estimação. 

    O cachorro apesar de seu tamanho, e corpo igual ao leão, assim como sua juba, ainda é uma criança, mesmo tendo 12 anos de idade, seus dentes são afiados, mas de tamanho pequeno, o seu focinho é longo, olhos amarelos que quanto mais ameaçado se sente mais reluzentes ficam, e de penugem branca, alguns poucos pêlos cinzentos que indicam que está chegando a maturidade. Entre todas as características seu rabo se destaca, longo como uma cobra, coberto por uma carapaça similar a de crustáceos, de cor amarelada parecido com mostarda, com a ponta como o chocalho de uma cascavel.  

    A figura de um monstro, que pode ser confundido à primeira vista como um animal comum, assim como certos humanos. Em sinal de sua inteligência, rosna de forma leve, respirando se concentra, e olha fixamente para Dembele, o intimidando, o marmanjo já havia se deparado com diversas ameaças, mas o cachorro induzia o medo sem que ele pudesse controlar de outra maneira sem ser a de ficar completamente paralizado. 

    Então o animal crava as patas no chão com tamanha força que deixa marcas no chão, a retração em seus joelhos faz Saikyo perceber que ele se prepara para avançar com tudo para o que está a sua frente, neste caso Dembele. Percebendo a ameaça, a garota se aproxima o empurrando para o lado, por conta de sua força faz Dembele cair no chão, entrando na frente da investida do cachorro, que dispara com tudo em cima de Saikyo.

    Saikyo entra em colisão com o cachorro, e é empurrada por uma força em volta do corpo de Chīsana, que não é visível aos olhos normais, Hiro consegue enxergar deformidades na visão por conta dessa força em volta do cachorro, mais não é algo que tenha cor ou um aspecto específico, e apesar do choque entre o cachorro e Saikyo, eles não chegam a se tocar. Hiro analisando pensa “A força em volta deste cachorro, não é normal, lembra ligeiramente o que o mestre usou, mas é diferente!”.

    Saikyo consegue resistir com sua força física, e faz frente ao investida de Chīsana, que contrai seu focinho e olhos, se concentrando ao máximo para manter este campo de força em volta de si, pressionando até que Saikyo não resista mais, e então seja arremessada levada a bater contra a parede, deixando rachaduras na estrutura, o cachorro por conta do choque entre eles dois é empurrado também, mais se mantém com patas fincadas ao chão que é arranhado.

    O olhar de choque dos aliados de Saikyo é instantâneo, todos voltados para ela e logo em seguida para o cachorro com uma expressão de cansaço, que vai se aproximando de Saikyo.

    — O cachorro, ele . . . pensa!? — Dembele se questiona observando a malícia do animal.

    Hiro fica amedrontado, ele se depara com uma versão mais monstruosa de sua fobia, porém, algo que ele se lembra de ouvir quando era uma criança pequena, e estava sentado no colo de seu avô observando o horizonte, e ele o disse “Ei garotinho, saiba que por minha família eu morro. Por sangue do meu sangue, eu mato! Eu não devia tá falando algo deste tipo para alguém tão fofinho assim não é? Mas eu acho que nesta fase as coisas devem estar fixando na sua cabeça . . . Hiro”. 

    Saikyo era sua família, e também era sangue de seu sangue, isso ferve seu coração. fazendo as pupilas de seus olhos afinarem como linhas, já não sendo os mesmos de Saikyo e seus dentes ficarem afiados como presa, algo animal desperta dentro de si, o retorno para seu estado normal vem das lembranças das frases de Saikyo, que não apaga a chama. 

    — Melhor eu tentar a sorte para te mostrar que não sou um carneirinho! — diz Hiro lembrando-se das provações de sua prima.

    Hiro salta até próximo de sua amiga, se posicionando entre Saikyo e o cachorro, o garoto saca o seu nunchaku e gira em frente ao rosto do cachorro tentando o intimidar e o distrair com os movimentos rápidos.

    — Para trás feioso! — ordena Hiro, fingindo que irá golpear.

    Quando Hiro cruza o olhar com Chīsana, o garoto começa a ser induzido pelo cachorro a ter medo pelo olhar, e o nunchaku em suas mãos começa a escorregar por conta de sua falta de foco, o cachorro aproveita e salta em cima de Hiro, com os dentes o morde, no entanto o ataque serve para aflorar os instintos do garoto, contando com seu reflexo, Hiro consegue reagir e dá um passo atrás, bate com o nunchaku no cachorro, que abocanha o bastão que vai a sua direção. 

    — Cuidado garoto, não se arrisque, vamos esperar o mestre! — indica Balu preocupado.

    — Droga, ele está fazendo isso porque eu coloquei a amiga dele em perigo, minha teimosia! — lamenta Dembele, se ajoelhando e colocando os punhos no chão se sentindo culpado.

    Hiro começa a competir com o cachorro, puxando o nunchaku, porém o animal o traz para perto facilmente.

    — Ele não tem chances de competir com um animal deste porte, corra garoto não deve assumir minha responsabilidade! — avisa Dembele.

    Hiro quando se aproxima solta o nunchaku, e rola por cima da cabeça do cachorro, indo para suas costas usando o abraço da lesma. Neste momento o cachorro cospe o nunchaku. 

    — Ele é inteligente, porém sou eu que tem a técnica aqui! — diz Hiro.

    —  Isso garoto, agora ele está sem defesa! — grita Balu empolgado.

    — Vamos Hiro, você é demais! — grita Yasuke em apoio.

    A cauda do cachorro começa a tremer, Minashi olhando aquilo tampa os ouvidos, e Anjin também, e assim a melodia da cauda do animal, começa a ser tocada, os mais distantes ficam sonolentos, já Hiro que está nas costas do animal, começa a ficar com olhos caídos, e a deslizar sobre as costas do cachorro, até que cai completamente apagado no chão. O cachorro rosna novamente, e late, intimidando os distantes, o que os desperta, ficando com medo. 

    — Ele vai matar os dois! — lamenta Balu olhando para Hiro e Saikyo caido, se sentindo impotente, tenta se mover, no entanto seu corpo não obdece, e apenas consegue tremer.

    — Imprudentes, acharam mesmo que podiam com um tesouro sagrado — debocha Anjin. 

    — A culpa é a sua pela desgraça deles, Anjin, você que os incitou a me atacar! — reclama Minashi.

    — Já está me irritando! — Anjin se aproxima da caseira de forma agressiva.

    A afronta de Anjin com Minashi, faz Chīsana se aproximar em defesa da caseira, intimidando o observador com seus latidos. O cachorro não esperava que quem despertaria com os latidos seria Saikyo, quando vê Hiro no chão ela abre um sorriso e salta até ele, o abraçando, e rolando enquanto o segura, logo em seguida fica de joelhos, e se levanta rapidamente, em um movimento executado com maestria e agilidade por conta da adrenalina gerada ao ver seu primo em situação de perigo, sua perspicácia se aflorou, e agora seus atributos estão aumentadas.

    Chīsana vira seu olhar para Saikyo, e principalmente para Hiro, o qual Saikyo coloca em suas costas agora. O cachorro começa a olhar fixamente para Hiro, como se sua presa estivesse sendo roubada, e agora motivado, andar até eles com cautela, apesar de visivelmente irritado, tenta esconder, se esforça rangendo os dentes, fechando a boca para não escapar a saliva que espuma, todavia a força em seu olhar e a contração em seu focinho, deixam claras, a ira de um animal é difícil de ser disfarçada.

    — Acho que existe um tipo de ração mais apropriada para sua raça de cão! — provoca Saikyo, ao perceber a irritação do animal, balançando o corpo, junto de seu primo o usando como isca.

    Saikyo começa a correr por aquele cômodo, e quando avista a porta, salta dando uma voadora rasgando os papeis e partindo a madeira, abrindo o buraco na porta que serve como sua passagem, levando Hiro junto consigo fugindo do cachorro, que agora focado no garoto, os persegue com todo seu ímpeto. 

    — E agora que eles se separaram de nós!? — pergunta Balu preocupado olhando Dembele.

    — Mas o cachorro também! — diz Dembele enquanto olha para Minashi fechando seus punhos.

    — Não se diminuam a isso! — súplica Minashi se afastando com medo.

    — Amigão, ela é boa! — diz Yasuke, em um pedido para que Dembele se controle. 

    — Mas eu não! — afirma Dembele, olhando para suas próprias mãos, as abre assustado consigo, se aproxima de Minashi e agarra pelos ombros. — Então me prometa, que se o Xogum vencer, ele só punirá a mim!

    — Eu prometo! — diz Minashi, olhando no fundo dos olhos de Dembele.

    O acordo entre eles é interrompido por um som estrondoso que ecoa por toda a sala, e não são vindos do telhado, apesar de assemelhar a explosões, e conterem junto o cheiro de pólvora queimando. O cano fumegante de uma arma a qual expele fumaça após o seu uso. O cheiro de queimado se impregna também naquilo que atinge, o alvo que é perfurado é entre o ombro e peito de Dembele, o que o acerta é mais rápido que seu corpo possa processar que fora acertado, depois que processa vem o impacto, que o faz recuar para trás, em seguida a queimação e a sensação atrasada de sua carne sendo rasgada junto com a dilaceração de seus músculos, o sangue da superfície é evaporado, mas logo escorre mais por cima do machucado, sujando suas mãos. 

    — Decepcionante a moleza de vocês, parece que depois que aproximam se afagam, em vez de seus espinhos penetram mais a carne um do outro! — diz Anjin após ter atirado com sua pistola garrucha. — Ela trabalha para o homem que destruiu sua vida, sua autoridade o forçou a viver como um rato que se esconde nas paredes, aff, eu detesto este tipo de fraqueza, uma pessoa não tem escolha de ser fraca fisicamente, agora a mente, o seu lugar de maior liberdade . . . — Anjin chega a tremer de frustração, coloca a mão no rosto, pressionando os dedos em torno do nariz, logo depois a sopro para se acalmar. — De qualquer forma, não importa as escolhas que tomam não afetaram as minhas ambições.

    Meio sem sentindo comentar isso logo neste capítulo mais começo a me perguntar se dá para considerar essa história tipo um Wuxia.

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